'Doping' acaba com carreira de Puerta
"É a morte de um tenista, é duríssimo". O desabafo é de Javier Frana, compatriota de Mariano Puerta e antigo atleta, que percorreu os palcos do ténis mundial entre a década de 80 e 90, quando contactado pelo periódico Clarín a propósito da suspensão de oito anos que a Federação Internacional de Ténis (ITF) aplicou a Puerta.
A "condenação" de oito anos representa a maior suspensão que a ITF atribuiu a um atleta por este acusar positivo num controlo antidoping. Mariano Puerta, que já soma 27 anos de vida, acaba de assistir à sentença de morte da sua carreira e pouco (ou mesmo nada) poderá fazer para inverter o trágico destino que o organismo que tutela a modalidade lhe traçou.
Actualmente 13.º no ranking ATP, o sul-americano acusou etilferina - substância utilizada para tratar de hipotensão aguda não grave (tensão arterial baixa) e que pode produzir um poderoso efeito estimulante - após a final de Roland Garros, onde foi vencido pelo espanhol Rafael Nadal. "De acordo com o Código Mundial de Antidopagem da AMA [Agência Mundial Antidopagem], é-lhe imposta uma suspensão de oito anos, a partir de 5 de Junho de 2005", indica a ITF em comunicado oficial.
O tribunal independente mandatado pela ITF, que examinou o caso Puerta, decidiu ainda desqualificá-lo de Roland Garros, anular todos os resultados e pontos obtidos desde então, tal como retirar- -lhe todos os prémios monetários conquistados (275 770 euros). O tenista tem, a partir de ontem, três semanas para apresentar recurso e o tribunal independente afirmou esperar que o caso chegue ao Tribunal Arbitral do Desporto.
Recorde-se que Mariano Puerta já tinha sido suspenso entre Outubro de 2003 e Julho de 2004, por acusar clenbuterol, um esteróide anabolisante. Nessa altura, o argentino reclamou a sua inocência, admitindo, contudo, ter recorrido a um medicamento que continha a substância proibida, para combater uma crise de asma em plena edição do torneio chileno de Vina Del Mar, em 2003.
Puerta é um dos seis argentinos apanhados nas malhas do doping nos últimos quatro anos Juan Ignacio Chela (suspenso por três meses, por acusar metiltestosterona), Guillermo Coria (acusou nandrolona e foi suspenso por sete meses), Martín Rodriguez (advertido depois de ter sido acusado de excesso de cafeína), Guillermo Canas (suspenso por dois anos por ter tomado hidrocloroatiacida) e Mariano Hood (notificado por ingerir drogas banidas por lei).
"A sanção não me parece excessiva, porque poderia ter sido suspenso por toda a vida". Foi esta a reacção de Benito Pérez Barbadillo, director de comunicação do ATP quando ouvido relativamente à maior suspensão a que o ténis mundial assiste. "Temos pena do jogador", acrescentou em nome do organismo, afirmando que tem poucas esperanças que o recurso de Puerta faça com que a o tribunal independente da ITF, encarregado da investigação, altere a sentença "O jogador não deverá conseguir convencer o tribunal, porque a substância estava no seu corpo."
Fonte: DN
Ouch, 8 anos... acho que nunca ouvi falar de uma suspensão tão longa.
