Historicidade - Oh Coimbra, tens cá disto?!
Fonte: http://www.acabra.net/artigos/uma-seman ... de-coimbraUma semana preenchida com história(s) de Coimbra
A Clioculta, uma organização de estudantes e profissionais da Universidade de Coimbra (UC) cujo intuito é promover o debate acerca da História, promove na próxima semana, de 20 a 26 de junho, “Historicidade”, um conjunto de atividades que pretendem mostrar a História que define a própria cidade de Coimbra, mas não da maneira a que estamos habituados.
“Temos que ser nós próprios a abrir-nos à cidade”, conta Lia Nunes, uma das organizadoras e membro da Clioculta, ao explicar a abordagem diferente que estes estudantes querem dar à iniciativa. Pretendem evitar as típicas conferências científicas e arriscar em algo mais diversificado, como conversas que juntem estudantes, investigadores e cidadãos comuns (aqueles que viveram a própria história) – “são experiências que estamos a esquecer e que estão tão perto de nós”, afirma Lia Nunes ao justificar a presença de nomes como o “Sr. Pintos”, numa das atividades do evento.
Para fugir às típicas divisões históricas, a Clioculta decidiu enquadrar o seu programa em seis conceitos que se prendem com pontos-chave da História de Coimbra. “Historicidade” inclui também vários workshops abertos a qualquer pessoa, com o custo de 25 euros e com garantia a certificado de participação. As restantes atividades passam por torneios de jogos, sessões de cinema e eventos musicais, entre outras.
Os eventos de “Historicidade” percorrem diversos espaços de Coimbra. Desde o Laboratório Chimico, Mosteiro de Santa Clara, Museu Machado de Castro, ou até a Tasca Pinto e o Café Garcia. Pretende-se “dinamizar a cidade, num momento em que não há aulas”, certifica a organizadora.
Historicidade é a qualidade de ser histórico. Cada pedra de Coimbra tem memórias de séculos de inovação, tradição, reivindicação, criatividade, acção, espectáculo. A arte, a ciência, a cultura, mas também a religião e a política, moldaram movimentos cujo centro foi Aeminium, que a História fez Coimbra.
Acompanhados de cafés, pondo pontos na História, em ensaios da arte, percorrendo a praxis do historiador, jogando com a História, o que se pretende é trazer essa qualidade à cidade. Estas actividades pretendem levar a todos a Cidade e a História, expondo o que pode ser pertinente estudar, discutir, produzir no futuro.
Programa:
Cafés com História
A ideia nasce da exposição story café da artista filandesa Johanna Lecklin. Em troca de um café é pedida uma história aos intervenientes. Mas este café não é só a sua história: quem fala, fala de si, de Coimbra, fala da História de um tempo e de um espaço que, de alguma forma, foi actor.E se nos atrevêssemos a pensar que a História não só começa com a escrita, mas também com fontes orais. Porque se se escreve para recordar, como não falar para não esquecer? Queremos pôr a Alta de Coimbra em evidência e convidamos protagonistas da cidade de hoje, como de ontem, seja este de há décadas ou meses, a partilhar experiências. Experiências que demonstram o quanto perdemos quando o que nos resta de uma realidade é o que fica escrito, que não é representativo das vontades e circunstâncias de "ser" humano.
[20/06 - 14h - Inovação
Tema: A vida na alta
Espaço: Sé Velha
Falam: Isabel Silva, Ana Lages, Lino Ferreira e Maria de Fátima Alves
No café Sé Velha começam os cafés com história.
Além de Isabel Silva das lojas Malabar, Comércio e Artesanato, espalhadas pelas zonas turísticas de Coimbra;
de Lino Ferreira e Mª de Fátima Alves que trabalham atrás do balcão onde a sopa é caseira e as ginginhas fazem parar muitos desconhecidos em plenas escadas do Quebra-Costas; Ana Lages da Companhia Portuguesa, nova loja de coisas antigas desta zona da cidade; também teremos Miguel Lima do bar Quebra.
21/06 - 14h - Tradição
Tema: Ser tradicional em Coimbra, a tasca
Espaço: Tasca "O Pinto"
Falam: Luís Pinto e Adelina Pinto
Virados para a tradição de Coimbra, vamos à tasca que não tem vergonha de o ser. Luís Pinto e Adelina Pinto explicam-nos o percurso daquele estabelecimento, e mostram-nos o espírito estudantil tão heterogéneo da cidade, como quem está de fora mas nele participa. Quantas conversas, ideias, projectos, tristezas, alegrias, quantos sonhos se geraram nesta tasca, onde o traçado é regra, que só se quebra com um "abafadinho".
