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Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: domingo, 26 janeiro 2014 11:39
por Chong Li
Quando acabam de vez com esta estupidez que é q praxe?
A praxe sempre me deu voltas ao estômago. Sempre me deu nauseas o ar de superioridade de quem praxa.
Nunca me deixei praxar e tive que enfrentar uma ou outra situação mais digamos...tensa por causa disso.

Esta reportagem mostra a estupidez disto tudo.

A dor destes pais que perdem assim uma filha, desta forma estúpida... nem quero imaginar.

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: domingo, 26 janeiro 2014 14:28
por cereal86
A praxe é um costume de integração na vida académica. Sou a favor da praxe, MAS da maneira como fui praxado, a cantar, pequenas brincadeiras sem magoar. Nada de praxe psicológica a rebaixar e falar mal da namorada ou dos teus pais, etc. Aquilo que aconteceu no meco e ainda acontece nas outras faculdades é um abuso e não concordo. Concordo que esta história é uma estupidez.

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: domingo, 26 janeiro 2014 14:38
por Pedro
Eu acho que o problema é a confusão entre brincadeiras idiotas e praxe no sentido de tradição académica. A praxe enquanto tradição académica tem algumas coisas que fazem com que a "experiência" universitária seja diferente. Eventos como a Queima, ou "símbolos" como o traje ou a pasta, podem ser usados de forma positiva. O problema é quando as "tradições" passam a consistir de brincadeiras idiotas e que, muitas vezes, têm como objectivo único a humilhação. Pessoalmente, continuo sem perceber como é que, por exemplo, colocar alguém a medir uma distância em palitos ou a contar degraus pode ajudar à sua integração (e já nem falo de praxes "selvagens", como há em alguns sítios).

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: domingo, 26 janeiro 2014 17:19
por Chong Li

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: domingo, 26 janeiro 2014 19:07
por Chong Li
Carta aberta de um Pai ao dux que alega amnésia selectiva:

"Ando aqui com esta merda entalada há já algum tempo. A ouvir as diferentes versões, a pensar nas dúvidas e a pôr-me no lugar das pessoas. Tento pôr-me no lugar dos pais dos teus colegas que morreram. Mas não quero. É um lugar que não quero nem imaginar. É um lugar que imagino ser escuro e vazio. Um vazio que nunca mais será preenchido. Nunca mais, Dux. Sabes o que é isso? Sabes o que é "nunca mais"?

A história que te recusas a contar cheira cada vez mais a merda, Dux. Primeiro não falavas porque estavas traumatizado e em choque por perderes os teus colegas. Até acredito que estivesses. Agora parece que tens amnésia selectiva. É uma amnésia conveniente, Dux. Se calhar não sabias. Ou então andas a ver se isto passa. Mas isto não é uma simples dor de cabeça, Dux. Isto não vai lá com o tempo nem com uma aspirina. Já passou mais de 1 mês. Continuas calado. Mas os pais dos teus colegas têm todo o tempo do mundo para saber a verdade, Dux. E vão esperar e lutar e espremer e gritar até saberem. Porque tu não tens filhos, Dux. Não sabes do que um pai ou uma mãe é capaz de fazer por um filho. Até onde são capazes de ir. Até quando são capazes de esperar. Vocês, Dux... Vocês e os vossos ridículos pactos de silêncio. Vocês e as vossas praxes da treta. Vocês e a mania que são uns mauzões. Que preparam as pessoas para a vida e para a realidade à base da humilhação, da violência e da tirania. Vou te ensinar uma coisa, Dux. Que se calhar já vai tarde. Mas o que prepara as pessoas para a vida é o amor, a fraternidade, a solidariedade e o civismo. O respeito. A dignidade humana e a auto-estima. Isso é que prepara as pessoas para a vida, Dux. Não é a destruí-las, Dux. É ao contrário. É a reforçá-las. Transtorna-me saber que 6 colegas teus morreram, Dux. Também te deve transtornar a ti. Acredito. Mas devias ter pensado nisso antes. Tu que és o manda-chuva, e eles também, que possivelmente se deixaram ir na conversa. Tinham idade para saber mais. Meco à noite, no inverno, na maior ondulação dos últimos anos, com alerta vermelho para a costa portuguesa?

