Como subir a média a Matemática
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- Lendário
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Mas se fazem exames difíceis sai toda a gente para a rua a dizer mal do governo que ninguém teve notas de jeito...
Não acho que haja facilitismo hoje em dia. Talvez haja um pouco para passar simplesmente os alunos. Agora para dar boas notas acho que tda a gente concorda que não se facilita em nada!!
Há dias fui a casa da minha avó e estavam no quarto da minha mae os cadernos que ela usava no secundário (1976) e vi lá testes tinham exactamente o mesmo grau de dificuldade que os meus e de outras escolas hoje em dia têm. Alguns deles até mais fáceis se calhar. Por isso acho que o facilitismo é um assunto nao tao linear quanto isso...
Não acho que haja facilitismo hoje em dia. Talvez haja um pouco para passar simplesmente os alunos. Agora para dar boas notas acho que tda a gente concorda que não se facilita em nada!!
Há dias fui a casa da minha avó e estavam no quarto da minha mae os cadernos que ela usava no secundário (1976) e vi lá testes tinham exactamente o mesmo grau de dificuldade que os meus e de outras escolas hoje em dia têm. Alguns deles até mais fáceis se calhar. Por isso acho que o facilitismo é um assunto nao tao linear quanto isso...
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Não se trata de exames fáceis ou difíceis, trata-se de exames adequados à matéria em questão... o que, claramente, não foi o caso dos exames de Matemática.By Escreveu:Mas se fazem exames difíceis sai toda a gente para a rua a dizer mal do governo que ninguém teve notas de jeito...
Há e são imensos. Tudo para melhorar a estatística, para o governo poder dizer que as medidas que tomou estão a resultar em cheio porque a média subiu (como veio a acontecer, apesar de toda a polémica em torno dos exames ridiculamente fáceis a disciplinas-chave). O pior é que a pressão para boas notas não se fica por aí, nem imaginas a quantidade de coisas que há por aí para facilitar o progresso dos alunos mesmo que estes não tenham condições para tal. Depois, obviamente, surgem casos como alguns que tenho, de alunos do 6º ano que não conseguem escrever uma frase compreensível e que não entendo como conseguiram chegar ao nível em que estão. É assustador ver que muitos alunos do actual 2º ciclo escrevem pior do que eu escrevia na 1ª classe.By Escreveu:Não acho que haja facilitismo hoje em dia. Talvez haja um pouco para passar simplesmente os alunos. Agora para dar boas notas acho que tda a gente concorda que não se facilita em nada!!
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- Lendário
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Este texto deve chegar para te convencer:By Escreveu: Não acho que haja facilitismo hoje em dia. Talvez haja um pouco para passar simplesmente os alunos. Agora para dar boas notas acho que tda a gente concorda que não se facilita em nada!!
Quando manipular estatísticas não passa na prova dos nove
03.11.2008, José Manuel Fernandes - Público
As provas nacionais deviam servir vários objectivos. Primeiro, estabelecer um padrão único que permitisse comparar os níveis de aprendizagem dos alunos. Segundo, através dos resultados obtidos pelos alunos e da sua evolução por comparação com resultados anteriores em provas do mesmo tipo (entre o 9.º e o 12.º, por exemplo), fornecer um indicador sobre a qualidade do ensino escola a escola. Terceiro, permitir perceber se o nível das aprendizagens está a evoluir ou a regredir.
Para estes objectivos serem cumpridos é necessário que as provas nacionais sejam bem estruturadas (não tenham erros, como já sucedeu) e mantenham o mesmo padrão de dificuldade entre a 1.ª e a 2.ª fase, assim como de ano para ano (algo que comprovadamente não sucedeu em 2008 no caso da Matemática).
A análise dos indicadores que reunimos nestas páginas não deixa lugar a dúvidas: as críticas das associações de professores e das sociedades científicas aos exames estavam correctas, a defesa que delas fez o ministério e, em particular, a ministra estavam erradas e eram desonestas. A Português, os professores disseram que a prova era confusa e difícil; a média dos exames nacionais mostrou que tinham razão (baixou 0,92 valores), o mesmo sucedendo quando comparamos essa média com a das notas internas (ficaram 0,93 valores mais distantes). A Matemática, onde a controvérsia foi muito maior, enquanto a média com que os alunos chegaram a exame mostrou uma pequena evolução (subiu de 12,93 para 13,13), a média do exame deu um "salto" de mais de três valores (passou de 10,55 para 13,97). O mesmo se passou com a Matemática do 9.º ano (evolução da nota interna de 3,06 para 3,08, salto da nota do exame nacional de 2,14 para 2,91).
