União Europeia
-
- Veterano
- Mensagens: 744
- Registado: sexta-feira, 10 novembro 2006 16:12
Re: União Europeia
Antes pelo contrário..já era mais que tempo que esses snobs dos britânicos pegarem na sua ilhota, colocarem-lhe um motor e irem juntar-se aos seus amigos americanos e deixarem de andar por cá a minar a UE
-
- Regular
- Mensagens: 153
- Registado: quarta-feira, 29 abril 2009 21:36
Re: União Europeia
Ainda se fossem eles que andam a "minar" a UE...Hal9000 Escreveu:Antes pelo contrário..já era mais que tempo que esses snobs dos britânicos pegarem na sua ilhota, colocarem-lhe um motor e irem juntar-se aos seus amigos americanos e deixarem de andar por cá a minar a UE
-
- Veterano
- Mensagens: 744
- Registado: sexta-feira, 10 novembro 2006 16:12
Re: União Europeia
Então quem é que achas que anda a minar a UE?JBCotrim Escreveu:Ainda se fossem eles que andam a "minar" a UE...Hal9000 Escreveu:Antes pelo contrário..já era mais que tempo que esses snobs dos britânicos pegarem na sua ilhota, colocarem-lhe um motor e irem juntar-se aos seus amigos americanos e deixarem de andar por cá a minar a UE
-
- Regular
- Mensagens: 153
- Registado: quarta-feira, 29 abril 2009 21:36
Re: União Europeia
De longe, a França, que nunca aceitou os projectos unitários e federalistas a longo prazo dos outros estados fundadores, e que coloca entraves constantes a qualquer evolução das estruturas da União (reformulação da PAC, abolição do direito de veto no Conselho Europeu, aumento de poder do Parlamento Europeu). Depois, há os sucessivos governos dos países do Sul da Europa, que desde os anos 80 têm desbaratado generosos fundos para reformas estruturais e que pela sua incompetência mantém o constante desequilíbrio de riqueza entre credores e devedores. Finalmente, a própria União encontra-se há algum tempo num pântano burocrático provocado pela própria organização interna.Hal9000 Escreveu:Então quem é que achas que anda a minar a UE?JBCotrim Escreveu:Ainda se fossem eles que andam a "minar" a UE...Hal9000 Escreveu:Antes pelo contrário..já era mais que tempo que esses snobs dos britânicos pegarem na sua ilhota, colocarem-lhe um motor e irem juntar-se aos seus amigos americanos e deixarem de andar por cá a minar a UE
O Reino Unido nunca abraçou o projecto Europeu, mas pelo menos reconheceu que não o fazia, e nunca o tentou sabotar - os problemas da União estão a Sul da Mancha e do Reno.
-
- Lendário
- Mensagens: 1635
- Registado: quinta-feira, 23 fevereiro 2006 17:28
Re: União Europeia
Não sei até que ponto se poderá dizer que os países do sul da Europa andaram a desbaratar fundos para reformas estruturais. O grande problema foi os países mais poderosos quererem puxar para si as indústrias, dando 'desincentivos' aos outros países. Mas um dos grandes problemas da UE é não terem em conta as diferentes realidades e culturas dos vários países membros. A Europa nunca poderá ser uma união de estados federais, como muitos querem que seja. E se insistirem nisto, a UE nunca terá futuro!
-
- Administrador
- Mensagens: 12066
- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
Re: União Europeia
Esperemos que o Passos Coelho não veja as notícias de hoje, antes que se lembre de fazer o mesmo...Cipriotas em choque tentam levantar dinheiro mas contas já estão bloqueadas
Resgate ao país aprovado pelo Eurogrupo inclui taxa sobre todos os depósitos e já foram dadas ordens para bloquear essa verba.
Os cipriotas acordaram na manhã deste sábado com a notícia do resgate financeiro ao seu país, que implicará a aplicação de um imposto extraordinário a todos os depósitos bancários. A população tentou nas sucursais e nos sites dos bancos levantar o dinheiro, mas as contas já estavam bloqueadas desde que a decisão do Eurogrupo foi tomada.
Aumento dos impostos sobre as empresas, que podem chegar aos 12,5%, e um imposto extraordinário de 9,9 % sobre os depósitos acima dos 100.000 euros e de 6,7 % para os valores abaixo são algumas das medidas acordadas pelos ministros da Economia e das Finanças da zona euro para o resgate financeiro a Chipre, que atingirá os 10.000 milhões de euros.
