Fórum Coimbra

Estão a ser dias diferentes para todos. Como é que estão a correr do vosso lado? Que adaptações tiveram de fazer?

Eu já estava a trabalhar remotamente há uns meses, pelo que não tive impactos nessa área. Suponho que esteja a ser mais complicado para quem tenha tido necessidade de fazer essa troca de um dia para o outro - principalmente em empresas que não estavam ainda preparadas para tal.

Comecei a frequentar um curso do Centro de Línguas da UC este semestre. Aí foi uma alteração maior, as aulas passaram a ser remotas. Está a correr bem, tanto a professora como os alunos adaptaram-se bem às novas circunstâncias, mas perde-se algo em relação às aulas presenciais.

Estou em casa há 2 semanas, tenho muito trabalho (ainda mais no atual enquadramento) - talvez por essa razão adaptei-me bem, os dias são preenchidos. Assegurar boa comunicação com os colegas, motivação da equipa e desempenho adequado, é o maior desafio (há que n/ entenda que teletrabalho não significa 24h de disponibilidade ou quem ache que está “em semi-férias”). No m/ caso, mantenho horários de trabalho bem definidos, separando da rotina doméstica - até para dar exemplo aos mais novos, que se mantêm com aulas online. Sinto falta do ginásio, estou a tentar organizar-me para seguir algumas aulas nas plataformas, cuidar mais a alimentação e beber mais água (e menos café). E comprei (online) uma cadeira melhor. Outro projeto urg. é lidar com a manutenção da casa, já que agora não há ajuda externa, repartir tarefas (e garantir o cumprimento das mesmas) é essencial.

Bom, a rotina de trabalho não se alterou, continua a ser casa-trabalho e trabalho-casa. E supermercado e posto de abastecimento quando é preciso. Apenas tenho de andar muito mais protegido, pois é no nosso laboratório que passam as amostras da maior parte dos doentes que são testados. Lidamos com a presença de amostras positivas todos os dias, e neste momento temos 5 baixas no serviço. Não é fácil estar a trabalhar sem saber se o colega do lado está infectado (ou até nós próprios) e sem poder fazer quarentena. Mas, no fundo, são ossos do ofício

Numa conversa ontem, fiquei a saber que a Universidade está a preparar-se para (e a contar que) que esta situação se mantenha pelo menos até final do semestre. Já há testes a decorrer usando o InforEstudante (e eu devo ter um daqui a duas ou três semanas).

A questão que mencionaram do teletrabalho sobre haver quem não entenda que não significa 24h de disponibilidade é interessante. É algo que eu tinha mencionado num artigo que escrevi com algumas dicas há uns meses e que costuma ser visto em situações em que há a tal troca gradual... suponho que esteja a ser bem pior numa altura em que a maioria das empresas foi forçada a fazer a troca de um momento para o outro. Também deve ser uma situação que deve estar a custar ao pessoal fanático por micromanagement.

Aproveito e deixo aqui os links dos artigos que tinha escrito, podem ser úteis para mais alguém:
7 tips for working from home
6 tips to help you keep your sanity while working from home

Deve ser particularmente complicado estar a trabalhar presencialmente nesta altura, micromys. Se o que se vê quando se vai às compras é a norma, suponho que qualquer tosse ou espirro faça toda a gente olhar em volta.

Confirma-se entretanto que não haverá mais aulas presenciais na Universidade de Coimbra este ano lectivo.

Mais uma desgraça - nos cursos com uma vertente prática importante (medicina por ex) a formação será mto prejudicada, os simuladores não servem para tudo...) A somar às doenças graves não diagnosticadas neste período (ninguém fala nisto?) e claro, ás vidas que se perdem em resultado das complicações da covid-19...

Pelo aspecto, as pessoas já começam a desligar do "modo quarentena". Vai haver diferenças estranhas durante uns tempos - como o uso generalizado de máscaras - mas fica a ideia que a maioria já está a voltar a como as coisas eram anteriormente. Resta saber quais vão ser os impactos disso daqui a duas ou três semanas.

Pedro Escreveu: ↑segunda-feira, 04 maio 2020 21:02 Pelo aspecto, as pessoas já começam a desligar do "modo quarentena". Vai haver diferenças estranhas durante uns tempos - como o uso generalizado de máscaras - mas fica a ideia que a maioria já está a voltar a como as coisas eram anteriormente. Resta saber quais vão ser os impactos disso daqui a duas ou três semanas.

Já na semana passada notei um pronunciado aumento no trânsito.

Quase a chegar a Junho, e fica a ideia que a situação está a voltar ao normal. Tirando a utilização de máscaras, noto que as pessoas já começam a desligar o "modo quarentena" e a regressar ao normal. Resta saber qual será o impacto daqui a outro mês...