Quer isto dizer que os alunos portugueses já são bons a Matemática? O ministério, é conveniente recordá-lo, disse que sim, indicando "o efeito combinado de três factores". O primeiro partia de uma mentira: o efeito positivo do Plano de Acção para a Matemática que ainda não chegou ao ensino secundário, logo não influenciou as notas do 12.º ano. O segundo era hipócrita e falso, remetendo para provas "correctamente elaboradas" quando ocorreu uma clara discrepância entre os exames de Matemática da primeira e segunda fases, pois os resultados nesta foram muito piores mas a sua correlação com a nota interna dos alunos manteve-se estável. Finalmente, que tal se devia ao apoio dado ao trabalho dos professores, o que pode explicar a evolução positiva de quatro décimas em dois anos nas notas internas mas não explica o "milagre" do salto de 5,86 valores entre 2006 e 2008.
Quando a controvérsia estalou, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues utilizou argumentos que importa revisitar.
Disse na Assembleia que o objectivo dos exames "não é comparar com o passado. Os exames criam condições de igualdade para uma determinada 'cohort' de alunos". Porém, quando as notas saíram, tratou de compará-las e procedeu ao seu auto-elogio. Ao mesmo tempo ignorou que, dentro da mesma "cohort" de alunos, os que fizeram o exame de segunda fase foram prejudicados, pois este era bem mais difícil, como a média final comprovou (diferença, para os alunos internos, de 3,4 valores).
Noutra ocasião referiu serem necessários testes estatísticos para comprovar as acusações sobre a dificuldade dos testes. E concretizou: o exame só seria demasiado fácil se as notas de "excelente" ultrapassassem os cinco por cento. Curiosamente, ou talvez não, não procedeu a esse teste estatístico, mas nós procedemos. O ano passado, 4,5 por cento dos alunos tiveram nota de exame igual ou superior a 190 pontos (num máximo de 200), o que cai dentro do seu critério estatístico; este ano, 9,5 por cento foram "excelentes" de acordo com o mesmo critério. O que significa que, de acordo com o critério da ministra, a prova foi "fácil". Mas ainda não o admitiu, falhando no principal teste de uma ministra da Educação: o da honestidade intelectual.
Finalmente Maria de Lurdes Rodrigues, reincidindo na sua arrogância, afirmou que não eram sérias "umas pessoas que acordam de manhã e dizem que o exame foi fácil demais, criando alarmismo entre pais, professores e alunos". Ora essas "pessoas" tinham razão, a ministra e os serviços é que estavam errados. Essas "pessoas", na sua maioria professores, são as que a ministra diz que não querem ser avaliadas. Porém foi ela e o ministério que chumbaram nesta "avaliação" e nem sequer o admitem.
Pode-se manipular estatísticas com fins políticos, mas há limites. E a manipulação deste ano não resistiu a esta elementaríssima "prova dos nove".
E, no mesmo Jornal, ainda mais sobre o milagre a matemática:
Pela primeira vez, a excepção tornou-se a regra e aconteceu na mais improvável das disciplinas: a Matemática, a média do exame nacional foi superior à média das notas atribuídas pelos professores ao longo do ano.
No conjunto das oito disciplinas consideradas no ranking do PÚBLICO, as que têm mais alunos inscritos, não aconteceu com mais nenhuma.
Ao todo, 71 por cento das escolas secundárias (420 num total de 594) conseguiram uma média de exame superior à classificação interna. Em 2007 tinha acontecido com sete por cento.
E quase 30 por cento dos alunos internos (perto de oito mil) que este ano prestaram provas conseguiram no exame nacional de Matemática do 12.º uma nota igual ou superior a 17 valores. É mais do dobro dos que tinham atingido um desempenho tão bom (12,6 por cento) em 2007.
No ensino básico aconteceu a mesma melhoria a Matemática. Em 2007, apenas uma dúzia de escolas tinha conseguido uma melhor classificação na prova nacional do 9.º ano do que na avaliação ao longo do ano. Este ano foram 320.
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RuiSantos Escreveu:Mesmo não concordando muito com esta actual política de baixar o nível das provas nacionais, espero que o exame de Matemática A do 12º ano na próxima segunda seja também acessível!
É tudo muito bonito para as estatísticas mas como há sempre umsenão, prevêem-se subidas nas médias das faculdades pois não é só a Matemática que têm facilitado nas provas nacionais...
Ora nem mais, eu tambem nao concordo muito que baixem o nivel de dificuldade das provas de matematica so para dizer emque o insucesso a matematica dos alunos tem vindo a diminuir, mas ... como tambem nao sou aluna de 20 , espero bem que o exame da 2ª fase de matematica A do 12º este ano tambem seja acessivel
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17? Fogo a gente mesmo inteligente/trabalhadora. Mas va ja vi casos piores, tive uma amiga que tinha 19 e tava no 9º .dif88 Escreveu:No meu 9º ano tive um caso na minha turma, de um rapaz que transitou de ano com 6 negativas, por causa da idade que já tinha (uns 17 anos acho eu).Miguel_Silva Escreveu:e quantos alunos é que já transitaram de ano sem merecerem só para que a estatística portuguesa a nivel europeu não seja uma vergonha daquelas.....