Após uma reunião de dez horas de negociações que terminou na madrugada deste sábado, o grupo de 17 países acordou um pacote de medidas em que se destaca a inclusão dos depósitos bancários no apoio ao financiamento do país. O imposto sobre os depósitos será aplicado não sobre os juros, mas sim sobre o capital. O que significa que um cipriota ou um cidadão de outro país que tenha 101 mil euros num banco de Chipre, perderá de forma imediata dez mil euros, exemplifica o jornal El Mundo.
A população desta ilha do Mediterrâneo foi apanhada de surpresa pela decisão, que recebeu com preocupação e raiva. Logo nas primeiras horas da manhã muitos cipriotas, em pânico, dirigiram-se para os poucos balcões dos bancos que se encontram abertos neste sábado para tentar levantar o máximo de dinheiro possível, descreve o mesmo jornal. Mas as instituições já tinham cumprido a ordem de bloquear em cada conta a percentagem que irá reverter para a recuperação do país, fecharam as portas e bloquearam as movimentações de contas online. Nos multibancos fizeram-se também filas, sendo que as máquinas só permitem o levantamento de máximo de 1000 euros por dia. Mesmo nestes casos as pessoas depararam-se com uma verba já cativa.
O encerramento surgiu depois de o director-geral do Banco Central de Chipre ter dado ordens para que a decisão do Eurogrupo fosse cumprida de imediato. “Temos de nos conformar com a decisão”, explicou Erotocritos Jlorakiotis, acrescentando que a sua própria instituição aguarda mais detalhes sobre o acordo de Bruxelas, depois do primeiro pedido feito pelo país em Junho e ainda antes da eleição de um novo Presidente de direita.
“A mais dolorosa das soluções”
“Chipre escolheu a mais dolorosa das soluções”, assegurou o ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, citado pela AFP, mas recordando que a alternativa era o país entrar num cenário de bancarrota, em que se perderia muito mais dinheiro. O mesmo governante tinha dito há dez dias que uma taxa sobre os depósitos seria “catastrófica” para o país. Mas agora vão conseguir arrecadar 5800 milhões de euros com esta medida. E adiantou também que os depositantes receberão acções do banco no valor equivalente ao que vão perder nos depósitos, mas não avançou até quando vigorará a medida.
Para evitar uma corrida aos levantamentos de dinheiro, já que este tipo de medidas implica um risco de fuga de capitais e cruza a linha que o Eurogrupo tinha dito que não ultrapassaria, o Governo cipriota deverá aprovar no domingo uma lei a proibir o levantamento de parte dos depósitos bancários a partir de terça-feira, já que segunda-feira é feriado no país. No entanto, por precaução, as instituições bancárias receberam instruções para garantir que online e nas agências abertas ao sábado não seriam feitas excepções.
"É uma catástrofe", resume um cipriota de 45 anos à AFP, depois de sair de uma caixa de levantamento automático. “Isto vai dar-nos vontade de sair do euro”, acrescentou um reformado. A preocupação é extensível às empresas, com um empresário belga a trabalhar em Chipre a assegurar que “se a medida for aplicada às sociedades” resta-lhes abrir falência.
É um roubo”, afirmou Kyriakos, um artista cipriota que acabava de levantar todo o dinheiro que pode retirar através de uma caixa multibanco para minimizar o risco de tributação do montante que tem na conta bancária e que vai ser “sujeito a impostos pelo plano selvagem da Europa”.
“Eu ganhei este dinheiro que agora fica retido para poder pagar os erros que eles cometeram”, acrescentou Kryiakos que se encontra na companhia de dois amigos que tal como ele vão tentar levantar o máximo de dinheiro que podem retirar da caixa automática numa rua de Nisósia.
“Estamos a tentar retirar o máximo de dinheiro, mas não está a resultar muito bem. Não sabemos se as contas estão bloqueadas ou se as máquinas já estão vazias”, acrescentou Joseph, bancário.
“Ninguém esperava isto e os bancos não estão ao corrente de nada”, segundo o mesmo cipriota entrevistado pela France Press na capital do Chipre.
