Marcelo Rebelo de Sousa criou um
site pelo Não. Até aqui tudo bem, o que não está bem são alguns dos argumentos que estão expressos nesse site:
- Não há mulheres detidas pelo crime de aborto em Portugal.
Isto não é nem nunca pode ser motivo para votar Não. Se não há mulheres detidas é porque a lei não está a ser cumprida. E, se a lei não está a ser cumprida, então mude-se. Mas esperem lá, é mesmo isso que se quer fazer e que ele está contra.
- Em 2005 realizaram-se 906 abortos legais em Portugal.
E...? O que é que isso tem a ver com os abortos ilegais que se realizam todos os anos?
- Em 2005 houve 73 casos, e não milhares, de mulheres atendidas na sequência de abortos clandestinos.
- O número de abortos clandestinos está calculado em 1800 por ano.
Estas dois ficaram juntos pelo seguinte motivo: onde estão as fontes para esses números? Já lhe passou pela cabeça que quem faz aborto não anda aí a anunciar que o fez? Nem que ninguém chega ao hospital e diz que tentou abortar e correu mal? A maioria dos casos deve ficar abafada como aborto espontâneo...
- A taxa de natalidade em Portugal baixou para metade nos últimos 40 anos.
- Em 2005, a média de filhos por casal foi de 1,5, tendo-se registado apenas 109.000 nascimentos, permanecendo abaixo do nível de renovação das gerações (2,1).
E...? O que tem isto a ver com a despenalização do aborto?
- Em 2006, a Alemanha aprovou um incentivo à natalidade de 25 mil euros por cada nascimento.
Mais uma vez: e...? A não ser claro que se acenem com 25 mil euros a cada mulher que está a pensar fazer um aborto e que receba o dinheiro para não o fazer. Claro que o mais provavel é depois a criança que nascer seja prai abandonada em qualquer lado mas isso não interessa. O que interessa é que cada nascimento rende 25 mil euros à mãe.
- A pílula do dia seguinte é comercializada em Portugal desde 1999, sem necessidade de receita médica. É dispensada gratuitamente em centros de saúde desde 1 de Dezembro de 2005.
O argumento mais absurdo de todos. Caso não saiba, a pilula do dia seguinte é já um aborto, realizado nas primeiras horas de vida. É incoerente ser contra a despenalização do aborto e a favor da pilula do dia seguinte.
Fonte