Ramal da Lousã. Que futuro?

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Horácio Santiago
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Ramal da Lousã. Que futuro?

Mensagem por Horácio Santiago »

O ramal da Lousã, cada vez mais, tem piores condições para servir os seus utentes. A decadência iniciou-se com o abandono da Estação Nova e o afastamento da nova estação, dos lugares de destino. Os passageiros foram desistindo de um meio de transporte que os passou a servir, apenas, até metade do seu percurso e o Estado desistiu de proporcionar condições condignas aos utentes que pagam uma tarifa muito superior aos de outros ramais do país e simultaneamente, aos cidadãos que pagam os seus impostos.
Entretanto, o grande centro da baixa Coimbrã foi perdendo importância e criaram-se novas centralidades no Hospital novo, nos dois novos Polos Universitários, junto das grandes superfícies e centros comerciais e, cada vez mais, se dividiram e se afastaram os locais de destino dos passageiros.
As pessoas, pensando na sua comodidade e para não dependerem de horários, passaram a deslocar-se no seu carro particular.
Mais recentemente, com o anúncio do Metro Ligeiro de Superfície e com preços de construção mais convidativos, muitos foram os que mudaram a sua habitação para a Lousã ou Miranda do Corvo, concelhos com grande incremento populacional, na última década e, aí, foi o descalabro, com o completo entupimento da Estrada da Beira, chegando-se a demorar mais de uma hora para percorrer os 5Km, no percurso entre Ceira e Coimbra.
É importante que se diga, que o Metropolitano Ligeiro de Superfície iria proporcionar uma verdadeira revolução, melhorando, significativamente, a oferta do sistema de transportes públicos, adicionando conforto, frequência, flexibilidade e regularidade, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida urbana, proporcionando viagens mais confortáveis, rápidas, seguras e directas ao destino e o consequente descongestionamento rodoviário na cidade de Coimbra e dos seus acessos. Requalificaria urbanisticamente toda a envolvência do ramal e a cidade de Coimbra. Criaria novas centralidades, através de interfaces e parques dissuasores, que proporcionariam uma boa rede de transportes, promovendo a intermodalidade com outros meios de transporte, em detrimento do individual, como pude verificar no Porto, numa visita proporcionada pela METROMONDEGO.
Ceira anseia por esta mudança, que lhe proporcionará novas acessibilidades e porque será um centro nevrálgico de atracção das populações das freguesias envolventes e do eixo da Estrada da Beira, através dos parques dissuasores e simultaneamente de interface que serão criados no Sobral e junto ao apeadeiro da Quinta da Ponte. Serão novas oportunidades, geradoras de maior riqueza e bem-estar social, viabilizando novas actividades económicas e criando desenvolvimento.
O projecto do Metropolitano prevê uma zona urbana que está projectada até Ceira e que, consequentemente, terá uma frequência muito maior do material circulante e, portanto, uma oferta muito mais constante.
Infelizmente, todo um trabalho de mais de dez anos foi colocado em causa pela administração da MetroMondego, pela sua ansia de, apressadamente, lançar o concurso a qualquer preço e pelo Dr. Carlos da Encarnação, que lhe via faltar o terreno para anunciar a sua recandidatura, que anunciou, mesmo faltando à sua palavra. Não existe obra nenhuma do Metro e, infelizmente, nem nunca chegará a existir, por falta de solidariedade para com os parceiros do mesmo objectivo.
Bem melhor seria que se unissem, tivessem capacidade de afirmação pela positiva, que formassem uma só voz, hoje por mim, amanhã por outros (não foi assim com a água?).
Diz-se, agora que o ramal da Lousã irá ser electrificado.
O ramal da Lousã, ainda que electrificado e com novo material circulante, pouco nos trará e muito menos se continuar a parar ao fundo do Parque. É necessário que os transportes públicos se aproximem, o mais possível, dos locais de trabalho, dos grandes centros educativos e das novas centralidades de Coimbra.
Levante-se a nossa voz, exija-se o que nos compete, lute-se pela melhoria das nossas condições de vida ou acabaremos por ver o ramal da Lousã abandonado pela CP e REFER (já está), pelos utentes (cada vez mais) e transformado numa ciclovia.

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

As últimas notícias que eu li davam como certo o ramal da Lousã passar a fazer parte da rede do metro. A única possível excepção seria o troço Lousã-Serpins, que passaria a ser servido por uma alternativa ainda em estudo. Houve alguma alteração neste plano que retirou o metro do ramal da Lousã?

Dracula
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Registado: segunda-feira, 28 março 2005 12:17

Mensagem por Dracula »

Onde é que eu já li este texto...hmmm :roll:

A questão é: será economicamente viável e sustentável um metro com uma linha de quase 30km :?:


É que é muito giro dizer que isto é um projecto muitobom, mas que tem que ir até à lousã, etc....Ok, faz-se o sistema. Depois verifica-se que a taxa de utilização não compensa os gastos. Quem é que paga a factura? Eu não sou, que já pago impostos a mais :!:

Sou mais favorável a uma instalação em Coimbra de um metro e a uma electrificação do ramal da lousã com carruagens novas e mais confortáveis e com um aumento de oferta dos horários.

Há um factor que eu nunca consegui perceber ao lngo de todo este tempo: a linha atá à Lousã nos projectos do Metro Mondego é para se manter de apenas uma via? É que se é, está a matar-se o sistema à partida. É preferivel electrificar aquilo e duplicar onde possivel o troço, passando assim para 2 vias!

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Lino
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Registado: quinta-feira, 14 abril 2005 3:54

Mensagem por Lino »

Estive a viver na Alemanha, e lá há redes de metro regional muito fixes. Com o passe semestral de estudante para os transportes públicos, consegi ir conhecer a região onde estava (Heidelberg), e dava na boa para lá chegar, andar nos transportes públicos das outras terras da rede de metro e etc.
Devia fazer-se parecido na zona de Coimbra. Todas estas divisões entre municípios e etc.s fazem projectos importantes para o desenvolvimento regional atrasar irremediavelmente.
Espero que o Metro arranque depressa que já devia era cá estar e esperemos que vá à Lousã e Serpins. Iria melhorar a linha, e não se perdia tempo a discutir coisas secundárias e alternativas que não funcionam bem em conjunto.

viktortora
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Registado: domingo, 08 maio 2005 12:19

Mensagem por viktortora »

Eu sou defensor do Metro de superfície na sua forma original, de Coimbra a Serpins.
Estou plenamente convencido que vai ser muito útil para as populações daquelas zonas e que vai descongestionar a Estrada.
Como alguem disse muitas pessoas foram viver para estas zonas pela promessa da construção do metro.
Também concordo que a Administração do Metro e o Presidente da Câmara de Coimbra são neste momento os principais culpados, da possível paragem das obras.

rti_76
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Mensagem por rti_76 »

... boas!

Conto visitar este fim de semana a o Ramal da Lousã e gostaria de entrar em contacto com alguém com conhecimento sobre o ramal. Um ferroviário reformado, ou alguém com conhecimentos da história nos tempos do vapor e anos 50 e 60.
Não sei se é possível ir ao encontro deste meu pedido, de qualquer forma obrigado pela atenção.

Viva_a_Historia
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Mensagem por Viva_a_Historia »

FODA-SE! Avancem lá com o tram-train! E já agora aproveitem para reabilitar todo o espaço urbano à volta.

rti_76
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Registado: quinta-feira, 18 maio 2006 22:31

Mensagem por rti_76 »

... passei pelo ramal da Lousã o resultado em:

http://ramal.sitesled.com