Escolher o João Gabriel Silva para tomar decisões para combater o insucesso escolar... um professor que tinha a "honra" de ter a cadeira com a mais elevada taxa de reprovação do DEI e que passava metade do tempo a falar de política em vez de dar aulas. Mais um pouco e colocamos o Saddam a liderar uma comissão para proteger os direitos humanos.FCTUC quer contrariar insucesso escolar
Cerca de 300 alunos da faculdade desistiram dos estudos em 2005, é o que dizem as inscrições no ano lectivo que agora se iniciou. A grande maioria foi incapaz de concluir uma única cadeira
Mais de 70% dos alunos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) que, no último ano lectivo, abandonaram o curso não obtiveram aprovação a nenhuma disciplina.
Juntando os que, em 2004-2005, conseguiram classificação positiva em apenas uma ou duas cadeiras, este número eleva-se para quase 80%.
Os dados foram recolhidos pelo docente João Gabriel Silva, que pretende, agora na qualidade de presidente do Conselho Científico do mesmo estabelecimento (ver caixa), «apostar fortemente na avaliação contínua, nomeadamente para os alunos do 1.º ano» das licenciaturas, revelou, ontem, o presidente do Conselho Directivo da FCTUC.
Ao Diário de Coimbra, Lélio Quaresma Lobo explicou que os alunos vão ser acompanhados, devendo, por exemplo, «de 15 em 15 dias, fazer trabalhos pelos quais serão avaliados». «A ideia é atenuar o insucesso, contratando estudantes de doutoramento ou licenciados para a função de coadjutores dos professores», disse, ainda, Quaresma Lobo.
De acordo com o catedrático de Engenharia Química, «o abandono» na FCTUC, frequentada por pouco mais seis mil alunos, «rondará os 5%». Ou seja, três centenas de estudantes não se inscreveram, este ano, nos respectivos cursos.
Quaresma Lobo ressalva que «com a introdução do valor máximo das propinas, o número de abandonos aumentou relativamente pouco, na ordem de algumas dezenas em relação a anos anteriores», o que «significa que não é por esse factor que os alunos deixam de estudar».
Ontem, durante a sessão de abertura do ano escolar no Departamento de Engenharia Civil da FCTUC, também o reitor da instituição se mostrou preocupado com o facto de o número de anos de permanência dos estudantes nas licenciaturas ser «muito superior» ao número de anos de duração do curso. «Há uma ligação muito forte entre insucesso escolar e abandono», frisou Fernando Seabra Santos.
Para o reitor da Universidade de Coimbra, vai ser preciso «ter imaginação para apresentar soluções» que contrariem os níveis de insucesso, muito associados à «baixa preparação» que os alunos trazem do ensino secundário.
No entanto, há «soluções» que diz estarem dentro da esfera de competências da UC, que não devem deixar de ser tomadas, sublinhando «a relação directa entre o número de horas que o aluno dedica às aulas e o resultado final nos exames e nas avaliações».
Para Seabra Santos, é importante «ajudar os que têm dificuldade e valorizar os que têm mérito», o que, de alguma forma, a UC já faz – dispõe de um fundo de apoio social que permite atribuição de 1200 bolsas, além de premiar 3% dos melhores alunos todos os anos.
Mas nem tudo é mau. Pelo segundo ano consecutivo, a UC assegura a terceira posição na taxa de ocupação de vagas (94% foram preenchidas nas duas primeiras fases do concurso nacional de acesso ao ensino superior). Logo a seguir à Universidade Técnica de Lisboa e à Universidade do Porto, situadas nas «grandes bacias demográficas de recrutamento». O que para Seabra Santos significa um «êxito» assinalável.
Por outro lado, notou o reitor, «em três anos, o número de alunos de pós-graduação subiu de 6% para 16%», uma curva que «deverá manter-se nos próximos anos» e que, «longe de ser vivida como um drama, deve ser entendida como mais um desafio, que grandes instituições da Europa já atravessaram num passado recente».
Mais. «Daqui a dez anos, as universidades europeias vão ser classificadas em termos da qualidade das suas pós-graduações», salientou, numa alusão ao processo de Bolonha, que visa tornar as formações de nível superior facilmente comparáveis entre os vários países. Pelo que é desejável «evitar que a UC possa vir a ser considerada exclusivamente como uma universidade de graduação», disse.
Fonte: Diário de Coimbra

A "maravilhosa" avaliação contínua proposta é utilizada no DEI e levantou muitos mais problemas do que trouxe. Os alunos ficaram com excesso de trabalho porque os professores não fazem a mínima ideia sobre se a carga que aplicam é excessiva ou não (a maioria parece pensar que a sua cadeira é a única) e a qualidade dos trabalhos foi-se completamente abaixo. Querer agora fazer o mesmo com toda a FCT é completamente aberrante. É como tentar resolver a sinistralidade rodoviária espalhando óleo nas estradas.