Achavam mesmo que era sítio para se brincar às praxes, Dux? Ou para preparar as pessoas para a vida? Vocês são navy seals, Dux? Estavam a preparar-se para alguma missão na Síria? Enfim. Agora sê homenzinho, Dux. E fala. Vá. És tão dux para umas coisas e agora encolhes-te como um rato. Sabes o que significa dux, Dux? Significa líder em latim. Foste um líder, Dux, foste? Líderes não humilham colegas. Líderes não "empurram" colegas para a morte. Líderes lideram por exemplo. Dão o peito e a cara pelos colegas. Isso é um líder, Dux. Não sei o que isto vai dar, Dux. Não sei até que ponto vai a tua responsabilidade nesta história toda. Mas a forma como a justiça actua neste país pequenino não faz vislumbrar grande justiça. És capaz de te safar de qualquer responsabilidade, qualquer que ela seja. Espero enganar-me. Vamos ver. O que eu sei é que os pais que perderam os filhos precisam de saber o que aconteceu. Precisam mesmo, Dux. É um direito que eles têm. É uma vontade que eles precisam. Negá-los disso, para mim já é um crime, Dux. Um crime contra a humanidade. Uma violação dos direitos humanos fundamentais. Só por isso Dux, já devias ser responsabilizado. É tortura, Dux. E a tortura é crime. Sabes, quero me lembrar de ti para o resto da vida, Dux. Sabes porquê? Porque não quero que o meu filho cresça e se torne num dux. Quero que ele seja o oposto de ti.

Quero que ele seja um líder e não um dux. Consegues pereceber o que digo, Dux? Quero que ele respeite todos e todas. Que ele lidere por exemplo. Que ele não humilhe ninguém. Que seja responsável. Que se chegue à frente sempre que tenha que assumir responsabilidades. Que seja corajoso e não um rato nem um cobardezinho. Que seja prudente e inteligente. E quero me lembrar também dos teus colegas que morreram. Porque não quero que o meu filho se deixe "mandar" e humilhar por duxezinhos como tu. Não quero que ele se acobarde nem se encolha perante nenhum duxezinho. Quero que ele saiba dizer "não" quando "não" é a resposta certa. Quando "não" pode salvar a sua dignidade, o seu orgulho ou até a sua vida. Quero que ele saiba dizer "basta" de cabeça erguida e peito cheio perante um duxezinho, um patrãozinho, um governozinho ou qualquer tirano mandão e inseguro que lhe apareça à frente. É isso que eu quero, Dux. Quem o vai preparar para a vida sou eu e a mãe dele, Dux. Não é nenhum dux nem nehuma comissão de praxes. Sabes porquê, Dux? Porque eu não quero um dia estar à espera de respostas de um cobarde com amnésia selectiva. Não quero nunca sentir o vazio dos pais dos teus colegas. Porque quero abraçar o meu filho todos os dias da minha vida até eu morrer, Dux. Percebeste? Até EU morrer. EU, Dux. Não ele. "

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: domingo, 26 janeiro 2014 20:49
por Byssa
Bem, já que estamos numa de quotes, posto aqui um parte de um artigo pertinente a propósito do titulo deste tópico:
Eu não sei o que se passou na praia do Meco há 40 dias, mas devo ser um dos poucos cidadãos portugueses que o afirma sem reservas. Eu não sei se as praxes tiveram alguma coisa a ver com a morte de seis jovens universitários, mas muita gente à minha volta parece saber. Comentadores insuspeitos de arroubos mediáticos como Pacheco Pereira ou Vasco Pulido Valente discorreram sobre as praxes com se elas fossem o caminho direto para a degradação da juventude. E eu, uma vez mais, não sei se serão.
Fonte: http://expresso.sapo.pt/praxes-o-pais-d ... z2rXVlsdkl

