Boas notas são base de avaliações

Para professores, alunos e funcionários do ensino secundário
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Pedro
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Boas notas são base de avaliações

Mensagem por Pedro »

Boas notas são base de avaliações

O Ministério da Educação recusa a ideia de que esteja a pressionar os professores ao considerar as notas dos alunos como “critério fundamental” da avaliação das escolas e dos docentes, mas a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) diz que “uma coisa leva, inevitavelmente, à outra.”
“Avaliar os professores com base nas notas dos alunos tem como objectivo pressionar os professores para melhorar as estatísticas da Educação em Portugal”, disse ontem Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, acrescentando que “este tipo de avaliação vai gerar conflitos nas escolas.”

Também o PSD afirmou que as notas dos alunos não podem ser critério de avaliação dos professores. Para o deputado Pedro Duarte, “um sistema de avaliação assente nestes critérios vai levar, naturalmente, à total degradação do ensino.

Diz o parlamentar social-democrata que “o PSD considera que os professores devem ser avaliados por vários critérios e consoante a realidade local onde leccionam.”

Na terça-feira o CM noticiou que o facto de as notas dos alunos terem influência na avaliação das escolas está a levar alguns conselhos executivos a pressionar docentes a dar boas notas, no sentido de garantirem o contrato de autonomia, facto que o Ministério da Educação refuta, referindo que “as notas são apenas um critério e nem sequer o mais importante.”

No entanto, o CM apurou que, em pelo menos sete EB 2,3 dos distritos de Aveiro, Coimbra, Santarém, Porto e Viana do Castelo foram convocadas pelos conselhos executivos reuniões gerais cuja mensagem passava precisamente por aconselhar os professores a evitarem ao máximo as negativas já no primeiro período.

Nessas escolas ninguém fala abertamente do assunto, por receio das consequências que isso possa acarretar, acabando por ser cada vez mais difícil encontrar quem comente qualquer tema, sempre com a justificação de que isso tem consequências graves. No entanto, foi confirmada ao CM a realização dessas reuniões e o facto de muitos docentes se sentiram pressionados.

Fonte: Correio da Manhã
Mais uma das idiotices da ministra. Parece que é assim que ela quer melhorar o ensino em Portugal: forçar os professores a subir as suas notas ou recebem eles próprios avaliações negativas, para daqui a uns meses ela vir dizer que a educação está a melhorar, porque as notas estão a subir. A cada dia que passa fico cada vez mais com a impressão que ela vai conseguir arruinar o sistema educativo português antes de saír do lugar.

Usar as notas como principal critério é surreal. É óbvio que, assim, muitos conselhos executivos irão pressionar os professores a dar boas notas. Logo, vamos ter alunos com boas notas quando se calhar nem uma positiva fraca mereciam, apenas para a escola ficar bem vista e na frente do ranking. É isto que queremos para o ensino? Se é para fazer esta porcaria, mais vale dar aos alunos o diploma do 12º assim que entram na escola. Como parece que apenas as estatísticas interessam (mesmo que tenham de ser artificialmente inflaccionadas), sempre poupávamos tempo e dinheiro ao estado.

Quando dei aulas, tive o caso de uma aluna que estava entre o 3 e o 4. Dei-lhe a hipótese de fazer um trabalho extra para subir a nota. Ela entregou-me um trabalho plagiado da wikipédia. Dei-lhe zero nesse trabalho, tive uma conversa com ela sobre plágio e desci-lhe a nota para o 3. Se fosse hoje e se a situação fosse com outro professor, face a estas pressões todas, certamente que alguém iria dar-lhe o 4 apenas porque ela entregou o trabalho. As estatísticas ficavam melhor e tudo... mas tínhamos uma aluna que não aprendeu que o plágio não se faz. E isto aplica-se a várias outras situações. Estamos a caminhar para um sistema de ensino que diz aos jovens que podem fazer o que quiserem, que vai correr tudo bem, porque se o professor tentar mostrar-lhes que estão errados... corre o risco de ser ele a receber uma avaliação negativa.

