Lendas, Mitos e outras "estórias" de Coimbra
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CoolSpot
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Lendas, Mitos e outras "estórias" de Coimbra
Tal como o próprio assunto indica, o objectivo deste tópico é o de divulgar lendas e mitos relativos à cidade de Coimbra. Assim, peço a quem conheça algum mito ou lenda relativo à cidade que o divulgue aqui.
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CoolSpot
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O Milagre das Rosas
Esta é a lenda mais conhecida de todas, penso eu. A Rainha Santa Isabel é a padroeira da cidade, falecida a 4 de Julho de 1325. Neste dia é feriado em Coimbra.O MILAGRE DAS ROSAS
A Rainha Isabel de Aragão era a esposa do Rei Trovador, Dom Dinis, que reinou entre 1279 e 1325. Dona Isabel era conhecida pela sua bondade ainda enquanto era viva.
Conta a lenda que um nobre intriguista contou a D. Dinis que a rainha andava a gastar demais em obras das igrejas, em doações a conventos, em esmolas e em outras acções de caridade e convenceu o monarca a por fim a estes excessos.
O Rei-Lavrador decidiu surpreender a rainha numa manhã em que esta se dirigia com o seu séquito às obras de Santa Clara e à habitual distribuição de esmolas e reparou que sua esposa procurava disfarçar o que levava no seu regaço. Interrogada por D. Dinis, a rainha disse que ia ornamentar os altares do mosteiro. O rei contou que tinha sido informado que a rainha tinha desobedecido às suas proibições ao continuar a levar dinheiro aos pobres. Subitamente, e mais já mais confiante, D. Isabel respondeu: "Enganais-vos, Real Senhor. O que levo no meu regaço são rosas..." O rei irritado acusou-a de mentirosa: como poderia ter ela rosas em Janeiro? Coagiu-a então a revelar o conteúdo do regaço. A rainha Isabel revelou, perante o olhar espantado de todos, o belíssimo ramo de rosas que guardava sob o manto. O rei ficou sem palavras, convencido que estava perante um fenómeno sobrenatural e acabou por pedir perdão à rainha que prosseguiu na sua intenção de ir levar as esmolas. A notícia do milagre correu a cidade de Coimbra e o povo aclamou como santa a Rainha Isabel de Portugal.
Isabel veio a falecer a 4 de Julho de 1336 em Santarém, tendo deixado expresso em seu testamento o desejo de ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra. Sendo a viagem demorada havia o receio do cadáver entrar em decomposição acelerada pelo calor que se fazia, e conta-se que a meio da viagem debaixo de um calor abrasador começou o ataúde a abrir fendas e por elas escorria um líquido, que todos supuseram provir da decomposição cadavérica. Qual não foi, porém a surpresa quando notaram que na vez do mau cheiro esperado saída do ataúde um aroma suavíssimo.
Baseado num texto encontrado no site Lendas de Portugal e na referência a Isabel de Aragão na Wikipedia.
Última edição por CoolSpot em sábado, 08 julho 2006 23:38, editado 1 vez no total.
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Lenda do Brasão da cidade de Coimbra
Esta é a lenda mais aceite. Existe em algumas pessoas a ideia errada de que a figura feminina do brasão de Coimbra representa D. Isabel, a Rainha Santa. É falso.LENDA DO BRASÃO DA CIDADE DE COIMBRA
tal como relatado por Frei Bernardo de Brito
Ataces, rei dos Alanos, após arrasar a cidade de Conímbriga, decidiu fundar (ou reinstaurar uma outra com o mesmo nome na margem direita do Mondego.
Enquanto Ataces se ocupava de dirigir a edificação dessa nova urbe, eis que, como que vindo do nada, surge o rei suevo Hermenerico acompanhado do seu exército. A intenção de Hermenerico era dela se apoderar, vingando-se assim das derrotas sofridas.
Os dois exércitos defrontaram-se em batalha, uma contenda de tal modo sangrenta que consta que as águas do Mondego se tingiram de vermelho.
