Obras duram 30 meses
Dragagem do Mondego avança em Dezembro
O projecto de desassoreamento do Mondego, que se arrasta já há vários anos, parece ter encontrado uma resposta final. De acordo com o vereador do ambiente da Câmara Municipal de Coimbra «as dragagens devem avançar ainda em Dezembro deste ano». Luís Providência, que tem acompanhado o processo, afirma ter feito chegar um ofício à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), que foi encaminhado para a Administração da Região Hidrográfica do Centro (ARHC), a entidade actualmente responsável pelo projecto. «Obtive essa resposta entre Abril e Maio, agora vamos esperar que assim seja», diz Providência.
No entanto, contactada pelo Diário de Coimbra, a presidente da ARHC, Teresa Fidélis, não comenta a informação, e remete para hoje os esclarecimentos sobre a intervenção. Mas Luís Providência confirma a notícia avançada pelo DC em Abril de que os trabalhos vão ser feitos mantendo o nível do caudal do rio. O projecto, previsto para ter a duração de 30 meses, deverá recorrer a uma draga para retirar a areia do leito do Mondego, que será transportada por batelões. Parte da areia vai ser colocada a jusante do açude, para repor a que tem sido arrastada, mas a maior parte será vendida para ajudar a custear as obras.
De acordo com o presidente da Secção de Desportos Náuticos da AAC, um dos organismos que utiliza o rio diariamente e um dos mais críticos sobre as dificuldades causadas pelo assoreamento do Mondego, «havia a indicação informal de que a dragagem ia avançar, mas sem garantias». A confirmar-se, diz Luís Maricato, «são boas notícias e é a única solução possível». «Ninguém consegue conceber Coimbra sem este espelho de água, que faz parte da identidade da cidade, e que representa muito não só do ponto de vista desportivo, mas também turístico», defende o responsável.
Serpa Oliva mergulha a fundo pelo desassoreamento do rio
Apesar das garantias, o candidato do CDS-PP pelo círculo de Coimbra nas eleições legislativas vai hoje dar um mergulho no Mondego como alerta para o problema. Pelas 10h30, João Serpa Oliva vai mergulhar nas águas do rio, na margem esquerda, junto ao Clube Náutico, em frente às esplanadas do Parque Verde. Esta é a zona mais baixa do caudal, com cerca de um metro de profundidade. «Ainda sou do tempo em que se atravessava o rio a pé, e corremos o risco de voltar a essa situação», avisa o candidato, que entende estar «em risco a beleza que é este lençol de água que até ajuda a temperar o clima da cidade». «Até o Basófias já tem dificuldade em navegar», aponta o médico, que tem como bandeira de campanha a vontade de restabelecer a possibilidade de tornar o Mondego navegável entre Penacova e a Figueira da Foz.
Serpa Oliva, deputado municipal há oito anos, aponta responsabilidades ao Governo central pela falta de resolução do problema: «isto não é culpa da câmara, que não é dona do rio, mas sim do Governo, que não faz a dragagem». Reconhecendo os custos elevados da operação, o candidato popular realça, no entanto, que estes «são uma milionésima parte do que custa o TGV, pelo que devia ser feito antes».
Na iniciativa, o médico vai estar acompanhado pelos responsáveis de alguns organismos desportivos que utilizam o rio, e que vão expor as dificuldades com que se debate devido ao assoreamento do Mondego.
Diario de Coimbra
Boas noticias, mas só acredito quando ver as obras começarem.