Muitos depósitos de estrangeiros
Segundo a Reuters, estima-se que entre um terço e metade dos depósitos nos bancos cipriotas pertençam a russos e britânicos não residentes, mas que optaram por ali colocar o dinheiro devido às boas condições que o país oferecia. Aliás, o país tem sido criticado por atrair dinheiro com base em impostos reduzidos, promovendo evasão fiscal.
“Eu estou muito zangado. Trabalhei anos e anos para juntar o que tenho e agora estou a perder o dinheiro por ordem dos alemães e holandeses”, disse à Reuters Andy Georgiou, de 54 anos, que regressou em 2012 a Chipre depois de ter trabalhado no Reino Unido. “Dizem que a Sicília é a ilha da máfia. Não é a Sicília, é Chipre. Isto é pura e simplesmente um roubo”, insistiu um pensionista.
Pelo seu lado, o porta-voz do Governo Christos Stylianides apelou à calma, assegurando que “a situação é grave mas não trágica e não há qualquer razão para entrar em pânico”. Uma visão que é rejeitada pelo deputado do partido Diko (centro-direita) Nicolas Papadopoulos, que apoiou a eleição de Fevereiro do actual Presidente, e que fala num acordo “desastroso” para o sistema bancário, um pilar da economia do país. “Antes pensava que qualquer solução seria má para Chipre, mas esta é um pesadelo”, acrescentou.
Este é o quinto programa de assistência financeira na zona euro, depois dos da Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha (neste caso centrado apenas no sector bancário). Apesar de o Produto Interno Bruto de Chipre representar apenas 0,2% da zona euro, o comissário dos Assuntos Económicos e Monetários da União Europeia, Olli Rehn, sublinhou que a falência do país seria “relevante para todo o sistema”.
Fonte: Público
Começa também a ser preocupante o efeito fracturante que todas estas decisões estão a ter na União Europeia. Começam a surgir ressentimentos sérios entre vários países (como, por exemplo, Grécia e Chipre em relação à Alemanha). Já houve guerras a começar por bem menos.
-
- Administrador
- Mensagens: 12066
- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
Re: União Europeia
Espanta-me como é que esta decisão foi tomada sem os ministros se lembrarem desta consequência. É absurdo.Chipre: resgate pode "acabar com a confiança no sector bancário da noite para o dia"
Os analistas criticam solução encontrada pela zona euro para resgate de Chipre. Acordo é “desleal, míope e autodestrutivo”.
Os cipriotas foram apanhados de surpresa com as condições anunciadas pela zona euro para o resgate do país. Não foram os únicos. Na imprensa internacional, a crítica é geral. Os analistas condenam o imposto extraordinário aplicado sobre os depósitos bancários, que dizem pôr em causa a confiança no sistema e, possivelmente, dar início a uma depressão na economia europeia.
Tim Worstall alerta para este perigo, na Forbes, recorrendo à explicação que Milton Friedman e Anna Schwartz encontraram para a Grande Depressão norte-americana. Segundo os dois economistas, esta não teria acontecido, apesar do crash de 1929 e da consequente recessão, sem a intervenção da Reserva Federal, que dizem ter gerado uma corrida aos depósitos.
Como se estancou nessa altura a corrida aos bancos? Garantindo que o dinheiro dos depositantes estaria seguro. “Ora, o que fizeram em Chipre? Acabaram com a garantia dos depósitos. Portanto, acabaram com a defesa contra as corridas aos bancos e as falências em cascata”, escreve.
O facto de os líderes europeus dizerem que a medida não será aplicada noutro país, defende Worstall, é indiferente. “Se os cidadãos acharem que já não têm os seus depósitos garantidos (…) veremos mais levantamentos em massa e mais bancos a falirem. E falências de bancos em cascata são exactamente o que nos fará cair numa nova depressão.”
“Não é um disparate, mas é ainda assim um fracasso”, tempera a britânica The Economist. Num artigo intitulado “Desleal, míope e autodestrutivo”, a revista analisa a questão apontando três razões pelas quais a solução encontrada para o quinto resgate na zona euro é “um erro”. Primeiro: “reaviva o risco de contágio”. “A probabilidade de acontecerem movimentos desestabilizadores de importantes montantes (em dinheiro, se não para outros bancos) acabou de disparar.”
