
"Ano zero" no ISEC?
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Fui aluno da Universidade de Coimbra durante 5 anos, acho que isso dá-me bons conhecimentos e uma óptima perspectiva para analisar este assunto.
É outra coisa que os professores têm tendência a esquecer... o ensino é (ou deveria ser) orientado para os alunos, que deveriam ser ouvidos quando são feitas mudanças, já que são os destinatários disto tudo. É "fácil" analisar as coisas de fora, com base naquilo que se pensa que os alunos são (ou que queremos que sejam).

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Talvez não especialista, mas certamente com melhor visão do que muitos professores, que perderam por completo a noção dos seus objectivos, das suas responsabilidades, do que deveriam estar a fazer e de quem são os alunos. Infelizmente, são esses professores que têm a responsabilidade de tomar decisões.
Tal como deu para ver pelas tuas respostas, ainda existe a noção de que os alunos são uns malandros, que só pensam em divertir-se, que nada fazem, etc... era assim que nós éramos descritos quando lá andávamos e, a este ritmo, de certeza que os nossos filhos - se os tivermos - vão ser descritos da mesma maneira pelos professores dessa altura. Enquanto se continuar a culpar apenas uma parte e os professores acharem-se donos da razão absoluta, não vamos a lado nenhum.
Tal como deu para ver pelas tuas respostas, ainda existe a noção de que os alunos são uns malandros, que só pensam em divertir-se, que nada fazem, etc... era assim que nós éramos descritos quando lá andávamos e, a este ritmo, de certeza que os nossos filhos - se os tivermos - vão ser descritos da mesma maneira pelos professores dessa altura. Enquanto se continuar a culpar apenas uma parte e os professores acharem-se donos da razão absoluta, não vamos a lado nenhum.
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Eu não ataco todos, mas a experiência que tive é que a maioria nunca deveria dar aulas. Pelo menos no meu departamento é assim... e, por outras discussões noutros tópicos, não sou o único a ter estas experiências. O problema é que enquanto se alteram sempre as coisas como se os alunos fossem os responsáveis, não se alteram (ou pelo menos analisam) considerando que os professores também têm culpa. É a grande falha do sistema actual.
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1. Um aluno do ensino superior deve aprender a ter autonomia de trabalho, de modo a ser preparado para a vida profissional. Grande parte do trabalho deve ser realizado em casa e não nas aulas, de preferência acompanhado com reuniões semanais/quinzenais com um tutor.
2. Os professores tem uma carga lectiva muito elevada. Este é um dos grandes entraves ao melhoramento da qualidade da investigação científica realizada em Portugal. O periodo de aulas não devia ser superior a 6 meses (por exemplo, de Outubro a Março).
3. Há exames a mais. Para cada cadeira só devia haver um exame por ano - quem fez, fez, quem não fez, fica para o ano seguinte. Logo, devia-se acabar com as frequências, com as épocas de recurso e com as épocas especiais.
4. Nos EUA ou no RU, os alunos escolhem uma Universidade pelo prestígio da investigação nela desenvolvida e não pelas qualidades pedagógicas dos docentes.
2. Os professores tem uma carga lectiva muito elevada. Este é um dos grandes entraves ao melhoramento da qualidade da investigação científica realizada em Portugal. O periodo de aulas não devia ser superior a 6 meses (por exemplo, de Outubro a Março).
3. Há exames a mais. Para cada cadeira só devia haver um exame por ano - quem fez, fez, quem não fez, fica para o ano seguinte. Logo, devia-se acabar com as frequências, com as épocas de recurso e com as épocas especiais.
4. Nos EUA ou no RU, os alunos escolhem uma Universidade pelo prestígio da investigação nela desenvolvida e não pelas qualidades pedagógicas dos docentes.
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Discordo do terceiro e do quarto (em especial do terceiro). Acho que um só exame é uma péssima ideia, porque pode sempre correr mal ou acontecer algum imprevisto que impeça o aluno de o fazer. Dois exames é razoável, mas o ideal é dois exames mais frequência, que permite planear melhor as épocas.
Quanto ao quarto, a componente pedagógica devia ser o principal factor de escolha. Acabaste de me dar outro motivo para a tal avaliação pedagógica que eu sugeri anteriormente.
Quanto ao quarto, a componente pedagógica devia ser o principal factor de escolha. Acabaste de me dar outro motivo para a tal avaliação pedagógica que eu sugeri anteriormente.
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- Registado: quinta-feira, 24 março 2005 17:23
Sei de pelo menos dois países em que apenas há uma época de exames. E tenho a certeza que existem muitos mais. Não me constou que os alunos tivessem muita dificuldade em planear a época de exame. De facto, eles nem a planeiam - recebem uma carta em casa para ir fazer exame no dia X.Pedro Escreveu:Discordo do terceiro e do quarto (em especial do terceiro). Acho que um só exame é uma péssima ideia, porque pode sempre correr mal ou acontecer algum imprevisto que impeça o aluno de o fazer. Dois exames é razoável, mas o ideal é dois exames mais frequência, que permite planear melhor as épocas.
