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05-07-2006
Patrícia Cruz Almeida
INVESTIGAÇÃO – FCTUC estuda ossos de D. Afonso Henriques
Um grupo de investigadores do Departamento de Antropologia da FCTUC vai estudar os ossos do primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
O túmulo de D. Afonso Henriques, assente na Igreja de Santa Cruz, vai ser aberto hoje, por volta das 17H30. Com este passo, um grupo de investigadores da FCTUC concretiza uma ambição antiga e "determinante" para recolher informações sobre o primeiro Rei de Portugal.
Pretende-se "reconstruir o perfil biológico do rei, a sua estrutura física, a sua estatura, a idade que tinha quando morreu, bem como, tentar deslindar algumas patologias que o afligiram e que deixaram vestígios nos seus ossos", afirma Eugénia Cunha, especialista em Antropologia Biológica que lidera esta investigação.
"O que mais real dele resta, o seu esqueleto, pode dar-nos informações inéditas. É que os ossos humanos guardam estórias e episódios da vida que uma vez devidamente decifrados se tornam fontes documentais absolutamente únicas e insubstituíveis", sustenta a docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, numa nota enviada às redacções.
A datação do esqueleto (por radiocarbono); o perfil genético; a dieta do Rei (através da análise química dos ossos) e a sua reconstrução facial serão, também, devidamente analisadas, adianta a investigadora.
Este projecto pretende validar algumas descrições que já existem sobre D. Afonso Henriques. "Possivelmente, só o registo esquelético facultará o colmatar de inquirições que permanecem, nas muitas vezes contraditórias, exposições históricas", refere a mesma nota.
Com a ajuda de meios técnicos apropriados, esta equipa de cientistas do Departamento de Antropologia da FCTUC irá tentar obter a imagem do primeiro rei de Portugal e contar episódios da sua vida.
Estou para ver o que eles encontram!
FCTUC vai estudar ossos de D. Afonso Henriques
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Lino
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Pedro
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Vais ter de esperar mais um bocado para ver o que eles encontram.Suspensa abertura do túmulo de D. Afonso Henriques
O ministério da Cultura ordenou esta quinta-feira a suspensão da abertura do túmulo de D. Afonso Henriques por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, que pretende estudar o perfil biológico do primeiro rei de Portugal.
A abertura do túmulo na Igreja do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, que estava prevista para as 17h00, fica assim adiada até nova ordem.
Segundo avançou a rádio 'TSF', na origem da suspensão está o facto de o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) não ter feito o respectivo pedido de autorização à ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, não cumprindo um dos requisitos necessários para a abertura do túmulo de D. Afonso Henriques.
A antropóloga forense Eugénia Cunha lidera a equipa que pretende traçar o retrato biológico de D. Afonso Henriques, que integra outras duas antropólogas da Universidade de Coimbra, Ana Carina Marques e Sónia Codinha, o médico e antropólogo forense espanhol Miguel Botella (Universidade de Granada), o médico francês Bertrand Ludes, a geneticista francesa Christine Kayser (Universidade de Estrasburgo) e o historiador português José Mattoso (Universidade Nova de Lisboa).
Dados históricos referem que o túmulo de D. Afonso Henriques - que faleceu há 820 anos -, na igreja de Santa Cruz, em Coimbra não foi a primeira sepultura do primeiro monarca português e que a mesma foi aberta durante o reinado de D. Miguel no século XIX.
Fonte: Correio da Manhã
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Lino
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bluestrattos
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O futuro da Humanidade depende deste estudo. Esta gente necessita urgentemente de arranjar algo de útil para se fazer. Tantas doenças que há no Mundo, escolham uma e orientem-se e deixem lá o Afonso em paz. Está morto não vai a lado nenhum.
Acho que estes investigadores really need to get laid
:mrgreen:
Acho que estes investigadores really need to get laid
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banjix
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Lino
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bluestrattos
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Se é a FCTUC que via fazer o estudo, logo é o Estado que está a pagar, logo é dinheiro do povo que está a ser usado.
