Começo eu, para dar o exemplo, com um "cenário" que escrevi há mais de um ano.
Era uma manhã de Abril, igual a tantas outras nas quais somos arrebatados por uma lassidão de vontade a permanecer dentro de casa. Os raios de sol executavam uma dança sincronizada com as gotículas de água na sua pele; enquanto que ela, jovem morena tentava esconder a sua essência terna sob um véu de altivez.
Ela era assim, um manto de ilusões sonhadas combatendo a lucidez do acordar todas as noites que passavam pelo seu corpo de musa.
Ele, passivo, seguia-a com o seu olhar irrequieto impregnando todos os seus movimentos com o brilho do seu olhar de servo que se sente provocado e a deseja possuir ali mesmo, no tapete, à frente da janela; sem se importar sequer com o que os vizinhos possam vir a pensar...
Ao pé dela, no entanto, parecia uma criança a quem lhe davam oportunidades de sonhar com uma vida melhor, obedecia-lhe cegamente!
Do canto do seu olho direito viu-a encostar-se à porta da casa-de-banho e enrolar-se numa toalha de linho quase tão fino e suave como a sua pele... Era uma visão saída do mais recôndito das suas fantasias e uma tortura, ao mesmo tempo.
Com o seu olhar sedutor hipnotizou-o, de modo que quando se dirigiu para o quarto, ele sorvia-lhe os passos com o olhar vítreo de antecipação do prazer...
- Oui, Madame!, exclamou ao ver que ela lhe ordenara através do seu corpo que a seguisse!
Surpreendeu-a, abraçando-a pelas costas, fazendo com que ela sentisse o seu membro fálico pronto a possuí-la naquela mesma posição!
Memórias do primeiro assalto que sofrera e da primeira violação que imaginara viver percorreram a mente da mulher no momento em que ele lhe penetrava até ao fim da sua essência feminina.
Durante esse inesperado encontro ele aprendeu a murmurar-lhe enganosas palavras para a acalmar: "- Je te laisse faire avec moi tout qu'est-ce que tu veux!" embora os seus actos contradissessem essa promessa de escravidão...
Na manhã seguinte preparou-lhe o pequeno almoço e levou-o à cama enquanto ela dormia serenamente de um sono revigorador.
Abriu a janela deixando os raios de sol passarem através das persianas e pousar no corpo dela fazendo pinturas abstractas e ficou ali parado a admirar o que tivera por momentos.
Ela abriu ligeiramente os olhos e ele passou-lhe a mão pela cara num gesto carinhoso de afeição e fascínio e disse: "- Bon jour, mon amour" beijando-a depois intensamente nos lábios antes que ela pudesse expirar uma palavra que fosse...
(To be continued....)



