O título não cabia todo, mas aqui vai a versão completa:
Número elevado de anos para tirar o curso! - será uma realidade só de Coimbra?
Isto sempre foi uma coisa que me preocupou de alguma forma e cada vez acho mais estranho: porque é que os alunos desta Universidade demoram carradas de anos a acabar o curso?
É certo que não conheço a realidade de outras Universidades (/instituições do Ensino Superior), mas tenho ideia que não é assim, pelo menos na generalidade. Aqui parece-me que são mais casos pontuais os das pessoas que acabam o seu curso no mínimo de anos possível.
Alguém tem alguma opinião e/ou conhece o que se passa noutras instituições?
Número elevado de anos para tirar o curso!
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Eu acho que a maioria das pessoas acaba dentro do normal (ou então leva mais um ou dois anos). Pessoal que leva mais do que isso é raro... e, na sua maioria, são pessoas já com uma carreira profissional (seja por gosto ou porque teve de ser para pagarem as propinas).
Claro que também há situações em que há pessoal que não tirou o curso por uma ou duas cadeiras mais complicadas e que não consegue fazer. Isto só se resolve com alguma ajuda por parte dos professores, para melhor explicar a matéria. Infelizmente há muitos que se orgulham de ter uma cadeira difícil... divertem-se a dizer aos alunos que o mais provável é chumbarem à cadeira em vez de tentar explicar-lhes como passar. No fim, fazem exames só para poder gozar com o pessoal que desiste (ainda este semestre tive um destes exemplos).
Finalmente, em cursos com estágio, também ocorre os alunos prolongarem o estágio na empresa. Começam como estagiários, vão ganhando o seu lugar na empresa e "esquecem-se" do estágio. Isto também causa algumas demoras.
Penso que a melhor maneira de evitar isto seria incentivar os estudantes a acabar no mínimo de anos possível. Por exemplo, quem passasse de ano recebia uma bolsa de estudo ou isenção de propinas. A Universidade é o grau de ensino mais difícil e é extremamente desgastante, pelo que é normal os alunos perderem motivação pelo meio (já me aconteceu algumas vezes perder todo o interesse no curso, principalmente quando tive cadeiras que não me vão servir para nada). Bons professores e algumas motivações extra podem ajudar.
Claro que também há situações em que há pessoal que não tirou o curso por uma ou duas cadeiras mais complicadas e que não consegue fazer. Isto só se resolve com alguma ajuda por parte dos professores, para melhor explicar a matéria. Infelizmente há muitos que se orgulham de ter uma cadeira difícil... divertem-se a dizer aos alunos que o mais provável é chumbarem à cadeira em vez de tentar explicar-lhes como passar. No fim, fazem exames só para poder gozar com o pessoal que desiste (ainda este semestre tive um destes exemplos).
Finalmente, em cursos com estágio, também ocorre os alunos prolongarem o estágio na empresa. Começam como estagiários, vão ganhando o seu lugar na empresa e "esquecem-se" do estágio. Isto também causa algumas demoras.
Penso que a melhor maneira de evitar isto seria incentivar os estudantes a acabar no mínimo de anos possível. Por exemplo, quem passasse de ano recebia uma bolsa de estudo ou isenção de propinas. A Universidade é o grau de ensino mais difícil e é extremamente desgastante, pelo que é normal os alunos perderem motivação pelo meio (já me aconteceu algumas vezes perder todo o interesse no curso, principalmente quando tive cadeiras que não me vão servir para nada). Bons professores e algumas motivações extra podem ajudar.
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Eu acho que é assim em todos os sítios. Tirar um curso não é suposto ser fácil; como o Pedro disse, o ensino superior é o grau de ensino mais difícil e é muito desgastante, ainda pra mais quando se tem cadeiras atrasadas. E também há pessoas que a certa altura perdem interesse em acabar o curso quando se vêm a trabalhar e a ganhar bem e acabam por adiar.