É certo que há muito dinheiro mal gasto, mas era de longe, mas de muito longe mesmo, mais importante, investigarem doenças que nos afectam pessoalmente.
Concordo com essa coisa da história, mas prefiro que arranjem uma cura para o canco da mama (por exemplo), do que descobrir coisas sobre o Afonsinho, e que nada de verdadeiramente útil nos vai trazer. Em termos históricos é muito interessante, mas ide a um hospital perguntar a um tipo que está lá deitado com uma doença qualquer sem cura conhecida, se preferiam dizer-lhe "olhe amigo afinal D. Afonso Henriques morreu um mês mais tarde do que se pensava", ou dizer-lhe "viva amigo, uns tipos na FCTUC acabaram de descobrir uma cura para si!".
Mas está certo, vamos lá ver o que novas Afonsinho tem para nos contar!
É certo que há muito dinheiro mal gasto, mas era de longe, mas de muito longe mesmo, mais importante, investigarem doenças que nos afectam pessoalmente.
Concordo com essa coisa da história, mas prefiro que arranjem uma cura para o canco da mama (por exemplo), do que descobrir coisas sobre o Afonsinho, e que nada de verdadeiramente útil nos vai trazer. Em termos históricos é muito interessante, mas ide a um hospital perguntar a um tipo que está lá deitado com uma doença qualquer sem cura conhecida, se preferiam dizer-lhe "olhe amigo afinal D. Afonso Henriques morreu um mês mais tarde do que se pensava", ou dizer-lhe "viva amigo, uns tipos na FCTUC acabaram de descobrir uma cura para si!".
Mas está certo, vamos lá ver o que novas Afonsinho tem para nos contar!
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Lino
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carlacs
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LOL concordo com o bluestrattos!bluestrattos Escreveu: ide a um hospital perguntar a um tipo que está lá deitado com uma doença qualquer sem cura conhecida, se preferiam dizer-lhe "olhe amigo afinal D. Afonso Henriques morreu um mês mais tarde do que se pensava", ou dizer-lhe "viva amigo, uns tipos na FCTUC acabaram de descobrir uma cura para si!".
Também ouvi essa notícia na rádio mas não sabia que iria ser feito pela FCTUC. É dinheiro dos Estado e das nossas propinas, a não ser que isso não saia muito caro, mas se sair.. era evitado. Aliás, se querem a minha opinião, Portugal tem história pra dar e vender,porque é que querem arranjar mais?
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Yagami
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carlacs
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Yagami ninguém aqui está a denegrir a História, aliás eu até disse aquilo na brincadeira, mas se queres a minha opinião acho sinceramente que podiam investir em investigações antropologicas melhorzitas. A estrutura física do rei, idade com que morreu, patologias que o afectaram.. acho que há coisas mais importantes.
Só se quiserem fazer tipo uma revista "maria" sobre a História de Portugal.....Isso é que era!
Só se quiserem fazer tipo uma revista "maria" sobre a História de Portugal.....Isso é que era!
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mario
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Quanto mais se investigar em todas as áreas, melhor.
O raciocínio de "enquanto não houver cura para o cancro não se deve investir tempo e dinheiro a investigar outras coisas" não me convence.
"Enquanto houver fome no mundo ninguém deveria comer sobremesa"
A investigação deve avançar em todas as áreas possíveis e se há pessoas que conseguem financiamento para fazerem estudos que são potencialmente interessantes nas suas áreas de trabalho, é óptimo. E se houver investigadores portugueses envolvidos tanto melhor, como neste caso.
Muito melhor, pelo menos, do que ser um investigador estrangeiro a considerar importante estudar os ossos do séc. XII de um português importante para nós e depois a vender-nos o seu estudo, que compraríamos certamente com todo o interesse (ou financiariamos logo à partida), porque os investigadores nacionais andam todos preocupados com a inexistência de uma vacina para o câncro e não se sentem bem, apesar de antropólogos, a estudar ossos velhos quando há tanta gente a morrer no mundo.

O raciocínio de "enquanto não houver cura para o cancro não se deve investir tempo e dinheiro a investigar outras coisas" não me convence.
