Judiciária está a investigar desaparecimento de uma mala que tinha 102.500 euros em notas
Um casal de idosos, reformados, ex-emigrantes em França, residente na Praia de Mira, foi vítima de um roubo insólito domingo passado, que a Polícia Judiciária está a investigar. De acordo com o que João Simões, 68 anos, e Francelina de Jesus, 73 anos, contaram ontem ao Diário de Coimbra, viram desaparecer da sua residência nada mais nada menos que «205 notas de 500 euros que estavam guardadas numa mala», dinheiro que trouxeram de França há pouco mais de um mês, quando regressaram à terra natal. Ou seja, ficaram sem 102.500 euros, que dizem ser as suas poupanças «de uma vida de trabalho» em França.
Este casal que faz vida entre Portugal e França - «ainda temos lá os nossos filhos e estamos uma temporada cá e outra lá», é proprietário de várias casas na Praia de Mira, onde habitam, e, nesta altura do ano, alugam apartamentos a veraneantes.
Foi o que fizeram, há cerca de 10 dias. Alugaram uma habitação a uns empresários de Viseu que já conheciam de anos anteriores que, por sua vez, contou Francelina de Jesus, «convidaram dois casais para passar o fim-de-semana com eles [empresários]». O casal de idosos cedeu-lhes, a pedido dos seus inquilinos, a sua própria garagem, onde «dormiram a noite de sábado para domingo».
E foi no domingo, quando os inquilinos e os dois casais se preparavam para ir embora que Francelina de Jesus ficou com a “pulga atrás da orelha”: «Estranhei ver as mulheres a entrar e sair da minha casa, mas pensei que o meu marido estava lá e que tivessem ido pedir-lhe alguma coisa». Mas não! O marido não estava em casa e a desculpa de uma das mulheres, disse a idosa, foi dizer que «se tinha esquecido de uma coisa e que a tinha ido buscar». O pior veio a seguir!
PJ já iniciou investigações
«Quando entrámos e fomos ao nosso quarto demos logo pela falta de uma mala que tinha 205 notas de 50 euros, que estava dentro do guarda-fatos». Dinheiro que, disseram, tinham levantado em França antes de regressaram a Portugal e cujo documento do referido levantamento bancário mostraram às autoridades.
Dinheiro que representava as poupanças de «uma vida de trabalho em França» e que viram desaparecer de um momento para o outro, não lhes restando outra alternativa que não denunciar o ocorrido às autoridades. Primeiro à GNR da Praia de Mira, onde fizeram queixa no próprio dia que deram pela falta do dinheiro (domingo). Depois contrataram o advogado de Cantanhede, Vítor Mendes, que encaminhou aquele casal de emigrantes para a Directoria de Coimbra da Polícia Judiciária, onde ontem estiveram a apresentar queixa.
Depois de ouvir o casal, ainda ontem, durante a tarde, inspectores da PJ estiveram em casa dos emigrantes, iniciando as investigações e onde terão sido recolhidos elementos que possam deslindar o caso.
Diário de Coimbra 