Baya
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Mensagem por Baya »

Há gente que precisa de usar "máscaras", e aí está um bom exemplo.

Bom, acho que usar as notas como critério de avaliação do docente não tem cabimento nenhum. O professor pode ser muito bom, ter mesmo vocação para o ensino (não, uma boa parte não tem mesmo de todo :P ), esforçar-se para que os alunos se apliquem e tudo o mais, no entanto não pode andar 24/7 sobre os alunos a controlar-lhes a vida, a fazê-los estudar, nem tão pouco tem culpa alguma que alguns alunos não possuam a mínima aptidão para a matéria em questão ou que sejam pura e simplesmente burros.
Usar as notas como critério de avaliação é uma forma de mascarar a fraca qualidade de ensino, ou pelo menos a fraca prestação dos estudantes, e fazer o povo crer que em Portugal há um ensino de qualidade, quando todos sabemos que essa mesma qualidade está distribuida por um pequeno número de instituições/regiões e que cada vez tende mais a passar para os estabelecimentos privados (trabalho numa instituição de ensino privado e vejo bem o nível de exigência que aqui temos).

Na minha opinião, os professores deviam antes ser avaliados pelo seu empenho, pela organização do seu trabalho, pela forma mais/menos inteligente como apresentam a matéria aos alunos (temos que ter em conta que para muitos professores recebem turmas novas todos os anos, e com os novos alunos mudam também as mentalidades. O tipo de relacionamento que o professor tem com os alunos, a forma como lecciona, influencia muito o resultado final e os docentes devem, na minha opinião, tentar adaptar-se também eles ao tipo de alunos que lhes calha) e pelos seus próprios critérios de avaliação. Estes são pelo menos alguns dos aspectos que eu acho que deviam ser incluídos e analisados na avaliação do professor.

As notas reflectem, ou devem pelo menos reflectir, o grau de aptidão que o aluno tem para prosseguir na respectiva matéria e não para avaliar o professor, salvo muito raras excepções.


Mal Sr.ª Ministra, muito mal!

Baya
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Mensagem por Baya »

Hmm, só agora reparei que esta thread está na zona do Ensino Secundário. Quando escrevi o post anterior fi-lo a pensar num misto de Secundário/Superior, mas acho que se também adapta só ao Secundário.

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

A medida, se não me engano, é apenas para o ensino "normal" (três primeiros ciclos, mais secundário). Daí ter colocado aqui e não no geral.

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Lino
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Mensagem por Lino »

Bah... e as bases para as notas altas? Estudo, conhecimento, o que origina as notas? Epá a mulher é mesmo duuhhh... qualquer dia dão um 5 a um cromo que nem ler e escrever sabe, que já quase que vão para a faculdade na boa...

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carlacs
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Mensagem por carlacs »

O meu irmão anda na Silva Gaio, no 8º ano e relato aqui alguns factos:

-no ano passado, a Geografia, a professora repetiu um teste, ou seja, ..os alunos fizeram um teste e passado um mês tiveram outro teste e o anunciado era o mesmo, e obviamente ambas as notas contaram para avaliação;(e ja agora, no segundo teste houveram alunos com negas..)

-esta semana, teve teste de Inglês, e a professora, na véspera do teste, enganou-se a mostrou-lhes o enunciado.. (porque parece que há uma sala com pc's para todos os alunos (pc's esses supervisionados pelo pc da prof) e por engano, todos eles puderam ver uma copia do teste e le-lo com calma)

epa..é cada história..que uma pessoa fica parva..agora só me lembro destas, mas há muitas, muitas mesmo..

e isto é grave, porque há tanto 'facilitismo' que os alunos acabam por nem se preocupar muito, porque sabem que o professor vai arranjar sempre uma maneira de 'salvar' a situação.. e isto só prejudica os alunos, muito mesmo.