“O segundo erro é de equidade.” A Economist argumenta que “não há qualquer imperativo moral para taxar as viúvas cipriotas e deixar os detentores de obrigações bancárias intocados, como parece ser o caso”, ou para proteger as operações gregas nos bancos cipriotas. A terceira razão é “estratégica”. “O acordo cipriota não tem coerência num contexto mais amplo”. “O preço político de entrar num programa [de resgate] acabou de subir”, lê-se ainda.
“O que estamos aqui a ver é o Governo cipriota a ser forçado a quebrar uma das suas mais importantes promessas – a promessa de que se pusermos o nosso dinheiro no banco, e os nossos depósitos forem inferiores a 100 mil euros, estaremos seguros”, acrescenta Felix Salmon, da Reuters. “Mais, não há uma boa razão para os depósitos com garantia serem atingidos desta maneira: a mesma quantia poderia ser conseguida aplicando aos depósitos sem garantia uma taxa ligeiramente superior”, sublinha.
O acordo prevê que os depósitos inferiores a 100 mil euros paguem um imposto extraordinário de 6,75% e que aos que ultrapassem esse valor seja aplicada uma taxa de 9,9% (além de prever um aumento dos impostos sobre as empresas, que pode chegar aos 12,5%). Felix Salmon considera que a tributação em dois escalões serve apenas o propósito de não aplicar uma taxa de dois dígitos aos depósitos mais altos. Seria para não hostilizar os maiores investidores?
Segundo a análise de Raúl Ilargi Meijer, no Business Insider, a eventual preocupação é desnecessária. Isto porque “este acordo de aspecto muito curioso tem a capacidade de acabar com a confiança no sector bancário da União Europeia da noite para o dia”. “Se os depósitos bancários em Chipre não estão garantidos (mesmo que só até determinado valor), não há qualquer razão para que as pessoas noutros países da zona euro acreditem que os seus depósitos serão tratados de forma diferente.”
O que terá então levado os líderes europeus a toma esta decisão? Stephen Fidler, que é mais comedido nas críticas, lembra no Wall Street Journal que estes acordos são “geralmente conseguidos no último minuto por ministros sob privação de sono”. “É confuso”, escreve. Fidler defende que é tempo de o Banco Central Europeu assumir as questões relacionadas com o sector bancário e que os governos europeus devem intervir cada vez menos.
“Eu diria que é mais provável que os 37% de depósitos ‘estrangeiros’ em Chipre, isto é, russos em grande parte, tenham empurrado os políticos europeus para uma decisão populista – punir os criminosos! – que os fez negligenciar consequências mais vastas”, contrapõe Meijer. Na BBC, Gavin Hewitt concorda: os alemães “suspeitavam que metade dos depósitos nos bancos da ilha pertencia a russos com muita lavagem de dinheiro [envolvida]” – e, por isso, não estariam dispostos a dar-lhes mais dinheiro.
Mas a solução encontrada é, como diz Hewitt, “sensível”. E prova disso mesmo é que o Reino Unido decidiu compensar todos os que se encontram em Chipre ao serviço do Governo e do Exército britânicos. “A Comissão Europeia disse que não haverá implicações para os bancos em Espanha e Itália, mas a mensagem está dada”, continua Hewitt, sublinhando que os recentes números apresentados para Portugal, em consequência da austeridade, deveriam ter feito os decisores políticos “parar para pensar”. Em vez disso, “voltaram a arriscar”.
“Fora isto”, ironiza a Economist, “é realmente um bom negócio.”
Fonte: Público
-
- Lendário
- Mensagens: 2236
- Registado: terça-feira, 27 setembro 2005 22:32
Re: União Europeia
Esta medida é um autêntico ROUBO. É um ROUBO direto. Um SAQUE completo. É uma medida vergonhosa ao nivel do que foi feito na Argentina.
-
- Administrador
- Mensagens: 12066
- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
Re: União Europeia
Muitas das medidas que têm sido tomadas em Portugal também representam um roubo. No entanto, penso que esta tem um factor que a diferencia: originou perda de confiança nas instituições bancárias e uma corrida aos levantamentos. É algo que pode piorar bastante a situação. Eu já espero quase tudo dos políticos em termos de asneiras e idiotices, mas nunca pensei que na União Europeia pudessem ser irresponsáveis a este ponto.
