Alunos feridos em praxe violenta em Coimbra

Para professores, alunos e funcionários do ensino superior
Avatar do Utilizador
Chong Li
Lendário
Lendário
Mensagens: 2236
Registado: terça-feira, 27 setembro 2005 22:32

Alunos feridos em praxe violenta em Coimbra

Mensagem por Chong Li »

Dois caloiros da Universidade de Coimbra terão sido agredidos no decorrer de um tribunal de praxe. A um terão rapado os pêlos púbicos e rompido parte do escroto, além de lhe terem dado violentos cachaços que lhe deixaram várias nódoas negras. A outro, terão provocado ferimentos no crânio quando lhe raparam o cabelo. A história da agressão é avançada na edição desta quarta-feira do Jornal de Notícias.

O primeiro caloiro denunciou o incidente apenas a nível da academia, para evitar que os «agressores», estudantes de medicina, pudessem vir a ter problemas, mais tarde, no eventual acesso a estabelecimentos de saúde públicos, explica o jornal. Já o outro aluno vítima de agressões terá apresentado queixa junto das autoridades policiais da sua área de residência, avança o JN, embora diga que não conseguiu confirmar o facto.

O julgamento de praxe, um dos rituais já raros na academia de Coimbra, aconteceu dois dias antes da Queima das Fitas, na sede de um grupo de apoio à Académica. Nove caloiros receberam documento de contra-fé (notificação para o julgamento) .

Mas o ritual terá ultrapassado «o espírito de brincadeira»: de unhas negras, resultantes do apanhar com a colher de pau, um dos caloiros «espetado no crânio» com uma tesoura com que lhe estariam a cortar o cabelo, costas e o pescoço marcados com hematomas, resultantes de cachaços e uma lesão no escroto, alegadamente na sequência do corte dos pêlos púbicos.

João Luís Jesus, dux veteranorum da UC, vai, disse ao JN que nos próximos dias vai recolher depoimentos de todos os intervenientes e decidir se o caso chega a Conselho de Veteranos, onde «será avaliada apenas a parte praxista» e de onde poderão sair sanções como a expulsão da praxe.

Já o presidente da Direcção Geral da Associação Académica, Paulo Fernandes, disse ao jornal que o caso é «uma mancha», «ultrapassa o âmbito da praxe» e, por isso, «deve ser resolvido nas instâncias judiciais».

O JN tentou falar com os queixosos e com a reitoria da Universidade, mas não conseguiu respostas.

www.iol.pt
______

Vergonhoso. Depois disto, e de outras porcarias afins, a praxe deveria ter um fim de uma vez por todas.

Avatar do Utilizador
bluestrattos
Lendário
Lendário
Mensagens: 2164
Registado: domingo, 06 março 2005 22:49

A PRAXE JÁ MORREU

Mensagem por bluestrattos »

FYI: A Praxe já morreu à uns bons anos.
O que quer que se faça, o que quer que se diga nos tempos que correm é tudo menos Praxe.

Avatar do Utilizador
carlacs
Veterano
Veterano
Mensagens: 838
Registado: sexta-feira, 30 setembro 2005 11:32

Re: Alunos feridos em praxe violenta em Coimbra

Mensagem por carlacs »

Obviamente que, a isto ser verdade, devem ser expulsos da praxe, mas não é isso que interessa, mas sim por-lhes um processo em cima! Porra, espetar uma tesoura no cranio enquanto lhe estavam a cortar o cabelo? Hematomas? Enfim...o outro caloiro também devia ter apresentado queixa..

Leia
Lendário
Lendário
Mensagens: 1519
Registado: sábado, 15 abril 2006 14:31

Mensagem por Leia »

Se se averiguar que é verdade, os ditos alunos poderão ter algumas[bastante] dificuldades para continuar Medicina no futuro. Isto porque para poder entrar para a ordem (unica forma de exercer medicina) se deve entregar um registo criminal... Não sei até que ponto poderão ingressar na ordem se o registo criminal não se encontrar em branco.

Li também a noticia no JN e no Diário das Beiras.