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: terça-feira, 28 janeiro 2014 11:42
por Pedro
Dux diz que se fizeram cópias mal feitas daquilo que é a praxe

O Dux Veteranorum da Universidade de Coimbra (UC) defendeu hoje que outras instituições do ensino superior fizeram cópias mal feitas daquilo que é a praxe de Coimbra, considerando que "há certas coisas que não podem ser consideradas" praxe.

João Luís Jesus, Dux Veteranorum da UC, que preside às reuniões do Conselho de Veteranos (órgão que regula a praxe em Coimbra), afirmou à agência Lusa que "a praxe tem de ser vista num contexto histórico", lembrando que muitas instituições do ensino superior não têm "algo por trás que justifique as suas praxes", fazendo cópias "com desvios", de modo a criar a sua identidade.

"Noutros sítios, sujam-se os caloiros com lama, ovos ou farinha, quando isso, em Coimbra, é expressamente proibido", exemplificou João Luís Jesus, Dux há 13 anos.

Apesar de considerar que a proibição da praxe não levaria "a lado nenhum", o Dux da UC defendeu que deveria ser "feita uma discussão mais aprofundada da praxe", pois "há certas coisas que não podem ser consideradas praxe, mas que estão associadas a ela".
"A praxe é feita por pessoas, mas se lhes falta alguma formação social ou cívica transportam-na para a praxe", contou João Luís Jesus, relembrando que houve uma atualização do código da praxe, de forma a que determinados princípios "estejam explícitos".

Em março de 2013, o Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra atualizou o código de praxe e passou a proibir expressamente a realização de qualquer pintura sobre caloiros ou novatos, a mobilização destes dentro do horário letivo, a extorsão de bens do "caloiro" e ainda a proibição do "desenvolvimento de atividades que lesem física ou psicologicamente outrem".

Sobre o caso da morte de seis jovens universitários na praia do Meco, o Dux de Coimbra disse à agência Lusa que "aquilo nunca seria permitido na praxe" de Coimbra, ou fora dela, considerando que "houve irresponsabilidade, ao alguém, deliberadamente, se pôr em perigo".

João Luís Jesus sublinhou ainda que o Conselho de Veteranos da UC procura "combater" irresponsabilidades, criando restrições à aplicação da praxe, de forma a que esta ajude a desenvolver "um espírito de camaradagem e de amizade".

Sobre a estrutura hierárquica na Universidade Lusófona, João Luís Jesus afirmou "não conhecer a dinâmica", apenas admitindo que há diferentes "variações e estruturas" de instituição para instituição.

Em Coimbra, todo o estudante com cinco matrículas e que esteja a frequentar o mestrado é considerado veterano e pode participar no Conselho de Veteranos, sendo esse órgão o regulador da praxe e aquele que elege o Dux que, uma vez eleito, apenas abandona o cargo quando deixa de ser estudante, ou se demite ou é demitido pelo Conselho de Veteranos, explicou João Luís Jesus, estudante com 24 matrículas na UC.

O Ministério da Educação e Ciência convocou as associações de estudantes do ensino superior para uma reunião, nesta semana, sobre praxes académicas, devido à morte dos seis estudantes universitários, arrastados por uma onda na madrugada de 15 de dezembro.

A questão irá também ser abordada nas reuniões previstas nas próximas semanas com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.

O Ministério pretende debater com os alunos e as instituições as "melhores formas de prevenir este tipo de situações de extrema gravidade".