Hermenerico, derrotado, retirou-se para norte. Mas Ataces, ainda não satisfeito, foi em sua perseguição e o rei suevo viu-se forçado a pedir a paz. Para persuadir Ataces a aceitar tréguas Hermenerico ofereceu-lhe a mão da sua filha Cindazunda. A princesa era uma donzela extremamente bela e Ataces não resistindo ao feitiço da sua beleza logo dela se enamorou. Com ambos os reis reconciliados por esta união, os noivos e Hermenerico dirigiram-se a Coimbra para se realizarem os esponsais e as bodas com a devida pompa.
Para comemorar o acontecimento, Ataces concedeu à cidade de Coimbra o brasão que ainda hoje se mantém no fundamental: a donzela coroada é Cindazunda, a taça representa o casamento com Ataces, o leão é o timbre de Ataces e o dragão é o timbre de Hermenerico.
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Lino
- Mítico

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http://acultura.no.sapo.pt
A história de amor de Pedro e Inês de Castro ainda hoje continua comover quem a conhece. Era uma vez um príncipe - Pedro - filho do Rei Afonso IV de Portugal. O seu pai obriga-o a casar com uma princesa espanhola, Dona Constância. Entre as aias que trouxe para Portugal, vinha uma jovem lindíssima - Inês de Castro. Pedro não tardou a apaixonar-se por Inês. D. Afonso IV acabou por expulsar Inês de Portugal, mas isto não impediu que os dois amantes se encontrassem, tendo nascido deste amor proibido duas belas crianças. Estando Inês na Quinta da Lágrimas, em Coimbra, o Rei mandou-a matar, assim como aos seus filhos. Pedro mal soube do sucedido, declarou guerra ao pai. Após a morte deste, Pedro ascendeu ao trono de Portugal. Haviam passado dois anos sobre a morte de Inês, mas Pedro não descansou. Mandou arrancar o coração aos seus carrascos, Inês foi desenterrada e Pedro casou-se com ela, fazendo-a coroar rainha de Portugal. Todos aqueles que a condenaram foram então obrigados a beijar as mãos de uma morta...mas rainha no amor que Pedro lhe tinha.
No Mosteiro de Alcobaça, D. Pedro I mandou fazer um magnifico túmulo para a sua rainha e depois, ao lado, mandou fazer o seu.
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daniel322
- Lendário

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Lenda da cidade de Coimbra
A LENDA DE COIMBRA
Coimbra é, como todos por de mais sabem, uma cidade de antiquíssimo povoamento. Alguns autores pensam que foi fundada no local que ocupa com o nome de Colimbria. Segundo eles, o seu fundador teria sido Hércules Líbio, filho de um rei do Egipto. Para outros, porém, teria sido fundada com o nome de Colimbriga, no local onde hoje é Condeixa-a-Velha.
Na realidade, ambos os topónimos assinalados são posteriores ao verdadeiro nome da cidade, de origem celta, como tudo leva a crer, e que seria provavelmente Conenobriga.
A lenda que vou contar relata o episódio donde se teria originado o nome da cidade e que, evidentemente, tem todos os foros de pura fantasia.
Diz essa lenda que em tempos houve na cidade uma princesa que era muito amada por um esforçado cavaleiro. Este tinha tentado por todos os meios ao seu alcance casar com ela, mas os pais da jovem não consentiram, porque nenhum feito até então efectuado era considerado suficientemente honroso e merecedor da princesa.
O moço estava já a desesperar quando, de súbito, um pavor enorme tomou conta da cidade: apareceram, vinda dos céus, uma terrível e grande serpente que ameaçava destruir tudo o que encontrasse na sua frente. Conta a lenda que o povo chamava à serpente Coluber, sem contudo nos deixar dito porquê.
A princesa, ansiando que o cavaleiro -que sabia corajoso como poucos – mostrasse o seu valor aos pais, inventou um estratagema para tornar possível a aproximação do rapaz. Pediu aos pais que mandassem anunciar na cidade que ela casaria com o cavaleiro que matasse a serpente. Os soberanos aceitaram a aposta e os arautos anunciaram por todo o lado a vontade da princesa.
Muitos foram os cavaleiros que se apresentaram. Contudo, só o enamorado da princesa teve coragem suficiente de se aproximar da toca de Coluber.
