Quase dois anos após a inauguração do mais recente "grande centro comercial", surge aquele que me parece o princípio do fim do Girassolum. Caso vá em frente, cerca de metade do centro comercial "desaparece". Depois do encerramento dos cinemas, este parece-me ser o derradeiro golpe no Gira.Unidade de Saúde poderá vir a ocupar metade do Gira.Solum
Administração do Gira.Solum recebeu há cerca de três meses proposta para a instalação de uma Unidade de Saúde nos dois pisos superiores do edifício daquele centro comercial. Discordância de alguns proprietários poderá inviabilizar legalmente o projecto
O Centro Comercial Gira.Solum poderá vir a acolher uma unidade ligada à área dos cuidados de Saúde, deixando de funcionar como um espaço exclusivamente comercial e “dispensando” os seus dois pisos superiores para serviços. O negócio não estará efectivado, estando a decorrer negociações entre a administração do centro e alguns proprietários do edifício.
Contactado pelo Diário de Coimbra, Fernando Lopes, administrador do espaço comercial, preferiu não tecer quaisquer comentários sobre o assunto, mas o nosso Jornal sabe que a proposta para a instalação de uma unidade de serviços, não privada, ligada à área da Saúde, chegou à administração do “Gira” há cerca de três meses, tendo já sido apresentada há cerca de dois meses aos proprietários do edifício.
A abertura, no Gira.Solum, daquela que deverá ser mais uma Unidade de Saúde Familiar (USF) em Coimbra é apontada como a forma de recuperar o prestígio de um dos espaços comerciais mais emblemáticos e procurados antes da abertura das grandes superfícies na cidade e olhada com bons olhos pela maioria dos lojistas, que têm visto diminuir o número de clientes e, muitos, sido obrigados a fechar portas.
Acontece que para o negócio avançar é necessário o aval de todos os proprietários (lojistas ou não) do edifício, uma vez que para que o espaço passe a ser considerado “misto”, ou seja, para que possa funcionar com uma área comercial e outra de serviços, há requisitos legais que é preciso cumprir, nomeadamente a alteração da propriedade horizontal e do tipo de uso (que neste momento é exclusivamente comercial).
Dois pisos para serviços
Ao que o Diário de Coimbra conseguiu apurar, haverá neste momento um ou dois proprietários que não concordaram com a proposta apresentada, o que estará a colocar a situação num impasse, uma vez que basta que um único responsável mantenha o “não” à instalação da unidade de Saúde ou de qualquer outro equipamento ligado à área dos serviços para que, legalmente, seja impossível proceder às referidas alterações.
A administração do “Gira” estará, por isso, neste momento num processo complicado de conversações e negociações com os referidos proprietários para os tentar “convencer” de que esta poderá ser a “tábua de salvação” do centro comercial que, mesmo com as obras de remodelação realizadas recentemente, não conseguiu recuperar do impacto do “vizinho” Dolce Vita e, posteriormente, do Forum Coimbra, as duas grandes superfícies da cidade.
Seja como for, a concretizar--se o negócio, o Gira.Solum manter-se-ia como espaço comercial no rés-do-chão e primeiro andar – os pisos onde ainda existe alguma afluência de clientes – vindo a USF a ocupar os segundo e terceiro pisos do edifício, incluindo as salas anteriormente ocupadas pelos cinemas, entretanto encerradas.
O Diário de Coimbra entrou em contacto com José Barradas para saber qual é a opinião oficial dos donos das lojas sobre esta proposta, mas o responsável da Associação de Lojistas também não quis tecer quaisquer comentários, remetendo para a administração. José Barradas adiantou, no entanto, que a associação «está a acompanhar o processo».
Fonte: Diário de Coimbra
Parece-me curioso é que os dois mais importantes centros comerciais da cidade (antes dos novos) terem sido precisamente os dois primeiros a desistir. O Avenida há muito que é um centro comercial semi-deserto, sem terem sido efectuadas tentativas de o manter. O Girassolum ainda passou por uma renovação, mas parece que agora a administração também vai baixar os braços. Neste caso, tal como no do Avenida, fica a sensação que podia ter sido feito mais... podiam, por exemplo, ter aproveitado as salas de cinema que fecharam para um espaço de lazer que trouxesse mais visitantes.
Os centros comerciais de Celas, que eram aqueles geralmente vistos como mais fracos, acabaram por ser os que melhor se safaram. Com as renovações realizadas tornaram-se espaços mais agradáveis e continuam a manter uma boa afluência de visitantes. Com a passagem a "Galerias Celas", a situação provavelmente continuará a melhorar... e poderão ainda beneficiar de passarem a ser o terceiro centro comercial da cidade (sem contar com os retail parks).










