Girassolum renovou-se
O Centro Comercial Girassolum é uma das superfícies comerciais que tem resistido ao tempo e sabido acompanhar a evolução dos novos conceitos de oferta comercial. É, aliás, uma das mais antigas no país (se não a mais antiga) e, depois da sua abertura, já viu “nascer” e “morrer” outros projectos idênticos. Actualmente de “cara lavada”, o “Gira” – como é conhecido no meio coimbrão -, continua a receber, diariamente, milhares de clientes
Já lá vão 22 anos quando um dos bairros mais emblemáticos de Coimbra [Solum] acolheu uma das primeiras grandes superfícies comerciais do país. Falamos do Centro Comercial Girassolum, uma “novidade” para a época e que, de alguma forma, veio “revolucionar” o comércio tradicional da cidade. Não só porque ali se juntou a “nata” dos empresários/comerciantes da região, mas também porque os visitantes/clientes escolheram aquele espaço como um dos melhores para as suas tertúlias. Volvidas duas décadas, o “Gira” mantém a fidelidade de milhares de visitantes que, diariamente, não dispensam uma espreitadela às novidades que os comerciantes periodicamente apresentam, como não dispensam alguns minutos/horas de conversa e convívio nas esplanadas deste emblemático ponto de encontro. Agora, mais que nunca!
Mais que nunca, porque o “Girassolum” está diferente. Para melhor!
As obras de reabilitação deste espaço comercial levadas a cabo pela administração estão concluídas, e na visita que o Diário de Coimbra ontem fez ao “novo” Girassolum, chegou à conclusão que este espaço continua a ser um dos preferidos pelos conimbricenses, como percebeu que a totalidade dos lojistas/empresários/comerciantes está satisfeita com a reabilitação, inovação, ali levadas a cabo.
Inserido numa zona comercial «cada vez mais competitiva», como explicou ao nosso Jornal o administrador do “Gira”, José António Lopes, as obras levadas a cabo no Centro Comercial do Bairro da Solum vieram aumentar «significativamente» a oferta qualitativa e, por isso, administração e lojistas não quiseram «dar um passo atrás» parando no tempo. Obras que, na opinião de José Lopes, criaram um elemento «atractivo» e que, simultaneamente, já revela um indicativo «considerado positivo» pelos clientes que frequentam o “Gira”.
A reabilitação do Centro Comercial iniciou-se em Junho do ano passado, por alturas do Campeonato da Europa de Futebol, e para a sua execução foi necessário “convencer” os lojistas a aceitarem (e contribuírem no investimento) a realização das mesmas. Os custos da obra, os eventuais prejuízos inerentes ao tempo que as mesmas iriam durar, e a inevitável quebra nos negócios, não demoveram os proprietários em avançar com a obra e, assim, acompanhar a evolução.
«Por proposta da administração, os investidores entenderam que devíamos avançar com estas obras», explica José António Lopes, frisando, ao mesmo tempo, que a reabilitação do “Gira” proporcionou a esta superfície um estatuto de «espaço comercial muito competitivo» enquanto “ponto de encontro” na cidade de Coimbra, e também «uma mais valia» na sua potencialidade. Daí o investimento dos proprietários, que atingiu 1,5 milhões de euros (cerca de 300 mil contos), totalmente pagos pelos proprietários/lojistas do edifício do Centro Comercial.
José Barradas, presidente da mesa da Assembleia-Geral do Girassolum, é da opinião de que esta “operação de cosmética” no Centro Comercial da Solum «já se impunha desde há alguns anos». Ao contrário do que se possa pensar, o “liffting”que se fez no interior e exterior do edifício não foi para colmatar «alguma concorrência, ou com receio da nova superfície [Centro Comercial Dolce Vita] com abertura prevista para meados de Abril junto ao Estádio Cidade de Coimbra.
«Não temos algum receio da abertura deste novo espaço comercial e, aliás, acreditamos que, de alguma forma, até irá acrescer tráfego de visitantes à nossa área comercial», preconiza José Barradas.
Num mundo cada vez mais global, enfatiza o administrador do “Gira”, recear a concorrência «é sinónimo de cruzar os braços». Por isso José António Lopes acredita que os comerciantes deste Centro Comercial estão «preparados» para enfrentar «qualquer concorrência». Até porque, sustenta este responsável, os mesmos comerciantes já passaram por “outras novidades”, como foram os casos da abertura em Coimbra do hiper mercado Continente e o Coimbra Shoping.
«Os comerciantes do Girassolum souberam contornar essa concorrência apostando na qualidade dos seus produtos e, hoje em dia, o mesmo desafio vai ser colocado», refere António Lopes, sublinhando que os lojistas do “Gira” estão preparados para vencer mais uma “batalha”.
Este novo desafio, aliás, pode ser, na óptica do administrador, «importantíssimo» para os comerciantes, pois está convicto de que estes irão «apostar cada vez mais na qualidade dos seus produtos». E, a ser assim, «não têm de recear qualquer tipo de concorrência». Pelo contrário, sustenta António Lopes.
«O nosso “nicho” de mercado é um pouco diferente de outras superfícies e, no caso da abertura do “Dolce Vita”, até acreditamos que irá haver uma complementaridade na prestação de serviços», opina.
Com cerca de 155 fracções que agrupam 114 lojas, neste momento o “Gira” só tem quatro lojas de portas fechadas, mas mesmos estas estão temporariamente encerradas. Umas à espera de novas colecções, outras em reconversão, o que significa que os comerciantes continuam a apostar neste emblemático espaço da Solum, de tal forma que, a grande maioria, confirma António Lopes, «são “fundadores” do Centro Comercial», ou seja, têm ali o seu “negócio” há mais de 20 anos.
Embora seja um espaço móvel e a administração não coloque barreiras à entrada ou à saída de qualquer comerciante, a verdade é que muitos são “de origem” e, para António Lopes, o importante mesmo é que o “Gira” mantenha «a diversidade de oferta que sempre o caracterizou».
in Diário de Coimbra