Empregabilidade em Matemática

Para professores, alunos e funcionários do ensino superior
Avatar do Utilizador
Pedro
Administrador
Administrador
Mensagens: 12067
Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07

Empregabilidade em Matemática

Mensagem por Pedro »

Disciplina antiga... profissão nova

Dar aulas deixou de ser a única motivação para tirar um curso de matemática. Hoje, muitos dos alunos encontram emprego na banca, seguradoras, empresas de software e administração pública.

Quem olhar apenas para os números, sem fazer uma análise detalhada, até pode pensar que a matemática está em crise. Há 10 ou 15 anos atrás, refere Paula de Oliveira, presidente da Comissão Científica do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra (DMUC), “o número de alunos era muito elevado. Rondaria os 100, 150 alunos por ano”. No último ano, foram apenas 25 os estudantes que entraram para o curso de Matemática.

Para a docente, esta diminuição de alunos deve-se a uma razão conjuntural: “há 10 anos atrás, nós tínhamos um ensino básico e secundário que estava em crescimento e havia uma necessidade enorme de professores”, pelo que qualquer aluno de Matemática sabia que “tinha uma colocação”. Actualmente, a realidade é diferente. Houve uma diminuição da natalidade, há menos jovens para ensinar “e, portanto, esse aspecto do ensino [da matemática] perdeu um pouco da sua importância, porque o acesso à carreira está difícil”. conclui Paula de Oliveira. No entanto, observando o que se passa hoje em outros países europeus, em que há escassez de professores, tudo indica que a situação é transitória e que se deverá alterar a breve termo.

O que espera, então, os 25 alunos que este ano entraram para o curso de Matemática? A resposta é surpreendente: “hoje, o nosso grau de empregabilidade, na licenciatura de Matemática, ultrapassa os 100 por cento”, afirma a presidente da Comissão Científica. É na administração pública, na banca, nas seguradoras ou nas empresas de consultoria. Os pedidos das entidades empregadoras chegam mesmo a superar a capacidade de resposta do departamento, o que leva a responsável a concluir que, no DMUC, se forma hoje “ uma matéria-prima rara”: “rara no sentido em que me pedem e eu não tenho”, acrescenta.

A docente considera ainda que “o problema das entradas em matemática não é um problema de Coimbra nem de Lisboa nem do Porto”. É um assunto global: “os únicos países onde isto não acontece é nas novas economias. É na China, na Coreia, porque, nos Estados Unidos, na Austrália, na Inglaterra, em toda a Europa, há uma crise nas vocações científicas”, destaca.

Fonte: As Beiras
Encontrei este artigo hoje no As Beiras. É impressão minha, ou a parte que coloquei a itálico não faz grande sentido, ainda mais vinda de um licenciado em Matemática? :? A menos que eles andem a contar o número de empregos que cada um tem, é impossível o grau de empregabilidade ser superior a 100%. Ou esta estatística funciona de forma diferente?

Para mim, se em 4 pessoas 2 estiverem empregadas, dá um grau de empregabilidade de 50%. Se cada uma dessas duas tiver dois empregos em vez de apenas um, não dá 100%, mantém os 50%, porque metade deles continuam desempregados. Que contas é que andam a fazer no departamento de Matemática? :? Ou eu é que falhei qualquer coisa pelo meio?

Será que se estão a referir ao facto de haver mais pedidos de emprego do que alunos? Mas, nesse caso, isso também não é uma estatística realista... se houver 100 pedidos de emprego para 25 pessoas e 90 forem uma porcaria que ninguém aceita, qual o benefício de existirem esses 90 e incluí-los numa estatística? :?

Avatar do Utilizador
duffy
Lendário
Lendário
Mensagens: 3475
Registado: domingo, 14 novembro 2004 22:54

Mensagem por duffy »

Ontem a noite quando li a notícia no site do Beiras também reparei nisso, mas pensava que era eu que estava a interpretar mal alguma coisa :lol: Realmente eles fazem umas contas um bocado manhosas :?

nfh
Experiente
Experiente
Mensagens: 257
Registado: segunda-feira, 11 julho 2005 0:49

Mensagem por nfh »

Se, por exemplo, houver 5 empregos e apenas 4 concorrem, então a empregabilidade será de 125%. Penso que é a isso que se referem, que há mais oferta que procura.

Avatar do Utilizador
Pedro
Administrador
Administrador
Mensagens: 12067
Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07

Mensagem por Pedro »

Sim, é disso que falo na questão dos 100 empregos. Se desses 5 empregos apenas um for decente (os outros são praí contratos mensais pelo salário mínimo ou pouco mais), é normal que ninguém concorra. Não teria mais lógica verificar quem está e quem não está empregado? Acho que seria uma estatística mais realista.

Avatar do Utilizador
Chong Li
Lendário
Lendário
Mensagens: 2236
Registado: terça-feira, 27 setembro 2005 22:32

Mensagem por Chong Li »

Também reparei nisso, quando li, hoje, a notícia.
A pessoa que falou é Catedrática.
Penso, simplesmente, que foi um abuso da linguagem, devido ao facto de haver mais oferta do que pessoas (como é explicado mais à frente).

No entanto, não passa de mera propaganda... hoje em dia, nas universidades, vale tudo, para captar alunos.
O departamento de Matemática, teve que abrir os olhos. Quando tinham 100 a 150 novos alunos por ano, pouco se preocupavam. Era o ensino em massa e pouco preocupado - embora de boa qualidade, há que dizê-lo. Hoje em dia, os alunos que vão para Matemática, têm ensino quase personalizado.

rafasimoes
Novato
Novato
Mensagens: 25
Registado: terça-feira, 26 junho 2007 10:53

Mensagem por rafasimoes »

Eu penso que "ele" queria dizer que os "Matemáticos" têm condições no mercado de trabalho de ter mais que um emprego ao mesmo tempo!!!
Já a percentagem de pessoas com emprego ser superior a 100%, é um "pontapé na atmosféra", do tipo "em cada 5 pessoas 6 têm emprego" LOL...
Ele pode dizer é que para cada 5 "Matemáticos" existem 6 empregos...
....