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Enviado: quinta-feira, 21 abril 2005 20:18
por ShichiAkaAkuma
Ingersoll Escreveu:ShichiAkaAkuma Escreveu:
A ciência melhorou em muito a qualidade de vida do ser humano, tornou o mundo menor e mais aberto e também trouxe muitos outros problemas como em tudo na vida. Por outro lado ela não pode ter razão em considerar a religião um dogmatismo quando a própria ciência se rege por factos que desconhece, que ainda não conseguiu provar e os aceita como verdadeiros (ex: Energia negra, Big Bang). Isso cheira-me a dogma.
A ciência não se rege por factos que desconhece. A ciência é regida pelo método científico. O Big Bang e a Energia negra não são dogmas. O Big Bang é a teoria que, segundo o conhecimento actual, melhor explica a fenomenologia observada. Nenhum cientista te dirá que é uma teoria final e acabada. É suficiente uma incongruência para refutar esta teoria e até ao momento não foi encontrada nenhuma. A energia negra é uma das teorias avançadas para explicar, entre outras coisas, a velocidade de rotação das galáxias e de expansão do universo. Adapta-se muito bem às observações, mas também ninguém te dirá que é a teoria final.
Sim, mas o Big Bang está tão provado quanto a existência de Deus. No entanto, um cientista aceita o Big Bang como algo credível e Deus não. É um pouco à base do "vocês têm falhas, logo estão passados para trás. Eu como estou na moda posso dizer o que quiser que acabo por ter mais credibilidade". Também há cientistas que dizem que a perda de dentes está relacionada com a perda de memória! (Será pela velhice? cof
)
Ingersoll Escreveu:ShichiAkaAkuma Escreveu:
P.S.: Ingersoll, por acaso a maior parte das pessoas que conheço são ateístas, nem sequer agnósticas.
Então vivemos em mundos sociológicos distintos
Pois, eu fui vendido no sul da China aos 10 anos... A minha educação infantil foi diferente e tal...
Enviado: quinta-feira, 21 abril 2005 22:07
por Ingersoll
ShichiAkaAkuma Escreveu:
Sim, mas o Big Bang está tão provado quanto a existência de Deus. No entanto, um cientista aceita o Big Bang como algo credível e Deus não.
As teorias cientificas devem ser constantemente testadas. Não existe um número máximo de experiências que seja suficiente para "provar" uma teoria. Por outro lado, uma única incoerência é suficiente para a refutar. A teoria do Big Bang sobreviveu a todos os testes, mas nada nos garante que não venha a ser refutada no futuro.
Assim, um cientista apenas pode afirmar o seguinte: tendo em consideração o conhecimento actual, não existe nenhuma evidência para a existência de Deus; tendo em consideração todos os testes efectuados até ao momento, o Big Bang é uma teoria que explica bem o Universo observado.
ShichiAkaAkuma Escreveu:
É um pouco à base do "vocês têm falhas, logo estão passados para trás. Eu como estou na moda posso dizer o que quiser que acabo por ter mais credibilidade".
Não me lembro de ter ouvido algum cientista dizer algo semelhante.
ShichiAkaAkuma Escreveu:
Também há cientistas que dizem que a perda de dentes está relacionada com a perda de memória! (Será pela velhice? cof
)
Se algum "cientista" tivesse dito ou publicado essa hipótese, revelaria pouco rigor no tratamento estatístico dos dados.
Enviado: quinta-feira, 21 abril 2005 23:27
por ShichiAkaAkuma
Ingersoll Escreveu:ShichiAkaAkuma Escreveu:
Também há cientistas que dizem que a perda de dentes está relacionada com a perda de memória! (Será pela velhice? cof
)
Se algum "cientista" tivesse dito ou publicado essa hipótese, revelaria pouco rigor no tratamento estatístico dos dados.
O mais incrível é que aconteceu! Até parece que é raro aparecerem teorias idiotas..
