60 milhões de euros para revolução entre estações
O início das obras em Coimbra B está marcado para Abril, mas o resultado da verdadeira revolução que está prevista para a área entre a Baixa e a Estação Velha só será conhecido dentro de, pelo menos, dois anos e meio. Criar ali «uma fachada urbana sobre o rio» foi o ponto de partida de Joan Busquets, arquitecto responsável pelo projecto, que ontem esteve em Coimbra para dar “um cheirinho” de como será aquela zona no futuro. Só na componente pública, a obra custará cerca de 60 milhões de euros
O projecto da Estação Central e de requalificação urbana da zona entre a Estação Nova e Coimbra B custará, só na componente pública, cerca de 60 milhões de euros e deverá estar concluído dentro de cerca de dois anos e meio.
A garantia foi dada ontem por Cintra Nunes, presidente da Invesfer, durante a cerimónia de apresentação do projecto por Joan Busquets, na Câmara Municipal de Coimbra, onde o arquitecto catalão prometeu uma verdadeira revolução urbanística na zona entre a Baixa e a Estação de Coimbra B.
Uma estação intermodal onde “casem” os serviços de transportes ferroviário (eléctrico rápido e comboio), rodoviário (autocarros públicos e privados, táxis ou transporte privado) e até ciclovia. Uma nova estrutura de acessibilidades. Transformação da linha ferroviária entre estações numa zona verde e pedonal de usufruto do rio, onde passará, no futuro, o eléctrico rápido de superfície. São algumas das ideias do protocolo assinado em 2001 (e revisto em 2002) entre a autarquia, a REFER e a Metro Mondego a que o arquitecto catalão deu forma e ontem mostrou a Coimbra.
Uma proposta arquitectónica diferente da que era conhecida no projecto “Estações Com Vida”, nomeadamente no que respeita ao desenho da estação – passará a ser por cima das linhas do comboio e não subterrânea como estava previsto –, aos cais dos diferentes tipos de transportes – passam a funcionar à mesma cota -, ou à distribuição dos edifícios destinados aos serviços. Tudo com o objectivo principal de, conforme confessou durante a cerimónia, recuperar toda a zona entre estações e transformá-la «numa fachada urbana» sobre o Mondego.
Mais de 60% da parte
privada negociada
A estação intermodal, as acessibilidades e o Fórum Miguel Torga, que ocupará o espaço da actual Estação Nova, fazem parte da parte pública do projecto e correspondem à primeira fase da obra, que terá início já em Abril para intervenção nas linhas, catenárias e no cais de embarque da Estação de Coimbra B e consequente desactivação da componente ferroviária da Estação Nova.
Uma obra da responsabilidade da REFER e «obrigatoriamente longa, uma vez que não é possível parar a circulação de comboios para acelerar os trabalhos», explicou Cintra Nunes, mas que permitirá que o projecto do edifício da estação seja, entretanto, aprovado e, depois, concluído ao mesmo tempo que a requalificação ferroviária, ou seja, lá para finais de 2007.
O projecto inclui ainda uma forte intervenção privada – com equipamentos colectivos de interesse público - que, explicou Cintra Nunes, avançará «à medida que o interesse dos privados for avançando», mas que poderá até tomar forma num futuro muito próximo. Isto se tivermos em conta que, conforme garantiu o responsável da Invesfer, «60% da parte não pública da intervenção em Coimbra B já está a ser negociada e com negociações avançadas com entidades privadas». Num total de 65 mil metros quadrados, a componente privada é composta por um pavilhão multi-usos, também chamado Arena, – para eventos desportivos, concertos ou convenções e com capacidade para cinco mil pessoas-, residências universitárias e assistidas – de apoio a seniores -, um hotel e escritórios.
A proposta de Joan Busquets inclui ainda aquilo que Carlos Encarnação chamou de «soluções evolutivas», não só porque propõe um novo desenho para a entrada Norte de Coimbra, mas também porque prevê uma futura ligação verde ao Choupal e ao Vale de Coselhas, nomeadamente quando se concretizar a construção de uma nova ponte a jusante do Açude e for possível eliminar o viaduto de acesso ao IC-2.
Uma nova zona nobre da cidade
Grandes armazéns dão lugar a habitação de qualidade
Prédios com um máximo de cinco andares, com espaços ajardinados comuns e com acesso e vistas privilegiadas para o rio Mondego. É a proposta de Joan Busquets para a área onde hoje ainda vemos um conjunto de grandes armazéns de apoio à actividade ferroviária, logo a seguir à Estação Nova.
«Um espaço urbano, reabilitado, de qualidade», explicou o arquitecto catalão, prevendo para o local uma nova solução de arruamentos, todos com ligação directa ao Mondego, um generoso espaço verde, e pedonal, e um conjunto de serviços para usufruto do rio, para moradores ou visitantes naquele local.
Uma nova zona nobre da cidade que, confidenciou Cintra Nunes, poderá justificar um preço mais elevado dos espaços residenciais ou comerciais, mas também um mais forte interesse imobiliário e a possibilidade de concretização rápida desta vertente do projecto, dependente do interesse de privados.
