Comissão de Praxe...?

Para professores, alunos e funcionários do ensino superior
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scsj6
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Comissão de Praxe...?

Mensagem por scsj6 »

Aindei a pensar, e não acham que seriam uma boa idéia haver comissões de praxe em cada curso? Assim como em outras instituições....?

Argumento:D:

Como nota-se, nos últimos tempos parece que a tradição académica e o gosto por ela tem vindo a perder-se.... Na praxe, principalmente, cada um faz o que bem entender ignorando quase que por completo "regras" estabelecidas, sobretudo pelo Códido da Praxe...

Caloiros que, aceitando livremente estar na Praxe, desrespeitam os doutores, fazem o que querem e o pior, no ano seguinte aparecem para as mobilizações como se nada fossem e mal "trajados" para não piorar... E aqueles que quase nunca aparecem nas praxes e também estão no primeiro dia de aulas prontinhos para praxar...

Doutores, de todos os graus hierarquicos, que ao usar a Capa e Batina levam consigo também mil e um acessórios, desde óculos enormes, as cores, escuros, chápeus, cachecois (como os do Benfica que se viram pelo Cortejo da Quiema) e assim por diante...

Enfim, criando tais organismos nos cursos, que responderiam ao Conselho de Veteranos, penso que seria mais fácil "controlar" certos abusos como temos vindo a ver e orientar o pessoal agir de maneira correcta....

É só uma idéia que passou-me pela cabeça :)

Mas de qualquer forma deixem as vossas opiniões :wink:

queridoxoxo
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Mensagem por queridoxoxo »

eu principalmente nao quero que as regras sejam desrespeitadas e que nao se perca a tradição da verdadeira praxe de Coimbra...e se para isso for necessário criar tais "sub-comissões"...eu apoio!!!

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Jimmy
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Mensagem por Jimmy »

A Ideia que tu propões já é muito é discutida entre a malta do meu curso (Engenharia Civil) o que me levou aqui à tempos ao Conselho de Veteranos para me informar sobre a situação.

A ideia era um pouco como a tua, no fundo não se queria tanto mandar mas primar mais pela organização, isto é, haver um grupo de pessoas que se reunisse e atempadamente planeasse as mobilizações, deslocações, sessões de Praxe, etc.

Até aqui ambos estamos de acordo, porque no fundo ambos queremos é revitalizar o espírito, mas neste ponto aconteceria uma grande contradição: A Praxe em Coimbra é una, isto é, qualquer doutor pode mobilizar e exercer Praxe sobre qualquer caloiro, bastando pura e simplesmente que este esteja matriculado na Universidade de Coimbra.

Ora acontece que em Academias onde existem Comissões de Praxe, nomeadamente no Porto que é o maior exemplo que agora me ocorre, a Praxe de um caloiro está pura e simplesmente reservada ao seu curso/Faculdade. Mais, do que me informei, no Porto apenas a comissão de Praxe pode exercer Praxe nas mobilizações, isto levantaria dois grandes problemas como podes ver.

-Distanciar as 'Casas de Praxe' de cada um das faculdades, ainda mais do que elas já estão nos dias que correm, fazendo com que as praxes não pudessem ser intercursos a menos que previamente autorizadas pela Comissão de Praxe.

- Gerar conflitos no seio da própria casa de Praxe, devido à preponderância conferida (caso se adoptasse tal esquema) pela Praxe à dita Comissão e acho que concordas comigo que para conflitos já bastam os externos entre faculdades.

E destas duas razões ocorreria uma terceira, a Praxe tornar-se-ia algo estupidamente burocrático e isso é a última coisa que se quer, valha-nos Deus.

O conselho/sugestão que te dou é que um pouco à semelhança do que iremos tentar fazer em Civil, apelem ao bom senso dos doutores do vosso curso no sentido de ou darem um passo no sentido de participar nesse planeamento/organização ou simplesmente cooperar nas mobilizações organizadas por aquilo que se designou por 'Comissão Informal de Praxe', continua cada um a ter 'liberdade' para exercer Praxe da maneira que achar mais adequada (tudo obviamente dentro dos limites de bom senso e dos estabelecidos pelo Código) mas quando se organizarem sessões de Praxe geral conta-se com a cooperação e colaboração de todos os doutores interessados.