"Enquanto houver fome no mundo ninguém deveria comer sobremesa"
A investigação deve avançar em todas as áreas possíveis e se há pessoas que conseguem financiamento para fazerem estudos que são potencialmente interessantes nas suas áreas de trabalho, é óptimo. E se houver investigadores portugueses envolvidos tanto melhor, como neste caso.
Muito melhor, pelo menos, do que ser um investigador estrangeiro a considerar importante estudar os ossos do séc. XII de um português importante para nós e depois a vender-nos o seu estudo, que compraríamos certamente com todo o interesse (ou financiariamos logo à partida), porque os investigadores nacionais andam todos preocupados com a inexistência de uma vacina para o câncro e não se sentem bem, apesar de antropólogos, a estudar ossos velhos quando há tanta gente a morrer no mundo.
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duffy
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Ainda descobrem que ele snifava umas linhas ou fumava umas brocas
Sinceramente até acho interessante este tipo de estudos, mas acho que devia ser financiado por entidades privadas e não andarem a gastar o nosso dinheiro que tanto nos custa a ganhar e para depois ser desperdiçado a pagar a gente que está a olhar para meia duzia de ossos de alguém que já está morto e não vai trazer benificio nenhum aos nossos dias. Depois decobrem, como vi num site sobre as escavações que decorrem no mosteiro que estava submerso, que as freiras tinham muitas cáries, ora isso é absolutamente normal, toda a gente sabe que a maior parte da nossa doçaria foi inventada ou dada a conhecer através das freiras, e antigamente de certeza que não havia Colgate nem Aquafresh para lavar os dentes
Sinceramente até acho interessante este tipo de estudos, mas acho que devia ser financiado por entidades privadas e não andarem a gastar o nosso dinheiro que tanto nos custa a ganhar e para depois ser desperdiçado a pagar a gente que está a olhar para meia duzia de ossos de alguém que já está morto e não vai trazer benificio nenhum aos nossos dias. Depois decobrem, como vi num site sobre as escavações que decorrem no mosteiro que estava submerso, que as freiras tinham muitas cáries, ora isso é absolutamente normal, toda a gente sabe que a maior parte da nossa doçaria foi inventada ou dada a conhecer através das freiras, e antigamente de certeza que não havia Colgate nem Aquafresh para lavar os dentes
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mario
- Experiente

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duffy Escreveu:Sinceramente até acho interessante este tipo de estudos, mas acho que devia ser financiado por entidades privadas e não andarem a gastar o nosso dinheiro que tanto nos custa a ganhar e para depois ser desperdiçado a pagar a gente que está a olhar para meia duzia de ossos de alguém que já está morto e não vai trazer benificio nenhum aos nossos dias.
Notícia de hoje no Diário de Coimbra:
Sexta-feira, 7 de Julho 2006
IPPAR não pediu autorização à ministra da Cultura
Director do instituto, Elísio Sumavielle, admite que houve falhas internas de comunicação e diz que o organismo vai assumir as responsabilidades que lhe couberem. Só os técnicos vindos de Granada, para reconstituírem o rosto do monarca a três dimensões, custam nove mil euros
A direcção nacional do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) cancelou, ontem, a abertura do túmulo do rei D. Afonso Henriques, na Igreja de Santa Cruz, no âmbito de um projecto científico liderado por investigadores do Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), que pretendem reconstruir o perfil biológico do primeiro rei de Portugal. No entanto, o organismo, cuja direcção regional de Coimbra há não muitos dias havia autorizado a operação, assume que houve «falhas internas de comunicação», que lamenta, entre elas o facto de não ter sido feito o respectivo pedido à ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima.
Num comunicado à imprensa, o IPPAR anunciou, ao início da tarde de ontem – horas antes da abertura da sepultura do rei fundador da nacionalidade, prevista para as 17h00 –, que decidiu cancelar aquele acto, por ter constatado que «não foram cumpridos todos os procedimentos adequados e necessários».
Além disso, lia-se no comunicado, não terá sido «colhida a autorização da direcção» do IPPAR, «nem da senhora ministra da Cultura», para a exumação.
