Os Irmãos Grimm é o recente filme de Terry Gilliam. Cineasta de culto para uns e cineasta de um caos total para outros.
Os seus filmes são associados ao fantástico, quer da literatura, quer do cinema com diversas influências narrativas e pictóricas.
Descendente directo dos Monty Phyton, onde é de assinalar o segmento inicial do Sentido Da Vida, uma magnifica curta-metragem onde é já perceptível a marca deste realizador.
Gilliam consegue transmitir o mesmo espírito anárquico, imprevisível e surreal dos seus antigos companheiros de viagem, por vezes com resultados felizes (Os Bandidos Do Tempo, Brazil- O Outro Lado Sonho, 12 Macacos), por vezes, indo longe demais (As Fantásticas Aventuras Do Barão), outras, um completo desastre (Delírio em Las Vegas).
Os contos dos irmãos Grimm assentam que nem uma luva no perfil de Gilliam, reconhecendo ele próprio ter sido influenciado pelos mesmos, conseguindo exprimir o seu virtuosismo narrativo e o seu mundo fantástico a partir do imaginário dos contos infantis.
Para tal, Terry Gilliam retira os irmãos do interior da biblioteca para dentro de uma história que poderia muito bem ter sido escrita por eles, transformando-os em duas personagens de um conto de aventuras fantásticas. Da realidade apenas subsiste a fantasia de um e o racionalismo do outro.
Os manos Grimm criados por Ehren Kruger e Terry Gilliam são dois vigaristas que exploram as crenças populares de cada vila, prestando o serviço de expulsar bruxas, duendes e as mais variadas superstições, até que um dia, são apanhados, e enviados numa missão para uma floresta amaldiçoada na recôndita Alemanha.
É aqui que começa o desenrolar dos variados contos que tão bem conhecemos e popularizados pelos Grimm: Branca de Neve, A Bela Adormecida, O Pequeno Polegar, Hansel e Gretel, O Flautista de Hamelin, O Capuchinho Vermelho e A Gata Borralheira.
Mas a história não fica por aqui, na verdade centra-se na luta entre a luz e as trevas, entre o iluminismo e racionalismo frutos da Revolução Francesa e representada pelo exército invasor francês versus as crenças, costumes, tradições dos camponeses alemães.
Infelizmente nem tudo são rosas, Matt Damon tem uma interpretação insípida, a montagem por vezes um pouco desordenada, alguns efeitos especiais ficam aquém do esperado.
Em compensação temos um Jonathan Pryce fantástico, como sempre nos filmes de Gilliam, um excelente e delirante Peter Stormare como Cavaldi e a bela Mónica Bellucci numa personagem que faz lembrar figuras da Bela Adormecida e a Rainha Má da Branca De Neve.
6/10
3/5
Os Irmãos Grimm
Os Irmãos Grimm
Jaime
Lá para domingo vou ver... digo eu. Isso é a tua opinião!?
Gostas de bicicletas antigas? Então experimenta o Amigos das Pasteleiras
Fui ver. Estava a pensar que seria mais complicado, com uma atmosfera mais envolvente tipo senhor dos aneis.
Algumas cenas não me convenceram nada como o final. Aquele "E foram felizes para sempre.. ou não" ficou mesmo mal. Assim como o facto da rapariga andar aflita com o desaparecimento do pai e quando ele desperta do feitiço da rainha e se manda da janela abaixo ela nem liga, é muito estranho.
E o cinema tá caro
Algumas cenas não me convenceram nada como o final. Aquele "E foram felizes para sempre.. ou não" ficou mesmo mal. Assim como o facto da rapariga andar aflita com o desaparecimento do pai e quando ele desperta do feitiço da rainha e se manda da janela abaixo ela nem liga, é muito estranho.
E o cinema tá caro
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- bluestrattos
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concordo! Paga-se mais, e a qualidade nem é nada de especialusaralho Escreveu: E o cinema tá caro
mustinessmustiness Escreveu:Na Holanda pagas 8 euros e na Suiça uns 12. Acho que é um apelo ao download dos filmes
Também tenho de ir ver esse filme um dia destes!
Portugal: salário mínimo ronda os 374€
Holanda: salário mínimo ronda os 1249€
Suiça: não há salário mínimo, mas o "equivalente" ronda os 1942€
Ora eu diria que os 4€ em Portugal custam muito mais que na Holanda ou na Suiça....
Agora se falássemos em países com Rep. Checa, Hungria ou Polónia...
desculpem o lá o Off-Topic
Quanto ao filme parece-me ser bom, mas o dinheiro não chega para tudo