Universidade aplica regime de prescrições

[Pedro]

Universidade aplica regime de prescrições

"A decisão, a concretizar–se, deixará de fora da universidade largos milhares de estudantes". É desta forma que a direcção–geral Associação Académica de Coimbra (DG–AAC) se refere à aplicação do regime de prescrições que vai ter início no próximo ano lectivo.

A "má notícia" foi dada através de um ofício assinado pelo reitor da Universidade de Coimbra, enviado durante este mês a todos os alunos da instituição.

Os estudantes reagem hoje, numa conferência de imprensa que decorre às 15H00, no edifício–sede da AAC, altura em que devem anunciar as medidas que vão ser tomadas para contestar esta decisão.

Ao DIÁRIO AS BEIRAS, Joel Vasconcelos, responsável pela Política Educativa da direcção–geral, disse que o regime "vai permitir que um aluno que reprove dois anos consecutivos possa ser excluído". "É inadmissível que, mais uma vez, se responsabilize o estudante, quando nem sequer existe uma avaliação pedagógica de professores", sustentou.

Para a DG–AAC, o regime de prescrições anunciado na nova reforma legislativa "rotula no estudante um prazo de validade para acabar o curso, que o vê como único responsável pelo insucesso escolar".

Além disso, desde que o ex–ministro da Ciências e do Ensino Superior Pedro Lynce anunciou esta medida, a DG–AAC sempre disse ser "totalmente incongruente" a adopção de um regime de prescrições quando "não existe um estudo aprofundado sobre os reais motivos de uma taxa tão elevada de insucesso escolar" no Ensino Superior.

De acordo com a legislação - aprovada há dois anos na Assembleia da República - os órgãos competentes de cada instituição ou unidade orgânica devem definir um regime de prescrições adequado à promoção do mérito dos alunos. Este traduz–se, essencialmente, no facto de um estudante poder fazer o seu curso no limite de tempo previsto, acrescido de dois a três anos, posto o que não mais poderá prolongar a ocupação de um lugar que pode fazer falta a outro aluno.

Com a actual Lei de Financiamento em vigor desde 1998, e depois do regime de prescrições ter sido transferido para a alçada das universidades, foram poucas as instituições que o aplicaram, entre as quais a Universidade de Coimbra.

Fonte: As Beiras

Eu acho que isto teria lógica se o ensino superior fosse gratuito e de qualidade. Agora no actual estado das coisas, em que muitos alunos têm resultados maus porque têm de trabalhar para pagar propinas e em que muitos professores não deveriam ser autorizados a dar aulas, parece-me mais uma fuga ao problema do que propriamente uma resolução.

[Yagami]

Eu ainda não recebi nada... Mas a ser verdade, já tou a ver que há pelo menos uma cadeira a que afinal não me vou inscrever pró ano...

[Lino]

Sim, o ensino podia bem ter mais qualidade. E a quantidade de profs que entraram ali pelo factor C em vez de ali estarem pela qualidade?

[pedrotuga]

Eu concordo com o pedro. Se o ensino fosse gratuito de qualidade...
O gajo da dg disse bem, é ridicula uma medida destas qdo os professores nao sao submetidos a qualquer tipo de avaliacao.
Acho k a chave para a resolucao dos problemas no ensino está no apontar das baterias para os profs. Os gajos cagam para nós. só tem regalias, sao uns lambareiros do carago (ganham fortunas) e na sua grande maiora nao faz a ponta de um chavelho.

[Lino]

Ouvi dizer d emuitos profs de renome da UC que têm imensa gente a trabalhar para eles e que não ganham um tusto...

[SilentNoise]

Uns bons exemplo são os professores assistentes e alunos que estão quase a acabar o seu curso. Este últimos parecem autênticos secretários: tiram fotocópias, mandam recados, entre outros favores.

Não será com a força que se vai resolver a questão do insucesso escolar. Até me custa a crer que tomem esta medida quando o seu ganha-pão são as propinas pagas pelos estudantes.

