Bolonha em 2007/2008

Para professores, alunos e funcionários do ensino superior
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Pedro
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Bolonha em 2007/2008

Mensagem por Pedro »

Bolonha em Coimbra só a partir de 2007

Senado universitário decide que o processo de uniformização do ensino superior dos 40 países subscritores da Declaração de Bolonha só deve entrar em vigor na Universidade de Coimbra a partir de 2007/2008

As orientações da Declaração de Bolonha ainda não se vão fazer sentir na actividade lectiva da Universidade de Coimbra (UC) no próximo ano lectivo. O Senado da universidade aprovou ontem uma proposta do reitor, Fernando Seabra Santos, em que se estabelece que «não estão reunidas condições para iniciar, no ano lectivo de 2006/2007, a aplicação generalizada das reformas decorrentes da Declaração de Bolonha».

Esta posição não deixará, nem de longe nem de perto, a UC isolada. O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), em reunião realizada anteontem em Ponta Delgada, tomou a mesma decisão, com o acordo generalizado dos presentes, sublinhou ontem Seabra Santos, em declarações ao Diário de Coimbra.

O reitor da UC defendeu que as reformas pedagógicas e científicas impostas pela Declaração de Bolonha exigem trabalho, ao Governo e às universidades portuguesas, que não pode ser feito «em cima do joelho». Seja na definição da futura arquitectura dos cursos, seja em questões menos estruturais, como a de saber se as vertentes teórica e prática das aulas devem manter o modelo actual.

Neste sentido, a proposta aprovada por uma larga maioria dos senadores recomenda à comunidade universitária que prossiga o trabalho de reestruturação curricular já iniciado nas várias faculdades. O objectivo é que as respectivas propostas sejam apresentadas ao Senado até 31 de Outubro de 2006 e à tutela até Fevereiro de 2007, de modo a entrarem em vigor no ano lectivo de 2007/2008.

O reitor considera, apesar de tudo, que não está em causa um adiamento. Sustenta que o próprio ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago, estabeleceu como prazo limite para a aplicação de Bolonha o ano de 2010.

Seabra Santos defende, de resto, que o Governo português, como aconteceu em alguns dos 40 países europeus subscritores da Declaração de Bolonha, deveria assumir uma «atitude mais interventiva» no processo. A proposta aprovada anteontem pelo CRUP até faz uma recomendação muito concreta a Mariano Gago: que faça diminuir as actuais 825 designações de cursos universitários para apenas 120.

Mas o reitor da UC defende que a intervenção do Governo, no processo de uniformização do ensino superior imposto por Bolonha, deveria ir ainda mais longe e estender-se à própria duração das licenciaturas. «Não faz sentido que um curso de direito dure três anos em Lisboa, quatro em Coimbra e três e meio no Porto», ilustrou Seabra Santos, que duvida que todas as instituições de ensino consigam chegar a acordo relativamente a este tipo de questões.

Fonte: Diário de Coimbra
Para quem estava à espera de saber quando é que o tratado de Bolonha vai ser aplicado, fica aqui a data decidida para Coimbra. Estou a ver que os primeiros tempos vão ser uma confusão enorme entre todas as universidades...

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Lino
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Mensagem por Lino »

Sim, estou para ver quando acabam com a burrice dos bacharelatos que não servem para nada. :roll:
Coimbra tem mais encanto... terá?
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Briooosa
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Mensagem por Briooosa »

eu nao estou no regime de bacharelato e tenho muita pena,caso nao saibas com o bacharel podes assinar projectos ate 1 milhao de euros,normalmente,logo ha muitas impresas na nossa zona que o orçamento nao chega nem perto disso na maior parte dos projectos,burrice ´´e teres de andar 5 anos a ter cadeiras de merda que nao interessam a ninguem,e acabas o curso com uma media de atraso em relaçao ao mercado de trabalho de 10 anos,ou seja o que aprendeste ja esta desatualizado.
hoje em dia para uma empresa ser competitiva precisa de ter pessoal qualificado,nao precisam todos de ser engenheiros e ainda bem.

Maia
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Mensagem por Maia »

Briooosa Escreveu:eu nao estou no regime de bacharelato e tenho muita pena,caso nao saibas com o bacharel podes assinar projectos ate 1 milhao de euros,normalmente,logo ha muitas impresas na nossa zona que o orçamento nao chega nem perto disso na maior parte dos projectos,burrice ´´e teres de andar 5 anos a ter cadeiras de merda que nao interessam a ninguem,e acabas o curso com uma media de atraso em relaçao ao mercado de trabalho de 10 anos,ou seja o que aprendeste ja esta desatualizado.
hoje em dia para uma empresa ser competitiva precisa de ter pessoal qualificado,nao precisam todos de ser engenheiros e ainda bem.
nem mais...