-
- Administrador
- Mensagens: 12066
- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
Re: União Europeia
Esta decisão pode ser resumida nestas duas declarações. Idiota, incompetente, estupidamente arriscada e a retirar toda a confiança aos bancos. A única justificação que eu vejo para haver alguém a tomar esta medida é que o pessoal da Alemanha quer aproveitar a situação nos países do sul para levar os habitantes destes a colocar o dinheiro nos bancos alemães, onde não há o risco (em princípio) de acontecerem medidas destas. Não vejo outra justificação para uma medida tão estúpida.O economista Paul Krugman encontra no facto de serem os depositantes a pagarem parte do resgate o “grande problema” da decisão da zona euro em relação a Chipre. “É como se os [responsáveis] europeus erguessem um sinal em néon, escrito em grego e italiano, a dizer ‘está na altura de tirarem os vossos dinheiros dos bancos!’”, escreveu no seu blogue no The New York Times.
(...)
Não muito distante dos adjectivos usados por analistas para classificar a sobretaxa sobre os depósitos, o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin, considerou-a, desde já, uma medida “injusta, incompetente e perigosa ”.
Fonte: Público
-
- Administrador
- Mensagens: 12066
- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
Re: União Europeia
Parece que os deputados cipriotas tiveram o bom senso que tem faltado aos nossos políticos.Parlamento cipriota recusa taxa sobre depósitos
Nenhum deputado votou a favor da proposta. População rejubilou nas ruas.
O Parlamento de Chipre recusou nesta terça-feira a taxa extraordinária sobre depósitos, com 36 votos contra e 19 abstenções. Nenhum deputado votou a favor e um esteve ausente, adianta a Reuters. Até mesmo os deputados do partido do Governo, assim como do partido da coligação, foram incapazes de votar a favor desta medida e abstiveram-se.
Multidões em júbilo, concentradas à porta do Parlamento, gritavam que "Chipre pertence ao seu povo". "A voz do povo foi ouvida", disse Andreas Miltiadou, um reformado de 65 anos, à Reuters.
A proposta que terá sido colocada a votação previa a isenção dos depósitos até 20 mil euros, uma taxa de 6,7% para quem tivesse entre 20 mil e 100 mil euros e um imposto de 9,9% para os montantes superiores a 100 mil euros. "O projecto foi recusado", anunciou o presidente do Parlamento, Yiannakis Omirou, citado pelo El País. O Presidente cipriota, Nicos Anastasiades, já tinha admitido que a proposta não passaria no Parlamento.
Esta recusa agrava a crise em Chipre e na zona euro, depois de o Eurogrupo ter chegado a um acordo no sábado para emprestar 10 mil milhões de euros à pequena ilha, sob a condição de um imposto extraordinário sobre depósitos bancários neste paraíso fiscal render 5800 milhões de euros.
Na segunda-feira, o Eurogrupo recuou e sugeriu a protecção de todos os depósitos até 100 mil euros, algo que as autoridades cipriotas teimam em não aceitar, por não quererem penalizar em demasia os estrangeiros que escolheram o país para guardar o seu dinheiro.
Em aberto está a possibilidade de a Rússia vir em socorro da ilha, uma vez que uma parte importante dos depósitos é de cidadãos russos e Moscovo já deu ajudas semelhantes no passado. Putin criticou duramente a proposta europeia, que considerou "injusta e perigosa". O ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, está em Moscovo para tentar negociar um novo empréstimo.
Fonte: Público
-
- Experiente
- Mensagens: 477
- Registado: quinta-feira, 11 dezembro 2008 22:04
Re: União Europeia
Sei-o eu, que ando a trabalhar nessa área.banjix Escreveu:Não sei até que ponto se poderá dizer que os países do sul da Europa andaram a desbaratar fundos para reformas estruturais. O grande problema foi os países mais poderosos quererem puxar para si as indústrias, dando 'desincentivos' aos outros países. Mas um dos grandes problemas da UE é não terem em conta as diferentes realidades e culturas dos vários países membros. A Europa nunca poderá ser uma união de estados federais, como muitos querem que seja. E se insistirem nisto, a UE nunca terá futuro!
Digo-te desde já que por essa razão NUNCA se fez uma regionalização como deve ser. Para os fundos irem para Lisboa, já que dessa forma Portugal ficava "só com uma região".