Claro que sendo algo Informal, não podem impor nada, ficando sempre sujeitos ao bom senso de cada um, mas claro que se conseguirem ter um veterano que aprove e apoie a ideia tudo fica muito mais fácil, por razões óbvias.


Quanto aos abusos, mau uso da Capa e Batina e acima de tudo paneleiros da Praxe (os meninos que como disseste enquanto caloiros passavam a vida a fugir e que depois eram sempre os primeiros a querer exercer Praxe) tudo se resolve da mesma maneira, nada que umas colheradas pela soleníssima e poderosíssima Colher da Praxe não resolvam.

Já agora permitam-me deixar aqui a minha opinião em relação a um acessório que apesar de não ser explicitamente proibido também não está proibido, isto fazendo uma interpretação subjectiva.

Há um par de anos, numa das revisões do Código da Praxe, estando-se de acordo de que ter um relógio já não era na altura um símbolo de ostentação e de luxo, decretou-se que o relógio poderia ser usado no traje caso não demonstrasse ostentação e luxo (algo caro) nem berrante (cores que o destacassem) tendo-se inclusive incentivado os estudantes a se possível usar um relógio de bolso (que cumprisse com os mesmos requisitos do de pulso). Hoje em dia vejo com orgulho que cada vez mais pessoas adoptaram o gosto por usar um relógio de bolso, além de não destoar é um bonito completo a este traje académico que tanta história tem.

Ora eis-nos em 2010 com um novo dilema para com um acessório, os óculos de sol. Estes encontram-se na mesma situação dos relógios, hoje em dia ter um par de óculos de sol já não ostenta qualquer luxo e em alguns casos é mesmo uma necessidade médica ou puramente física (ninguém gosta de apanhar com o sol nas trombas). Portanto creio que o uso de um par de óculos de sol devia ser permitido, desde que não revelem cores berrantes ou luxo: por exemplo um simples par de óculos de lentes pretas e não metálicos (para tal como os sapatos não possuir metal)

Sim o Código pode não o permitir explicitamente, mas também não é menos verdade que o Código primeiro que tudo apela ao bom senso e à razão de cada um que o siga e a verdade é que o bom senso indica-me que um acessório que possa ter um carácter utilitário e seja desprovido de qualquer finalidade de dar nas vistas poderá muito bem ser usado com a Capa e Batina, pois afinal Ela não apela à igualmente entre cada um de nós?

Assim me despeço deixando um palavra de apreço ao scsj6 pela sua preocupação com o manter das tradições desta secular Academia.

Saudações Académicas.

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Byssa
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Mensagem por Byssa »

CP tem coisas más e coisas boas. Acho que a actual situação no que toca ao cumprimento do código de Praxe se pode resolver de muitas formas, e nenhuma delas passa por ter uma CP.

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scsj6
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Mensagem por scsj6 »

Jimmy, concordo absolutamente com tudo que disseste!

Com bem citaste, o objectivo principal seria organizar, primar, revitalizar a Praxe e o espírito académico que infelizmente não está intrínseco em grande parte dos estudantes da nossa Académia.

Nunca me passou pelo cabeça "monopolizar" o exercício da Praxe há um único grupo de pessoas dentro dos cursso, mas também não me ocorreu que pudesse levar a conflitos internos, o que na verdade acontece e eu mesmo já vivenciei este facto... Dar "poder" a alguém ou ter poder pode desestruturar e causar problemas a algumas pessoas...

Assim como vocês tentaram, nós também debatemos a idéia junto aos doutores do nosso curso, principalmente com os mais activos em mobilizações e principalmente Veteranos, em tentarmos fazer uma praxe mais activa, organizada e sobretudo ensinar os caloiros os valores da Tradição Académica de Coimbra, para que no ano seguinte possam transmitir os mesmo conhecimentos aos novos caloiros, para que o ciclo não pare...

