Viver à sombra de uma Universidade (local de formação, gerador de conhecimento, cultura, evolução, investigação) e dos Hospitais (por acaso Coimbra é a cidade no país com melhor cobertura na área da saúde), não me parece um ponto negativo, muito pelo contrário!!!
Prefiro uma cidade nesses moldes, do que uma cidade cheia de monos industriais (não é esse propriamente um sinal de modernização). Se a cidade cresce e se sustenta sem grande indústria, porque será este aspecto relevante no formato actual???
Sinal de modernidade é a capacidade de gerar emprego, a qualidade de vida, o nível de literacia, o conhecimento, a cultura e a capacidade de fixar pessoas, esta última apresentando-se com alguma debilidade durante imenso tempo, dezenas de anos até, mas que no momento se está a inverter.
Só os teimosos não vêm o crescimento da cidade nos últimos anos, ou então aqueles que só contactaram recentemente com Coimbra e pensam que ela tem esta demografia desde há muito tempo.
Mais uma coisa. Coimbra é uma cidade lindíssima, com um potencial fantástico. Tem muitas zonas que necessitam de intervenção de reabilitação urbana. Contudo, é uma cidade cheia de sol. Os materiais utilizados na reabilitação das ruas são claros, não se recorrendo a granitos que, apesar de darem um aspecto limpo e organizado, dão um ar frio, escuro (opinião pessoal). A Câmara necessita ter em conta que a calçada portuguesa necessita de grande manutenção.
Coimbra tem a Universidade e Hospitais e pouco mais??? Isso é pouco???? Vejam o tamanho da cidade e apreciem a dinâmica e impacto que esta tem em todos os sectores deste país, já que de lá saíram e saem figuras estruturantes da nossa sociedade. Isso é indiferente???
Para terminar, como é que uma Coimbra tão feia desperta tão grande paixão por quem lá passa??? Quando se olha para uma cidade, deve-se olhar para todo o seu conteúdo, para o seu universo cultural, simbólico e social, e este é um lugar cheio de poesia, que apaixona o mais resistente e apenas causa algum celeuma aos incapazes.
Coimbra permite-me uma coisa que nem todas as cidade o conseguem, que é fazer-me sentir bem em qualquer espaço, sentir que tudo é familiar, sentir grande proximidade das pessoas, ou seja, estar numa cidade suficientemente grande, mas experienciar grande parte das vezes vivências de grande proximidade como nas aldeias.
Isto para mim não é sinal de cidade parada no tempo, mas sim de cidade que evolui com uma identidade própria, que serve muito bem as necessidades das pessoas.
Já agora, um pequeno apontamento. Na minha terra e redondezas (por estas paragens cá do Norte), não se comemorou o dia dos vizinhos, dinâmica muito bem conseguida pelo segundo ano consecutivo em Coimbra.
Procura ser pois uma cidade orientada para os cidadãos, para a melhoria e estruturação de práticas relacionais, orientada para uma constante abertura de canais de comunicação, de bem-estar social e de saúde.
Querem maior indicador de evolução, sabedoria, conhecimento???
Bom, estou a alongar-me. Quanto ao respo, uma vista de olhos naquilo que o Daniel322 escreveu.