Desmontou do cavalo e acendeu à boca da gruta uma fogueira. Com o manto fez entrar todo o fumo que pôde, para obrigar a serpente a sair, e de facto, pouco tempo depois, o monstro saía meio sufocado. De espada em punho, o cavaleiro tentou cortar-lhe a cabeça, mas falhou, ao mesmo tempo que o instinto de defesa da serpente despertava. Deu-se então uma luta fantástica, em que o cavaleiro esteve por várias vezes a pontos de sucumbir apertado pelos anéis de Coluber. Num golpe de sorte e perícia, porém, conseguiu cortar a cabeça da serpente, quando estava já a atingir o desespero.
Os pais da jovem cumpriram o prometido e foi assim que o cavaleiro matador de Coluber conseguiu a mão da sua amada princesa.
Acrescenta a lenda que, no local onde a serpente foi morta, fundou-se uma povoação a que deram o nome de Columber Briga, que significa «Batalha da Cobra».
Retirado do livro “Lendas Portuguesas” Investigação, Recolha e textos de Fernanda Frazão
Amigos do Livro, Editores, LDA.
http://ecosdapoesia.net/portugal/a_lend ... imbra.html
Coimbra é, como todos por de mais sabem, uma cidade de antiquíssimo povoamento. Alguns autores pensam que foi fundada no local que ocupa com o nome de Colimbria. Segundo eles, o seu fundador teria sido Hércules Líbio, filho de um rei do Egipto. Para outros, porém, teria sido fundada com o nome de Colimbriga, no local onde hoje é Condeixa-a-Velha.
Na realidade, ambos os topónimos assinalados são posteriores ao verdadeiro nome da cidade, de origem celta, como tudo leva a crer, e que seria provavelmente Conenobriga.
A lenda que vou contar relata o episódio donde se teria originado o nome da cidade e que, evidentemente, tem todos os foros de pura fantasia.
Diz essa lenda que em tempos houve na cidade uma princesa que era muito amada por um esforçado cavaleiro. Este tinha tentado por todos os meios ao seu alcance casar com ela, mas os pais da jovem não consentiram, porque nenhum feito até então efectuado era considerado suficientemente honroso e merecedor da princesa.
O moço estava já a desesperar quando, de súbito, um pavor enorme tomou conta da cidade: apareceram, vinda dos céus, uma terrível e grande serpente que ameaçava destruir tudo o que encontrasse na sua frente. Conta a lenda que o povo chamava à serpente Coluber, sem contudo nos deixar dito porquê.
A princesa, ansiando que o cavaleiro -que sabia corajoso como poucos – mostrasse o seu valor aos pais, inventou um estratagema para tornar possível a aproximação do rapaz. Pediu aos pais que mandassem anunciar na cidade que ela casaria com o cavaleiro que matasse a serpente. Os soberanos aceitaram a aposta e os arautos anunciaram por todo o lado a vontade da princesa.
Muitos foram os cavaleiros que se apresentaram. Contudo, só o enamorado da princesa teve coragem suficiente de se aproximar da toca de Coluber.
Desmontou do cavalo e acendeu à boca da gruta uma fogueira. Com o manto fez entrar todo o fumo que pôde, para obrigar a serpente a sair, e de facto, pouco tempo depois, o monstro saía meio sufocado. De espada em punho, o cavaleiro tentou cortar-lhe a cabeça, mas falhou, ao mesmo tempo que o instinto de defesa da serpente despertava. Deu-se então uma luta fantástica, em que o cavaleiro esteve por várias vezes a pontos de sucumbir apertado pelos anéis de Coluber. Num golpe de sorte e perícia, porém, conseguiu cortar a cabeça da serpente, quando estava já a atingir o desespero.
Os pais da jovem cumpriram o prometido e foi assim que o cavaleiro matador de Coluber conseguiu a mão da sua amada princesa.
Acrescenta a lenda que, no local onde a serpente foi morta, fundou-se uma povoação a que deram o nome de Columber Briga, que significa «Batalha da Cobra».
Retirado do livro “Lendas Portuguesas” Investigação, Recolha e textos de Fernanda Frazão
Amigos do Livro, Editores, LDA.
http://ecosdapoesia.net/portugal/a_lend ... imbra.html
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