Ainda hoje tive um exame dessesdivertem-se a dizer aos alunos que o mais provável é chumbarem à cadeira em vez de tentar explicar-lhes como passar. No fim, fazem exames só para poder gozar com o pessoal que desiste (ainda este semestre tive um destes exemplos).

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Pedro, tás lá! Concordo com quase tudo.
Se bem acho k se culpa muito os alunos qdo os senhores intocáveis (professores) não tên ninguem para lhes avaliar a (in)competência.
Quem sofre somos sempre nós, os ordenadinhos deles nunca estão em causa. Qualquer coisa que aconteça..."meu deus... tirar regalias aos professores é que nao!" basicamente no mio disto tudo da política educativa, falar de professores é tabu, é completamente proibido. Mas se pensarmos bem há muitos problemas cuja culpa é dos docentes.
Se pensam que estou aki para atirar aos professores a matar...estou! acho k é o absurdo mais gritante no ensino superior, o estatuto que um barrigudo professor tem.
FAzer exames para gozar c o pessoal e divertir-se c os chumbos? Porque é k os estudantes sao uns borgas, uns irresponsaveis e os professores apasear de fazerem tudo isto devem ser respeitados.
Porra p os profs, estou farto de apanhar porrada.
Se bem acho k se culpa muito os alunos qdo os senhores intocáveis (professores) não tên ninguem para lhes avaliar a (in)competência.
Quem sofre somos sempre nós, os ordenadinhos deles nunca estão em causa. Qualquer coisa que aconteça..."meu deus... tirar regalias aos professores é que nao!" basicamente no mio disto tudo da política educativa, falar de professores é tabu, é completamente proibido. Mas se pensarmos bem há muitos problemas cuja culpa é dos docentes.
Se pensam que estou aki para atirar aos professores a matar...estou! acho k é o absurdo mais gritante no ensino superior, o estatuto que um barrigudo professor tem.
FAzer exames para gozar c o pessoal e divertir-se c os chumbos? Porque é k os estudantes sao uns borgas, uns irresponsaveis e os professores apasear de fazerem tudo isto devem ser respeitados.
Porra p os profs, estou farto de apanhar porrada.
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- Registado: terça-feira, 04 janeiro 2005 22:46
O tempo que se demora a acabar o curso depende de muitas coisas.
Eu já acabei (economia - feuc), o curso tinha um plano de 4 anos e um de 5 e eu fiz em sete
e sei que foi tempo demais!
Pelo menos para mim foi... Sobretudo porque não considero que o curso tenha um grau de dificuldade muito elevado. Com algum método e dedicação faz-se bem... Eu é que não tinha esse método e muito menos essa dedicação.
E o facto de ter acabado esses anos mais tarde, fez com que apanhasse o país numa situação muito pior do que se tivesse acabado no tempo normal, e foi mais complicado para arranjar emprego, etc etc...
Há algumas coisas que eu acho que contribuem para que se demore mais tempo.
Uma delas é o facto de agora quase toda a gente querer ir para a universidade, não porque gosta de estudar, ou porque gosta do curso, mas porque os pais gostam, porque é quase moda... E porque não há muitas alternativas, chegas aos 18 anos e vais fazer o quê? olha vou para a universidade e depois logo se vê.
Outra é o facto de para muitas pessoas, ser a primeira fase de indepêndencia longe de casa, com liberdade de tempo pra tudo... Borga é fixe, o ambiente puxa e esquecemo-nos do resto...
Outra (este foi o meu caso) é que a universidade é completamente diferente dos outros graus de ensino, e qdo entrei não tinha noção disso. O facto de sempre teres sido um bom aluno não quer dizer nada, e vice-versa (estava habituada a ir fazendo as disciplinas com boa nota sem ter de estudar muito e isso deixou de resultar
) Ninguém controla ninguem, se quiseres estudar, estudas, o professor nem te conhece, nem te vai chamar atenção, podemos ir deixando cadeiras em atraso (é normal), não há faltas, nao tens que ir a aulas... Isto tudo junto... Custei a habituar-me. E deu no que deu... Em portugal, pelo menos no meu curso, ainda funciona muito a avaliação com base em um exame apenas. eu acho que teria melhores resultados se fosse como noutros países, que tem muito mais trabalhos práticos e de grupo, isso faz com que as pessoas sejam mais envolvidas e motivadas.
