População: Lisboa, Porto e Coimbra lideram queda

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daniel322
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População: Lisboa, Porto e Coimbra lideram queda

Mensagem por daniel322 »

Lisboa terá menos de meio milhão de habitantes até Dezembro, numa tendência de quebra que se estende a dez outras cidades principais
Lisboa terá até o final do ano menos de meio milhão de habitantes, tendo em conta a quebra demográfica registada nos últimos três anos. A capital perde, por ano, dez mil pessoas. No Porto, a queda ronda os seis mil anuais. A saída das pessoas não é, contudo, um exclusivo das grandes cidades.


Os dados agora divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que pela primeira vez há uma quebra demográfica em 20 das principais cidades, capitais de regiões autónomas e distritos. Destas, dez cidades, entre 2003 e 2006, perderam população: Lisboa, Porto, Coimbra, Funchal, Ponta Delgada, Évora, Beja, Portalegre, Castelo Branco e Bragança.

Aveiro, com um aumento de apenas 38 habitantes (73 559 no total), Santarém, com mais 36 (64 054), e Vila Real, com um acréscimo de 126 (50 423), entraram num ciclo de quase estagnação.

Sete outras cidades viram as populações dos seus concelhos subir de forma substancial: Braga (173 946 população total), Viana do Castelo (91 238), Viseu (98 167), Guarda (44 264), Leiria (127 035), Faro (58 664) e Setúbal (122 554).

A quebra demográfica resulta, sobretudo, da saída das cidades dos mais jovens. Este movimento demográfico tem, contudo, custos elevados pela necessidade de construção de escolas e unidades de saúde e consequente encerramento de outros existentes nas cidades por falta de utentes.

Segundo as últimas estimativas do INE, Lisboa tinha em finais de 2006 uma população de 509 000 pessoas, menos 5,7% do que em 2003. O Porto com 227 000 registou uma redução de 7%. No concelho de Coimbra, a perda foi de 3,3% contando agora com 139 000 habitantes. Funchal desceu para 99 000 habitantes, com uma quebra de 1,8%.

A nível nacional a população desceu ou estagnou em todos os distritos do Interior bem como nos de Coimbra e Viana do Castelo. Açores e Madeira subiram 1%. Os distritos de Faro (4%), Setúbal (3%) e Leiria (2%) lideraram crescimento.

ALGARVE NO MELHOR E NO PIOR

A população do Algarve é a que mais aumenta, atingindo no final de 2006 os 421 000 habitantes. A presença de imigrantes e a alta taxa de natalidade justificam a evolução. O crescimento demográfico ocorre, contudo, no Litoral, havendo uma forte quebra demográfica no Interior. Assim, a região regista o melhor e o pior em termos demográficos. Albufeira é o concelho que mais cresce a nível nacional. Possui 37 000 habitantes. Uma subida de 9,5% face a 2003. O presidente da câmara, Desidério Jorge Silva, diz que as pessoas vão viver para Albufeira porque “há uma preocupação de criar infra- -estruturas como creches, escolas, lares e espaços desportivos e uma forte aposta nos transportes, distribuição de água e recolha de lixo”. Sem praia, Alcoutim tal como Gavião no Alentejo, é o concelho que mais gente perde.

PESSOAS SAEM DA PERIFERIA DA CAPITAL

A perda de população não é uma realidade exclusiva de Lisboa. Num primeiro anel em torno da capital, a maioria das freguesias estão em queda demográfica. A exemplo da capital, locais como Algés, Moscavide, Almada, Barreiro ou Amadora perdem gente e concentram uma elevada população idosa. Nos últimos 15 anos, filhos e netos partiram para locais mais afastados da Grande Lisboa, como Quinta do Conde (Sesimbra), Cabanas (Palmela) ou Alcabideche (Cascais), face aos preços elevados das casas nas localidades em torno da capital. Esta realidade leva a que nos últimos três anos os concelhos de Amadora, Barreiro e Loures tenham perdido população. Também no Grande Porto, o fenómeno é visível em Espinho. São João da Madeira praticamente não cresce.

SAIBA MAIS

- 10 599 milhões vivem em Portugal segundo as últimas estimativas do Instituto Nacional de Estatística referente a Dezembro de 2006. Um subida de 1,2%, resultante sobretudo da chegada de imigrantes.

- 1,828 milhões de pessoas com mais de 65 anos. Valor superior ao de menores de 14 anos, que são 1,637 milhões.

PREÇO DAS CASAS

A saída de pessoas das cidades resulta do preço das casas superior ao da periferia. Uma situação agravada pelo elevado número de edifícios degradados no centro das cidades.

USO DO AUTOMÓVEL

A vulgarização do carro permitiu a compra de casa mais espaçosa na periferia e uma rápida deslocação até ao trabalho.

ÁREAS COMERCIAIS

Amplos centros comerciais e com horário alargado surgiram fora das cidades. Junto deles crescem novos bairros.