Eu tenho a certeza quase absoluta, apesar de não ter dados empíricos para o comprovar, que a taxa de chumbos baixaria se fosse implementado este sistema.
Pois, mas pelo que eu vejo os empregadores ligam mais à reputação da Universidade do que ao virtuosismo pedagógico dos professores. Aparentemente, este factor não é assim tão importante para a formação de um bom profissional.Pedro Escreveu:Quanto ao quarto, a componente pedagógica devia ser o principal factor de escolha. Acabaste de me dar outro motivo para a tal avaliação pedagógica que eu sugeri anteriormente.
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Concordo plenamente e por isso é que não vou às aulas. Fico a pensar é nas propinas. Tenho de aprender a ter autonomia de trabalho por mim mesmo, tenho de fazer o trabalho em casa e ainda tenho de pagar uma quantia absurda para fazer tudo isto sozinho? Pronto, até aceitava que isto acontecesse se depois quando chegasse aos exames e defesas de trabalhos encontrasse alguém que percebesse do assunto em questão. Mas estamos em Portugal, por isso é normal.Ingersoll Escreveu:1. Um aluno do ensino superior deve aprender a ter autonomia de trabalho, de modo a ser preparado para a vida profissional. Grande parte do trabalho deve ser realizado em casa e não nas aulas, de preferência acompanhado com reuniões semanais/quinzenais com um tutor.
Mais uma vez, concordo plenamente. A maioria dos chamados professores devia ter uma carga lectiva de zero horas. Assim já não prejudicavam tanto alguns alunos.Ingersoll Escreveu: 2. Os professores tem uma carga lectiva muito elevada. Este é um dos grandes entraves ao melhoramento da qualidade da investigação científica realizada em Portugal. O periodo de aulas não devia ser superior a 6 meses (por exemplo, de Outubro a Março).
Surpresa das surpresas, mais uma vez concordo! Há exames a mais para os alunos e há exames a menos para os professores. Como é que pode haver ensino de qualidade se os professores não são avaliados e podem fazer o que lhes bem apetece?Ingersoll Escreveu: 3. Há exames a mais. Para cada cadeira só devia haver um exame por ano - quem fez, fez, quem não fez, fica para o ano seguinte. Logo, devia-se acabar com as frequências, com as épocas de recurso e com as épocas especiais.
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Anda praki discussao a mais...
Algum me explique: Um aluno nao consegue entrar, porque é k nao tenta outra vez normalmente recorrendo às aulas apropriadas, as do secundario.
EU qdo chumbo a uma cadeira tenho k a fazer outra vez e a forma mais indicada, ainda k nem sempre a melhor, é ir as aulas com mais empenho.
Nao sou nem a favor nem contra, que é mais uma forma de ganhar dinheiro é um facto. Penso k nao vale a pena tentarmos tapar o sol c uma peneira, o ensino superior está a tornar-se num negocio de milhoes.
Fica a pergunta... preparacao no isec? porque? porque nao numa escola secundaria como é normal?
Algum me explique: Um aluno nao consegue entrar, porque é k nao tenta outra vez normalmente recorrendo às aulas apropriadas, as do secundario.
EU qdo chumbo a uma cadeira tenho k a fazer outra vez e a forma mais indicada, ainda k nem sempre a melhor, é ir as aulas com mais empenho.
Nao sou nem a favor nem contra, que é mais uma forma de ganhar dinheiro é um facto. Penso k nao vale a pena tentarmos tapar o sol c uma peneira, o ensino superior está a tornar-se num negocio de milhoes.
Fica a pergunta... preparacao no isec? porque? porque nao numa escola secundaria como é normal?
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O ISEC não vai obrigar ninguém a frequentar esse ano. Se um aluno pode escolher entre uma 'preparação' numa escola secundária, ou num explicador ou a passar o ano sem fazer nada, por que razão não pode ter mais uma escolha e esta ser no ISEC?pedrotuga Escreveu:
Fica a pergunta... preparacao no isec? porque? porque nao numa escola secundaria como é normal?
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- Lendário
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A única vantagem que eu vejo nisto é puder "fingir" que se é universitário... de resto, parece-me mais dinheiro desperdiçado. Duvido que prepare tão bem quanto uma explicação privada (e provavelmente sai mais caro que a maioria dos explicadores), não deve ter o mesmo ritmo que a preparação no secundário (só se tem três cadeiras e apenas uma é orientada a matéria do secundário) e não me parece que venha a ser com turmas de 20 a 25 alunos, como no secundário (o que facilita o acompanhamento que o professor dá aos alunos).pedrotuga Escreveu:ha algum problema em frequentar uma escola secundaria da forma mais natural e obvia possivel?