bru_nex Escreveu: Não te vou dizer que não entendo o que estás a dizer, porque entendo perfeitamente.
Eu também entendo o teu ponto de vista, não penses que não. Também sei que o metro vai valorizar a cidade. A questão é a que custo.
bru_nex Escreveu: E depois, em relação à gestão da nossa casa... eu sou contra gastar-se dinheiro que não se tem... como é óbvio isso não é sustentável... Mas também não me parece justo que saia dinheiro de tua casa para ir sustentar a casa do vizinho e que, por isso, tu não possas fazer coisas na tua casa.
Lá voltamos nós a lógica do "se os outros têm eu também quero". Por exemplo, Coimbra tem uma universidade pública que muitas cidades e vilas não têm. Essas cidades e vilas também vão querer uma, só porque ajudam a pagar a nossa? Ou hospitais como os HUC, que é dos maiores do país, deverão ser instalados em todo o lado?
bru_nex Escreveu: E depois também acho que o teu pensamento peca numa coisa. É verdade que podemos não ter dinheiro para fazer todas as coisas que gostávamos... Mas, na hora de cortar, não deve ser no investimento que deve ser feito o corte... Deve ser feito um corte na despesa do monstro Estado que tem funcionários a mais.
Mas porque é que o país não pode investir assim tanto? Porque o país tem gastos ineficientes... como é o caso da despesa na função pública. .
Olha essa é das maiores falácias que está enraizada na mentalidade das pessoas. O Estado gasta muito dinheiro mal gasto, mas não é por ter funcionários públicos a mais. Se não os tivesse não te esqueças que teriamos mais desempregados já que as empressas privadas não têm capacidade para os absorver. Os países mais ricos da Europa (Escandinávia por exemplo) tem percentagens de funcionários públicos superiores às nossas, nestes países o estado tem um peso grande e no entanto estão onde estão. O defice do Estado por exemplo disparou porquê? Não foi por pagar mais aos funcionários ou ter aumentado o seu número, foi por ter andado a subsidiar e corrigir muitos erros provocados em grande parte pelo sector privado, que aparece sempre como o inocente do processo.
As contas não se fazem bem assim mas já deu para veres que tinhas um erro no post anterior.
As instalações solar fotovoltaico em formato de parque são uma barbaridade, pela simples razão de 1 MW instalado ficar em cerca de 5 milhoes de euros e por comparação 1 MW instalado de éolico ficar abaixo de 1 milhão de euros.
Os paineis tipicamente utilizados tem 1,5 m2, os paines de 0,5 m2 que falas são para pequenas aplicações.
Tens aqui um link de um grande fabricante que te pode tirar algumas dúvidas: http://www.kyocerasolar.eu/index/produc ... 202009.pdf
O Estado gasta muito dinheiro mal gasto, mas não é por ter funcionários públicos a mais. Se não os tivesse não te esqueças que teriamos mais desempregados já que as empressas privadas não têm capacidade para os absorver.
Sim... Teríamos mais desempregados se o Estado tivesse menos funcionários públicos... Mas eu não estou a dizer que o Estado agora os deve despedir. O Estado nunca deva era ter contratado tantos. Agora é só esperar que se reformem ou que encontrem melhor emprego no sector privado. Eu sei disso. E também não fico feliz em saber que estamos a gastar mais dinheiro do que temos. Mas nisso, não consigo mudar de opinião. E assumo que estou errado. Mas se é ara gastar dinheiro na minha terra, eu não vou discordar, por mais que perceba que estamos a gastar mais do que podemos.
Eu também prefiro a opção eólica. Cada aerogerador deverá rondar meio milhão de euros. Ou seja, por 3 milhões de euros, o Metro Mondego consegue produzir a energia que consome. Será que isso não dá viabilidade económica? Será que, produzindo a electricidade que consume, o metro não tem capacidade para ser lucrativo?
Ruizito Escreveu:Lá voltamos nós a lógica do "se os outros têm eu também quero". Por exemplo, Coimbra tem uma universidade pública que muitas cidades e vilas não têm. Essas cidades e vilas também vão querer uma, só porque ajudam a pagar a nossa? Ou hospitais como os HUC, que é dos maiores do país, deverão ser instalados em todo o lado?
Coimbra vai ter metro porque faz falta e vai melhorar a mobilidade na cidade, não é por outras cidades já terem que nós também queremos apenas por capricho.
