Estrangeiros tapam lugar
Os clubes da 1.ª Liga são a primeira fonte de recrutamento da selecção, o que ajuda a explicar a chegada de um jogador como Antunes aos escolhidos de Scolari, porque as alternativas são reduzidas. Neste momento, com três jornadas já decorridas e um esboço nítido da maioria das 16 equipas, apenas quatro têm apostado em jogadores portugueses na posição de lateral esquerdo: Braga (César Peixoto), Leiria (Laranjeiro), China (Naval) e Paços de Ferreira (Antunes). Académica (Vítor Vinha) e Boavista (Mário Silva) também já recorreram à opção nacional, ao contrário de todos os outros. Os brasileiros Cardoso, Alvim, Leo, Rissut, Luciano Amaral, Ezequias, Evaldo, Alonzo, Adalto e Ronny e o uruguaio Fucile e o checo Cech são os jogadores estrangeiros que tapam o lugar a eventuais alternativas domésticas.
As alternativas
CÉSAR PEIXOTO – Lesões graves mantiveram-no afastado praticamente ano e meio, mas neste regresso, aos 27 anos, em Braga, mostra-se na posse de todas as qualidades que o levaram ao FC Porto e às preferências de José Mourinho. Se correr tudo normalmente, dentro de pouco tempo será chamado à selecção e pode muito bem ser a primeira opção para as próximas temporadas.
ANTUNES – Projectado por um remate invulgarmente potente, viajou de Freamunde para Roma, passando pela selecção AA, em poucos meses, graças à competência do treinador do Paços de Ferreira. A transferência para Itália afigura-se, todavia, um passo muito arriscado, porque acabará por perder a corrida à selecção, se não jogar regularmente no clube.
JORGE RIBEIRO – Um caso de péssima gestão de carreira, repleta de movimentos erráticos, apesar das capacidades inatas e da eventual vantagem de ser irmão de Maniche, um dos jogadores mais influentes. Já jogou pela selecção cinco vezes (4 com Scolari), mas tem perdido tempo e projecção em transferências sem sentido. O Boavista é uma boa opção de relançamento.
Ainda acrescento mais dois Bruno Coutinho e Marco Ramos.