Era isto...
Eu já acabei (economia - feuc), o curso tinha um plano de 4 anos e um de 5 e eu fiz em sete

Pelo menos para mim foi... Sobretudo porque não considero que o curso tenha um grau de dificuldade muito elevado. Com algum método e dedicação faz-se bem... Eu é que não tinha esse método e muito menos essa dedicação.
E o facto de ter acabado esses anos mais tarde, fez com que apanhasse o país numa situação muito pior do que se tivesse acabado no tempo normal, e foi mais complicado para arranjar emprego, etc etc...
Há algumas coisas que eu acho que contribuem para que se demore mais tempo.
Uma delas é o facto de agora quase toda a gente querer ir para a universidade, não porque gosta de estudar, ou porque gosta do curso, mas porque os pais gostam, porque é quase moda... E porque não há muitas alternativas, chegas aos 18 anos e vais fazer o quê? olha vou para a universidade e depois logo se vê.
Outra é o facto de para muitas pessoas, ser a primeira fase de indepêndencia longe de casa, com liberdade de tempo pra tudo... Borga é fixe, o ambiente puxa e esquecemo-nos do resto...
Outra (este foi o meu caso) é que a universidade é completamente diferente dos outros graus de ensino, e qdo entrei não tinha noção disso. O facto de sempre teres sido um bom aluno não quer dizer nada, e vice-versa (estava habituada a ir fazendo as disciplinas com boa nota sem ter de estudar muito e isso deixou de resultar

Era isto...

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- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
Eu devo dizer que, infelizmente, isto não funciona de maneira simples. No meu curso acontece o oposto do teu e, acredita, que há vezes em que eu suspiro por exames. Isto porque muitos professores não têm qualquer noção da carga horária que colocam sobre os alunos em muitos dos trabalhos práticos, levando-nos a passar o tempo todo a trabalhar. Há aquela noção de cada professor achar que o aluno tem a vida toda para dedicar à sua cadeira e que pode abusar dele com os trabalhos que quiser. No DEI, a maioria infelizmente é assim... eu concordo com uma avaliação contínua, mas tem que ser doseada. Não se pode exagerar no trabalho, que é o que acontece.JulesS Escreveu:Em portugal, pelo menos no meu curso, ainda funciona muito a avaliação com base em um exame apenas. eu acho que teria melhores resultados se fosse como noutros países, que tem muito mais trabalhos práticos e de grupo, isso faz com que as pessoas sejam mais envolvidas e motivadas.
A mim parece-me que, para resolver os problemas dos alunos demorarem demasiado tempo a acabar o curso, temos que começar por educar os professores. A grande questão é: será que eles aceitam isso? Muitos dizem que estão prontos para se adaptar... no meu próprio departamento fazem inquéritos pedagógicos aos alunos, supostamente para corrigir os problemas do curso. E em todos os inquéritos nos últimos anos foi indicado o mesmo problema: excesso de trabalho. Serviu de alguma coisa? Não. É fácil falar, mas quando chega a hora dos professores terem algum trabalho, é o que se vê...
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- Registado: terça-feira, 04 janeiro 2005 22:46
Bem, eu tive UMA cadeira que dava trabalho para um semestre.
Investimento global on line . tinhamos um capital (ficticio) para investir na bolsa, em varios paises e titulos diferentes, e todas as semanas tinhamos que tomar decisoes de investimento atraves de informação recolhida na net, principalmente, e ir avaliando as perdas/ganhos, fundamentando as decisoes, bla bla bla...
Era o tipo de trabalho que nunca estava acabado... porque podes sempre recolher mais e mais informação... E tinhamos que enviar por mail o trabalho até à meia noite, mas tinhamos que esperar que a bolsa dos EUA fechasse, (as 22h acho eu) para ter as cotações .... era lindo!!
