Finalização do Polis custa 390 milhões
Para que o Polis de Coimbra não fique amputado, a Câmara exige a realização de um conjunto de intervenções no âmbito de um novo programa anunciado pelo Governo. Nas contas que fez, são precisos 390,3 milhões de euros
A realização das 4.ª e 5.ª fases do Parque Verde, a cidade judiciária e consequente transferência dos SMTUC para um novo local, a recuperação do Convento de S. Francisco, a construção do pavilhão multiusos da ACIC, de uma ponte pedonal e ciclável, de novas acessibilidades na entrada norte da cidade e o reforço dos paredões das margens do rio são alguns dos projectos que constam do documento que a Câmara vai apresentar ao Governo, no âmbito do anúncio do programa Polis XXI. O custo total cifra-se em 390,3 milhões de euros e neste valor estão incluídas as participações públicas e privadas, que abrangem iniciativas auto-financiadas e que repartem o seu financiamento pelo Estado, empresas públicas, município, empresas municipais e parceiros privados.
Apresentado ontem pelo vice-presidente João Rebelo, o plano centra-se em projectos «imprescindíveis para garantir o alcançar dos objectivos que têm vindo a ser fixados pelo município e que estão em consonância com a ‘política de cidades’ subjacente ao anunciado Polis XXI». Isto porque no programa inicial de renovação e reconversão das cidades «ficou de fora uma parte determinante das margens do Mondego, correspondente à zona urbana mais consolidada». O plano propõe ainda o alargamento da área de intervenção prioritária à Alta, às frentes ribeirinhas da Baixa e de Santa Clara e à entrada Norte da cidade.
O documento analisado ontem na reunião do Executivo mereceu análises diferentes, sendo Horácio Pina Prata quem fez as críticas mais ferozes. O vereador falou numa «amálgama de projectos», que podem conduzir à «descredibilização» da Câmara.
As dúvidas centraram-se, essencialmente, em dois domínios: por um lado, a área que a Câmara define como sendo de âmbito do Polis; por outro, a razoabilidade da integração de alguns projectos neste programa e não noutros. Gouveia Monteiro foi mais longe, questionando: «O que não se incluir neste documento, como será tratado?». As dúvidas do vereador da CDU prendiam-se com o facto de vários projectos ficarem comprometidos, entre os quais o Centro Cívico do Ingote.
Luís Vilar, que no início da reunião de Câmara, acusara Carlos Encarnação de não apresentar projectos ao Governo, acabaria por louvar o documento, mas com uma ressalva: «Já ouvimos falar destes projectos há seis anos». Num plano meramente político, congratulou-se com o facto de o presidente da Câmara já estar a favor dos programas Polis. «Quando era vice-presidente da bancada parlamentar do PSD dizia que o Polis era uma coisa mafiosa para ir buscar fundos comunitários, mas agora gosta tanto que quer fazer mais um em Coimbra», ironizou.
Álvaro Seco considerou o plano «ambicioso», mas olhando ao conjunto de obras reivindicadas teme que o Governo considere o plano «megalómano». Já Luís Providência falou na eventualidade do raio de intervenção do programa se alargar ao Choupal e a Bencanta, onde será construído um centro de estágios.
Projectos
Realização das 4.ª e 5.ª fases
do Parque Verde
Estimativa de custo: 27,8 milhões
Recuperação do Convento
de S. Francisco
Estimativa de custo: 21,7 milhões
Pavilhão multiusos da ACIC
Estimativa de custo: 6 milhões
Exploratório
Infante D. Henrique
Estimativa de custo: 3,3 milhões
Cidade Judiciária
Estimativa de custo: 17 milhões
Valorização
do Estádio Universitário
Estimativa de custo: 5 milhões
Ponte pedonal
Estimativa de custo: 4 milhões
Reforço de paredões
das margens do rio
Estimativa de custo: 1,5 milhões
Sociedade de Reabilitação Urbana
Estimativa de custo: 202 milhões
Centro Histórico
Estimativa de custo: 7 milhões
Candidatura da Universidade
à UNESCO
Estimativa de custo: 70 milhões
Todos os projectos apresentados seriam uma mais valia para a cidade.
Reparem que falam em mais uma ponte pedonal, como já foi aqui dito, entre a ponte de s.clara e ponte do açude.
O projecto do reforço dos paredoes da margem do rio, devia ser o que tem mais prioridade, pois aquilo qualquer dia ainda cai. Nota-se bem, prinicipalmente no parque manuel de braga.
Diario de Coimbra