Bem, uma parte da população sim - principalmente os que trabalham por conta própria. Já os outros, não estão assim tão ansiosos por sair de casa - seja porque têm crianças a cargo, porque se habituaram ao teletrabalho, por a entidade patronal manter Regime de lay off - agora vai ser difícil convence-los a regressar - vamos ver o que acontece em junho, dependerá também das medidas do governo (Com a habitual pouca clareza das mesmas...). Certo é que há diversas empresas a querer retomar um regime presencial por marcação, com equipas rotativas e os trabalhadores a apresentarem queixa na ACT e Sindicatos, para poderem permanecer em teletrabalho...

Um mês depois do meu último post, tenho ficado com a ideia que as pessoas já "desligaram". Embora haja ainda a excepção das máscaras e se continue a ver muitas pessoas em tele-trabalho, o que me parece é que muitos já esqueceram a quarentena. Comportamentos que há dois meses atrás teriam originado uma daquelas típicas ondas exageradas de manifestações no Facebook/Twitter/whatever agora são normais.

Também tenho reparado, principalmente no LinkedIn, que são muitas as empresas a anunciar entusiasticamente o regresso aos escritórios - curiosamente, muitas também anunciavam entusiasticamente que tinham todos em tele-trabalho há três meses.

Embora ainda estejamos numa situação em teoria pouco diferente do início, e com os números a piorarem ligeiramente (já deixámos de ser apelidados de "milagre Europeu" e estamos a ficar na cauda da Europa novamente), fico com a ideia que estamos quase em pré-Covid - falta só abrir as fronteiras para completar o regresso à "normalidade".

Uma coisa que está a preocupar é ver também o crescimento das aplicações de tracking de pessoas. Algo que seria impensável há 6 meses ser pedido por um governo, agora são as próprias pessoas a querer - e, sinceramente, duvido que venham a ser benéficas para o uso pretendido. Também tenho estado a notar que o Covid tem sido a desculpa perfeita para muita coisa, principalmente por parte de empresas.

Concordo, as pessoas já “desligaram” - andam por todo o lado sem máscaras, mal desinfetam as mãos e absolutamente ninguém usa a proteção nos sapatos ou desinfeta nos tapetes próprios...
Mas de quem é a culpa? Certamente não dos jovens que ficaram 3 meses em casa para proteger os mais velhos. Nem dos empresários que fecharam portas, com grande sacrifício pessoal e financeiro. O que fazer se o governo não sabe transmitir regras claras sobre o desconfinamento, que aliás, é a parte mais difícil do processo. As autoridades de saúde, começando na Ministra são uma lástima e o governo que permitiu o 25 de abril, o 1º de maio, as Champions, a festa do Avante, a websummit sei lá que mais...Não reforça transportes, anda tudo apinhado em autocarros e comboios. Não legisla de forma firme sobre a manutenção de equipas em teletrabalho. E neste espírito de euforia, depois não querem que os mais novos façam festas?

Fui ontem à Universidade. Confirma-se o controlo da entrada por cartões, que são activados após controlo de temperatura, e cuja activação é válida por 24 horas. É obrigatório o uso de máscara dentro dos edifícios, e definiram também alguns circuitos (circular pela nossa direita, escadas dedicadas a subida ou descida, etc). Dentro das salas, apenas metade dos lugares pode ser utilizado.

No entanto, fora dos edifícios, a situação parece quase normal. A zona da Universidade estava mais vazia que o habitual, mas quase ninguém usava máscara. Na Praça da República, as esplanadas estavam praticamente cheias, com grupos de 4 ou 5 pessoas, sem máscaras e distanciamento quase inexistente. Acho que qualquer medida de controlo que a Universidade tome é praticamente inutilizada logo a seguir, porque basta andar um pouco e voltamos logo a uma situação "normal".

Não é só em Coimbra... Em Lisboa está igual - no IST há muito controle dentro do campus, mas depois cá fora...(a começar nos transportes, que estão CHEIOS). O governo atira a culpa para cidadãos, médicos, etc - mas não reforçou a rede de transportes, pelo contrário até suprimiu (por ex vários comboios Alfa). A prevenção possível são os 3M - máscara + metros (2) + mãos (lavar). Se está comprometida a distância de segurança, as máscaras cirúrgicas e até comunitárias que a maior parte das pessoas usam não são suficientes. As FP2 são mais caras e o povo n/ está propriamente a nadar em dinheiro...

O governo acabou de enviar para o Parlamento uma proposta para obrigar à utilização da máscara na rua e à utilização da aplicação StayawayCOVID, dando a todas as polícias poder para fiscalizar os telemóveis das pessoas.

Eu concordo com a utilização da máscara, e surpreende-me que só agora esteja a ser discutida. A obrigação de ter a aplicação instalada, por outro lado, parece-me abrir precedentes demasiado graves. Duvido que vá em frente mas, se for, prevejo uma corrida a telemóveis obsoletos.

2020 continua a tendência de ficar cada vez mais estranho.