Ruizito Escreveu:Lá voltamos nós a lógica do "se os outros têm eu também quero". Por exemplo, Coimbra tem uma universidade pública que muitas cidades e vilas não têm. Essas cidades e vilas também vão querer uma, só porque ajudam a pagar a nossa? Ou hospitais como os HUC, que é dos maiores do país, deverão ser instalados em todo o lado?
Coimbra vai ter metro porque faz falta e vai melhorar a mobilidade na cidade, não é por outras cidades já terem que nós também queremos apenas por capricho.
Eu espero bem que assim seja. Por isso não compreendo o estafado argumento de que pagamos o de Lisboa e do Porto e por aí fora.
bru_nex Escreveu: Mas eu não estou a dizer que o Estado agora os deve despedir. O Estado nunca devia era ter contratado tantos.
Se leres aquilo que escrevi a seguir à frase que comentaste, verificas que essa de que "não devia ter contratado tantos" é bastante discutivel. Outros países contrataram bem mais e não é por isso que estão mal como nós.
Essa questão dos funcionários públicos é bastante discutível. lol. Depende de país para país. E para teres uma noção de como temos funcionários a mais... antigamente as pessoas iam para a Função Pública por cunha... Eram amigos ou conhecidos de alguém, não tinham emprego e eram sempre metidos na FP. Hoje, também deve haver cunhas, mas a FP já não pode contratar sem critérios, como fazia antigamente.
Eu acho que isso também não vem agora para o caso...
Eu não acho que o metro seja a prioridade número um, mas acho que é importante aqui. Faz sentido e deve ser feito. Ainda bem que vai mesmo ser feito. Espero que não se atrase e espero tambem que seja possível pô-lo a dar lucro!
Noticia já algo fora de tempo mas que merece alguma reflexão:
"Se não tivermos cuidado, o metro vai ser um sorvedouro de dinheiro". O alerta foi lançado pelo próprio presidente da Metro Mondego (MM), na quinta-feira, no Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra.
Álvaro Maia Seco participava na iniciativa "H(À) conversa com...", subordinada ao tema "Transformar os jardins e os espaços públicos da Alta de Coimbra" quando falou na necessidade de garantir utentes para o novo meio de transporte. Para tal, defendeu, é imprescindível que as câmaras municipais forcem os promotores a promover o desenvolvimento imobiliário nos terrenos situados ao longo do eixo servido pelo metropolitano.
"É preciso mudar o ordenamento do território. Ao longo do canal do metro, há muitos terrenos que não têm ordenamento do território", disse Álvaro Maia Seco, mais tarde, ao JN. "Por exemplo: vai haver duas estações na zona da Arregaça. Toda ela fica com uma acessibilidade excepcional. Não faz sentido que fique tudo na mesma e não haja aproveitamento dos espaços", concretizou.
O presidente da MM explicou, ainda, que este o alerta que lança é "para todos", incluindo as autarquias de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, bem como o próprio Governo, porque "todos nós pagamos este investimento". Depois, ressalvou: "A MM quer que as pessoas se fixem nas zonas abrangidas pelo metro. Quer chamar a atenção dos cidadãos que estiverem a pensar comprar casa, para que considerem, por exemplo, Sobral de Ceira. Não tem nenhum interesse imobiliário em Sobral de Ceira, mas aquelas pessoas vão ter o metro a sair dali, para a Solum e para a Portagem, à hora de ponta, de dez em dez minutos. É um serviço de grande qualidade, um bem que vão ter".
De acordo com Álvaro Maia Seco, a MM tem a preocupação de construir arruamentos, nas imediações das estações do metro, para captar clientes. "Se as zonas envolventes não tiverem passeios, as pessoas não vão às estações", referiu.
Acresce a isso a opção por soluções técnicas mais baratas, capazes de cumprir as mesmas funções. "Na zona dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), que é muito complicada - a linha vai passar dentro dos terrenos dos HUC -, as três estações que vão existir são todas à superfície. Com esta solução, evitamos um investimento possivelmente incomportável se fossem estações enterradas", exemplificou o presidente da Metro Mondego.
"Ao longo dos próximos anos é que se vai ver se Coimbra e a região perceberam o presente que lhes foi dado pelo país e pela Europa e tiraram dele todo o partido", frisou.
