Centro Norton de Matos

ShichiAkaAkuma

Centro Norton de Matos confiante no futuro
Fundado no já longínquo ano de 1951, o Centro Norton de Matos planeia ampliar as suas instalações, ficando dotado de meios físicos que permitem desenvolver as suas actividades em condições de excelência

No ano passado, o Centro Norton de Matos (CNM) lançou um concurso para a remodelação das áreas onde se situa agora o ringue e o ginásio.
De acordo com o projecto do arquitecto António Maria da Costa, serão construídos mais 1.200 metros quadrados de área útil, criando novas valências onde o CNM poderá desenvolver as actuais actividades em melhores condições e, eventualmente criar algumas novas.
De acordo com o presidente da direcção, na semana passada foi dado o primeiro passo para a concretização do projecto, com uma reunião que teve lugar na Câmara Municipal de Coimbra.
João Pedro Rafael mostra- -se confiante e garante que este será um objectivo para cumprir caso a direcção seja reeleita nas próximas eleições.
No local onde agora se encontra o ringue serão edificados espaços para a Academia de Dança e para ao judo, assim como para as aulas de aeróbica e ginástica de manutenção.
Num outro piso surgirá um pavilhão que servirá o futsal, mas que pode levar ao desenvolvimento de outros desportos colectivos, como o vólei ou o andebol.
O actual ginásio dará lugar a uma sala de bilhar que se pretende com condições competitivas de nível internacional.
Para esta zona está também prevista a construção de um auditório e um espaço de lazer, «com qualidade», onde se destacará um bar mais aprazível que o actual.
De acordo com o dirigente, «ao fazermos isto, criamos aqui uma série de sinergias e valências que vão criar postos de trabalho e colocar o Centro mais alto do que já está».
João Pedro Rafael conta “terminar” o trabalho depois deste projecto, porque depois acaba o espaço disponível.
«Só temos este espaço, que é bom, mas depois de feitas estas obras não podemos crescer mais, a não ser que compremos vivendas vizinhas», diz, frisando que «nós, neste momento, potenciámos tudo o que temos».

Gestão profissionalizada

Depois de dois anos como vice-presidente de Pedro Rocha Santos e outros dois como presidente, o dirigente do CNM afirma que as 18 actividades existentes «já são sufocantes, por vezes», o que obrigou a direcção a optar pela contratação de profissionais de economia e contabilidade.
Com cerca de 40 funcionários e um orçamento previsto de mais de 500 mil euros, o Centro Norton de Matos assume a dimensão de uma PME, mas João Pedro Rafael recorda que nenhum dos directores é remunerado e «o dinheiro que entra é para ser aplicado, com regra».
«O dinheiro aqui não pára. É uma instituição sem fins lucrativos e a nossa prioridade é aplicar o dinheiro, por vezes com a discordância de alguns associados, o que é normal», diz o presidente do clube, recordando que «já temos investimentos a longo prazo, porque adquirimos cinco apartamentos a pagar em 15 anos, e a médio prazo comprámos quatro bilhares que custaram perto de 30 mil euros».
«Por isto tudo é que temos que ter um economista e um contabilista a tempo inteiro», diz João Pedro Rafael, frisando que «aqui não se faz nenhuma despesa sem se ter o aval do departamento financeiro».
Do património do CNM consta ainda a recente aquisição de uma carrinha de nove lugares, que veio complementar uma frota que compreende três autocarros com capacidades para 28, 19 e 16 passageiros».
Para além das fontes de rendimento normais, o CNM conta com o apoio de diversas empresas. Contudo, João Pedro Rafael considera importante que se diga que «o Centro não é patrocínio-dependente».
«Se os patrocínios entrarem é óptimo, porque podemos fazer coisas novas, se não vierem, gerimos aquilo que temos», sublinha, explicando que, por exemplo, «a sala da informática foi patrocinada pela Vasco da Gama, a remodelação do bar foi dos Cafés FEB, a MCC patrocina todas as nossa modalidades», nomeando também o Diário de Coimbra, onde é encartado gratuitamente o boletim informativo.
Numa tentativa de angariar mais receitas, o presidente do clube tem em mente uma acção de marketing «em larga escala» denominada “Três gerações CNM”, com que pretende aliciar «milhares de empresas a contribuir de forma simbólica». «Se der frutos, para nós é importante e podemos fazer mais uma série de iniciativas», explica.

