bru_nex Escreveu: É igual, sim.
A variante da Solum foi introduzida para dar maior consistência financeira ao projecto. Substituir toda a linha é um imperativo para que o metro circule mas talvez também fosse desejável substituir a linha no caso da electrificação. Tem a ver com a colocação de carris novos que fazem com que a circulação na linha seja mais segura.
O que eu estou a dizer é que grande parte dos custos seriam os mesmos que iríamos ter com a electrificação da linha. Não te esqueças que estamos a falar de uma linha única! Só há uma linha! Não há duas... uma para cada sentido. Há apenas, uma. É muito importante que essa linha esteja em bom estado. Além disso, o metro, na impossibilidade de fazer uma nova linha paralela, vai aumentar o número de pontos onde os comboios se podem cruzar. Isso também custa dinheiro.
Já para não falar que o serviço actual também não dá lucro.
Temos aqui a hipótese de fazer uma nova linha, de começar do zero. Vai custar muito dinheiro? Vai. É um investimento que não vai dar lucro? É. Mas nem tudo se resume a dinheiro. E numa obra de engenharia de transportes, muito menos... Estamos a falar da melhoria da mobilidade das pessoas... Estamos a falar de organização de uma cidade desordenada... Estamos a falar da preparação de Coimbra para crescer...
Tu estás preocupado porque se vai gastar 300 milhões de euros com a brincadeira. Mas se é para gastar dinheiro, que o gastem aqui em vez de o gastarem sempre nos mesmos sítios (Lisboa e Porto). Estamos a falar de um investimento que vai sair dos bolsos de toda a gente. Mas também te sai do bolso o Metro de Lisboa, o do Porto e por aí a fora.. Sai tudo do bolso.
E mais uma coisa... A população activa de Coimbra paga o metro para aí em 3 anos SÓ COM OS DESCONTOS que faz para a Segurança Social!
O que eu acho é que já chega de ver o meu dinheiro ir sempre para os grandes centros urbanos enquanto Coimbra e o resto do país se tornam, cada vez mais, paisagem!
Pronto está bem, eu sobre esta questão já disse o que tinha a dizer.
Se achas que os custos são iguais para as duas soluções, que 300 milhões é uma bagatela que equivale a 3 anos de descontos para a SS (já agora diz isso a quem recebe as reformas da SS, cuja viabilidade financeira é questionável a médio prazo, mesmo com a reforma efectuada), se achas que pagas os metros de Lisboa e Porto portanto também queres um (já agora pagavamos metros para todas as cidades do país que também têm direito) então ok.
Olha o que me preocupa é quando vejo noticias a dar conta da situação financeira da Grécia (tantas vezes comparada connosco) quase à beira da bancarrota, da Irlanda (tanta vez apontada como exemplo) em sérias dificuldades e nós aqui em Portugal parece que caminhamos alegremente para o precipicio. É fartar vilanagem até que rebente.
A gestão de um país ou de uma autarquia tem semelhanças com a gestão que fazemos na nossa casa. Eu também gostava de ter algumas coisas que acho que me fazem falta ou melhoravam a minha qualidade de vida, mas sei que se as comprar vou ter de pagar e não estou estou para ficar com a corda ao pescoço por isso. O problema do metro e outros investimentos que tal, é que quando chegar a factura provavelmente quem vai sofrer serão terceiros que nada tiveram a ver com a decisão. E olha que quanto mais nova é uma pessoa menos brilhante se afigura o seu futuro (infelizmente), e como julgo que és mais novo que eu, acho que devias estar mais preocupado, pois tudo isto vai sobrar se calhar mais para ti do que para mim.
Peço desculpa pelo desabafo, que é um bocado off tópic, mas já me cansa esta espécie de inconsciência nacional que década após década vai cometendo sempre os mesmos erros e após mais de 20 anos de UE e sucessivas vagas de fundos comunitários, nunca conseguiram tirar o país da cauda da Europa, sendo inclusivé ultrapassado por países com democracias muito mais recentes, mas que aprenderam mais depressa do que nós.