PERDAS DE POPULAÇÃO

PORTO: 244 998 (2003) / 227 790 (2006) / -7% (variação)

LISBOA: 540 022 (2003) / 509 751 (2006) / -5,7% (variação)

COIMBRA: 143 829 (2003) / 139 083 (2006) / -3,3% (variação)

PORTALEGRE: 24 929 (2003) / 24 348 (2006) / -2,3% (variação)

FUNCHAL: 101 256 (2003) / 99 759 (2006) / -1,8% (variação)

CASTELO BRANCO: 55 088 (2003) / 54 574 (2006) / -0,8% (variação)

BEJA: 34 977 (2003) / 34 776 (2006) / -0,6% (variação)

ÉVORA: 55 607 (2003) / 55 420 (2006) / -0,4% (variação)

PONTA DELGADA: 64 602 (2003) / 64 384 (2006) / -0,4% (variação)

BRAGANÇA: 34 696 (2003) / 34 628 (2006) / -0,2% (variação)
E o metro vai ser uma faca de dois gumes, pois ao permitir menores tempos de viagem centro-periferia, vai acentuar a mudança de população para zonas mais afastadas da cidade..

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

Não me espanta. Com o preço das casas em zonas centrais, é normal a maioria dos jovens ir para a periferia.

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Lino
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Mensagem por Lino »

Com casas a este preço e a falta de emprego por cá, não admira... boa parte da população de Coimbra é estudantes...

daniel322
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Mensagem por daniel322 »

Lino Escreveu:boa parte da população de Coimbra é estudantes...
não chega a 20%.. mesmo assim é um valor significativo

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Lino
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Mensagem por Lino »

Cerca de 30.000 ou mais, mas mesmo assim é quase 1/4 da população...

daniel322
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Mensagem por daniel322 »

ora bem.. se aos 130.000 juntares 30.000 estudantes ficas com 160.000 habitantes (como sabes os estudantes não são contabilizados como habitantes efectivos)

30.000 de 160.000 dá 18.75%

é claro que isto são tudo contas por alto.. mas ok.. 1/4 é 25%.. é perto quanto baste.. :wink: :)

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Corsario-Negro
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Mensagem por Corsario-Negro »

Ir para a periferia é diferente abandonar a cidade. Maior parte trabalha cá por isso durante o dia não se notará tanto essa migração (excepto nos acessos talvez).

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Lino
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Mensagem por Lino »

Pá, fiz as contas por alto, e nem sou das engenharias...
Muita gente foge para Condeixa, Cantanhede, Mealhada, Montemor e Figueira por causa dos preços, mas muitos trabalham cá. Mas o que interessa é que Coimbra está a perder população... acho que Eiras é das poucas freguesias com a população a crescer...

daniel322
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Mensagem por daniel322 »

O problema é que enquanto em Lisboa e Porto a população foge do centro e fixa-se na periferia, em Coimbra, vendo os valores da população do concelho a diminuir tanto e vendo tão pouco crescimento em concelhos limitrofes como montemor, condeixa, etc é motivo de preocupação. é sinal que a cidade está a perder a sua população para outras cidades.. :?

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Lino
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Mensagem por Lino »

E outros países. O pessoal agora quer sair do país...

Exilada
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Mensagem por Exilada »

Em relacao a querer sair do pais eu falo por mim, sempre quis sair, vim pra Holanda e nao correu como eu esperava, no entanto a hipotese de vir a sair do pais para trabalhar nao esta posta de parte (Apenas nao saio para paises tipo Holandas e Alemanhas e onde ha muito frio e chuva, nao consigo viver sem sol :) ). Considero seriamente ir viver para Espanha.

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Realeza
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Mensagem por Realeza »

Eu se tiver que sair é para países nórdicos ou então França :!:

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

E eu estou numa situação intermédia... trabalho em Portugal e no estrangeiro, para uma empresa estrangeira. Ainda considerei empresas portuguesas, mas cheguei à conclusão que a maioria quer um engenheiro pelo preço de alguém com o secundário... por isso, desisti da ideia.

Depois dei aulas e gostei bastante da experiência (e os meus alunos também gostaram - tive alguns já a pedir-me para concorrer para a escola deles para o ano), mas... a idiota da ministra parece que quer afastar as pessoas da profissão de professor (instabilidade, más condições, decisões ridículas, insultos à classe, etc - as asneiras que ela está a fazer agora vão custar-nos imenso daqui a uns anos). Logo, fui "forçado" a aceitar uma oferta de outro país. E não sou o único nesta situação... e é assim que Portugal vai perdendo "massa cinzenta".

Se não há condições cá, mesmo quando as pessoas se esforçam, não há nada a fazer. E a situação não vai melhorar... pelo menos enquanto não entenderem que na educação não se poupa - veja-se o caso do ensino de informática, em que a ministra prefere meter professores de matemática e geografia a dar as aulas (sem qualquer preparação e com conhecimentos reduzidos na matéria, que dão as aulas lendo apenas o livro - que é fraco e desactualizado), em vez de meter engenheiros que percebem alguma coisa da matéria (e que deixam de poder concorrer a partir de 2008). E assim se vão perdendo profissionais qualificados e motivados (como era o meu caso), apenas para poupar qualquer coisa no orçamento (que depois é estoirado nas reformas dos deputados ao fim de 4 ou 8 anos de trabalho).

Deste modo, o país não avança. E é óbvio que quem está cá prefere ir para outros lados, onde pagam o dobro, triplo ou mais. Enquanto isso, por cá temos remunerações que chegam a ser ridículas e um custo de vida que sobe cada vez mais... como é que esperam que os jovens se fixem nas cidades?

Exilada
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Mensagem por Exilada »

Apoiado! E exactamente o que eu sinto! :clap:

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Realeza
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Mensagem por Realeza »

Ganha-se mais lá fora, mas também temos as coisas mais caras e a vida lá fora também é mais cara :!: