Pediátrico adjudicado na próxima semana
Já nasceu pequeno, em 1977, e assim se manterá até fazer 30 anos. Nessa altura, o novo Hospital Pediátrico de Coimbra poderá estar concluído e pronto a servir todas as crianças da região Centro. Para a semana é adjudicada a obra que todos os políticos queriam inaugurar
A publicidade espalhada pelas ruas avisa que “Coimbra é a cidade mãe do novo Hospital Pediátrico de Coimbra”. Já há quem questione quem será o “pai” do novo empreendimento e certamente que o eleito não cairá em nenhum partido político, mas a paternidade poderá recair em todas as equipas médicas que por ali passaram e que nunca se cansaram, em mais de 20 anos, de alertar para o hospital dos “pequenitos”. Foi à custa da voz deles, exausta e repetida, que todos os partidos começaram a olhar para o Hospital Pediátrico de Coimbra e a integrar o projecto na lista de promessas eleitorais. Uns tiveram sucesso, outros não. Coube a este ministro da Saúde lançar o concurso público internacional para a construção do novo Hospital e, mais uma vez, prometer que «a obra avança até final do ano».
Chegámos a 2005 e havia que reatar a promessa, até porque há eleições marcadas e estes louros não poderiam ser deitados ao acaso. É por isso que, nos “placard” das ruas, o Ministério da Saúde anuncia que “Coimbra é a cidade mãe do novo Hospital Pediátrico”.
A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) confirma-nos o que os anúncios de rua deixam antever que a obra está prestes a começar e o responsável pela Direcção Geral de Instalações e Equipamento de Saúde (DGIES) diz que a adjudicação da obra «poderá ocorrer na próxima semana». Rios Vilela esclarece-nos que «está feito o relatório final do concurso internacional, a que concorreram mais de dez empresas, e estamos agora na fase de audiência prévia, que termina na próxima quinta-feira». São estes prazos que estão a condicionar a adjudicação da obra, prevendo-se que o acto possa ocorrer em Coimbra, durante a próxima semana. A obra mesmo, ou seja, as máquinas a trabalharem no terreno, só começa em meados de Fevereiro, informa-nos Rios Vilela. E se, em Abril passado, o ministro da Saúde se mostrou convicto de que a obra se iniciaria ainda em 2004 e isso não aconteceu, foi porque «se optou por fazer uma revisão do projecto, o que demorou três meses, para que não haja derrapagens, como aconteceu com a Ponte Rainha Santa Isabel (ex-ponte Europa)».
Ainda é preciso esperar que a obra chegue ao fim, porque só agora vai começar uma promessa com quase 20 anos e uma necessidade logo sentida no momento da inauguração do Hospital Pediátrico de Coimbra, a 1 de Junho de 1977, quando o velho Convento de Celas deixou de ser um sanatório de mulheres e passou a ser o Hospital Pediátrico de Coimbra. Santos Bessa e Bissaya Barreto deram corpo a esta realidade e, na época, as carências de espaço já impediam que a unidade desse assistência a crianças com mais de 10 anos. No novo Hospital Pediátrico de Coimbra esse argumento cai. Se a população alvo cresce, também as especialidades em que Hospital Pediátrico de Coimbra se destaca ganham espaço. Hoje, o velho Hospital Pediátrico de Coimbra consegue prestar cuidados diferenciados a toda a população infantil da região Centro, nas mais de 50 diferentes valências de cuidados pediátricos. Anualmente, são ali internadas quatro mil crianças e mais de 50 mil passam pela consulta externa. É no Hospital Pediátrico de Coimbra que é tratada toda a patologia oncológica pediátrica e é ao Serviço de Urgência que ocorrem 50 a 60 mil crianças por ano.
Das declarações políticas passa-se à obra, com a construção de um novo hospital, o primeiro pediátrico a ser construído neste e no último século em todo o país. A inauguração pode ocorrer em 2007, depois de um ano e meio para a construção e mais seis meses para equipar a nova unidade.
in Diário de Coimbra
COIMBRA - Novo Pediátrico avança dentro de dias
A construção do novo Hospital Pediátrico de Coimbra deve arrancar durante a primeira quinzena deste mês, cumprindo “uma prioridade da ARS do Centro”.
As obras de construção do novo Hospital Pediátrico de Coimbra deverão iniciar–se ainda durante a primeira quinzena de Janeiro, adiantou ontem o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro ao DIÁRIO AS BEIRAS.
De acordo com Fernando Andrade, o auto de consignação da empreitada de construção do Hospital Pediátrico será assinado em breve, uma vez que o prazo de reclamação do concurso público internacional terminou a 30 de Dezembro, sem que se tenha verificado qualquer contestação.
“A data não está ainda totalmente definida, pois caberá ao Ministério da Saúde indicá–la, mas a consignação da obra deverá acontecer muito em breve”, sublinhou o presidente da ARS do Centro, notando que logo após essa formalidade “o empreiteiro começará de imediato as obras”.
“A construção do novo Hospital Pediátrico é um processo irreversível e cumprirá aquela que é, desde que tomámos posse, a primeira prioridade da ARS do Centro”, salientou Fernando Andrade. De resto, nota, “este processo tornou–se irreversível desde que o Governo decidiu, em 2003, que as obras do Pediátrico seriam totalmente financiadas por verbas do PIDDAC e com o lançamento do concurso público internacional, já este ano”.
Esta é a primeira unidade hospitalar pediátrica a ser construída de raiz em Portugal. “É de toda a justiça que se construa em Coimbra, onde se formou ao longo dos anos uma escola de Pediatria a nível nacional”, considerou Fernando Andrade, realçando que naquela unidade “existem consultas únicas no país” e de “referenciação a nível nacional”, que exigem “um hospital moderno”.
Esta é a obra que absorve maior verba do PIDDAC da região Centro, tendo inscritos, para 2005, mais de 8,3 milhões de euros, a que acrescerão as dotações dos anos seguintes, prevendo–se que a obra fique concluída no final de 2007.
Com uma área de 78 mil metros quadrados, 46 mil metros quadrados de área bruta de construção, e 22 mil metros quadrados de área do programa funcional, o novo Hospital Pediátrico tem um prazo de execução de dois anos e meio, a que acrescem seis meses para equipamento. O valor base do concurso é de 56 milhões de euros, a que se somarão outros custos de equipamento.
in As Beiras










