Referendo 11 de Fevereiro sobre o aborto!

O geral das generalidades... para discutir tudo!
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Lino
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Mensagem por Lino »

O sim é pelo direito a um aborto em condições de segurança e higiene e a um preço acessível e para evitar que mais mulheres morram em condições duvidosas ou vão para a prisão, além de se evitar que se atire mais bebés para o lixo como actualmente.

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carlacs
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Mensagem por carlacs »

{mineirinha} Escreveu:Ainda não compreendi uma coisa:
Como funciona isso de "aborto a pedido"?
Aborto a pedido da grávida. Ninguém vai perguntar/pedir à grávida para abortar.

Briooosa
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Mensagem por Briooosa »

{mineirinha} Escreveu:Ainda não compreendi uma coisa:
Como funciona isso de "aborto a pedido"?
Entendi que os que votam sim querem liberdade para a mulher e os que votam não talvez vejam isso como um assassinio.
Corrijam-me se estou errada.
Mas sinceramente se eu for contra o aborto e o "sim" ganhar, quando eu engravidar,vao me perguntar se eu quero abortar?
E se o "não" ganhar praticamente fica tudo como está certo?
"Estou confusa..."
Apesar de uma posição e de ter acompanhado todos os post's deste topico ainda não entendi.

é claro que nao te vao perguntar se queres a abortar se engravidares,quer ganhe o sim ou o nao.
mas se ganhar o sim,qualquer pessoa,em qualquer circunstancia pode fazer um aborto até ás 10 semanas,por isso se diz aborto a pedido.

em relaçao ao nao,infelizmente se ganhar provavelmente fica tudo na mesma...mas á situações diferentes em relação ás pessoas que votam não.
uns votam nao pelo motivo do direito á vida,etc,alguns ate votam nao como ja aqui foi referido pela infuencia da relegiao.
e outros ainda pensam que a despenalização do aborto nao pode ser solução pelo menos para ja,na nossa sociedade,e porque?porque acham que a despenalização do aborto deve ser uma medida complementar de uma politica de uma educação sexual esclarecida, um planeamento familiar sério e uma aposta decidida na prevenção(medidas de países chamados desenvolvidos),mas isto nao é facil,é muito mais simples votar sim e fica o assunto resolvido.
acham que é uma medida que vai desresponsabilizar ainda mais a sociedade.

depois existe o que é para mim o problema maior,que sao os abortos ilegais,nao pelo dinheiro que se movimenta,mas sim pelas condições a que as mulheres se submetem para fazer um aborto,e as complicações adjacentes.

mas tambem acho que estes nao vao deixar de existir,porque o aborto nao se faz de animo leve,e nem que seja apenas pela vergonha, os abortos clandestinos vao continuar a existir.mesmo que ganhe o sim ou o nao.
resumindo algumas pessoas do nao,acreditam que a solução nao passa por uma despenalização do aborto,por aborto a pedido.

num assunto destes,existem sempre divergencias,e até mesmo nas pessoas que tem a mesma intenção de voto...e todas as opiniões devem ser respeitadas.

nao sei se serviu pra te tirar algumas duvidas,pelo menos espero que de para aceitar e respeitar a minha opiniao mesmo que nao a compreendam...

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banjix
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Mensagem por banjix »

Eu estive a ler o jornal Publico de ontem e estava lá uma notícia acerca deste tema. Uma senhora paraplégica engravidou porque a pílula que tomava há 20 anos falhou, presumivelmente devido ao cocktail de antibióticos e outros comprimidos que estava a tomar devido a uma série de intervenções cirúrgicas a que foi sujeita.

Dado que a senhora não tinha condições físicas para tratar da criança (o marido também tinha uma deficiência motora), tinha motivos mais do que válidos para abortar. O próprio médico ortopedista aconselhava-a a estar apenas 6 horas por dia sentada, sendo que na restante parte do dia deveria permanecer deitada, pelo que não teria quaisquer hipóteses de tomar conta da criança. Recorreu ao médico de família que a aconselhou a ir a um hospital (em Portugal) onde foi muito mal tratada. Em Lisboa conseguiu o número de uma clínica em Espanha onde foi muito bem tratada (por 2 médicos, 2 enfermeiros e 1 psicólogo) e, por menos de 500 euros, em 5 minutos abortou, sem quaisquer complicações posteriores...