Lembro-me que nesse semestre não estudei mais nada, so estudei depois na véspera dos exames, para o resto das cadeiras.
Sim, trabalhos doseados!!
Investimento global on line . tinhamos um capital (ficticio) para investir na bolsa, em varios paises e titulos diferentes, e todas as semanas tinhamos que tomar decisoes de investimento atraves de informação recolhida na net, principalmente, e ir avaliando as perdas/ganhos, fundamentando as decisoes, bla bla bla...
Era o tipo de trabalho que nunca estava acabado... porque podes sempre recolher mais e mais informação... E tinhamos que enviar por mail o trabalho até à meia noite, mas tinhamos que esperar que a bolsa dos EUA fechasse, (as 22h acho eu) para ter as cotações .... era lindo!!
Lembro-me que nesse semestre não estudei mais nada, so estudei depois na véspera dos exames, para o resto das cadeiras.
Sim, trabalhos doseados!!
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- Registado: sexta-feira, 17 dezembro 2004 2:29
Pedro, tás lá! Definitivamente tocaste no ponto essencial.
Será que os professores etão prontos a adaptar-se realmente... ou é mesmo...pede-se-lhes mais um pouquinho de trabalho lá se vai a adaptação com o galheiro.
Mas olha.. imagina... tu estás no departamento de engenharia informatica (estás n tas?) que nem é muito mau, agora o departamento ao lado, engenharia electrotecnica, que é onde eu estou, é muito mtuio mtuio muito conservador qdo comparado com o teu. Há lá professores que sao homenageados e tudo mais e defendem que cada professor dever ter um gabinete e uma secretária(uma pessoa, não uma mesa)!!!! Outros são contra a época de recurso, outros fizeram a ultima revisão da sebenta em 1993... etc etc.
Digo-te, o departamento de engenharia informatica até tem uma classe docente bem inovadora quando comparado com a maior parte da universidade. Não querendo com isto dizer k é um corpo docente modelo.
Será que os professores etão prontos a adaptar-se realmente... ou é mesmo...pede-se-lhes mais um pouquinho de trabalho lá se vai a adaptação com o galheiro.
Mas olha.. imagina... tu estás no departamento de engenharia informatica (estás n tas?) que nem é muito mau, agora o departamento ao lado, engenharia electrotecnica, que é onde eu estou, é muito mtuio mtuio muito conservador qdo comparado com o teu. Há lá professores que sao homenageados e tudo mais e defendem que cada professor dever ter um gabinete e uma secretária(uma pessoa, não uma mesa)!!!! Outros são contra a época de recurso, outros fizeram a ultima revisão da sebenta em 1993... etc etc.
Digo-te, o departamento de engenharia informatica até tem uma classe docente bem inovadora quando comparado com a maior parte da universidade. Não querendo com isto dizer k é um corpo docente modelo.
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- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
O problema é que a suposta inovação do meu Departamento fica-se pelo papel e por uns 5 ou 6 professores que são bons.
Foi feita uma remodelação do curso quando eu estava no 2º ano, de modo a evitar o pico de trabalho nos exames, balanceando o nosso trabalho pelo ano todo. O resultado foi o que mencionei anteriormente, os professores não estão preparados para isso e dão-nos trabalhos em excesso. Nós dizemos que isso está errado. Ligam alguma coisa? Não.
No meu departamento não pretendem acabar com a época de recurso, mas sim com as frequências. Aliás, acho que já são mais as cadeiras sem frequência que as que ainda têm. A justificação é que nós temos "demasiadas oportunidades para passar à cadeira". É outra maneira de dizer "vão-se lixar, que não quero andar a corrigir exames". Deviam ser os próprios professores a querer que os alunos passem às cadeiras, mas observa-se exactamente o contrário.