Enviado: sexta-feira, 22 abril 2005 0:59
por OpSiS
jane_marple Escreveu:Desculpem estar a puxar a brasa à minha sardinha, mas leiam isto:
Viva,
Não posso prestar a atenção ao fórum que desejaria, pelo que só agora li este tópico mas não posso deixar de referir que fiquei pasmado com a absurdidade deste link.
É de facto incrível que haja ateus, que não acreditam em Deus, que se estão nas tintas para tudo isso, façam esta campanha anti-papa. Campanha de tal modo obstinada que a meu ver cai no ridículo.
Penso que nem os católicos "puxam a brasa à sua sardinha" (no sentido inverso) de tal modo ferrenho e cego. O que não deixa de ser caricato!
Afinal a eleição de um novo Papa tem mexido com todos aqueles que não acreditam de uma forma espantosa. Todos revoltando-se por o novo Papa ser isto e ser aquilo (e dizem-se os maiores disparates).
Mas afinal, se não acreditam em Deus, se não fazem parte da Igreja, o que lhes interessa a eles o que o Papa é ou deixa de ser?!? Se o novo Papa é ultra conservador como dizem isso não os irá afectar rigorosamente *nada*
Tem-me irritado sinceramente todo este alarido à volta do Papa. Já vale dizer de tudo por parte de pessoas a quem o Papa não lhes diz nada. Não entendo!
Enviado: sexta-feira, 22 abril 2005 2:06
por Ingersoll
ShichiAkaAkuma Escreveu:Ingersoll Escreveu:
Se algum "cientista" tivesse dito ou publicado essa hipótese, revelaria pouco rigor no tratamento estatístico dos dados.
O mais incrível é que aconteceu! Até parece que é raro aparecerem teorias idiotas..
Evidentemente esse "estudo" não foi publicado numa revista cientifica com revisão pelos pares. Qualquer programa decente de estatística detecta multicolinearidade nos dados.
Enviado: sexta-feira, 22 abril 2005 2:21
por Ingersoll
OpSiS Escreveu:jane_marple Escreveu:Desculpem estar a puxar a brasa à minha sardinha, mas leiam isto:
Viva,
Não posso prestar a atenção ao fórum que desejaria, pelo que só agora li este tópico mas não posso deixar de referir que fiquei pasmado com a absurdidade deste link.
Absurdo porquê?
OpSiS Escreveu:
É de facto incrível que haja ateus, que não acreditam em Deus, que se estão nas tintas para tudo isso, façam esta campanha anti-papa. Campanha de tal modo obstinada que a meu ver cai no ridículo.
Qual é problema em não acreditar em Deus (o que quer que isso seja)? Atendendo às evidências parece-me ser uma posição bastante razoável.
OpSiS Escreveu:
Mas afinal, se não acreditam em Deus, se não fazem parte da Igreja, o que lhes interessa a eles o que o Papa é ou deixa de ser?!? Se o novo Papa é ultra conservador como dizem isso não os irá afectar rigorosamente *nada*
Neste aspecto dou-te razão...
Enviado: sexta-feira, 22 abril 2005 11:46
por Lino
O Ratzinger como Cardeal era mto conservador, mas vamos lá ver como Papa. Só o acho um pouco velho. Devia ser um mais novo e de outro continente, até porque Catolicismo quer dizer Universalidade, etb devia ser mais aberto.
Mas como só lá está há 2 dias, dou o benefício da dúvida e do tempo. Como no futebol, prognósticos só no final do jogo.
Enviado: sábado, 21 maio 2005 3:31
por harpsi
Este papa tem problemas cardíacos e tudo mais, por isso não dura muito tempo. O próximo conclave é que vai ser muito interessante para vermos até que ponto a igreja se aproxima das pessoas ou se afasta ainda mais, acredite-se ou não nela.
