turismo médico

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Mensagem por Leia »

Uma coisa é o que o médico diz, outra é aquela com que o doente fica em mente.

Não vi a reportagem de que falas. Mas não foi um simples transplante de cornea?

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Lino
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Mensagem por Lino »

Não, eram problemas como cataratas e miopias... no hospital de Faro, já conhecido por não ser dos melhores, disseram isso mesmo que disseram na reportagem.
Nas Selecções li um artigo em que uma mãe de uma criança com algum problema, diz que a médica disse "ah o seu filho tem cancro...". :?
E não é a primeira nem segunda vez que ouço esses casos... há médicos que não sabem transmitir os problemas com a devida dignidade...

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Mensagem por Leia »

Operaçao às cataratas e miopia não é nada de por aí alem. O unico problema é que existem listas de espera muito grandes no SNS, devido a vários factores que não é necessário falar aqui.

Volto apenas a dizer que aquilo que o médico diz e o que o doente se lembra do que ele lhe diz é muito diferente. Em média, quando se anuncia um mau prognostico (cancro, mesmo que seja facilmente removido) o doente apenas ouve 10 minutos de toda a conversa. No entanto, não nego que existem pessoas que não têm grande tacto.

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Lino
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Mensagem por Lino »

Em Cuba fazem operações em série e não têm estas listas de espera, cá os hospitais não fazem tantas operações e uma pessoa fica cega só da espera, agravando o problema... o mesmo com as hoje faladas listas de espera nos pacientes oncológicos...
Mas pronto, distanciamo-nos do tópico...

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

Ainda há uns dias, no hospital do Barreiro, um cirurgião espanhol veio cá resolver numa semana o problema das listas de espera. Fez 234 cirurgias em 6 dias, a cerca de metade do preço cobrado habitualmente (trouxe a sua própria equipa e equipamento). Os 7 médicos do hospital, num ano, fizeram 359 (no total, não foi cada um). Resultado: os médicos fizeram queixa à Ordem pela "concorrência desleal" do espanhol...

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Mensagem por Leia »

É assim, também têm que ver que oftalmologia é uma especialidade que nao existe em todos os sitios e que nao faz urgencias, logo, os médicos sao muito tentados a ir para o privado exercer.

Agora, se quiserem um exemplo de um bloco que funciona bem é o do Centro cirurgico de coimbra (que é privado). O Travassos (conhecido internacionalmente) opera que se farta... mas é a tal coisa, é privado e eu até o entendo.

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Lino
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Mensagem por Lino »

Pois, é privado logo não está à medida do bolso de muitos... muita gente só pode aceder ao público que tem imensos problemas... e com os cortes todos a situação piora...
Qualquer dia o nosso sistema de saúde é como o americano... ou se tem seguro de saúde ou estamos lixados.

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Mensagem por Leia »

Normalmente nao deveremos chegar a esse cumulo. Nos estados unidos sem seguro de saude não se é tratado, fica-se à porta do hospital. Cá isso nao deverá acontecer já que o direito à saude está na nossa constituição.

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Lino
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Mensagem por Lino »

Mas com as taxas moderadoras isso está a ser violado. Os impostos deveriam servir para financiar isso. Vão ao bolso dos ricos e não dos pobres.

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Lino
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Mensagem por Lino »

Falaram disto hoje no telejornal da SIC, se puderem apanhar...
Resumidamente, quem tem dinheiro tem cura, quem não tem vai para as listas de espera. E as taxas moderadoras são inconstitucionais.

in http://dre.pt/comum/html/crp.html

Artigo 64.º

(Saúde)

1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à protecção da saúde é realizado:
* a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;

Cadê?

Encontrei outra escandalosa:

e) Estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos os graus de ensino

Porquê propinas? Mas já estou a alargar-me...

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banjix
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Mensagem por banjix »

Lino Escreveu:Mas com as taxas moderadoras isso está a ser violado. Os impostos deveriam servir para financiar isso. Vão ao bolso dos ricos e não dos pobres.
Não sou da opinião de que as taxas moderadoras deviam ser abolidas. O facto de pagarmos uma quantia simbólica por exames que chegam a custar centenas de euros, parece-me ser uma situação que pode ser encarada como tendencialmente gratuita.

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anaallo
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Mensagem por anaallo »

Concordo com o pagamento "simbólico" de um serviço, não concordo é que o chamado "turismo médico" seja assim tão vantajoso. Ou seja, as pessoas em Cuba, por exemplo, são submetidas a tratamentos muitíssimo mais intensivos, daí o seu sucesso. Cá em Portugal temos dos melhores especialistas, só que dado o tempo de espera (no público) e os preços exorbitantes (do privado), tal situação é bastante complicada de ocorrer!

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banjix
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Mensagem por banjix »

anaallo Escreveu:Cá em Portugal temos dos melhores especialistas, só que dado o tempo de espera (no público) e os preços exorbitantes (do privado), tal situação é bastante complicada de ocorrer!
E será mais ainda, depois do que o Pedro disse:
Pedro Escreveu:Ainda há uns dias, no hospital do Barreiro, um cirurgião espanhol veio cá resolver numa semana o problema das listas de espera. Fez 234 cirurgias em 6 dias, a cerca de metade do preço cobrado habitualmente (trouxe a sua própria equipa e equipamento). Os 7 médicos do hospital, num ano, fizeram 359 (no total, não foi cada um). Resultado: os médicos fizeram queixa à Ordem pela "concorrência desleal" do espanhol...

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anaallo
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Mensagem por anaallo »

Pode ser que este caso lhes sirva de exemplo! Eu pessoalmente tive de fazer uma excisão de um sinal e fui logo avisada que no público tinha de esperar alguns meses e a situação não dava para isso:(

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Mensagem por Leia »

Isso é porque as urgências passam à frente de imensa coisa que para alguns é considerado como sendo urgente.Por exemplo, uma pessoa no publico é bem capaz de ficar um ano com um saquinho para as fezes à espera da reconstrução do cólon, mas para ser operada quando a causa é tumoral não demora tanto tempo. Claro que o tempo de espera é superior ao desejável, mas também é necessário pensar que existe pouco dinheiro no SNS. E o SNS não captiva os médicos, porque obriga-os a trabalhar bastante (não pagando horas extraordinárias, fazendo turnos de 12 horas...) e a não receber tanto quanto isso!