Agora sou eu que comento: Vamos urbanizar as extensas manchas verdes existentes ao longo do ramal da Lousã, para rentabilizar o metro? É essa a ideia? É que parece-me que todos os locais onde era viável construir já estão praticamente saturados. Afinal qual é a ideia?
A ideia é fazer com que as pessoas «em vez de irem viver para o meio do monte» se situem em zonas envolventes às estações do metro.
É sabido que temos cidades desordenadas. Basta ver no Google Earth e vemos que as nossas cidades não têm um padrão! São mal ordenadas. O metro deve servir para ordenar as zonas por onde passa. Por exemplo, em Ceira, em vez de se ir viver para zonas mais afastadas, onde os transportes públicos têm dificuldade em chegar, deve investir-se em habitações próximas da estação. Já a pensar nisto, algumas estações foram deslocalizadas. Acontecia que algumas das estações antigas estavam num sítio e as aldeias tinham crescido para o lado contrário. Nesses casos, as estações foram deslocalizadas, para ser mais fácil à população chegar ao metro. Há muitas zonas, nomeadamente no troço suburbado, que não estão urbanizadas. O metro naõ deve ser só uma linha onde passa um comboio. O metro deve ser o ponto de partida para a nova organização do espaço.
Por isso é que a SMM quer que as Câmaras façam os projectos de urbanização das zonas envolventes... porque assim ficam garantidas duas coisas: 1º: que o metro vai ter utilizadores; 2º que as pessoas têm metro perto de casa e podem deslocar-se sem problema nenhum!
bru_nex Escreveu:O metro deve servir para ordenar as zonas por onde passa.
Entendo o que queres dizer, mas uma rede de transportes não "deve servir" para ordenar. Neste caso está-se é a tentar remediar o mau ordenamento existente, mas sem um esforço conjunto entre os diversos intervenientes locais não é o metro sozinho que altera o que quer que seja..
Yap! É isso mesmo. A SMM está a chamar a atenção para a possibilidade que vai surgir com o metro: corrigir, da maneira possível, um erro que tem anos. Cabe agora às autarquias acelerarem os projectos para urbanização das zonas envolventes.
Temos de convir que a SMM tem preocupações citadinas. O Maia Seco pensa como presidente da Câmara. E, se esse pensamento for aproveitado, podemos fazer do metro algo realmente grande!
bru_nex Escreveu:Yap! É isso mesmo. A SMM está a chamar a atenção para a possibilidade que vai surgir com o metro: corrigir, da maneira possível, um erro que tem anos. Cabe agora às autarquias acelerarem os projectos para urbanização das zonas envolventes.
Temos de convir que a SMM tem preocupações citadinas. O Maia Seco pensa como presidente da Câmara. E, se esse pensamento for aproveitado, podemos fazer do metro algo realmente grande!
Ora vejamos, no troço urbano do metro até à travessia do Mondego, não há mais nada para urbanizar, está tudo construído e os poucos espaços restantes já têm destino definido. Do Mondego ao Sobral, as zonas passiveis de construção também estão ocupadas, restam terrenos agricolas, inundáveis, ou então florestas com declives muito acentuados. Do Sobral a Miranda temos o vale do Dueça, rodeado de terrenos agricolas ou escarpas muito declivosas, sem possibilidade de construção. De Miranda para cima a situçaõ não é muito diferente, haverá algumas zonas de expansão limitadas.
Onde querem fazer as tais urbanizações afinal? E já agora donde virão as pessoas? De outras zonas da cidade? De fora? E para atrair gente de fora basta o metro? Não é preciso primeiro ter empregos para elas, por exemplo?
Cá para mim esta intervenção do Maia Seco serve como desculpa adiantada para os futuros problemas financeiros do metro. "...ah e tal tem prejuizo porque a câmara não ordenou o território..."
É verdade que o ordenamento é pessimo, mas é uma realidade com a qual os mentores do metro já se deviam ter preocupado há muitos anos, não é com desculpas esfarrapadas agora.
bru_nex Escreveu:No vídeo, o Maia Seco fala do exemplo de Ceira. Dá uma vista de olhos.
O video não explica nada. É evidente que um circulo de raio 500 m na Solum tem muito mais gente que no Sobral de Ceira. A questão é saber se é possivel colocar no circulo do Sobral o mesmo número de pessoas que no da Solum. Achas que é possivel?