Fonte: Diário de Notícias
Fica também aqui o que parece ser a posiçao do Dux de Coimbra. Se bem que o que me surpreendeu mais foi a questão das 24 matrículas dele... está correcto? Ele está na Universidade desde 89? :shock:

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: terça-feira, 28 janeiro 2014 12:35
por Carol
está correcto, sim, este senhor, anda entre os adolescentes já com a sua idade avançada e vive da mama da aac, por isso vai arrastando a sua vida académica há 24 anos

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: terça-feira, 28 janeiro 2014 16:44
por Byssa
A lei das presciçoes não se aplica a estas pessoas? Não deixa de ser curioso que seja há quase 15 anos o Dux da Academia da revolta estudantil em tempos de diatura e PIDE. Os tempos e a Praxe muda, mas há coisa que ficam na mesma.

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: terça-feira, 28 janeiro 2014 19:00
por LIC
Pedro Escreveu: Fica também aqui o que parece ser a posiçao do Dux de Coimbra. Se bem que o que me surpreendeu mais foi a questão das 24 matrículas dele... está correcto? Ele está na Universidade desde 89? :shock:
Até pode ter, mas anda em Coimbra há mais que isso.
Já que em 2003 penso que teria 17. Na altura falava-se que tinha mais ou menos isso

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: terça-feira, 28 janeiro 2014 20:50
por Byssa
Li algures que está lá desde 1989, portanto, entre 24/25 anos.

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: terça-feira, 04 fevereiro 2014 22:23
por Chong Li
E dizem que em Coimbra é diferente.

Neste vídeo percebe-se porque muitos não se declaram anti-praxe.
O terror psicológico exercido é tal, que é preciso tê-los no sítio, como este rapaz os teve para se declarar anti-praxe.

Depois vêm os defensores desta palhaçada dizer que ninguém é obrigado... ou que isto não é praxe... que praxe é outra coisa.
E vai-se a ver e qualquer coisa que se faça, nunca é praxe.

Acabem mas é com esta merd@ de uma vez por todas.

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: quarta-feira, 05 fevereiro 2014 12:02
por Carol
Agora aparecem todo o tipo de videos sobre humilhações e ofensas à integridade fisica a que algumas pessoas decidem chamar praxe, e por isso passam a ser a aceites como tal. Cada um acredita no que quer.

Eu fui praxada e praxei e nunca me aconteceu ou provoquei nada parecido com o que agora anda aí a circular. Uma vez um grupo de doutores que não conhecia mobilizou-me, mas quando vi que aquilo estava a ser uma treta, vim-me embora de livre vontade.


Vir dizer que quem morreu no meco morreu devido à praxe é uma estupidez. O que aconteceu lá foi um grupo de idiotas que não tinham respeito nenhum pela vida deles nem dos outros nas brincadeiras que faziam, e que acabaram por correr mal (e me admiro por não ter corrido mal antes). é realmente grave o que aconteceu, mas apenas pelas consequências que daí saíram para as famílias das "vitimas", porque quem brinca com o fogo queima-se. É quem faz este tipo de idiotices que deve ser responsabilizado pelo que aconteceu e não vir dizer que a culpa é das praxes.

Mentalizem-se que, mesmo não havendo praxes, quem tem intuito de fazer certas "brincadeiras", criar clubes secretos e outras coisas, vai fazê-lo na mesma, porque quem o faz agora não o faz devido à existência da praxe, faz porque são pessoas com problemas mentais.

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: quarta-feira, 05 fevereiro 2014 21:16
por Chong Li
Carol Escreveu:Agora aparecem todo o tipo de videos sobre humilhações e ofensas à integridade fisica a que algumas pessoas decidem chamar praxe
Pois nada agora disto é praxe.
Não tarda, praxe é andarem aos beijinhos.

Re: Praxes - Perder um filho desta forma estúpida

Enviado: quinta-feira, 06 fevereiro 2014 11:43
por Carol
cada um chama praxe àquilo que quer, a praxe da uc não é o que anda a circular pelas redes sociais.

podemos andar nesta discussão eternamente, se eu decidir chamar patos a cegonhas estas passam a sê-lo?