E porque? Porque Atenas, na década de 70, também já não estava nos critérios da convergência; assim como Lisboa.
Mas não. Os nossos governantes achavam que Lisboa estava numa região que deveria apostar na convergência.
Outro ponto. Já este ano o PPC andou a berrar aos 4 ventos e porque sim, que não queria que a UE cortasse 25% nos Fundos de Coesão. E porque?
Porque raio Portugal tem que andar sempre à mama dos FE? Porque?
Não conseguimos ter os mesmos projectos com menos dinheiro?
Porra há estados Membros com menos capacidades que nós.
Porque raio temos então que ter mais que aquilo que merecemos?
Os fundos de coesão destinados às vias de comunicação não quer dizer que fossem para Auto Estradas. Fizeram as AE's porque quiseram. Quem paga isso?
Ah pois...
O que era suposto era fazer vias com bons acessos às regiões mais desfavorecidas, para dessa forma potenciar o seu crescimento.
Qual quê. Fazem-se AE que ao menos é chique...
Por causa dessa "pintelhice" o IC6 está por acabar e Seia está um deserto. Só espero é que a ARA não feche, se não a Região centro (essa sim encontra-se de facto nos critérios de convergência) desaparece e fica como alguém disse:
Uma coutada de caça para os meninos ricos da cidade
-
- Administrador
- Mensagens: 12066
- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
Re: União Europeia
Assim que os bancos abrirem, as pessoas devem ir a correr levantar o dinheiro. Juntando a isso esta ameaça, não me espantaria se o Chipre viesse a tornar-se um exemplo do que não fazer nestes casos (quer dizer, Portugal e a Grécia já o são, mas o Chipre pode ser ainda pior).BCE lança ultimato a Chipre
Conselho de Governadores pressiona o Governo cipriota a encontrar uma solução que assegure a aplicação do programa de resgate.
O Banco Central Europeu (BCE) acentuou esta quinta-feira a pressão para Chipre encontrar rapidamente uma solução para o seu programa de ajuda da zona euro e do FMI ao avisar que só manterá a linha de financiamento de emergência aos bancos cipriotas até à próxima segunda-feira.
Em comunicado, a instituição informa que o "conselho de Governadores do Banco Central Europeu decidiu manter o actual nível da Assistência de Liquidez de Emergência [ELA na sigla inglesa] até segunda-feira 25 de Março de 2013".
Depois dessa data, precisa o BCE, esta assistência "só poderá ser considerada se um programa da UE/FMI estiver em aplicação para assegurar a solvência dos bancos em causa".
A posição do BCE significa que, a partir de segunda-feira, os bancos cipriotas estão ameaçados de falência, e com eles a totalidade do Estado, se o programa de ajuda da zona euro e do FMI, no valor de 10.000 milhões de euros, pensado precisamente em parte para reforçar o capital dos bancos em dificuldades, não estiver em aplicação.
Jeoren Dijsselbloem, ministro holandês das Finanças, rejeitou a ideia de que o BCE estará a sair das suas prerrogativas com um ultimato de índole política a um país do euro, como foi considerado por alguns deputados europeus durante um debate na comissão dos assuntos económicos e monetários do Parlamento Europeu.
"Não creio que o BCE esteja a fazer ameaças, o que está a fazer é o máximo que lhe é possível fazer dentro do seu mandato", afirmou Dijsselbloem. A liquidez de emergência "só pode ser disponibilizada pra os bancos solventes ou que têm um futuro. Se os bancos estão em grandes dificuldades tem pelo menos de haver uma perspectiva num futuro próximo de um programa de recapitalização para trazer estes bancos de novo para uma posição sólida", prosseguiu.
"Tudo o que [o BCE] disse é que considera muito urgente que haja um programa e que só pode continuar a apoiar com a disponibilização da ELA se houver um programa" de ajuda a Chipre, disse ainda o ministro holandês, considerando que o comunicado do BCE "só sublinha a urgência, antes de mais ao Governo cipriota, de que precisamos de alcançar muito rapidamente um acordo sobre um programa, e penso que o BCE tem razão".
Fonte: Público
-
- Lendário
- Mensagens: 1635
- Registado: quinta-feira, 23 fevereiro 2006 17:28
Re: União Europeia
O que é que acontece se um país entrar em bancarrota?