Colectividade com preocupações cívicas
A servir o bairro há 53 anos

O Centro Norton de Matos foi fundado em Coimbra há 53 anos por 10 moradores do Bairro, o denominado “Grupo dos Dez”, que inclusivamente foi homenageado no recente jantar de aniversário.
Desde 1951 altura em que surgiu como a 18.ª filial do INATEL, foi sempre o pólo aglutinador da população do Bairro Norton de Matos
De acordo com o actual presidente, de início a sede funcionou numa casa, até que, em 1966, há 38 anos, o Almirante Américo Tomás, à altura presidente da República, se deslocou a Coimbra para inaugurar o actual edifício.
«O CNM servia a população do bairro em geral, tinha uma grande actividade, com o cinema e os bailes que organizava», diz João Pedro Rafael, frisando o «carácter lúdico e cultural que sempre manteve», até hoje.
O 25 de Abril e, especialmente a altura do “PREC”, criaram alguma instabilidade, mas o actual dirigente diz que, sensivelmente a partir de 1980, a agremiação estabilizou «e começaram-se a desenvolver as actividades que hoje existem e mesmo outras que entretanto já desapareceram».
«Penso que nos últimos 4 anos, porque é desde essa altura que eu cá estou, os dois primeiros como vice-presidente de Rocha Santos e os últimos dois como presidente, é que se deu o grande salto de abertura para a cidade», diz João Pedro Rafael, mostrando-se convicto que «as pessoas de fora têm mais noção disso do que nós».
«Quando entrou o Rocha Santos e a nossa lista, pessoas mais novas, o Centro ganhou alguma inovação, criatividade, ambição, o puxar para a frente», considera o presidente do CNM, lembrando que «nestas coisas, os associados têm, normalmente, medo de fazer mais e só gerem a curto prazo».
Foi precisamente na altura de Pedro Rocha Santos que o edifício sede foi adquirido pela colectividade, um mandato em que João Pedro Rafael considera ter ocorrido uma viragem na filosofia de gestão.
«Começámos a efectuar procedimentos modernos, desde a área administrativa à financeira, passando pela jurídica, recursos humanos, informática e desportiva», afirma, garantindo que aconteceu «uma abertura à sociedade e, mesmo a nível internacional, com o grande evento que foi o “Jazz ao Centro”».
João Pedro Rafael diz que foi nesse momento que «começámos a potenciar muitas das actividades e a dar-lhes, essencialmente, maior qualidade», o que justifica o facto de, na maior parte dos casos existirem listas de espera.

Actividades culturais
e desportivas

Nesta altura, o Centro Norton de Matos desenvolve 18 actividades diferentes, que se distribuem pelas áreas da cultura e desporto.
O bilhar e a natação são as jóias da coroa, uma vez que são as modalidades em que existe a pretensão de obter visibilidade a nível nacional.
A equipa de bilhar milita na primeira divisão e prepara-se para iniciar mais um campeonato, a partir de Abril.
«A natação também é um dos nossos baluartes» diz o presidente do Centro, frisando que «somos a única equipa de Coimbra que tem masculinos e femininos na 2.ª divisão».
«A nível cultural também somos muito fortes, nomeadamente nas danças», refere o dirigente, referindo-se especialmente às classes de dança.
Tanto a dança jazz como o ballet, praticadas por mais de 200 bailarinas, reflectem «uma aposta clara», com ênfase para o trabalho das professoras, «porque são elas que ministram a qualidade», defende.
A vertente cultural também não foi esquecida. «Reabilitámos a biblioteca, onde só aparecia o Diário de Coimbra e a Bola», diz o dirigente, explicando que, agora, os sócios tem sua disposição a grande maioria dos jornais e revistas que são publicadas.

A importância da imagem

O cuidado com a imagem que passa para o exterior é um dos “cavalos de batalha” da actual direcção do Centro Norton de Matos, que, desenvolveu grafismos para todo o tipo de papelada da instituição.
O site “www.cnm.pt”, que é actualizado todos os dias, desempenha um papel importante, mas, a primazia, em termos de informação vai para o boletim informativo, que João Pedro Rafael considera ser uma das maiores conquistas da direcção.
A celebrar o primeiro ano de existência, o boletim sai de dois em dois meses, com oito páginas a cores e intercalado no Diário de Coimbra, tendo-se tornado o veículo de comunicação por excelência do CNM.
«Foi uma grande conquista e muitas vezes os sócios questionam logo quando há um atraso na publicação», diz o presidente.
Na relação com a comunidade, o Centro «tem uma interligação muito grande com as escolas primárias e com o agrupamento vertical da Alice Gouveia», afirma João Pedro Rafael, lembrando ainda uma série de protocolos de colaboração com entidades como a ESEC, Escola de Hotelaria, a Fundação de Desenvolvimento das Tecnologias da Informação e o ITAP, entre outras.

Intervenção no trânsito

«Para além de nos ocuparmos com o Centro e com as suas actividades, preocupamo--nos também com o bairro», diz o dirigente, revelando que a actuação da agremiação tem ido ao ponto de influir no tráfego automóvel naquela zona.
«Tivemos várias reuniões na Câmara, onde discutimos como é que o trânsito anda no bairro, porque pensamos que não há necessidade de tanto carro aqui».
Para além disto «preocupámo-nos em fazer um estudo sobre as melhores soluções para colocar sentidos únicos», o que acabou por ser implementado.
Outro aspecto é a preocupação em dar espaço às diferentes gerações de utentes. Desde o bisavô ao bisneto, o Centro Norton de matos tem valências para todos, desde as actividades desportivas, à biblioteca e sala de jogos.
João Pedro Rafael coloca também grande ênfase no aspecto da formação contínua dos funcionários do Centro, o que o leva dizer que já poderiam dirigir a instituição em caso de acontecer um vazio directivo.

Eloisa

E eu que vivo lá perto há 3 meses e nem sabia o que aquilo era ao certo.

-> Shame on me <-