Fica aqui o aviso, para quem quiser vender (ou comprar) qualquer coisa. É uma ideia original, embora não arrisque prognósticos quanto à adesão.Monte a banca e venda o que quiser
É a primeira feira do género em Coimbra, onde o cidadão comum poderá vender o que quiser. Apesar de se chamar Feira sem Regras, será preciso cumprir um regulamento
A entrada poente do Parque Verde, junto ao Convento de Santa Clara-a-Velha, recebe no próximo sábado a primeira edição da Feira sem Regras, na qual o cidadão tanto poderá assumir o papel de vendedor como de comprador. Trata-se, nas palavras do presidente da Associação dos Amigos da Margem Esquerda, Santos Veloso, de «uma feira alternativa», onde qualquer pessoa pode vender o que quiser, desde artigos de produção própria àqueles que tem guardados em casa e dos quais se pretende desfazer. Qualquer um, não é bem assim: apenas quem não for comerciante, até porque o objectivo é marcar a diferença em relação a outras feiras que se realizam na cidade.
«Trata-se, no fundo, de uma feira onde o cidadão poderá manifestar a sua cidadania, quer através de manifestações artísticas, quer na venda de artigos», sintetizou.
Para que o nome da feira não gere dúvidas (até porque a escolha deveu-se ao facto de decorrer junto à Avenida João das Regras), o vice-presidente da Câmara, João Rebelo, fez questão de sublinhar que quem quiser montar banca terá que cumprir um regulamento, nomeadamente quanto à protecção da banca e limpeza do espaço. «Esperamos que a iniciativa atraia muitas pessoas a um novo espaço da cidade, no qual procuramos promover animação», enfatizou, adiantando que a feira terá um carácter mensal, realizando-se no primeiro sábado de cada mês.
José Simão, presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara, felicitou a Associação dos Amigos da Margem Esquerda pela iniciativa, destacando o facto de a feira «chamar a atenção» para um dos mais bonitos espaços da cidade, requalificado no âmbito do Programa Polis.
A feira decorre sábado entre as 10h00 e as 20h00, mas as inscrições poderão ser feitas uma hora antes da abertura.
Fonte: Diário de Coimbra
Feira sem Regras - 2 de Junho
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Pedro
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Feira sem Regras - 2 de Junho
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Planeias comprar ou vender ? Se for para comprar vais ter que ser muito rápida pois a procura deve ser muitaJulesS Escreveu:Será que se pode vender droga, armas?
Desde que sejam armas e drogas legais, que pudesses vender num outro qualquer estabelecimento comercial, penso que sim
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Lino
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Parece que correu bem.Muitas compras numa feira onde a regra é a animação
A praça criada pelo Polis junto ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha ganhou ontem outra cor. Centenas de pessoas compraram, venderam, divertiram-se e aproveitaram um lindo sábado de sol animando uma “Feira sem Regras” que promete tornar-se numa coisa séria
Chapéus-de-sol de várias cores. O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha como cenário. Muita gente, mesmo muita gente a aproveitar a manhã quente e a responder com entusiasmo à chamada da Associação de Amigos da Margem Esquerda (AMME) para comprar ou vender numa “Feira sem Regras” que, a avaliar pela adesão, ameaça tornar-se numa coisa bem séria.
A música ouve-se ao longe e a multidão fora do normal naquela zona funciona como atracção para muitos mais clientes, de tal maneira que, uma hora depois do início da feira que pretende animar um zona da cidade recentemente requalificada pelo Polis, é já grande a dificuldade para estacionar nas redondezas e difícil saber se são mais os que vendem ou os que estão na feira para comprar.
Amâncio Ferreira acaba de chegar. Na mão ainda não há nada, mas no olho já estão retidos alguns objectos engraçados que poderá levar para casa. Vindo de propósito para ver como está a correr a feira, este habitante de Castelo Viegas não pode estar mais satisfeito com o resultado. «Quando via a Feira da Ladra, em Lisboa, pensava sempre por que é que não se fazia uma do género em Coimbra. Aqui está ela… e com muita gente», conta, elogiando especialmente o espaço escolhido para a realização do evento.