Até porque ali perto será criado o Fórum Miguel Torga e construído – no espaço das antigas Fábricas Triunfo – um complexo de cinemas que enriquecerá toda a zona. Recorde-se que o Fórum Miguel Torga, a instalar na actual Estação Nova, é um projecto dos arquitectos Alberto Castro Nunes e António Maria Braga, pretendendo ser um centro ligado ao comércio com características culturais, como livrarias, discotecas, galerias de arte, entre outros.
O projecto, orçado em mais de dois milhões de euros, inclui ainda uma zona de restauração, lazer espaços de uso público, para além de um anfiteatro aberto sobre o rio onde se poderão desenvolver eventos culturais, nomeadamente promovidos pela autarquia. A REFER acredita que esteja concluído dentro de três anos.
in Diário de Coimbra
Nova entrada Norte de Coimbra
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ShichiAkaAkuma
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Nova entrada Norte de Coimbra
É verdade que parte deste assunto já está a ser discutido no tópico sobre a estação Coimbra B, porém este assunto já envolve muitas mais coisas além da estação, por isso abri um novo tópico.
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Pedro
- Administrador

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PS vota contra o projecto global
Socialistas aprovam a gare intermodal mas dizem não querer “passar um cheque em branco” ao projecto a implementar na frente ribeirinha.
O PS chumbou ontem, na reunião quinzenal do executivo camarário, o estudo conjunto de requalificação e renovação urbanas, o chamado projecto “Estações com Vida”, previsto para a zona compreendida entre a Estação Nova e Coimbra B. Em causa, argumentam os socialistas, está o facto de não se saber em concreto o que está projectado para a frente ribeirinha.
Apesar de considerarem a requalificação da estação de Coimbra B uma “peça fundamental para Coimbra”, os vereadores do PS acabaram por votar contra o estudo global por nele estar inserida a zona ribeirinha, cujo projecto dizem desconhecer.
“Não gostaríamos de ser confrontados com o projecto já feito. Não vamos passar um ‘cheque em branco’”, afirmou o socialista Luís Vilar, que alertou para eventuais violações do Plano Director Municipal (PDM), nomeadamente ao nível dos edifícios destinados a equipamentos, como a antiga fábrica Ideal.
Apesar de Vilar ter solicitado a votação faseada do estudo (que se apresentou dividido em dois pontos – um relativo à gare intermodal e outro relacionado com a frente ribeirinha), o presidente da CMC, Carlos Encarnação, acabou por proceder à votação tal como havia sido apresentada ao executivo camarário, ou seja, em conjunto, merecendo o voto favorável da maioria PSD/PP e do vereador da CDU.
A decisão não caiu bem a Luís Vilar, que acusou Encarnação de ter utilizado o “poder discricionário” e de ter avançado “ao arrepio de tudo”. “O PS não colabora com qualquer negociata”, disse Vilar, justificando assim o voto.
O vereador com o pelouro das Obras Públicas da CMC, João Rebelo, recordou que a proposta levada à reunião do executivo camarário foi realizada no seguimento do protocolo recentemente assinado. “Fi–lo em consciência, na certeza de que não há nenhum conflito com qualquer instrumento de ordenamento em vigor”, acrescentou.
Aos jornalistas, Luís Vilar explicou que o voto contra pretende, acima de tudo, “não criar expectativas” aos promotores que possam estar interessados em investir naquela zona. “Compreendo que a negociata que a maioria está a fazer com a INVESFER [uma das entidades envolvidas no projecto ‘Estações com Vida’] possa ser rentável, mas não se pode fazer à revelia”, considerou o socialista.
Contudo, Vilar diz ser favorável à “vivificação da Baixa”, mas exige saber que tipo de habitação e ordenamento vai levar a cabo na frente ribeirinha. “Estou cem por cento de acordo com um promotor privado, mas não pode haver negociatas que desconhecemos”, disse, recordando que o PS votou favoravelmente os termos do concurso público do Eurostadium, que previa equipamentos “para jovens e terceira idade”, e que acabaram por “sair duzentos apartamentos”.
Fonte: As Beiras
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ShichiAkaAkuma
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Jeordie
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Viva_a_Historia
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Em relação à construção de uma nova ponte a jusante da Ponte Açude há alguma novidade? E e o que vai ser feito da actual Ponte Açude, visto que o IC2 passará a entrar directamente nessa nova ponte? Como vai ser a intersecção entre o IC2, aquando da chegada à margem esquerda, com a N341 (via rápida de Taveiro)?
É de lamentar que ainda em 1991 tenham acabado a construção do viaduto da Ponte Açude para o IC2 e passados 15 anos já estar ultrapassado e com necessidade de uma nova construção. E a Casa do Sal veio com isso.
É de lamentar que ainda em 1991 tenham acabado a construção do viaduto da Ponte Açude para o IC2 e passados 15 anos já estar ultrapassado e com necessidade de uma nova construção. E a Casa do Sal veio com isso.