Maia
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Mensagem por Maia »

se fosse apenas na questão do aborto que a nossa sociedade é irresponsavel estavamos nos MUITO bem...

Segundo sei isto é um referendo, logo querem saber a opinião dos portugueses nesta matéria.

Segundo sei tb, mesmo que o não ganhe o PS tem uma proposta para ser aprovada que despenaliza o aborto. Se alguem souber em mais detalhe que diga, pois eu não sei bem.

Por isso acho que andamos todos a mandar tiros po ar sem saber o que realmente é estar na pele de uma mulher, e até de um homem, quando "fazem" um filho que não é minimamente desejado.

Agora os politicos, médicos, enfermeiros e outros sectores aos quais lhes interessam que o NÃO ganhe, votam contra a despenalização do aborto porque têm, e muito, a ganhar, isto porque fazem parte do esquema das diversas clinicas espalhadas pelo país, onde se fazem abortos em troca de um cheque chorudo.

:roll:

Maia
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Mensagem por Maia »

banjix Escreveu:Eu estive a ler o jornal Publico de ontem e estava lá uma notícia acerca deste tema. Uma senhora paraplégica engravidou porque a pílula que tomava há 20 anos falhou, presumivelmente devido ao cocktail de antibióticos e outros comprimidos que estava a tomar devido a uma série de intervenções cirúrgicas a que foi sujeita.

Dado que a senhora não tinha condições físicas para tratar da criança (o marido também tinha uma deficiência motora), tinha motivos mais do que válidos para abortar. O próprio médico ortopedista aconselhava-a a estar apenas 6 horas por dia sentada, sendo que na restante parte do dia deveria permanecer deitada, pelo que não teria quaisquer hipóteses de tomar conta da criança. Recorreu ao médico de família que a aconselhou a ir a um hospital (em Portugal) onde foi muito mal tratada. Em Lisboa conseguiu o número de uma clínica em Espanha onde foi muito bem tratada (por 2 médicos, 2 enfermeiros e 1 psicólogo) e, por menos de 500 euros, em 5 minutos abortou, sem quaisquer complicações posteriores...
e como esses ha muitos mais...aqui está um bom exemplo de como este referendo por vezes deixa-me a pensar se é mesmo necessário!!!

Maia
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Mensagem por Maia »

PUBLICO
Instituições de apoio à maternidade pedem mais financiamentos ao Governo

Representantes de 20 instituições de apoio à maternidade, a maior parte das quais nascidas após o primeiro referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG), em 1998, voltaram a pedir ao Governo mais apoio para as suas actividades. O apelo foi reiterado ontem, no Congresso Nacional das Associações de Apoio à Maternidade e às Crianças, decorrido na Associação Comercial de Lisboa e promovido pela Plataforma Não Obrigada!.
Sandra Anastácio, presidente da Ajuda de Berço, foi quem primeiro verbalizou o pedido - confiante na "vitória do "não" no dia 11", apelou ao primeiro-ministro e ao ministro da Saúde "para que as verbas canalizadas para apoiar o aborto sejam encaminhadas para estas instituições".
A questão do "insuficiente" apoio prestado pelo Estado, notou Ana Líbano Monteiro, do Ponto de Apoio à Vida, foi abordada pelos responsáveis das duas dezenas de instituições, algumas delas "financiadas por mecenas".
A iniciativa serviu também para as associações traçarem um balanço sobre o trabalho realizado desde 1998 (embora algumas delas tivessem sido criadas muito antes, no início dos anos 90) junto das mulheres e das crianças. Neste âmbito, as responsáveis atribuíram mais atenção aos números: a título de exemplos, o Ponto de Apoio à Vida acolheu, desde 1998, mais de 900 mulheres grávidas e registou 920 nascimentos; e a Ajuda de Mãe, uma das mais antigas associações deste género, recolheu, desde 1991, cerca de oito mil mulheres grávidas, que receberam formação na área do planeamento familiar.
Aos jornalistas, Ana Líbano Monteiro assegurou que, caso vença o "sim", o trabalho destas instituições "nunca será posto em causa", realçando, porém, que "será mais difícil de concretizar". Isto porque acredita que se assistirá a um "aumento exponencial de trabalho": "As mulheres que quiserem praticar um aborto vão-nos pedir ajuda e, por outro lado, as mulheres serão alvo de uma pressão maior para recorrerem ao aborto."
O congresso, que decorreu à porta fechada após a apresentação concisa do trabalho feito por cinco associações, contou com a participação das instituições Casa de Santa Isabel, Vinhas de Raquel, Associação de Ajuda ao Recém-Nascido, Movimento Famílias Novas, Maternidade e Vida, Lar Divino Salvador, A Vida Nasce, Vida Norte e Jovens Pró-Vida, entre outras. maria josé oliveira
Ha coisas que me custa entender...realmente ha muita coisa em jogo! Tudo menos o que realmente importa...È TRISTE!!! :?