[Dracula]

Acho bem que a medida seja aplicada, para eleminar de vez as corjas que andam por lá a arrastar-se, especialmente aqueles especimes que passam a vida nas associações a brincar aos politicos...

Já agora, as coisas não são bem como está na noticia (infelizmente)...leiam a noticia do diário de coimbra e não se deixem enganar por especimes raros (vulgos presidentes de AE e respectivas corjas...)

[ramon]

Acho k a chave para a resolucao dos problemas no ensino está no apontar das baterias para os profs. Os gajos cagam para nós. só tem regalias, sao uns lambareiros do carago (ganham fortunas) e na sua grande maiora nao faz a ponta de um chavelho.

Deves ser cá um cromo. Ganha mas é juizo e vai estudar.

[Pedro]

Olha que até concordo com ele (e não vale a pena dizeres para eu ir estudar, porque já acabei o curso). Há muito professor que pouco ou nada faz. E, em vez de analisar esse lado da questão, criam sempre medidas que afectam os alunos. Enquanto os professores tiverem essa impunidade, dificilmente teremos um ensino de qualidade.

P.S. - da próxima vez é capaz de ser útil justificares a tua posição. Para primeira participação, um post em que te limitas a dizer a um utilizador para "ir estudar", em vez de explicares porque é que discordas dele, é uma opção fraquita.

[SilentNoise]

No meio da entrevista dada pelo nosso Magnífico Reitor, salta um pouco à vista esta frase:

Sublinha o reitor que se está perante «uma lei da Assembleia da República, que vigora em todo o território nacional» e à qual nenhuma universidade pode escapar.

in Diário de Coimbra

Será que o nosso Magnífico Reitor tem conhecimento de uma lei, também da Assembleia da República, que também vigora em todo o território nacional, que obriga o Estado a, tendencialmente, diminuir o custo da propina até à sua extinção? Deve andar esquecido...

Quanto ao que o Dracula disse...
Pode haver muita gente que faz do estudo a sua profissão, mas há excepções. No DEEC entram anualmente mais de 100 alunos e os que saem podem-se contar pelos dedos das mãos e dos pés. Será isto sintoma de falta de estudo? Talvez seja uma pequena percentagem.
Horários sobrecarregados, salas cheias, matéria extremamente difícil e extremamente longa, professores que dão aulas para obter regalias na área da investigação, e uma coisa que me choca imenso, professores sem o mínimo de pedagogia. Dar aulas não é unicamente passar acetatos nas aulas, passar exercícios no quadro ou ler um qualquer livro maçudo. Passa sobretudo por incentivar os alunos e incutir-lhe o gosto pela matéria.

Afinal, se pagamos para ter um luxo (sim, andar na Universidade é cada vez mais um luxo), porque não podemos avaliar a forma como nos ensinam?

[Yagami]

Horários sobrecarregados, salas cheias, matéria extremamente difícil e extremamente longa, professores que dão aulas para obter regalias na área da investigação, e uma coisa que me choca imenso, professores sem o mínimo de pedagogia.

Exactamente o que se passa no DEI. Eu tenho ideia que o que eles querem fazer para nós acabarmos o curso mais depressa é tornar a experiência o menos agradável possível...

[Pedro]

Exactamente o que se passa no DEI. Eu tenho ideia que o que eles querem fazer para nós acabarmos o curso mais depressa é tornar a experiência o menos agradável possível...

Isso resultou comigo. No final, eu queria era saír de lá assim que possível. Não sei é se será a melhor abordagem para conseguir que os alunos tirem os cursos.

[Dracula]

Ainda estou à espera de um estudo que relacione o número de alunos chumbados com a percentagem de noites passadas na borga, nos copos e a fazer visita a todos os bares da cidade, deixando os estudos para a ultima semana ..Creio que os resultados seriam engraçados

[Pedro]

E eu ainda estou à espera de uma análise pedagógica aos professores da UC. De certeza que seria muito, mas mesmo muito mais engraçado.

[mustiness]

Em proporção à ideia do Dracula, acho que a dele teria muito mais piada... 8)