A opinião unânime é mesmo essa: «É fantástico! É uma excelente forma de dar a conhecer a margem esquerda e esta zona da cidade», confessa José João Rodrigues, muito contente, e até um pouco admirado, com a adesão de visitantes e de “feirantes” à nova praça criada pelo Programa Polis junto ao Convento de Santa Clara-a-Velha, onde a regra é vender e comprar de tudo em troca de uns tostões, mas especialmente passar um bom bocado, num espaço agradável.
E é de tudo o que se vê na “Feira sem Regras”. José João divulga o sal marinho – vindo de uma salina da Figueira da Foz – com funções terapêuticas e, quando misturado com ervas aromáticas, óptimo para temperar os grelhados lá de casa. Mas nesta espécie de mercado onde profissional “não entra” há quem tenha para vender muitas outras coisas, desde bijuteria, a sacos e carteiras de pano, passando por livros antigos, mobílias, roupa que já não serve, a hortaliça fresquinha do quintal ou até material informático antigo.
É o caso de André Antunes e de Pedro Silva que acomodam numa pequena mesa de praia verdadeiras relíquias informáticas como placas de rede e de vídeo, processadores ou até uma disquete de oito polegadas em tamanho “XXL”, considerada «da pré-história dos computadores». Tudo a um euro… até às 14h00. A partir daí é escolher, pegar e levar, sem pagar, porque os dois “feirantes” não querem levar nada de volta para casa.
Instituições angariam fundos
«Viemos por brincadeira e porque nos pareceu interessante esta ideia de dar a conhecer uma zona da cidade tão desconhecida das pessoas», explicam, considerando «uma mais-valia» para Santa Clara e para Coimbra se a feira continuar em edições futuras. «Isto desde que o espírito seja o mesmo e não venham para cá vendedores profissionais», acrescenta Pedro Silva.
O espírito é mesmo esse e parece ter sido muito bem assimilado por todos quantos decidiram participar na edição experimental da “Feira sem Regras”. A maioria participa pela primeira vez numa iniciativa do género e há até bancas de instituições sociais que aproveitam o evento para angariar fundos para as suas actividades.
É o caso do Colégio de S. Caetano, na Sé Velha, que acolhe cerca de 40 crianças carenciadas e que, representado pela monitora Ana Paula, tem para vender velas, quadros e outros objectos feitos pelos meninos da instituição. «Todo o dinheiro que venha é bom para nos ajudar», afirma, muito satisfeita com o êxito da iniciativa.
Já para Regina Araújo a “Feira sem Regras” é a oportunidade para concretizar um sonho antigo, mas escondido entre as quatro paredes de uma divisão lá de casa. Pela primeira vez, esta pintora em part-time mostra ao público os seus quadros e, mesmo que não venda nenhum, não consegue esconder a emoção de partilhar a sua arte com outras pessoas. «Não estabeleço preço. Cada pessoa dará o que quiser, mas se vender algum quadro será como um filho que irei largar», confessa, com as lágrimas nos olhos.
Nem tudo é um mar de rosas. A falta de estacionamento e de passadeiras torna-se na maior dor de cabeça de quem não resiste a espreitar a feira, atraído pela música, pelos coloridos chapeús-de-sol, pela multidão fora do comum ou até pelas notícias dos jornais.
«Atravessar a estrada para este lado é muito perigoso», comenta Alcides Couceiro, de S. João do Campo, lamentando ainda a «falta de condições do estacionamento», nomeadamente junto ao Estádio Universitário. «Devia ser mais disciplinado. Se querem continuar com uma iniciativa como esta, que é extraordinária, têm de pensar nisso», continua.
Uma ideia da Associação de Amigos da Margem Esquerda, a “Feira sem Regras” – que tem este nome por decorrer perto da Avenida João das Regras, em Santa Clara – conta ainda com a organização da Junta de Freguesia de Santa Clara e da Câmara Municipal de Coimbra.