Depois temos casos de professores como o Henrique Madeira (presumo que também conheças, porque dá aulas a Electro). Nos últimos dois anos faltou a mais aulas do que deu. Este semestre tive uma cadeira com ele e foi um desastre completo, quase não deu aulas. A minha pergunta é: porque é que ele não admite que não está em condições de dar aulas? É ridículo o departamento estar a pagar a um professor que está ausente, por muito bom que ele seja (o que nem sequer é o caso).
Agora vou-te contar o que aconteceu numa cadeira que ele deu este semestre. Em primeiro lugar, ainda não saíram as notas do projecto e de um trabalho prático que foi feito a meio do semestre e que, em conjunto, valem 10 valores (ou seja, metade da nota). Portanto, os alunos tiveram que fazer frequência, exame e exame de recurso sem saber metade da sua nota. Isto não seria crítico se contasse o melhor resultado obtido em qualquer das provas. Mas nem sequer em exame de recurso as notas estão asseguradas. O professor apenas disse que apenas guardava a nota se tivesse um "pequeno desvio de, no máximo, dois valores". Isto é alguma decisão decente? Um aluno tem uma nota que não sabe se dá para passar porque o professor andou a passear pelo estrangeiro metade do semestre e não teve tempo de dar o resto da nota, e depois ainda tem de adivinhar se aquela nota é suficiente? Ainda tem de chegar ao fim do exame e perguntar a si próprio se aquilo que fez está dentro do aceitável para não baixar a sua nota e passar à cadeira? É estupidamente ridículo. Indivíduos deste género não deviam ser professores... no entanto, é com isto que temos de lidar. E enquanto existirem professores destes, vamos continuar a ter a mesma situação de alunos a demorar mais que o previsto para acabar o curso.
Foi feita uma remodelação do curso quando eu estava no 2º ano, de modo a evitar o pico de trabalho nos exames, balanceando o nosso trabalho pelo ano todo. O resultado foi o que mencionei anteriormente, os professores não estão preparados para isso e dão-nos trabalhos em excesso. Nós dizemos que isso está errado. Ligam alguma coisa? Não.
No meu departamento não pretendem acabar com a época de recurso, mas sim com as frequências. Aliás, acho que já são mais as cadeiras sem frequência que as que ainda têm. A justificação é que nós temos "demasiadas oportunidades para passar à cadeira". É outra maneira de dizer "vão-se lixar, que não quero andar a corrigir exames". Deviam ser os próprios professores a querer que os alunos passem às cadeiras, mas observa-se exactamente o contrário.
Depois temos casos de professores como o Henrique Madeira (presumo que também conheças, porque dá aulas a Electro). Nos últimos dois anos faltou a mais aulas do que deu. Este semestre tive uma cadeira com ele e foi um desastre completo, quase não deu aulas. A minha pergunta é: porque é que ele não admite que não está em condições de dar aulas? É ridículo o departamento estar a pagar a um professor que está ausente, por muito bom que ele seja (o que nem sequer é o caso).
Agora vou-te contar o que aconteceu numa cadeira que ele deu este semestre. Em primeiro lugar, ainda não saíram as notas do projecto e de um trabalho prático que foi feito a meio do semestre e que, em conjunto, valem 10 valores (ou seja, metade da nota). Portanto, os alunos tiveram que fazer frequência, exame e exame de recurso sem saber metade da sua nota. Isto não seria crítico se contasse o melhor resultado obtido em qualquer das provas. Mas nem sequer em exame de recurso as notas estão asseguradas. O professor apenas disse que apenas guardava a nota se tivesse um "pequeno desvio de, no máximo, dois valores". Isto é alguma decisão decente? Um aluno tem uma nota que não sabe se dá para passar porque o professor andou a passear pelo estrangeiro metade do semestre e não teve tempo de dar o resto da nota, e depois ainda tem de adivinhar se aquela nota é suficiente? Ainda tem de chegar ao fim do exame e perguntar a si próprio se aquilo que fez está dentro do aceitável para não baixar a sua nota e passar à cadeira? É estupidamente ridículo. Indivíduos deste género não deviam ser professores... no entanto, é com isto que temos de lidar. E enquanto existirem professores destes, vamos continuar a ter a mesma situação de alunos a demorar mais que o previsto para acabar o curso.