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carlacs
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Mensagem por carlacs »

Maia Escreveu:PUBLICO
Instituições de apoio à maternidade pedem mais financiamentos ao Governo

Representantes de 20 instituições de apoio à maternidade, a maior parte das quais nascidas após o primeiro referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG), em 1998, voltaram a pedir ao Governo mais apoio para as suas actividades. O apelo foi reiterado ontem, no Congresso Nacional das Associações de Apoio à Maternidade e às Crianças, decorrido na Associação Comercial de Lisboa e promovido pela Plataforma Não Obrigada!.
Sandra Anastácio, presidente da Ajuda de Berço, foi quem primeiro verbalizou o pedido - confiante na "vitória do "não" no dia 11", apelou ao primeiro-ministro e ao ministro da Saúde "para que as verbas canalizadas para apoiar o aborto sejam encaminhadas para estas instituições".
A questão do "insuficiente" apoio prestado pelo Estado, notou Ana Líbano Monteiro, do Ponto de Apoio à Vida, foi abordada pelos responsáveis das duas dezenas de instituições, algumas delas "financiadas por mecenas".
A iniciativa serviu também para as associações traçarem um balanço sobre o trabalho realizado desde 1998 (embora algumas delas tivessem sido criadas muito antes, no início dos anos 90) junto das mulheres e das crianças. Neste âmbito, as responsáveis atribuíram mais atenção aos números: a título de exemplos, o Ponto de Apoio à Vida acolheu, desde 1998, mais de 900 mulheres grávidas e registou 920 nascimentos; e a Ajuda de Mãe, uma das mais antigas associações deste género, recolheu, desde 1991, cerca de oito mil mulheres grávidas, que receberam formação na área do planeamento familiar.
Aos jornalistas, Ana Líbano Monteiro assegurou que, caso vença o "sim", o trabalho destas instituições "nunca será posto em causa", realçando, porém, que "será mais difícil de concretizar". Isto porque acredita que se assistirá a um "aumento exponencial de trabalho": "As mulheres que quiserem praticar um aborto vão-nos pedir ajuda e, por outro lado, as mulheres serão alvo de uma pressão maior para recorrerem ao aborto."
O congresso, que decorreu à porta fechada após a apresentação concisa do trabalho feito por cinco associações, contou com a participação das instituições Casa de Santa Isabel, Vinhas de Raquel, Associação de Ajuda ao Recém-Nascido, Movimento Famílias Novas, Maternidade e Vida, Lar Divino Salvador, A Vida Nasce, Vida Norte e Jovens Pró-Vida, entre outras. maria josé oliveira
Ou seja, a presidente da 'Ajuda de berço' foi pedir para canalizarem as verbas que vão ser usadas no "apoio ao aborto" nestas Instituições de apoio á vida, mas eu acho que ambas as partes devem ter verbas, tanto estas Instituições como condições médicas para se praticar um aborto.