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

Novo "baixo" deste governo... presumo que devido ao sucesso dos protestos contra o aberrante modelo de avaliação que a ministra quer impor, os professores começaram a ser bombardeados com e-mails enviados a partir do Ministério com aquilo que só consigo descrever como propaganda: mensagens a elogiar o trabalho e abertura do Ministério da Educação, completos com links para vídeos de discursos da Ministra da Educação. Parece-me que estão a enviar isto recorrendo às listas de e-mails que os professores registam para criar contas de utilizador nos sites dos concursos (e que, supostamente, deveria ser usado unicamente para esse efeito). Enviei um e-mail a perguntar porque é que estou a receber propaganda desta na minha conta, vamos ver se se dão ao trabalho de responder (assumindo que a conta de onde estão a enviar é vista por alguém e não apenas usada para nos despejar este lixo em cima). :dis:

Sergey Rjabtzev
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Mensagem por Sergey Rjabtzev »

facilistismo...eis uma palavra que agora toda a genta adora associar ao ensino..."aaah no meu tempo os exames nao eram nada assim...isto agora é cagada...estes miudos tem tudo feito..." epa... :roll:

RuiSantos
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Mensagem por RuiSantos »

Sergey Rjabtzev Escreveu:facilistismo...eis uma palavra que agora toda a genta adora associar ao ensino..."aaah no meu tempo os exames nao eram nada assim...isto agora é cagada...estes miudos tem tudo feito..." epa... :roll:
E não é assim? :roll:
É por teres feito exames no ano passado que não os consideras "facilitismo"? Eu também os fiz e há que reconhecer que foram acessíveis!

Leia
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Mensagem por Leia »

A minha irmã está no 6º ano e deviam de ver os testes dela... Teste de Historia :Cruzes, Legendas, unir coisas e umas perguntas mais directas.

A minha irmã tem notas muito boas e no entanto tem lacunas a nível da matemática e do Ingles.

O facilistismo tem sido a ordem primária deste governo.

Sergey Rjabtzev
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Mensagem por Sergey Rjabtzev »

RuiSantos Escreveu:
Sergey Rjabtzev Escreveu:facilistismo...eis uma palavra que agora toda a genta adora associar ao ensino..."aaah no meu tempo os exames nao eram nada assim...isto agora é cagada...estes miudos tem tudo feito..." epa... :roll:
E não é assim? :roll:
É por teres feito exames no ano passado que não os consideras "facilitismo"? Eu também os fiz e há que reconhecer que foram acessíveis!
lá esta...ai esta uma grande verdade...foram acessiveis!para quem estudou pelo menos.agora é assim...nem toda a gente tem capacidade para tirar um curso universitario...e para poderem fazer exames mais dificeis têm de se criar um ensino desde a primaria à altura e alternativas viaveis aos cursos superiores...enquanto isto nao for criado os exames estão bem como estão,estão feitos de forma a que quem estude seja premiado por isso...nao estou a defender o governo,mas o facilitismo nao é de agora...ja vem muito de tras,nao sejam como o comum portugues de memoria curta que ja nem se lembra que antes deste governo houve outros e sempre com os mesmos lol :lol:



quanto a isso das cruzes e unir ja vem integrado naquilo que são os testes tipo usados em diversas areas...claro que acho que pelo menos até ao 7o ano deviam fomentar mais a escrita e o dominio do portugues...mas isso depois ter-me-ia tirado os loles que muita vez mando e mandei a ler e a ouvir certas coisas faladas em "portugues"(nao me excluo porque ja lolei comigo mesmo :lol: )

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

A maioria dos exames deste ano não premiaram quem estudou... premiaram quem andou o ano todo a brincar, que depois teve um exame tão básico que consegue boas notas sem se esforçar minimamente. Mas isso já está a ser discutido noutro tópico...