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kortese
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Mensagem por kortese »

Lino Escreveu:Sim, estou para ver quando acabam com a burrice dos bacharelatos que não servem para nada. :roll:
Não servem para nada? Simplesmente têm o conhecimento necessário para aplicar no terreno com ordenados inferiores... Para as empresas servem de muito!
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Briooosa
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Mensagem por Briooosa »

alguem sabe esplicar como ficam exactamente os cursos de licenciatura da uc,que agora sao de 5 anos,e ja agora os do isec pra perceber as diferenças,ou nao vai haver?

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Lino
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Mensagem por Lino »

Fui eslcarecido sobre Bolonha e julgo que vai ser interessante. Os alunos têm 6 semestres e atingem a licenciatura se tiverem os créditos necessários, podendo cada aluno num dos semestres fazer disciplinas complementares ao seu curso, de acordo com os seus interesses. Haverá mais estágios, e depois de mais anos o estudante atingirá os níveis d emestre e doutor. E os custos de um curso de mestrado, por exemplo, poderão ser menores (apesar de achar que Portugal vá ser uma excepção à regra :roll: ).
Coimbra tem mais encanto... terá?
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Briooosa
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Mensagem por Briooosa »

entao 6 semestres sao 3 anos certo?isso será entao nos cursos de licenciatura,na uc por exemplo.
e no isec é o mesmo regime,e ficam tbem apenas com licenciatura ao fim de 3 anos.
nao percebo na mesma qual ira ser a diferença entre institutos e universidade.
mas por exemplo pra estar na ordem dos eng. continua a ser necessario pelo menos o mestrado ou seja 4 ou 5 anos ou nao?

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Corsario-Negro
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Mensagem por Corsario-Negro »

Isso depende.

Pode ser 2 anos e meio ou 3 anos para o 1º ciclo, findo o qual haverá estágio (como acontece em muitas universidades estrangeiras).
Tendo este bacharelato/licenciatura a pessoa caso tenha tirado um curso de engenharia não se poderá inscrever na Ordem dos Engenheiros (pelo menos é o que a Rrdem diz). No entanto já agora só os cursos reconhecidos é que tinham "entrada directa" quando se acabava o curso, os restantes, os recém-licencidados eram submetidos a um exame da Ordem para serem aceites.

Poderá depois realizar o (novo) Mestrado que irá ser julgo que mais 1 ano e meio a dois anos (isto quando no DEI explicaram falaram em termos de semestres... e que era flexivel tendo em conta o curso podendo dar um numero de anos certo ou + meio).



Mas tudo isto depende dos cursos e dos planos de estudos.
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Briooosa
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Mensagem por Briooosa »

isto pode ser uma ideia absurda,mas tenho estado a pensar,sei que por exemplo tirares um curso de engenharia civil na uc,depois se quiseres fazes mais 11 cadeiras e ficas com arquitectura feita tbem.isto é verdade que eu sei.
por exemplo imaginem que estam em electro,fazem tres anos e ficam licenciados,se fizeres pra i mais 8 ou 9 cadeiras de civil ficas tambem licenciado em civil.nao valerá mais a pena tirares dois cursos em 4 ou 5 anos do que partires para um mestrado?
penso que para procurar emprego sera uma vantagem.
ja agora com a nova reforma nos cursos algumas cadeiras teram de ser retiradas ou absorvidas por outras,como sao as equivalencias?se uma cadeira deixar de existir e ja tivermos a cadeira feita temos que ter uma equivalencia ou nepias?
e os creditos? segundo percebi temos que ter 180 pra licenciatura.no meu curso valem todas 4 creditos e tenho 10 cadeiras por ano,ou seja,nem com 4 anos de cadeiras feitas atingo esse limite.vao mudar tbem os creditos de cada cadeira quando for a reforma?
desculpem a maçada das perguntas mas apesar de achar que este regime será melhor,ando um bocado desorientado,e só espero que esta medida nao se traduza daqui a 10 anos numa stiaçao para os engenheiros como é hoje a dos professores e advogados.

