Reabilitação do Estádio Universitário de Coimbra com custo superior a 20 milhões
As obras a realizar no Estádio Universitário de Coimbra (EUC) terão um custo superior a 20 milhões de euros, revelou esta quarta-feira Helena Freitas. A intervenção, que prevê a demolição de várias estruturas e a construção de novas naquele recinto localizado na margem esquerda do Mondego, ainda não tem apoiogarantido, explicou a vice-reitora da UC. O próximo quadro comunitário não prevê "financiamento directo para infra-estruturas desportivas”, esclareceu ainda, ressalvando que, se houver “a inteligência e a criatividade de enquadrar” este projecto no contexto do desenvolvimento da cidade, haverá dinheiro.
Na discussão pública sobre o papel do EUC que decorreu no auditório da reitoria, em Coimbra, o grupo de trabalho composto por universidade, autarquia e Associação Académica apresentou as linhas gerais do programa de reabilitação daquela estrutura. A requalificação será feita de forma faseada, sendo que há já obras a decorrer. A intervenção no pavilhão III arrancou em meados de Abril e tem um custo de 400 mil euros, estando previsto um prazo de execução de três meses. O arranque das obras no pavilhão I está previsto para julho, com um custo de 1,2 milhões de euros e igual prazo de execução. A vice-reitora para as relações institucionais, desporto e museus lembra que “estas pequenas obras” são de risco, pois “não há garantia de que a UC vá ser reembolsada no âmbito do actual quadro comunitário”.
Em declarações aos jornalistas à margem da sessão, Helena Freitas explicou ainda que entre as estruturas a demolir estão o pavilhão 2, o espaço de cultura física e a pista de radiomodelismo. “São infra-estruturas que não têm dignidade”, sublinhou a vice-reitora. Pouco antes, o docente do Departamento de Aquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, António Bettencourt, tinha exaltado a “falta de qualidade espacial, construtiva e ambiental” de várias construções de um estádio “perto do caos”. “Uma estrutura pensada a longo prazo não deve ter estruturas provisórias como pré-fabricados e tendas”, referiu.
Apesar de Helena Freitas apontar a conclusão do projecto para um “horizonte de cinco anos” há intervenções que terão que ser concluídas até 2018. O Estádio Universitário vai receber nesse ano os EUSA Games (os Jogos Europeus Universitários) e há equipamentos que terão que estar prontos a receber provas da competição.
Quanto a novas estruturas, está prevista a construção de dois novos pavilhões (com um custo de 4 milhões de euros cada), um novo edifício administrativo, um centro de interpretação desportiva, um campo de futebol de 7, bem como espaços desportivos informais, junto à margem do rio. Pensada está também uma segunda ponte pedonal sobre o Mondego, que liga a zona da Avenida de Conímbriga à outra margem.
O custo das obras está dependente de algumas variáveis, afirmou Helena Freitas, nomeadamente da localização da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, que se encontra sediada no estádio. Depois de um projecto que visava a relocalização da faculdade para o pólo II da UC (que acabou por nunca se concretizar), há agora a possibilidade de esta ocupar as instalações da Escola Silva Gaio, localizada a poucos metros do EUC. Os potenciais entraves estarão relacionados com o governo central, mas o vereador socialista, Carlos Cidade, revelou a total disponibilidade da autarquia – detentora do terreno da escola – para tornar essa solução realidade. Outra das variáveis prende-se com a estratégia de circulação de trânsito a adoptar naquela zona da cidade.
Fonte: Público
Vão arrancar com obras que custam 20 milhões, sem terem o financiamento garantido? Não aprenderam com o Metro Mondego...?