Não consigo deixar de pensar que os 20 milhões que faltam são a mesma quantia que o Victor Baptista andava a prometer dar aos empresários para criar os 5 mil novos empregos... e que eram "só 5% do orçamento", que não faziam falta, etc... agora temos uma queda de 20 milhões no orçamento e já é uma crise.Orçamento de contenção na Câmara de Coimbra
A proposta de orçamento de 2006 aprovada ontem vale 142 milhões de euros. O que representa um abaixamento de mais de vinte milhões, relativamente ao orçamento do corrente ano. A coligação PSD/PP/PP diz que se trata de um orçamento de «grande rigor». Já a oposição socialista diz que o documento, onde não encontra qualquer estratégia, prevê mais receitas do que aquelas que a câmara conseguirá obter
As Grandes Opções do Plano e o Orçamento da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) para 2006 foram aprovados, em reunião do executivo realizada ontem, com os votos favoráveis dos seis vereadores da coligação de direita, que reconheceram a «contenção» imposta pelo documento. Apesar do tom crítico com que a bancada socialista se referiu ao seu teor, só Luís Vilar votou contra. «Foi o regabofe dos últimos quatro anos que originou um orçamento de contenção», sustentou. Já os outros três vereadores eleitos em nome do PS, tal como o representante da CDU, abstiveram-se no momento da votação.
Apesar do seu voto de abstenção, o vereador socialista Victor Baptista não teve dúvidas em acusar a maioria de direita de estar a apresentar um «orçamento empolado». Ainda que o documento, com um valor de 142 milhões de euros, já reflicta uma contracção de 26 milhões, relativamente ao aprovado para o corrente ano (168 milhões). Segundo Baptista, o problema do orçamento de 2006 está, desde logo, no facto de prever uma receita de 30 milhões de euros na venda de património. «A câmara tem terrenos de seis milhões de contos para vender?», perguntou.
O vereador da coligação PSD/PP/ /PPM que apresentou as linhas gerais do orçamento e a quem era dirigida a pergunta, Marcelo Nuno, não respondeu ao vereador do PS. No final, Baptista diria que, sem aqueles 30 milhões de euros de receitas, o orçamento será, na realidade, de cerca de 110 milhões. E destes, 80% destinam-se ao pagamento de despesas correntes e apenas 20% a investimento, lamentou o edil socialista.
Nas suas intervenções, Marcelo Nuno insistiu no facto de o documento estar condicionado pela dívida de curto prazo (25 milhões de euros) e o «problema de liquidez» da Câmara de Coimbra, mas também pelos limites de endividamento impostos às autarquias pelo Governo. De resto, o vereador assegurou que o orçamento do próximo ano reflecte grandes preocupações na contenção da despesa. Nomeadamente, sublinhou, na contratação de pessoal. «Neste momento, estão suspensos 89 pedidos de admissão», exemplificou.
Para Luís Vilar, o problema do orçamento resume-se «basicamente ao pagamento das dívidas acumuladas» e não revela qualquer estratégia politica. O socialista observou que, no preâmbulo das «acções mais relevantes do orçamento», a Educação aparece com 5,05% do investimento; o Desporto com 3,06%; a Actividade Económica e Turismo com 5,45%; as Acessibilidades, Trânsito e Manutenção de Vias com 0,26%; e a Acção Social e Família com 0,98%.
O pelouro da Protecção Civil, que a coligação de direita entregou ao socialista Álvaro Seco, vai contar só com 0,63% do investimento, «que não darão sequer para atacar situações de calamidade e muito menos para preparar um plano para evitar calamidades», criticou Vilar. O seu colega de bancada Álvaro Seco reagiu àquele valor de investimento de forma relativamente resignada, de que Marcelo Nuno chamou a atenção, para desvalorizar as críticas de Vilar.
Para o presidente da câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, o orçamento de 2006 é um documento de «grande rigor». Apesar dos seus constrangimentos, sustentou, «privilegia um núcleo essencial de apostas: a Reabilitação, a Habitação, a Educação e o Desenvolvimento Económico e Social». «Evidentemente que as outras vão sofrer cortes», acrescentou.
SMTUC aumentam tarifário 6,8%
Encarnação sublinhou também que não se pode «olhar para o orçamento da câmara sem olhar para o dos SMTUC [Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra]», uma vez que este revela um nível considerável de despesas no plano social, com o pagamento de passes, por exemplo, a reformados com fracos rendimentos.
Na agenda da reunião estava a aprovação, precisamente, do orçamento dos SMTUC para 2006, que não mereceu qualquer voto contra. Já o seu novo tarifário vai sofrer um aumento de 6,8%, de acordo com uma proposta da maioria de direita, que mereceu a abstenção do PS e os votos favoráveis da coligação PSD/PP/PPM (o vereador da CDU não estava presente na sala no momento da votação).
Fonte: Diário de Coimbra
Fica a nota negativa para o aumento bem acima da inflação que os transportes públicos vão sofrer. Depois queixam-se que cada vez menos pessoas os usam...