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- Novato
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- Registado: sexta-feira, 18 fevereiro 2005 14:09
Claro que depende do curso.
Eu falo do que conheço. Quem disse que os veteranos são raros é só ir á minha faculdade (FDUC).
A meu ver os professores correctores são demasiado exigentes, mesmo num sentido perjorativo, pois não sei até que ponto a avaliação é beneficiada por isso. Coneço muitas pessoas que desistiram. Outras que fizeram transferância para Lx para poderem tirar notas relativamente boas e que permitem o acesso á continuação da licenciatura.
Mas... Se formos ver os Magistrados que se formam no Centro de Estudos Judiciários (que é a formação mais complicada no âmbito do Direito), acabamos por constatar que a grande maioria vem de Coimbra. Dada a dificuldade das provas a prestar, os licensiados (e não só) que foram sujeitos a um grau de dificuldade menor ficam pelo caminho. Não significa isto que essa dificuldade prepara melhor para o futuro? Não sei.
Fiquem Bem.
Eu falo do que conheço. Quem disse que os veteranos são raros é só ir á minha faculdade (FDUC).
A meu ver os professores correctores são demasiado exigentes, mesmo num sentido perjorativo, pois não sei até que ponto a avaliação é beneficiada por isso. Coneço muitas pessoas que desistiram. Outras que fizeram transferância para Lx para poderem tirar notas relativamente boas e que permitem o acesso á continuação da licenciatura.
Mas... Se formos ver os Magistrados que se formam no Centro de Estudos Judiciários (que é a formação mais complicada no âmbito do Direito), acabamos por constatar que a grande maioria vem de Coimbra. Dada a dificuldade das provas a prestar, os licensiados (e não só) que foram sujeitos a um grau de dificuldade menor ficam pelo caminho. Não significa isto que essa dificuldade prepara melhor para o futuro? Não sei.
Fiquem Bem.
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- Iniciado
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- Registado: quinta-feira, 06 janeiro 2005 5:29
Como já aqui falaram, avaliação contínua é uma forma de ajudar os alunos a passar às cadeiras, mas nem sempre resulta como devia... ou porque os sobrecarrega de trabalho, ou porque é só para ter no papel e nem vale a pena o esforço, ou porque não há!!!
A experiência que tenho é que os alunos nem sempre aproveitam as oportunidades que lhes dão.... é triste, mas (em alguns sítios) é verdade!
A experiência que tenho é que os alunos nem sempre aproveitam as oportunidades que lhes dão.... é triste, mas (em alguns sítios) é verdade!
Vão-me crucificar por dizer isto, mas.... parece-me bem!! Afinal quem é que quer passar à cadeira?Pedro Escreveu:Deviam ser os próprios professores a querer que os alunos passem às cadeiras, mas observa-se exactamente o contrário.
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- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
Eu acho que crucificar-te era pouco. 
Se os professores não querem que os alunos aprendam e passem às cadeiras, que raio é o objectivo deles? Fingir que dão aulas a turmas sobrelotadas? Eu acho que é uma estupidez completa...
Em relação à questão da dificuldade, acho que o melhor é preparar os alunos para o futuro da melhor maneira, não é dificultar-lhes a vida. Uma preparação correcta realizada por professores interessados é muito superior a uma preparação cujo objectivo é, apenas, lixar a vida aos alunos.

Se os professores não querem que os alunos aprendam e passem às cadeiras, que raio é o objectivo deles? Fingir que dão aulas a turmas sobrelotadas? Eu acho que é uma estupidez completa...

Em relação à questão da dificuldade, acho que o melhor é preparar os alunos para o futuro da melhor maneira, não é dificultar-lhes a vida. Uma preparação correcta realizada por professores interessados é muito superior a uma preparação cujo objectivo é, apenas, lixar a vida aos alunos.
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- Lendário
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- Registado: terça-feira, 04 janeiro 2005 22:46
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- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07