O que é verdade é que a praxe Coimbrã está há muito em decadencia, e começo a pensar que está de extremos. Ou os caloiros fazem figuras tristes e nem sequer respeitam os "doutores" ou então acontecem coisas destas.

Enfim, é mais que lamentavel tal coisa. Mais lamentável ainda ser com alunos da faculdade de medicina.

Avatar do Utilizador
Chong Li
Lendário
Lendário
Mensagens: 2236
Registado: terça-feira, 27 setembro 2005 22:32

Mensagem por Chong Li »

Leia Escreveu:Mais lamentável ainda ser com alunos da faculdade de medicina.

Pois... era isso mesmo que ia acrescentar...!

Alunos de Medicina a dar cachaços até deixarem o pescoço negro? Estes alunos de Medicina não sabem que é perigoso até dar cachaços suaves quanto mais cachaços com força?!??

Avatar do Utilizador
Chong Li
Lendário
Lendário
Mensagens: 2236
Registado: terça-feira, 27 setembro 2005 22:32

Mensagem por Chong Li »

Ouvi agora o Dux (José Luís(?)) no jornal da tarde da SIC, a desvalorizar completamente o caso, afirmando, mesmo que essa dos ferimentos no escroto era já boato, que até já foi desmentido pelo estudante. Disse também que o estudante não sabe como fez esse ferimento.

Não sei se ria se chore....

Avatar do Utilizador
Chong Li
Lendário
Lendário
Mensagens: 2236
Registado: terça-feira, 27 setembro 2005 22:32

Mensagem por Chong Li »

Coimbra: Julgamento da praxe na universidade

Aluno de Medicina ferido nos testículos

Um caloiro de Medicina de Coimbra foi ferido no escroto – bolsa que envolve os testículos – durante o julgamento da praxe da Universidade de Coimbra, quando vários doutores decidiram rapar-lhe os pêlos púbicos. O aluno do 1.º ano, de 19 anos, teve de receber assistência hospitalar e já apresentou queixa ao Conselho de Veteranos da universidade.

A praxe aconteceu no último dia 2 – dois dias antes do início da Queima das Fitas – na sede dos Fans, local reconhecido pelo Conselho de Veteranos para a realização do julgamento. Para ser praxado o aluno foi imobilizado por colegas mais velhos e alguns começaram a rapar-lhe os pêlos púbicos com uma lâmina de barbear. Dessa acção resultou o rompimento de parte do escroto do caloiro.

O estudante, que identificou os intervenientes na praxe, teve de receber assistência médica e pediu um relatório para provar a agressão. Mais tarde apresentou queixa ao Conselho de Veteranos da universidade.

Até agora desconhece-se se o ferimento foi causado por o caloiro ter oferecido resistência à praxe ou por qualquer outra razão propositada ou acidental. Seja como for, o caso é considerado “muito grave” pelo dux veteranorum da Universidade de Coimbra, João Luís Jesus, que confirmou a recepção da queixa e afirma estarem a decorrer diligências no sentido de apurar “como tudo se passou”.

“Estamos a analisar o caso. O importante é saber se foi um acto propositado ou um acidente”, refere João Luís Jesus, salientando que a praxe existe “para criar laços de união entre os estudantes e não para agredir as pessoas”.

O dux veteranorum adiantou que os agressores já estão identificados: “São estudantes de diversos anos do curso de Medicina”. Caso se confirme que houve violação do Código da Praxe, “estamos perante um caso muito grave que não passará impune no meio académico”, garante o líder dos veteranos, aconselhando o caloiro a queixar-se ao Ministério Público.

O Conselho de Veteranos vai reunir-se ainda esta semana para tomar uma posição definitiva sobre o caso – só tornado público agora para “não estragar” a festa da Queima das Fitas. João Luís Jesus afirma que não compactua “com estes exageros” e, a confirmar-se a versão do estudante de Medicina, “está-se perante um caso pontual, uma excepção e não a regra” na Academia de Coimbra.

