“Revolta” dos estudantes começou no Estoril
Estoril 0
1 – Jorge
2 – Rui Duarte
3 – João Pedro
4 – Dorival (cap)
8 – Elias
13 – Buba
16 – Pinheiro
20 – N´Doye (20m)
21 – Arrieta
25 – Ali (45m)
26 – João Paulo (61m)
Suplentes
12 – Bruno
6 – Paulo Sousa
7 – Torres
9 – Hugo Santos (45m)
11 – Yuri (61m)
15 – Fellahi (45m)
18 – Cissé
Treinador
Litos
Académica 1
24 – Pedro Roma
4 – Vasco Faísca
7 - Luciano (88m)
8 - Rafael Gaúcho (71m)
10 – Ricardo Fernandes
11 – Zé António
13 – Zé Castro
21 – Fredy
23 – Dionattan (79m)
27 – Nuno Luís (cap)
85 – Dário
Suplentes
1 – Pedro Gomes
2 -. Bruno Leite
9 – Joeano (88m)
19 – Paulo Adriano (71m)
22 – Sarmento
28 – Nuno Piloto (79m)
37 – Kenny Cooper
Treinador
João Carlos Pereira.
Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril.
Assistência: cerca de 2.000 espectadores.
Árbitro: Artur Soares Dias (Porto)
Assistentes: José Ramalho e Carlos Nilha.
Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: Rafael Gaúcho (53m),
Acção disciplinar: cartão amarelo para Elias (27m), Nuno Luís (79m e 83m), Luciano (81m) e Nuno Piloto (90m); cartão vermelho para Nuno Luís (83m p.a).
Um golo do brasileiro Rafael Gaúcho foi suficiente para a Académica conquistar os primeiros pontos, e logo três, fora de Coimbra na edição 2004/2005 da SuperLiga.
De fácil nada teve a vitória academista, uma vez que o Estoril foi um adversário que, pelo que produziu, essencialmente após a expulsão de Nuno Luís, não merecia ter sido da Amoreira sem pontos na algibeira, podendo mesmo queixar-se da falta de sorte, uma vez que enviou duas bolas aos postes da baliza defendida por Pedro Roma.
Todavia, este desiderato não pode retirar mérito à vitória dos estudantes, pois os pupilos de João Carlos Pereira lutaram por esse resultado desde os primeiros minutos, estando consciente que uma derrota poderia colocá-los numa posição bastante intranquila.
Com um meio-campo coeso e organizado, onde Ricardo Fernandes foi a peça com menor rendimento, coube a Rafael Gaúcho a missão de pensar o futebol academista e o brasileiro não se atemorizou com tal tarefa, revelando mesmo dotes de bom estratega, aliás, tendo saído dos seus pés o golo que permitiu aos estudantes quebrarem o ciclo vitorioso estorilista, que já durava há duas jornadas.
Losango eficaz
Com a moral em alta a equipa orientada por Litos, que alinhou em 4x3x3, revelou, a espaços, argumentos válidos para conseguir outro resultado, mas teve pela frente uma Académica que realizou, talvez, a melhor exibição da temporada e usufruiu da sorte do jogo.
A boa circulação de bola apresentada pelos locais não retirou o sono aos conimbricenses, que passaram por algumas (mas poucas) situações aflitivas, mas ou os postes ou a defesa, incluindo Pedro Roma, que esteve muito bem e contou com Zé Castro pela primeira vez na condição de titular, iam chegando para as encomendas.
Em relação ao desafio com o Leiria, João Carlos Pereira efectuou três alterações. Tixier (castigado), Joeano e Paulo Adriano (estes por opção) cederam os seus lugares a Zé Castro, Luciano e Dionattan. Assim, a Académica jogou num 4x1x3x2, com o meio-campo a formar o denominado losango. E foi a partir desta estrutura, que finalmente funcionou, que os estudantes traçaram os seus objectivos, pois este foi o sector chave do sucesso estudantil, ajudado sobremaneira pela mobilidade de Dário e Luciano.
Apesar do nulo registado ao intervalo, resultado que se aceita perfeitamente, dado o que as duas equipas produziram, o Estoril foi a formação que mais irreverência aplicou no desafio, porém, a pontaria dos avançados estorilistas esteve um pouco desafinada.
Como seria de esperar, os locais foram o conjunto que entrou mais desinibido, assumindo as “rédeas” ao encontro, contudo, após o pressing inicial, a Académica conseguiu equilibrar as operações, depois de ter entendido as movimentações do adversário. Para que isto acontecesse muito contribuiu o acerto do meio-campo estudantil, que ontem, funcionou finalmente na sua plenitude. A transposição defesa/ataque foi feita e com isso lucraram os avançados que eram servidos em condições de dominar e sair em direcção à baliza defendida por Jorge.
Entrar a ganhar
O Estoril teve a maior posse de bola, é verdade, mas após dois lances nos minutos iniciais de puro contra-ataque pelo flanco direito, os anfitriões somente de bola parada criaram perigo.
Já os estudantes, a jogarem um pouco na expectativa, foram sabendo contornar as adversidades com que se foram deparando, no entanto, nunca abdicou de atacar e dispôs de algumas oportunidades para marcar, sendo a mais flagrante um remate de Dário às malhas laterais.
Em cima do apito final, na sequência de um pontapé de canto, a formação liderada por Litos, criou a melhor ocasião, mas João Paulo não deu a melhor sequência ao lance.
À entrada para o segundo tempo, o Estoril voltou a pressionar, mas foi “sol de pouca dura”, visto que o golo de Rafael Gaúcho (53 minutos), após boa jogada de Dionattan, arrefeceu os ânimos estorilistas, que acusaram bastante o golo sofrido. Aliás, nos segundos 45 minutos o Estoril somente criou perigo quando os estudantes estavam reduzidos a 10 unidades, face à expulsão de Nuno Luís. Durante esse tempo os locais poderiam por três vezes ter chegado ao golo, mas não o conseguiram.
O trio chefiado pelo portuense Artur Soares Dias realizou uma exibição aceitável, uma vez que teve uma decisão menos correcta ao expulsar Nuno Luís.