Posso dizer que muita coisa deu certo, algumas coisas deram errado e tivemos acontecimentos menos felizes... Como por exemplo o facto de ter chamado a atenção a um semi-puto mal "trajado", e isso aconteceu várias vezes, em diferentes mobilizações, sendo que ele nunca se importou, até que perdi a paciência e discutimos em frente a todos do curso... No fim acabou como um exemplo no que não se deve para os caloiros, não que eu o quisesse passar desta maneira... Enfim

Mas a maior recompensa que tive, altura da Quiema, caloiros a dizerem-me que gostaram das nossas praxes, que aprenderam e principalmente que iriam dar o exemplo para o ano... Sinal de objectivo cumprido.

Voltando ao assunto, dissete que chegaste a entrar em contacto com o Conselho de Veteranos sobre o assunto? O que disseram sobre a idéia?

Quanto ao uso de acessórios, como óculos escuros e relógios sou contra. Porque se abrirmos excessões para a sua utilização, mesmo que sejam simples e não ostentem luxo, há sempre quem acaba por exagerar. Se antes andavam sem óculos escuros porque agora têm que andar... Sou menos flexível neste aspecto :?

Já agora, sou de Electro... Ainda não me esqueci daquela música (até criativa. Pena é que Civil não rima com quase nada... :D ) que vocês fizeram para nós na vossa "invasão" ao nosso departamento... Mas até gosto de uma certa "rivalidade" (saúdavel) entre os cursos... Acaba por deixar a praxe mais divertida e criativa :wink:

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Jimmy
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Mensagem por Jimmy »

O que me disseram foi um pouco o mesmo que te transmiti a ti. Que no caso de Coimbra dificilmente seria aprovado que a Praxe passasse apenas a poder ser exercida separadamente por faculdade. Foi uma conversa curta e algo informal, apenas a tive porque fui lá com uns colegas caloiros buscar códigos da praxe para eles, mas eles foram bastante concisos argumentaram bem a posição.

É outra das coisas que me faz confusão nesta Academia, toda a gente se queixa do CV mas eu não tenho uma única razão de queixa de todas as vezes que lá fui, só se for mesmo a dificuldade que por vezes há de o encontrar aberto em algumas alturas mas isso é algo mínimo.

O nosso maior objectivo de Praxe neste momento é realmente o de criar o espírito de união dentro da FCTUC, é uma vergonha sermos a maior faculdade e raramente o fazermos valer. È certo e sabido que somos uma faculdade algo caricata pois por vezes cada um dos departamentos chega a ser no fundo uma faculdade em termos de tamanho.
Proposemo-nos a isso como um dos objectivos do Pelouro da Cultura da lista que concorreu e ganhou as eleições do Núcleo de Estudantes de Engenharia Civil; criar um maior espírito de união entre os núcleos da faculdade. A ideia era poder todos juntos organizar actividades conjuntas, desde sessões de praxe à já típica visita à Alta, passando pelos habituais peddy tascas e serões académicos.
Parece de facto algo trabalhoso, bem na verdade é-o; mas nada que com um pouco de esforço da parte de cada um não possa resultar.

A partir de meio de Agosto vamos começar a trabalhar nesse sentido, é algo surreal pensar que este ano já se consiga fazer algo conjunto mas, quem sabe se por milagre, não seria possível que a visita à alta este ano fosse toda feita no mesmo dia? Era algo memorável, ter a FCTUC em peso lá em cima. Conheço pessoal de Electro, alguns deles já há muitos anos, outros deste ano mas são todos malta porreira e todos me pareceram agradados com esta ideia de que aqui se fala o que me leva a crer que não seja assim tão inviável.

Voltando à discussão, no termo do relógio e dos óculos, para ter ser muito honesto: Os óculos raramente os uso para evitar essas já aborrecidas confusões (só mesmo para aqueles dias complicados depois de noites muuuuito longas). Quanto ao relógio só o usei um par de vezes porque de resto gosto de ter a Capa e Batina de modo a que se for preciso correr,saltar, cair,etc o possa fazer sem medo de partir o que quer que seja. Costumo dizer que o material mais resistência é a Capa e Batina de um Estudante.

Bem de qualquer modo caro scsj6, é com gosto que vejo mais gente a bater-se por aquilo que eu me bato nesta vida académica e espero que o continues a fazer e irás ver em como não tarda nada estaremos todos em Sessões de Praxe conjuntas e posteriormente por essa alta fora com o copo de Traçado na mão.

Saudações Académicas.