realmente não se entende, numa altura em que o governo concentra ao máximo os serviços públicos nas principais cidades em Coimbra retira tudo o que já havia..Em causa está a saída de Coimbra de sedes regionais de vários organismos públicos, sendo que o último caso (a Direcção Regional de Economia vai para Aveiro) motivou dois comunicados ontem divulgados pelo PSD, um da Comissão Política Concelhia, outro da Distrital.
Jaime Soares, líder distrital dos social-democratas, encara com «grande preocupação a saída de Coimbra de serviços desconcentrados do Estado» e lembra que além dos casos já conhecidos (Agricultura para Castelo Branco e Economia para Aveiro), «fala-se ainda na possível saída do IPPAR, da Direcção Regional de Educação, da Delegação de Coimbra da Agência Lusa ou da Delegação Regional do Instituto Português da Juventude».
Uma situação que Jaime Soares classifica de «gravíssima», ao mesmo tempo que acusa Vitor Baptista, líder distrital do PS, de ser «conhecedor das intenções do Governo» e de nada ter feito para o evitar.
Soares diz que, em Março, pediu a Baptista uma reunião para analisar esta situação, mas não terá recebido qualquer resposta. «Encaramos o futuro com grande preocupação», acrescenta, prometendo «lutar até ao fim pela defesa daquilo que são os interesses dos cidadãos de Coimbra, do distrito e da região».
A Concelhia do PSD, liderada por Carlos Páscoa, num outro comunicado, refere que «o afã governamental contra Coimbra está mais activo que nunca». A concelhia “laranja” discorda da argumentação do ministro da Economia (Manuel Pinho justificou a mudança com a maior proximidade em relação à actividade empresarial) afirmando que a DR de Economia fica «encostada à sua congénere do Porto» e «implica, isso sim, que os empresários que desenvolvem a sua actividade entre Coimbra e a região de Lisboa ficam mais longe deste serviço público». Além disso, o PSD diz que o mesmo não se está em passar em cidades como Porto, Lisboa, Évora ou Faro. Logo, acrescentam os social-democratas, «o Governo cismou em atacar Coimbra, querendo retirar-lhe a capacidade institucional de congregar, numa cidade, diferentes serviços públicos e aspirando a, por via disso, apoucar a sua importância regional, nacional e internacional». São medidas que o PSD adjectiva de «sem nexo casuísticas e incoerentes», prometendo assim «tentar congregar todas as forças sociais na denúncia e nos combate a estas atitudes do Governo».
Ouvido pela agência Lusa, Victor Baptista afirmou que a reestruturação em curso nos serviços do Estado é «questão muito séria, que não pode ser confundida com oportunismos e ganhos políticos».
Victor Baptista admitiu não conhecer, nesta altura, todo o âmbito do PRACE, reservando para mais tarde uma avaliação sobre as medidas de reestruturação em curso. «Vamos esperar para avaliar a situação, ver se é um problema nacional ou pontual do distrito de Coimbra. O PSD está a precipitar-se, não embarcamos em precipitações», frisou o dirigente socialista, que recusou a perda de influência da cidade, contrapondo às críticas de Jaime Soares a possível criação, em Coimbra, de uma direcção regional de Finanças «que não existia».
E sem falar no Hospital Pediátrico que é a vergonha que se vê com a falta de vontade do governo em cumprir o projecto inicial..








