Mulher enterra filha sem averiguar se estava viva ou morta

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carlacs
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Mulher enterra filha sem averiguar se estava viva ou morta

Mensagem por carlacs »

A mulher que enterrou a filha recém-nascida no quintal da casa, em Bebedouro, Montemor-o-Velho, garantiu ontem ao CM que está a “sofrer muito”.


“Estou a passar horrores”, diz Célia Correia, de 27 anos, que na sexta-feira (dia 1) confessou às autoridades ter enterrado a filha logo após o nascimento. “Isto é horrível, só queria esquecer o que aconteceu, mas isso não vai acontecer nunca”, lamenta. A autópsia não esclareceu se a bebé foi enterrada viva ou já morta.

“Estou muito arrependida do que fiz, se pudesse voltava atrás”, salienta a jovem mãe que terá sido denunciada às autoridades pela sogra e cunhadas. Célia Correia afirma que escondeu a gravidez da família, mas não sabe explicar porquê. Ainda assim, garante que “não ia aguentar muito tempo em silêncio” e que “tinha de falar com alguém mais cedo ou mais tarde”.

O parto ocorreu em casa, na madrugada de 27 de Maio. O marido, Américo Correia, de 29 anos, estava a trabalhar numa padaria de Arazede e em casa encontrava-se apenas o filho mais novo do casal, com 21 meses, a dormir. Célia lembra-se de a recém-nascida “ter caído no chão” mas assegura que “não ouviu qualquer choro”. Depois do parto terá ficado inconsciente meia hora.

Foi quando voltou a si que, sozinha e num acto “sem explicação”, se dirigiu ao quintal contíguo à casa e enterrou a criança que tinha acabado de dar à luz. “Não sei se estava viva. Não sei o que me deu naquela hora. O que se passou não tem explicação”, diz.

Quando questionada sobre os motivos que a terão levado a cometer tal acto, Célia Correia mostra-se frágil e repete: “Não sei o que me passou pela cabeça. Cometi um erro grande, gravíssimo.” A jovem que tem dois filhos – uma menina de sete anos e um menino de 21 meses – assegura que não foi motivada por dificuldades económicas e que a bebé falecida era filha do marido, afastando a hipótese, falada na aldeia, de que poderia ser resultado de uma relação extraconjugal.

Depois de ter sido interrogada durante várias horas pela PJ de Coimbra, Célia Correia foi constituída arguida e aguarda, com termo de identidade e residência, o desenvolvimento do processo criminal. “Se eu tiver de ir presa, vou, estou preparada, mas não volto a fazer uma coisa destas. Isso nunca!”, garante.

O corpo da bebé foi autopsiado no Instituto Nacional de Medicina Legal, onde ainda se encontra alvo de exames complementares. Para poder fazer o funeral à filha, Célia Correia teve de registar a criança. Foi a filha mais velha que deu o nome da irmã, que nunca chegou a conhecer. Chamou-lhe Matilde de Jesus Correia.

PAI DIZ QUE NÃO SABIA DA GRAVIDEZ

O marido de Célia Correia, Américo Correia, de 29 anos, garante que não sabia que a mulher estava grávida e que só soube o que aconteceu quando as autoridades encontraram o corpo enterrado no quintal. Natural de Zambujeiro, na freguesia de Arazede, Montemor-o-Velho, o pai da criança é padeiro e estava a trabalhar na noite em que Célia Correia teve a bebé. Américo Correia foi também interrogado durante várias horas pela PJ de Coimbra, mas, ao contrário da mulher, não foi constituído arguido. O homem foi ainda sujeito a testes de ADN. A mãe da criança assegura que “nunca falou com o marido sobre a gravidez”, nem quanto ao destino que deu ao corpo da recém-nascida. “Ele não sabia de nada”, garantiu ontem ao CM. Célia Correia desmente ainda a possibilidade, que corre na aldeia, de a menina ser filha de outro homem. “As pessoas podem falar, estão no direito delas, mas os testes de ADN vão provar que não estou a mentir”, garantiu, esclarecendo ainda que “gosta muito dos filhos” e que “seria incapaz de lhes fazer mal”.