O presidente da Associação Académica também condena “com veemência” as praxes violentas. Paulo Fernandes, embora desconhecendo o caso concreto, ficou “muito apreensivo” porque “a ser verdade” põe em causa “as regras estabelecidas”. “A praxe deve ser utilizada para integrar os novos estudantes e nunca para os sujeitar a agressões ou humilhações”, referiu Paulo Fernandes, prometendo “agir em conformidade”.

O estudante, que não quer ser identificado, escusa-se para já a prestar declarações sobre as circunstâncias em que aconteceu a praxe.


"É MAIS UM CASO GRAVE E ESCANDOLOSO"

O Movimento Anti-Tradição Académica (MATA) considera esta agressão “mais um caso grave e escandaloso” e mostra-se disponível para apoiar o estudante “naquilo que precisar”. Ana Feijão, membro do MATA, ficou “chocada” ao saber do sucedido e afirma que o caso vem confirmar “os abusos a que alguns caloiros são sujeitos”. O movimento é constituído por estudantes que são contra as praxes e a forma como elas estão institucionalizadas. “Não faz sentido que um grupo de pessoas – doutores – vá se lá saber porquê, aproveitem esta tradição para mostrar a sua superioridade em relação aos outros. É uma estupidez e escandaloso, não podemos compactuar com isso”, diz Ana Feijão, que aconselha todas as vítimas de “praxes impróprias” a apresentarem queixa às autoridades. A estudante refere que nos últimos dois anos não houve nenhuma queixa de praxes violentas, “mas não quer dizer que não tivessem acontecido”. “As vítimas têm receio de tornar públicas as agressões e humilhações a que são sujeitas”, conclui.

VIOLÊNCIA

CORDEL

Em Outubro de 2004, cinco caloiros do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra foram obrigado a atar o pénis a um cordel, em alguns casos amarrado a um tijolo, e a beber água suja. Na altura o pai de um dos estudantes apresentou queixa à ministra do Ensino Superior.

ESTERCO

Em Outubro de 2002, uma aluna da Escola Superior Agrária de Santarém foi praxada com esterco de porco na cara. Os sete alunos envolvidos na praxe foram sujeitos a processos disciplinares.

SEXO

Em Setembro de 2002, uma aluna do Instituto Piaget, de Macedo de Cavaleiros, foi obrigada a simular um acto sexual e um orgasmo, esfregando-se num poste de energia eléctrica. A estudante ficou traumatizada.

SAIBA MAIS

- 30 mil estudantes, incluindo os dos institutos superiores, integram o cortejo dos Quartanistas, um dos pontos altos da Queima das Fitas de Coimbra.

- 23 mil alunos, distribuídos por oito faculdades, frequentam a Universidade de Coimbra, a maior do País e das mais antigas do Mundo.

JULGAMENTO

Nos últimos sete anos não terá sido apresentada ao Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra qualquer queixa devido ao julgamento da praxe.

COMPORTAMENTOS

No entanto, foram apresentadas, segundo o dux veteranorum, quatro ou cinco queixas devido a aspectos comportamentais durante a praxe.

EXCESSOS

As festas dos estudantes são conhecidas também pelo consumo excessivo álcool. Em Coimbra, só no desfile, beberam-se 46 mil litros de cerveja.

Correio da Manhã

Leia
Lendário
Lendário
Mensagens: 1519
Registado: sábado, 15 abril 2006 14:31

Mensagem por Leia »

É possivel que seja boato tal como é possivel que não seja. Assim sendo, deveria ser investigado.... De qualquer das formas, se o outro aluno fez mesmo queixa na policia deverá haver desenvolvimentos e possivelmente até julgamentos, mas daqui a uns 5/7 anos.


Ah... o pior ainda, é que eu vejo a praxe que é feita na FMUC e é daquela praxe ridicula. Não violenta, mas ridicula.

Avatar do Utilizador
Lino
Mítico
Mítico
Mensagens: 8082
Registado: quinta-feira, 14 abril 2005 3:54

Mensagem por Lino »

Que idiotice. Espero que o CV promulgue que aqueles que feriram os caloiros nunca mais possam praxar! E que se haja mais trupes nas ruas pois não vejo trupes há uns 3 anos!
Praxe é praxe, há que cumprir. Esta mania de usar praxes alheias à nossa só arruína o espírito académico!

daniel322
Lendário
Lendário
Mensagens: 3525
Registado: quarta-feira, 21 junho 2006 18:25

Mensagem por daniel322 »

Espero que este caso seja devidamente investigado tanto pelo conselho de veteranos como pelas autoridades. É realmente vergonhoso que pessoas humilhem e destratem desta forma um colega igual a eles proprios.