Porque não é por haverem estas Instituições que vão deixar de haver abortos... Há uma grande diferença entre abortar até as 10 semanas e andar 9 meses grávida, a sentir a criança dentro de nós, depois dar á luz, pegá-la nos braços e sabermos que nunca mais a vamos ver..... e até morrermos todos os dias a pergunta vai pairar no ar «será que ela está bem?» São opções de vida, muito dificeis, e que cabem sempre á mãe. (ou deviam caber)


Tenho a dizer também que perdi todo o meu respeito pelo Dr. Marcelo Rebelo de Sousa......Por exemplo, quando ele falava na tv de assuntos politicos que o pessoal não compreendia bem, e até parecia ter um ponto de vista credível, tudo bem. Mas agora quando veio argumentar sobre o aborto, pessoalmente, vi bem a manipulação, ele é de facto um génio na arte de argumentar e parecer que o que defende é que está certo. Não tivesse eu amigas que já abortaram em garagens a correr perigo de vida, estaria agora também bem convencida pelo Sr. Doutor. :)

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Chong Li
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Mensagem por Chong Li »

Briooosa Escreveu:
Chong Li Escreveu:Isto é tão simples quanto isto. Quem é contra a despenalização, tem o direito de não fazer abortos. Os que estão a favor, "não podem" porque os outros não deixam.
Os outros é que mandam.

Espero que a partir do dia 11 cada qual possa decidir por si.
e como é que isso se chama??sabes?
pronto,ainda bem,ninguem esta a impor nada,o voto é livre.
Acho que não percebeste o que eu quis dizer.
Eu queria dizer que a partir do dia 11 de Fevereiro, cada mulher (conjuntamente com o seu homem, digamos assim) possa escolher o que fazer, ou seja, espero que o "sim" ganhe.

Os que são contra o aborto, não abortam. Os que são a favor, devem ter o direito de optar e não que lhe imponham. O que, neste momento, estão impedidos de o fazer.

Leia
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Mensagem por Leia »

Eu não considero que os médicos estejam interessados em que o não ganhe.

Tem mais a ver com a moralidade de cada um e com a sua definição do que é vida do que ainda não o é.


Já agora, queria apenas dizer que a frase "fazer um aborto quando já bate um coração? Não obrigado" está incorrecta. É perfeitamente possivel realizar um aborto antes que haja um batimento cardiaco embrionário.

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carlacs
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Mensagem por carlacs »

Leia Escreveu:Eu não considero que os médicos estejam interessados em que o não ganhe.

Tem mais a ver com a moralidade de cada um e com a sua definição do que é vida do que ainda não o é.


Já agora, queria apenas dizer que a frase "fazer um aborto quando já bate um coração? Não obrigado" está incorrecta. É perfeitamente possivel realizar um aborto antes que haja um batimento cardiaco embrionário.
Pois é, basta que seja antes das 6 semanas.

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duffy
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Mensagem por duffy »

Isto é tudo uma grande palhaçada! O governo tem a maioria, não precisava de nada disto, alteravam a lei e assunto arrumado, isto apenas serve para encher os bolsos a mais meia duzia de amigos a fazer "campanhas" do SIM e do NÃO!

Maia
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Mensagem por Maia »

duffy Escreveu:Isto é tudo uma grande palhaçada! O governo tem a maioria, não precisava de nada disto, alteravam a lei e assunto arrumado, isto apenas serve para encher os bolsos a mais meia duzia de amigos a fazer "campanhas" do SIM e do NÃO!
como eu disse atras caso o NÃO ganhe eles ja têm essa proposta para "lançar".

Acho portanto que vai tudo dar ao mesmo :roll:

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Chong Li
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Mensagem por Chong Li »

duffy Escreveu:Isto é tudo uma grande palhaçada! O governo tem a maioria, não precisava de nada disto, alteravam a lei e assunto arrumado, isto apenas serve para encher os bolsos a mais meia duzia de amigos a fazer "campanhas" do SIM e do NÃO!
Isso é que é a verdade!
Com o país todo a apertar o cinto, gastam-se dinheiros neste tipo de referendos! E não é pouco, o que se gasta!

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mustiness
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Registado: sexta-feira, 25 fevereiro 2005 1:07

Mensagem por mustiness »

Em boa verdade, a população portuguesa não está é preparada para votar sobre estes assuntos, mas enfim. :?