AUTÓPSIA NÃO ESCLARECEU SE ESTAVA VIVA

Os primeiros resultados da autópsia realizada ao corpo da recém-nascida não foram conclusivos quanto à determinação das causas da morte. Por isso, é necessária a realização de exames complementares ao corpo, para que se possa apurar se a bebé foi enterrada ainda com vida. Enquanto não estiverem esclarecidas as causas da morte, não será definida nenhuma medida de coacção mais gravosa a aplicar à mãe, que, neste momento, incorre apenas no crime de ocultação de cadáver. O corpo só será entregue à família, para a realização do funeral, depois de concluídos todos os exames médico-legais, procedimento que ainda poderá demorar várias semanas. As autoridades policiais encontraram o corpo enterrado no quintal da casa onde a família reside, em Bebedouro, na noite de sexta-feira (dia 1), após uma denúncia anónima. Os bombeiros foram chamados para auxiliar nos trabalhos de remoção do cadáver e para iluminar o local. Quando Célia Correia foi confrontada com os acontecimentos, pela PJ de Coimbra, confessou ter sido ela a enterrar a bebé.

SAIBA MAIS

5 anos de prisão é a pena máxima que pode ser aplicada a quem responder pela prática do crime de infanticídio, cuja moldura penal vai de um a cinco anos de prisão.
Bem isto sim é uma história muito mal contada..Basicamente uma mulher de Montemor o Velho, mãe de dois filhos estava grávida pela 3ª vez (embora o marido não o soubesse..) e enquanto o marido trabalhava, ela entrou em trabalho de parto no quarto e diz apenas que a filha recém nascida «caiu ao chão». Depois disso esteve meia hora incosnciente e a seguir, enterrou-a no quintal sem saber se a bebé estava viva ou morta.

Ela não sabe explicar porque o fez, simplesmente se sabe que o casal não tinha problemas económicos, e que a bebé era do marido...

Epá ??? Ela nem está presa, está em casa com termo de identidade e residência, e a pena máxima que pode cumprir são 5 anos..

Tipo se durante os 9 meses ela não contou ao marido que estava grávida por algum motivo foi..se for alegar insanidade na noite do parto, também vai alegar isso nos 9 meses??

E depois há o brilhante jornalismo do Correio da manhã a dar ênfase ao sofrimento dela...a sofrer horrores coitada..e a bebé que pode ter sido enterrada viva??

Ah! E o marido não tem olhos na cara?? não sabia que a mulher estava grávida? Esta noticia não tem por onde se pegue ...

http://www.correiodamanha.pt/noticia.as ... l=10&p=200

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

O marido não sabia que ela estava grávida? :?

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carlacs
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Mensagem por carlacs »

Bem mas ...pelos vistos a bebé foi enterrada sem caixão, logo se tivesse viva, ao tentar respirar ..ía acabar por inspirar terra certo? Ou será que tão pequenina não teria força para isso? :?

Acho que não terem encontrado provas até agora de que ela estava viva é bom sinal..pelo menos não deveria estar consciente. Do mal o menos..

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Lino
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Mensagem por Lino »

Será que não sabem o que é um hospital?? Aqui há gato... ainda estamos no país dos nascimentos em casa e dos enterros sem pés nem mãos...

cgomes
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Mensagem por cgomes »

So sei dizer uma coisa,5anos pena maxima este país e mesmo uma vergonha a nível de justiça.... :x

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duffy
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Mensagem por duffy »

Talvez tivesse uma depressão pós-parto e nunca ninguém tenha notado isso, a outra criança tem apenas 21 meses, e se ela ja tava de 9 meses, é capaz de ser uma explicação válida.
Última edição por duffy em sexta-feira, 08 junho 2007 0:24, editado 1 vez no total.

Leia
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Mensagem por Leia »

É muito possível "esconder" a gravidez. Penso que haja um estudo que demonstre que as gravidezes escondidas e negadas pelas maes ou quando estas não sabem que estão gravida não têm um aumento muito significativo da barriga.

E sim, a historia está mal contada e a depressao pos parto não deverá de ser posta de lado. 21 meses ainda é um pcinho, mas nestas coisas da depressão...

Acho horrivel, como é que a pena é de apenas 5 anos...