Sergey Rjabtzev
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Mensagem por Sergey Rjabtzev »

pois olha,eu nao andei o ano todo a brincar, tive um professora que nas duas turmas(minha e outra) a quem ela dava aulas,e eram turmas que vinham com boas notas de matematica de tras,no 1o periodo so houve 6 positivas em cada turma no 1o teste e para aí umas 10 no 2o(turmas de 27 alunos)...e não era de vir mal preparado dos anos anteriores,esta professora ja é conhecida por fazer testes temiveis pelo menos desde 99 lol...e sabes o melhor?ela fazia testes assim para nos baixar a nota de frequencia porque achava os exames demasiado faceis,ela admitiu isto,ainda que de forma indirecta obviamente.ninguem brincou naquelas 2 turmas e houve gente que nao entrou naquilo que queria por causa dela.por isso desculpem la mas epa não generalizem nem falem sem saber porque as vezes as situações nao são assim tao lineares :wink:




eish :shock: ja ultrapassei os limites legais de serious business para o que resta do ano...ja chega deste tipo de posts B)

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

Eu também já fui aluno e agora sou professor... sobre esta questão, dificilmente estou a falar sem saber.

A questão dos exames de Matemática já está a ser discutida no tópico que mencionei anteriormente, pelo que é melhor continuar lá.

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Chong Li
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Mensagem por Chong Li »

Novas Oportunidades leva mulher com 6.º ano à Universidade

Uma mulher de Tábua que deixou de estudar na adolescência saltou seis anos de escolaridade em pouco mais de um ano, frequentando agora uma licenciatura em Coimbra. É um exemplo polémico do Novas Oportunidades.

Luísa Gaio diz que a sua vida «deu uma volta de 180 graus» desde que há dois anos, ao visitar a feira anual de Arganil, soube que poderia obter a equivalência do 9º ano através do Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC).

Luísa Monteiro Gaio, de 33 anos, casada e mãe de dois filhos, dirigiu-se de imediato à Escola Secundária de Arganil para se inscrever no RVCC, uma das valências do actual Centro Novas Oportunidades.

Quando concluiu o curso, sem emprego, a formanda produzia algum artesanato, cuidava da habitação e dos filhos do casal, de nove e 12 anos, a que se juntam regularmente mais dois filhos do marido. Nem sequer pensava avançar para a certificação do 12º ano.

«Mas a técnica profissional que acompanhava a Luísa incentivou-a a prosseguir», recorda à agência Lusa Assumpta Coimbra, que era na altura a coordenadora do RVCC. A formanda distinguiu-se num grupo de 40 candidatos à certificação de competências.

«A Luísa acreditou que é possível valorizar os saberes da vida», sublinha Assumpta Coimbra.

Entusiasmada com os êxitos obtidos, candidatou-se ao curso de Turismo, Lazer e Património da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), fazendo os exames '+ 23'.

Entrou com média de 14 valores. Só que havia apenas duas vagas na licenciatura reservadas a ingressos através da antiga prova 'ad-hoc'.

O acesso à Universidade foi inicialmente recusado pela instituição. «Vou fazer o 12º ano!», decidiu.

No entanto, em Outubro de 2007, no dia em que iria inscrever-se de novo no RVCC, recebeu uma carta da FLUC a devolver-lhe a alegria: estava, afinal, assegurado o ingresso na faculdade.

Em pouco mais de um ano, Luísa Gaio saltou do 6º ano (antigo 2º ano do Ciclo Preparatório) para o ensino superior.

Fez, com 14 valores de média final, as 12 cadeiras do primeiro ano de Turismo, Lazer e Património, chegando a obter classificações de 19 valores.

Já no 2º ano, a universitária percorre diariamente 130 quilómetros de automóvel, entre Avelar, concelho de Tábua, e Coimbra. Levanta-se às 6h, para cuidar dos filhos que vão para a escola, e chega à Alta coimbrã antes das 8h, para garantir estacionamento próximo da Universidade.

Luísa Gaio não quer falhar uma aula. «Sem apoio do meu marido, não conseguia», refere.

Quase acabaram os passeios que fazia com a família aos fins-de-semana: «Tenho que estudar, fazer investigação e tratar da casa».

No final da licenciatura, pretende concretizar um projecto turístico em conjunto com uma irmã. Também a seduz a investigação académica nesta área.

Lusa/Sol
Isto vai de mal a pior.
As Universidades/Poitécnicos, que estão aflito$$ agradecem.
Mas o mais caricato é que chega a tirar 19´s nas cadeiras da Univ.
Fdx! Eu nunca tirei um 19 e demorei 6 anos a chegar à Univ.! Será que sou burro??