Arquitectos defendem Coimbra
Capital Europeia da Cultura em 2020
Especialistas acreditam que a reestruturação urbana que já está em marcha
pode culminar numa candidatura vencedora, algo que “não é apenas um devaneio”
Coimbra tem condições mais do que suficientes para ser, em 2020, Capital Europeia da Cultura, defendem arquitectos que estão a acompanhar de perto a intensa reestruturação urbana que a cidade já iniciou, como por exemplo a descentralização de estruturas universitárias da zona da Alta.
«Com a candidatura da Alta a Património da UNESCO, com o redesenhar da Rua da Sofia e com o projecto de transformar a Acrópole da Penitenciária num pólo cultural, Coimbra não pode deixar de pensar em candidatar-se a capital europeia da Cultura», afirmou o arquitecto Nuno Grande.
«De repente temos aqui um triângulo que numa candidatura podia ser um trunfo importante, aproveitando ainda os equipamentos da cidade já existentes, como por exemplo o TAGV, o Centro de Artes Visuais ou a Casa das Caldeiras», acrescentou o professor do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
O responsável acrescentou como “ponto quente” da identidade cultural de Coimbra o convento de S. Francisco e o de Santa Clara-a-Velha. Nuno Grande garantiu ao Diário de Coimbra que nos vários pólos culturais da cidade «há pessoas com ideias que defendem a candidatura», um leque de profissionais que abrange arquitectos e não só.
«Coimbra pode concorrer de forma natural, precisa é de colocar os pólos culturais que existem na cidade a trabalhar em conjunto. Isto não é uma aventura no escuro, porque já temos “know-how” da experiência de Capital Nacional da Cultura e também já existe um “hardware” arquitectónico que pode ajudar muito», contextualizou Nuno Grande.
«Não é apenas um devaneio, mas tem de ser o município a avançar, em articulação com o Ministério da Cultura», salientou o arquitecto. «Se Guimarães é viável, se o Porto é viável, Coimbra não há-de ser?», concluiu.
Cidade debate hoje candidatura
a património da UNESCO
Nuno Grande é um dos coordenadores de uma exposição patente no Museu Nacional Machado de Castro, um leque de trabalhos de alunos do Departamento de Arquitectura da FCTUC que, no fundo, apresentam várias soluções arquitectónicas para a reestruturação urbana da cidade.
A exposição é enriquecida com um ciclo de debates, que arranca hoje, às 18h00, na cafetaria do Museu Nacional Machado de Castro. A cidade e a universidade vão discutir a candidatura da Alta Universitária a Património da UNESCO, num encontro moderado por José António Bandeirinha onde também participam Raimundo Mendes da Silva (vice-reitor da Universidade de Coimbra) e Nuno Ribeiro Lopes (Gabinete de candidatura à UNESCO).
Nas próximas quintas-feiras, a discussão vai girar sempre em torno da reestruturação da cidade, em áreas geográficas específicas como os jardins e espaços públicos da Alta ou a transformação da acrópole da penitenciária em pólo cultural.
«Estes debates servem também para que os próprios cidadãos e os responsáveis da autarquia se possam pronunciar sobre as propostas que temos para a cidade», afirmou Nuno Grande.
O que vai sair daqui? Parece-me uma excelente ideia!