-
- Administrador
- Mensagens: 12066
- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
Re: União Europeia
Suponho que uma das primeiras coisas seja deixar de pagar salários aos funcionários públicos e dívidas a fornecedores.banjix Escreveu:O que é que acontece se um país entrar em bancarrota?
30%... o objectivo disto deve ser fazer com que o Chipre deixe de ser usado por estrangeiros, para que estes passem a colocar o dinheiro nos bancos das economias centrais. Não vejo mais nenhum motivo para uma medida tão abusiva, que vai destruir por completo a confiança no sistema bancário deste país.Depósitos acima de 100 mil euros pagarão taxa de 30%
Chipre garantiu o lugar na zona euro com um acordo que incide sobre os dois maiores bancos cipriotas bem como os grandes depositantes destes, frequentemente russos, que pagarão 30% sobre depósitos acima de 100 mil euros, disse o Governo.
"Finalmente, Chipre sai de um período de incerteza e de insegurança para a economia. Uma falha de pagamento foi evitada, o que teria significado uma saída da zona euro, com consequências devastadoras", indicou o porta-voz do Governo de Chipre, Christos Stylianides, vincando que o plano "concentra-se nos dois bancos que têm problemas e a proteção integral dos depósitos em todos os bancos".
O porta-voz do governo Christos Stylianides indicou que os depósitos de mais de 100.000 euros do Bank of Cyprus deverão pagar uma taxa de "cerca de 30%", devendo também ser assinado nas próximas semanas com a troika de credores internacionais (União Europeia, EU, BCE e Fundo Monetário Internacional, FMI) um protocolo de acordo que prevê reformas estruturais, privatizações e um aumento do IRC, que deverá passar de 10% para 12,5%.
Os esforços pedidos a Chipre também incluem a luta contra o branqueamento de dinheiro em função dos resultados de uma auditoria iminente.
Em troca, uma ajuda até 10 mil milhões de euros será fornecida essencialmente pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, mas incluirá um apoio, cujo valor ainda está por definir, do FMI.
O preço a pagar por Nicósia é muito elevado. O segundo maior banco do país, o Laiki Bank (Popular Bank em inglês), abrirá falência de forma ordenada e será dividido entre um 'bad bank', entidade residual que desaparecerá progressivamente, e um 'good bank', onde serão agrupados os depósitos inferiores a 100 mil euros, que beneficiam de uma garantia pública na União europeia (UE).
O resultado desta medida será reduzir consideravelmente o tamanho do setor bancário cipriota, considerado sobredimensionado face à economia da ilha porque equivale a oito vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O maior banco do país, o Bank of Cyprus, absorverá a prazo os depósitos garantidos e as dívidas do Laiki Bank ao Banco Central Europeu (BCE), que ascendem a cerca de nove mil milhões de euros. Os depositantes do Bank of Cyprus também vão sofrer perdas.
O acordo permite respeitar a garantia europeia dos depósitos bancários até 100.000 euros para todos os depositantes, mas terá graves consequências para os detentores de contas estrangeiros, designadamente russos, que punham o dinheiro na ilha mediterrânica nomeadamente devido a uma fiscalidade atrativa.
Nicósia vai restringir os movimentos de capitais, para evitar uma fuga dos mesmos e a abertura dos bancos, fechados desde 16 de março.
Assim, a proposta de uma taxa sobre todos os depósitos, prevista no primeiro plano conhecido no último fim de semana, foi definitivamente abandonada.
Além de ter sido rejeitada pelo Parlamento cipriota e acolhida com indignação na ilha, esta proposta perturbou fortemente os mercados na semana passada.
"Chipre sofreu um forte golpe e o nosso nível de vida vai baixar", mesmo que a nossa economia se restabeleça dentro de dois ou três anos vamos demorar pelo menos 10 anos a recuperar o nosso nível de vida", considerou o antigo governador do banco central cipriota Afxentis Afxentiou.
O acordo alcançado na última noite depois de negociações que duraram todo o fim de semana foi hoje saudado pelos mercados financeiros. As principais bolsas asiáticas terminaram em alta e as bolsas europeias arrancaram hoje a subir.
O euro também abriu hoje em alta acima dos 1,30 dólares, depois de ter fechado na sexta-feira a 1,2986 dólares.
Fonte: Diário de Notícias