Falta dinheiro para concluir obras do Campo de Santa Cruz
Os atrasos na conclusão definitiva das obras do Campo de Santa Cruz devem-se à falta de dinheiro. A Associação Académica de Coimbra apresentou uma candidatura a verbas estatais, mas, até agora, a resposta ainda não chegou
Quando, em 2001, fechou portas para sofrer obras profundas de remodelação, todos perspectivavam que, dentro de alguns meses, o Campo de Santa Cruz se apresentaria de “cara nova”, permitindo à cidade ter uma infra-estrutura desportiva, capaz de se tornar na solução para alguns dos problemas sentidos pelos atletas.
Após a conclusão da primeira parte dos trabalhos, que custou cerca de um milhão de euros, as obras praticamente pararam, razão pela qual, hoje em dia, quem se atreve a espreitar para o Campo de Santa Cruz tem motivos suficientes para se assustar. As ervas cresceram até a uma altura indisfarçável e os entulhos acumulam-se sem regras.
Por isso, todas as obras da primeira fase, que sofreram inúmeros atrasos, acabam por passar despercebidas. O recinto está irreconhecível, mas, para já, não pelos melhores motivos. Refira-se que a gestão do Campo de Santa Cruz, cedido pela Câmara de Coimbra, foi entregue pela Universidade à Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC).
Contactado pelo Diário de Coimbra, Paulo Fernandes, presidente da Direcção-Geral da AAC, referiu que «já submetemos uma candidatura ao Estado para podermos financiar as obras da segunda fase». «Estamos a aguardar que seja aprovada e a verba canalizada para, finalmente, concluirmos a obra», acrescentou.
“Valor avultado”
Questionado sobre o valor exacto necessário para a conclusão da segunda fase, o presidente da Direcção-Geral da AAC optou por revelar tratar-se de «um valor avultado e uma verba substancial». A falta de financiamento justifica os atrasos, que, nos últimos anos, se têm sucedido, motivando dúvidas sobre a data de conclusão total da obra.
Apesar de Paulo Fernandes não ter divulgado o montante exacto para a conclusão da segunda fase, os arquivos permitiram saber que, tal como admitiu Miguel Duarte, quando ainda era presidente da AAC, «esta fase dos trabalhos está orçada em 400 mil euros». Uma verba necessária para «colocar os pisos sintéticos em falta e fazer alguns acabamentos».
O dirigente associativo manifestou que «por minha vontade e dos elementos da Direcção-Geral, esta obra já estava concluída». «Vamos aguardar, não depende só de nós e existem outros interesses», revelou Paulo Fernandes, que, relembre-se, assumiu a conclusão das obras do Campo de Santa Cruz como um dos objectivos do seu mandato.
«Sem dinheiro não é possível ter a obra pronta», sublinhou o dirigente associativo, revelando que pretende tornar o campo num «espaço desportivo e cultural, que também possa servir a população em geral». Por isso, disse sentir «muito desgosto» por a obra ainda não ter sido concluída, assumindo tudo ir fazer para que tal aconteça «o mais rápido possível».
Os primeiros anos de glória do emblema estudantil foram vividos no “velhinho” Campo de Santa Cruz. Um espaço desportivo onde (quase) todas as modalidades com tradição se exibiram - sempre com lotação esgotada - e onde deram os primeiros passos. Aliás, foram muitos os nomes grandes do desporto português que subiram ao mítico campo.
O espaço, garantiu Paulo Fernandes, «faz muita falta aos jovens e adultos como local de eleição para a prática desportiva». O campo terá outras valências para além da prática do futebol, com os dois ringues da zona superior a serem reactivados, agora com as condições essenciais para a prática de outras modalidades, contrariando o que sucedia ultimamente.
Fonte: Diário de Coimbra
E continua a espera...
Não deviam ponderar estes aspectos desde o início das obras?