Estado e questões
protocolares
Ao Diário de Coimbra, o director nacional do IPPAR, Elísio Sumavielle, disse ter, ontem mesmo, manifestado o lamento ao reitor da UC, Seabra Santos, pelo sucedido.
«Obviamente que houve falhas internas de comunicação do IPPAR, que assumimos e lamentamos», afirmou o responsável.
De acordo com Elísio Sumavielle, «há, nesta operação, uma envolvente maior, para além das devidas autorizações da diocese de Coimbra».
«Um soberano que foi rei de Portugal envolve o Estado e questões protocolares, envolve testemunhas oculares, o contacto ao nível da Medicina Legal e o acompanhamento por parte do Ministério da Justiça», esclarece o director nacional do IPPAR, ao comentar que o caso vertente «não se trata de um acto de rotina» do organismo que chefia.
Apesar deste projecto científico ter sido iniciado já há um ano, Elísio Sumavielle alega que «a direcção do IPPAR foi confrontada [com ele] já na sua fase final».
«Passou-se tudo nestes dois ou três últimos dias. Lamentamos ter sido tardiamente, mas não pôde ser antes», justifica Elísio Sumavielle, ao assegurar que, «quando forem juntas todas as peças do processo, o IPPAR só tem de assumir as responsabilidade que lhe competem».
Da parte do Ministério da Cultura (MC), a assessora Maria do Céu Novais diz que «houve diversas falhas ao longo do processo e que se vai proceder ao apuramento das responsabilidades».
«Estamos a falar de um túmulo de uma figura histórica de primeira instância: um rei fundador da nação, o que representa algum melindre científico e que exige uma série de cautelas», sustenta a assessora do MC, que fala, ainda, da inexistência de «um parecer jurídico do IPPAR» sobre o processo.
De acordo com Maria do Céu Novais, «a ministra soube hoje (ontem)» da operação.
Quanto ao director regional de Coimbra do IPPAR, José Maria Tadeu Henriques, que assinou a autorização, não quis prestar esclarecimentos.
Receio de perder
patrocínios
Eugénia Cunha, professora especialista em Antropologia Biológica, que lidera a equipa de investigadores da FCTUC, nem queria acreditar no sucedido.
«Estava tudo pronto. Foi um trabalho complexo para reunir os meios financeiros necessários, bem como os melhores técnicos», disse Eugénia Cunha aos jornalistas.
Entre esses técnicos, encontram-se, além das antropólogas da UC, o médico e antropólogo forense espanhol Miguel Botella (Universidade de Granada), outro médico e uma geneticista franceses (Universidade de Estrasburgo), e o historiador português José Mattoso.
Ontem, Eugénia Cunha receava, mesmo, perder os patrocínios para o projecto (da empresa Teixeira Duarte, do BPI e da Fundação Luso-Americana). Segundo revelou, só «nove mil euros» é quanto custa a vinda de especialistas de Granada com a aparelho que vai permitir «reconstituir o rosto de D. Afonso Henriques a três dimensões».
Reconstruir o perfil biológico do primeiro rei de Portugal, para saber, com exactidão, qual era a sua estrutura física – a estatura e a fisionomia –, ou a idade que tinha quando morreu, além de procurar desvendar eventuais patologias que afligiram o monarca do século XII, era o objectivo de um trabalho que ontem deveria ter sido iniciado pelo grupo de investigadores do Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), a partir do estudo dos ossos de D. Afonso Henriques (1128-1185).
De acordo com Eugénia Cunha, iriam ser analisados aspectos como a datação do esqueleto (por radiocarbono), o perfil genético e a dieta do rei (através da análise química dos ossos).
Carlo Santos
Coloquei a negrito a parte do financiamento privado.
Como vez, duffy (assim como vi eu), felizmente há coisas que não são tal como julgamos que elas são.
Se há algo a criticar nesta história toda, não é o facto de se querer fazer aquela investigação, mas a forma como funcionaram o IPPAR e o Ministério da Cultura.
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duffy
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