Fonte: Diário de Coimbra
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E houve uma segunda edição, embora aparentemente sem a publicidade e sucesso da primeira (pelo menos eu nem sabia que tinha sido realizada). Peças demasiado caras ou partidas... não me parece que tenha sido tão compensadora quanto isso para quem compra (a menos que o DC tenha decidido focar-se apenas nas experiências negativas).“Se calhar daquilo que eu não gosto há muita gente que gosta”
Uns trazem para a feira aquilo que lhes sobra em casa, porque já não lhes serve ou porque se fartaram. Outros procuram vender os produtos que fabricam à mão. O consumidor é que escolhe. Mas o negócio parece fraco
“Quanto é aquela fruteirinha azul?”, pergunta uma potencial compradora. “Aquela é de 20 [euros]. É pintada à mão!...”
Cristina Oliveira, artesã a residir em S. Silvestre, bem tenta justificar o preço que pede pela peça, mas a senhora logo vira costas.
Ao lado, expostos também no chão, os brinquedos (cada um a 50 cêntimos) que a filha já dispensa.
Até perto do meio-dia, a mãe tinha vendido um bibelô (por um euro) e um fio. A pequena nada.
«Isto é por carolice, para a gente se divertir. A iniciativa é giríssima», comenta a vendedora da Feira sem Regras que a Associação de Amigos da Margem Esquerda (AAME) promove, pela segunda vez, na nova praça construída, no âmbito do Programa Polis, junto ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.
Por outro lado, diz que está ali «para desempatar a casa», de produtos que ainda lhe restam de uma loja de artesanato que fechou já lá vão sete anos, que não lhe interessam mais: «Se calhar, daquilo que eu não gosto há muita gente que gosta», argumenta Cristina Oliveira.
São menos os que trazem coisas usadas e velhas para vender do que aqueles que trazem artesanato, explica Santos Veloso, presidente da AAME.
Rita e Joana Capelo, António e Patrícia Homem e João Antunes são exemplo da primeira situação: trazem para a feira aquilo que lhes sobra em casa, que já não lhes serve ou de que se fartaram.
Acompanhados por um adulto, que não levanta os olhos do jornal que lê, estes cinco adolescentes, com idades entre os 10 e os 16 anos, explicam que aderiram à feira «para arranjar alguns trocados para as férias e para passar o tempo». Propunham-se vender DVD’s «não pirateados» que já viram «muitas vezes», livros e roupas, entre outros artigos.
Conversa que vende
Para vender algumas peças o que é preciso mesmo é lábia.
«Isto é só colar assim, com um bocadinho de massa de cimento. Já me ofereceram dez euros por ela na outra feira e não a vendi». Carlos Leandro não é novo nisto. Tem conversa e lá convence uma senhora de idade a levar a terrina quebrada.
«É partida porque vai para uma feira e outra e parte. Mas aquilo é pintado à mão», explica-se, ao DC.
«Ela está-se toda a desfazer... Olhe, apanhe outra doida como eu!», fala a razão da senhora, que, movida pelo coração, sempre leva a peça de seu agrado.
Cofres, puxadores de portas, telhas pintadas à mão, quadros (alguns para os quartos das crianças), agricultura biológica, filmes, gravadores antigos, tapetes, bordados, moedas, louças, artesanato variado (feito pelos próprios expositores), livros e revistas, carteiras de senhora, peças de vestuário e sapatos usados. De tudo um pouco se viu na Feira sem Regras. Ontem com menos sol durante o período da manhã e com uma nova passadeira regulada por semáforos, que facilitou o atravessamento da via.
Além dos vendedores de Coimbra, também acorreram forasteiros, de concelhos mais ou menos próximos: Condeixa-a-Nova, Miranda do Corvo, Lousã, Penacova, S. Pedro de Alva, Tábua, Viseu, Anadia, Figueira da Foz, Soure, Pampilhosa, Tondela e Cantanhede.
Até há hora de almoço, passavam de 80 os expositores inscritos na feira, embora os compradores fossem menos do que na primeira edição, em Junho. «Muita gente já está de férias», comentou Santos Veloso.
Fonte: Diário de Coimbra