Por mim, se eu tivesse direito a voto, ele iria para o bispo de Antuérpia, Godfried Daneels. Quem perceber algo sobre o assunto, concluirá facilmente do que falo. 8)
harpsi
Enviado: sábado, 21 maio 2005 15:49
por SilentNoise
Não sei se será sentimento geral, mas para mim, o Papa continua a ser o João Paulo II. Ainda não consegui olhar para o Bento XVI da mesma maneira, talvez por não se expor tanto como o seu antecessor. Dá ideia que quer poupar ou a sua imagem, ou a sua condição física, que por si só já dá ares de ser bastante debilitada.
Enviado: segunda-feira, 23 maio 2005 22:08
por Pretender
SilentNoise Escreveu:Não sei se será sentimento geral, mas para mim, o Papa continua a ser o João Paulo II. Ainda não consegui olhar para o Bento XVI da mesma maneira, talvez por não se expor tanto como o seu antecessor. Dá ideia que quer poupar ou a sua imagem, ou a sua condição física, que por si só já dá ares de ser bastante debilitada.
É natural que isso aconteça. Pelo menos acontece comigo (e contigo pelos vistos
). Acho que é bastante natural esses nossos sentimentos, pois João Paulo II lutou muito pela paz.
O novo Papa foi eleito à pouco tempo, existe sempre o receio que seja pior que o antecessor, daí algum receio por parte dos cristãos.
Tem-se que dar tempo ao tempo.
Enviado: terça-feira, 24 maio 2005 15:56
por Ingersoll
Pretender Escreveu:[
É natural que isso aconteça. Pelo menos acontece comigo (e contigo pelos vistos
). Acho que é bastante natural esses nossos sentimentos, pois João Paulo II lutou muito pela paz.
Essa é uma maneira de ver o sujeito. A outra maneira é que ele indirectamente condenou à morte por doenças sexualmente transmissíveis milhares de pessoas, em virtude das suas posições relativamente ao uso de preservativo.
Enviado: terça-feira, 24 maio 2005 18:43
por SilentNoise
Pretender Escreveu:
... daí algum receio por parte dos cristãos.
Eu não dou credibilidade a religiões...
Enviado: quarta-feira, 25 maio 2005 2:48
por Pretender
Não quero dizer que concorde com a posição dele em relação ao preservativo.
Acho que é daquelas coisas que cada um tem que decidir, e agir de acordo com a sua convicção: Por exemplo, não é alguém dizer X e cumprires sem pensar, a isso chama-se
fanatismo.
Errar todos nos erramos, e ele certamente também errou ao longo da vida dele, mas julgo que as acções boas superaram de longe as negativas
Onde evoluiu foi no diálogo com outras religiões, aproximação aos jovens, etc.
SilentNoise, ok fica assente o reparo
Enviado: quarta-feira, 25 maio 2005 3:05
por SilentNoise
Temos de ver o lado conservador da Igreja. Mesmo que apareça algum Papa com ideais mais liberais, será sempre pressionado para que mantenha a moderação em relação a assuntos tão delicados como o sexo e a sua prática.
Quem nos diz que Karol Wojtyła era contra medidas contraceptivas? João Paulo II era, o que não significa que fosse a sua opinião como homem. O obscurantismo que se vive no Vaticano obriga as pessoas a revolucionar os seus ideais.
Re: habemvs papam
Enviado: segunda-feira, 11 fevereiro 2013 14:09
por Pedro
Papa vai resignar a 28 de fevereiro e sucessor será escolhido até à Páscoa
O Papa Bento XVI, de 85 anos, irá resignar no final deste mês, confirmou o porta-voz da Santa Sé, citado pela AFP. A razão da resignação prender-se-á com motivos de saúde. Um novo Papa vai ser escolhido até à Páscoa, a 31 de março, indicou o mesmo porta-voz.
"O Papa anunciou que renuncia ao seu ministério, às 20.00 (19.00 em Lisboa), do dia 28 de fevereiro. Começará então o período de 'sede vacante'", precisou, citado pela AFP, o padre Federico Lombardi, num anúncio praticamente sem precedentes na história da Igreja Católica.