Hoje em dia parece que já não se sabe praxar. só se vê ou violência ou praxes completamente idiotas. já são poucas as excepções..

Deveria haver algum tipo de acompanhamento por parte de alunos mais velhos sob as praxes efectuadas, do tipo cada curso ter uma comissão de praxe e orientar os colegas sejam "doutores" ou "caloiros".

Tal como também não podemos generalizar como já hoje ouvi uma pessoa dizer que a praxe deveria ser totalmente abolida, nem 8 nem 80.
Todo este problema é, primeiro que tudo, uma questão de respeito (ou falta dele) para com a integridade fisica e psicologica de um colega

Avatar do Utilizador
carlacs
Veterano
Veterano
Mensagens: 838
Registado: sexta-feira, 30 setembro 2005 11:32

Re: Alunos feridos em praxe violenta em Coimbra

Mensagem por carlacs »

Chong Li Escreveu:
Já o outro aluno vítima de agressões terá apresentado queixa junto das autoridades policiais da sua área de residência, avança o JN, embora diga que não conseguiu confirmar o facto.
Apenas um aparentemento fez queixa, embora não se confirme...
Cá para mim não lhes vai acontecer nada no registo criminal, mas a isto ser verdade..é muito grave.

daniel322
Lendário
Lendário
Mensagens: 3525
Registado: quarta-feira, 21 junho 2006 18:25

Mensagem por daniel322 »

Lino Escreveu:E que se haja mais trupes nas ruas pois não vejo trupes há uns 3 anos!
E isto resolve o quê? Nunca percebi muito bem o conceito pois entendo que actualmente as trupes estão completamente descontextualizadas da realidade.. Qual o interesse de proibir um caloiro de estar na rua depois da meia-noite? sabendo nós que existem aulas até cada vez mais tarde e que mesmo o convivio entre colegas é feito cada vez mais à noite (e ainda por cima, incentivado por colegas mais velhos :wink: )

Leia
Lendário
Lendário
Mensagens: 1519
Registado: sábado, 15 abril 2006 14:31

Mensagem por Leia »

Soube há pc que alguns alunos presentes no dito julgamento são do meu ano... e até conheço-os vagamente.

Quanto ao ferimento na cabeça devido ao rapanço, no Porto tinham-me ensinado que a tesoura deveria ser de pontas redondas...

Avatar do Utilizador
Nuno Valente
Experiente
Experiente
Mensagens: 414
Registado: sexta-feira, 27 abril 2007 13:27

Mensagem por Nuno Valente »

Isso é uma vergonha.....................






esses gajos k fazem isso sao a vergonha de todos os outros estudantes!!!!!!!! praxes é uma coisa e agredir é outra!!!!

Avatar do Utilizador
Lino
Mítico
Mítico
Mensagens: 8082
Registado: quinta-feira, 14 abril 2005 3:54

Mensagem por Lino »

daniel322 Escreveu:
Lino Escreveu:E que se haja mais trupes nas ruas pois não vejo trupes há uns 3 anos!
E isto resolve o quê? Nunca percebi muito bem o conceito pois entendo que actualmente as trupes estão completamente descontextualizadas da realidade.. Qual o interesse de proibir um caloiro de estar na rua depois da meia-noite? sabendo nós que existem aulas até cada vez mais tarde e que mesmo o convivio entre colegas é feito cada vez mais à noite (e ainda por cima, incentivado por colegas mais velhos :wink: )
Entendo que as trupes sejam necessárias... não para o rapanço como aconteceu ao meu irmão, mas para alertar o pessoal para abusos no que respeita a erros de traje, por exemplo. É bem necessário!! Umas primas de Viseu dizem que lá se respeita muito mais do que aqui...