70% dos engenheiros civis chumbam na Ordem
Cerca de 70% de todos os licenciados em Engenharia Civil que em Fevereiro deste ano fizeram exame de admissão à Ordem dos Engenheiros (OE), chumbaram, "mesmo com a possibilidade de ir a oral a partir de 6,5 valores". E alguns revelavam um desconhecimento tal que "nem sabiam dizer quantos litros de água cabem num metro cúbico".
Quem o diz é Fernando Santo, bastonário da OE, para quem a manutenção das avaliações de competências é "uma questão de segurança de pessoas e bens", dado o papel "essencial" dos engenheiros em muitos equipamentos que servem a sociedade.
A criação da Agência de Acreditação do Ensino Superior, que terá por missão avaliar todos os cursos do sector até 2009/10; e o novo regime das associações profissionais - que deixarão de poder definir requisitos ou restrições ao exercício das profissões - levaram o bastonário da OE a tecer recentemente duras críticas ao Governo, que acusou de incoerência, "ao introduzir provas de ingresso para os professores no Ministério da Educação" e depois, no ensino superior, "proibir" as Ordens de fazer a mesma avaliação aos licenciados das suas áreas.
Entretanto, na passada sexta- -feira, houve uma reunião no Ministério da Ciência e Ensino Superior (MCTES), com Mariano Gago, que acalmou os ânimos. "Foi um encontro muito positivo", admite Fernando Santo. " O ministério manifestou interesse em que a OE continue a participar na certificação dos cursos do ensino superior, através do seu sistema, que poderá vir a ser utilizado pela Agência de Acreditação", contou. "E também não foi posta de parte a possibilidade de continuar a fazer a avaliação de capacidades dos licenciados para algumas tarefas."
Corrida aos exames
Actualmente, através de regras internacionais definidas no sistema EU-RACE, reconhecido pela União Europeia, a Ordem já certifica cerca de uma centena de cursos de Engenharia em Portugal, cujos licenciados ficam dispensados do exame de admissão a esta associação da classe.
Os restantes alunos, para obterem a filiação, têm de se submeter a um exame de acesso. E são cada vez mais os que o procuram: "Em 2004, nas diversas áreas da Engenharia, candidataram-se ao nosso exame cerca de 220 alunos. Este ano, só em Fevereiro, fizeram a prova cerca de 520, mais de 400 dos quais da Engenharia Civil", contou Fernando Santo. "E, pela primeira vez, fomos obrigados a organizar uma segunda época, no final de Novembro, que terá elevado o total para mais de 800."
Para o bastonário, estes dados mostram "a importância" que a OE e os seus mecanismos de avaliação têm para quem quer entrar na profissão: "Só este ano, deveremos inscrever mais de 1500 estudantes, entre os que fizeram exame e os candidatos de cursos acreditados. Já passamos os 42 mil afiliados, e somos a ordem com mais membros do País."
Porém, a 'corrida' às provas está a revelar outro indicador menos fa- vorável: a deficiente preparação de muitos licenciados. "Nos vários cursos, o insucesso está entre os 50% e os 60%. Na Engenharia Civil, o mais representativo, ronda os 70%. Subiu 20% em dois anos." Sem exames, explica, "seriam estes licenciados que entrariam na profissão sem controlo, já que a agência de acreditação só começa a avaliar cursos em 2009".
DN
Estamos no bom camimho...!
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Chong Li
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duffy
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Mas isso não é preciso ver as estatisticas, basta ver as asneiras que se fazem só aqui na zona centro, dou o caso da ponte nova ao lado da ponte dos arcos na figueira da foz, é preciso andar 5 anos numa universidade para fazer chegar ali para tapar o canal e deixar uns 10m para passar aquele volume todo de água? É óbio que ia dar asneira, acho que até o meu sobrinho com 4 anos percebia que aquilo era uma grande asneira... E para mostrar a incompetência dos engenheiros que lá andam, para fazer uma ponte com uns 500m que aquilo deve ter, já lá andam à 1 ano, e o pontão da auto-estrada nova que liga à A14 com uns 2km já está quase pronto em meses... enfim... 
Esqueci-me de referir que em todas a áreas há bons e maus profissionais, mas os eng. civis estão mais sujeito à critica pública porque o trabalho está à vista de todos
Esqueci-me de referir que em todas a áreas há bons e maus profissionais, mas os eng. civis estão mais sujeito à critica pública porque o trabalho está à vista de todos
Última edição por duffy em quinta-feira, 13 dezembro 2007 13:48, editado 1 vez no total.
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daniel322
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