Segundo a Santa Sé, citada pela AFP, o Papa "não tem forças" par continuar a dirigir a Igreja Católica, devido à sua idade.
O anúncio da resignação foi feito, em latim, pelo próprio Bento XVI, durante um consistório ordinário, no qual se realizavam canonizações.
"Depois de ter consultado a minha consciência perante Deus, em várias ocasiões, cheguei à conclusão de que, devido à minha idade avançada, já não estou nas melhores condições para exercer de forma adequada o ministério de Pedro", indicou o Papa, segundo uma tradução em francês disponibilizada pela Vaticano e veiculada pela AFP.
Joseph Ratzinger, alemão, foi eleito em abril de 2005 para suceder a João Paulo II, e vai completar 86 anos de idade dentro de 2 meses. Segundo alguns comentadores, a sua resignação deve-se ao seu estado de saúde. É muito raro um Papa resignar ao pontificado, o último caso foi o do Papa Gregório XII, em 1415.
Com o anúncio da resignação o mundo foi apanhado de surpresa. Comentava-se o estado de saúde do pontífice, mas nada indicava que tal viesse a acontecer. Um dos motivos, segundo opiniões recolhidas pelo DN, pode ter a ver com o que Joseph Ratzinger viveu nos últimos dias de pontificado do seu antecessor João Paulo II.
O estado de saúde do papa Vojtyla degradava-se dia após o dia mas o Vaticano manteve-o na cadeira de Pedro até ao fim. Algumas das imagens que surgiam na TV eram por vezes consternantes. O debate fez-se então e muita gente, incluindo cardeais, defenderem que o chefe da Igreja deveria renunciar quando ainda estivesse de posse de todas as suas faculdades mentais e com alguma qualidade de vida. Nunca ninguém pensou que o primeiro a fazê-lo, na era do pós-Vaticano II, fosse precisamente Ratzinger, tido como um dos maiores conservadores da Igreja.
Com a eleição de um novo papa, e continuando Ratzinger vivo, a Igreja passará a contar com dois papas: um no ativo e outro resignatário. Desde o século XVI que tal não acontecia. Um dos grandes medos da Igreja em ter dois papas é o perigo que isso representa para a ocorrência de cismas. Um papa, mesmo não estando no ativo, mantém o sacramento ( o múnus), podendo ordenar outros bispos e, se quiser, formar uma igreja paralela à oficial. Foi o que aconteceu com o grande cisma do Ocidente entre 1387 e 1417, em que a residência do papa foi transferida de Roma para Avinhão. Este cisma provocou um grande trauma na Igreja e por isso ter-se criado os pontificados perpétuos, até à morte do pontífice.
Apesar de ser extremamente raro, a lei da Igreja prevê que um Papa possa resignar ao cargo.
O Código de Direito Canónico é claro a este respeito, dizendo explicitamente no artigo 332, alínea 2, que "Se acontecer que o Romano Pontífice renuncie ao cargo, para a validade requer-se que a renúncia seja feita livremente, e devidamente manifestada, mas não que seja aceite por alguém."
A única condição colocada é, portanto, a liberdade da decisão. Bento XVI cumpriu esta condição explicitamente na sua comunicação aos cardeais ao dizer: "Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro".
Confirmada a renúncia, o processo de escolha de um novo Papa decorre de forma normal.
Fonte: Diário de Notícias
E, cerca de 8 anos depois, volta-se à escolha. Não sou católico, pelo que a minha opinião é mais de "alguém de fora" das coisas, mas fiquei sempre com a ideia que este Papa não inspirava muitas simpatias, sendo tremendamente diferente do seu antecessor. Parece-me também curioso ver que até o modo como encararam a doença foi tão diferente... enquanto um continuou a exercer mesmo num estado de saúde bastante débil, o outro optou por ser o primeiro Papa a resignar em perto de 600 anos.