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Corsario-Negro
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Mensagem por Corsario-Negro »

Apenas para dizer que Bolonha vai já avançar no Dep. Engenharia Informática para o ano que vem e julgo que na Fac. de Psicologia.


Toda a documentação produzida pelo DEI teve elogios até da AAC (que viu pontos positivos e elogiou a organização e o nivel de detalhe) e segundo me disseram irá servir como exemplo para o resto dos dep/faculdades. (e do que vi das sessões marcadas pelos responsáveis por este processo no DEI apenas tenho que lhes dar os parabéns.
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Pedro
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Mensagem por Pedro »

Em relação ao documento que vi do DEI, acho que foram encontradas as soluções mais fáceis e não as melhores. O exemplo mais flagrante é o fim de LCM. Desde o início que me pareceu uma licenciatura mais para dar dinheiro de propinas do que propriamente porque quem a criou acreditava que era importante. E agora, ao terem uma oportunidade de obter ainda mais dinheiro com propinas de mestrado, acabam com o curso e transformam-no num mestrado. Penso que podiam muito bem ter reduzido o curso para 3 anos ou manter nos 4, em vez de acabar com ele (o que vai prejudicar os potenciais licenciados de LCM, que terão de explicar a um futuro empregador porque é que o seu curso foi criado recentemente e pouco tempo durou).

Muito sinceramente, eu vejo isto como um simples modo de obter mais dinheiro com dois anos de propinas ao nível do mestrado (porque não fazer um 4+1 em vez de 3+2?)... mas vindo do DEI já é algo que estava à espera, aquele departamento teve uma queda brutal nos últimos 4 anos. :?

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Lino
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Mensagem por Lino »

E na ESEC também já estão a fazer os planos para os cursos segundo Bolonha. Num dos semestres tens a possibilidade de fazer cadeiras de outros cursos desde que tenhas os créditos suficientes para o teu curso.
Agora se ao fazer umas cadeiras teremos a licenciatura acho que não... se fizeres Anatomia e Cirurgia ou assim não ficas com uma licenciatura em Medicina...
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Corsario-Negro
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Mensagem por Corsario-Negro »

Pedro Escreveu: Muito sinceramente, eu vejo isto como um simples modo de obter mais dinheiro com dois anos de propinas ao nível do mestrado (porque não fazer um 4+1 em vez de 3+2?)... mas vindo do DEI já é algo que estava à espera, aquele departamento teve uma queda brutal nos últimos 4 anos. :?
Não propriamente pois a Ordem dos Engenheiros só vai reconhecer como eng. pessoas com o mestrado e é vontade do DEI e da FCTUC que os dois ciclos sejam financiados da mesma forma, não havendo nenhuma alteração entre as propinas no 1º e no 2º ciclo. Os próprios professores do DEI e membros do Conselho Directivo da FCTUC disseram que não queriam que houvesse diferença entre as propinas do 1º e do 2º ciclo pois iam perder alunos que mt possivelmente iam para outras univs onde tal não acontecesse (nacionais ou estrangeiras).


Assim sendo se houver diferenças de propinas entre os dois ciclos aqui no DEI não será por vontade dos professores (que acho que com diálogo até apoiam os estudantes numa luta séria - e não um protesto idiota sem pés nem cabeça como é habitual - contra essa possibilidade remota) mas sim do Governo (Ministério)
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pedrotuga
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Mensagem por pedrotuga »

Pedro Escreveu:Em relação ao documento que vi do DEI, acho que foram encontradas as soluções mais fáceis e não as melhores. O exemplo mais flagrante é o fim de LCM. Desde o início que me pareceu uma licenciatura mais para dar dinheiro de propinas do que propriamente porque quem a criou acreditava que era importante. E agora, ao terem uma oportunidade de obter ainda mais dinheiro com propinas de mestrado, acabam com o curso e transformam-no num mestrado. Penso que podiam muito bem ter reduzido o curso para 3 anos ou manter nos 4, em vez de acabar com ele (o que vai prejudicar os potenciais licenciados de LCM, que terão de explicar a um futuro empregador porque é que o seu curso foi criado recentemente e pouco tempo durou).
Está dito o que há dizer sobre esse curso e uns quantos outros um em cada departamento...

É triste que se usem pessoas para este tipo de coisas... os alunos não são reagentes ou matéria prima, são pessoas.

Eu felizmente acabando este ano, se tudo correr bem bazo, acabo a porra do curso, finalmente, o sentimento que fica é tipo qunado nos filmes se foge mais rapidamente possivel de um castelo a arder.

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