No Smoke zone

Para anunciar ou comentar os bares, discotecas e restaurantes da cidade

Concordam com a proibição de fumar em locais públicos?

Sim
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Pedro
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Mensagem por Pedro »

Sócrates e Pinho violaram proibição de fumar a bordo do voo de Lisboa para Caracas

O primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, e vários membros do gabinete do chefe do Governo violaram a proibição de fumar no voo fretado da TAP que ligou Portugal e Venezula e que chegou às cinco horas da manhã de ontem a Caracas (hora de Lisboa, 23h30 na capital venezuelana). O assunto foi muito comentado durante o voo por membros da comitiva empresarial que acompanha Sócrates e causou incómodo a algum pessoal de bordo.

O supervisor do voo, a segunda autoridade a bordo logo após o comandante, disse não ter dúvidas de que era proibido fumar a bordo e, embaraçado, falou em “situações de excepção”. Um assessor do primeiro-ministro disse que “é costume” e que as pessoas [que iam a bordo] “não se importaram”.

O Airbus A 330 da TAP saiu de Lisboa às 21h00 de segunda-feira. O filme de segurança foi claro a explicar que aquele era um voo de não-fumadores, as luzes de proibição de fumar mantiveram-se acesas durante todo o percurso de oito horas e no folheto de segurança era também claro e explicado em letras garrafais a proibição.

Pelas 23h00, servida a refeição, alguns membros do gabinete do primeiro-ministro, que seguiam na traseira do avião, onde estavam também os jornalistas, começaram a dirigir-se para a frente da aeronave com maços de tabaco na mão. Falavam entre si no facto de “já se poder fumar”.

O local escolhido era a zona de serviço de pessoal de bordo, na parte da frente do avião que dividia a classe executiva, onde seguia o primeiro-ministro, os ministros e os secretários de Estado, da classe económica. Uma cortina junto à porta de emergência escondia os fumadores dos restantes passageiros. No local o cheiro a fumo era intenso. Um membro do pessoal de bordo aconselhava os fumadores a levarem copos com água para apagar os cigarros.

Atrás das cortinas

Embora escondidos atrás da cortina, os empresários que seguiam mais à frente podiam ver tudo. Pelas 23h30 foi a vez do próprio primeiro-ministro se esconder atrás da cortina e acender um cigarro. Voltaria lá mais uma vez, como o PÚBLICO pode ver, cerca de meia hora mais tarde. Entre alguns dos empresários ouvia-se em surdina frases de espanto e de critica. “O primeiro-ministro que restrigiu e bem o fumo em Portugal devia dar o exemplo. Isto é uma pouca vergonha”, disse ao PÚBLICO, ao abrigo do anonimato, um dos empresários que se mostrava mais agastado com a situação, explicando que estava ali “para tentar fazer negócios e não arranjar problemas”.

Com o avançar da noite as coisas acalmaram junto à “zona de fumo”. Pelas duas da madrugada o primeiro-ministro, membros do seu "staff" e alguns empresários reuniram-se em conversa junto à “zona” fumo, apesar de nesse momento e durante cerca de uma hora estarem acesas as luzes de obrigatoriedade de os passageiros se encontarem sentados e com os cinto de segurança apertados. Nessa altura, alguns já nem se escondiam atrás da cortina para fumar. Pelas 3h05 o próprio primeiro-ministro, que nesse momento falava com alguns gestores da industria farmacêutica, acendeu um cigarro à frente de todos, desta vez também sem se esconder atrás da cortina.

João Raio, supervisor do voo TAP, contactado pelo PÚBLICO ainda durante o voo, começou por dizer que aquele era “um voo fretado” e que “às vezes” aquelas situaçõs aconteciam. Questionado pelo PÚBLICO se era ou não proibido disse não ter dúvidas que era. “Às vezes há estas situações de excepção”. Contou então como as coisas aconteceram. “Algumas horas depois de o voo ter partido o ministro Manuel Pinho foi fumar. Ninguém me tinha perguntado se se podia ou não fumar. Fui falar com o comandante que não gostou da situação, mas que disse para arrranjar uma zona para fumar, se não ainda acabariam a fumar no 'cockpit'”.

Repetiu depois que nem ele não o comandante tinham dúvidas de que era proibido e revelou saber que já em outras ocasiões o primeiro-ministro tinha fumado em voos TAP: “Acho que até já li nos jornais.” Alguns jornalistas que habitualmente acompanham as viagens do primeiro-ministro confirmaram ao PÚBLICO que já não é a primeira vez que José Sócrates fuma nos voos.

Já em Caracas, o PÚBLICO confrontou Luís Bernardo, assessor do primeiro-ministro que acompanhou a viagem, sobre o facto e sobre as criticas que alguns empresários fizeram. “Já é costume. Já aconteceu em outras viagens. Ouvimos as pessoas que não se importaram”, afirmou. O PÚBLICO não viu, nem ouviu em nenhuma ocasião durante as oito horas de voo algum membro do gabinete do primeiro-ministro questionar fosse quem fosse sobre a possibilidade de se fumar a bordo, num voo onde foi sempre claro que tal era proibido.

Fonte: Público
Vergonhoso... absolutamente vergonhoso. Mas neste caso misteriosamente não vai haver multa. :roll:

JulesS
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Mensagem por JulesS »

Deve haver alguma excepção na lei que eles próprios aprovaram onde é mencionado que membros do governo podem fumar em transportes públicos incluindo aviões, desde que escondidos atrás de cortinas..

deve haver... ninguém tinha reparado!
“Não existe coisa mais inútil do que fazer com grande eficiência as coisas que não precisam ser feitas”. Peter Drucker

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banjix
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Mensagem por banjix »

Esta lei anti-tabaco é uma verdadeira palhaçada.
Juízo eu tenho, o problema é utilizá-lo poucas vezes.

DaniFR
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Mensagem por DaniFR »

:?
Em vez de darem o exemplo, quebram as regras.
É claro que para os senhores ministros tem que haver sempre excepçoes á regra.
Sao superiores podem tudo e as leis só sao feitas para o povo.

Completamente ridiculo!!

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Miguel_Silva
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Mensagem por Miguel_Silva »

isto por mais ridículo que pareça mas parece que estamos a voltar ao tempo do Salazar :!:
...Pedro Miguel da Costa e Silva...

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

TAP garante que nos voos fretados se pode fumar a pedido do cliente

Pedir para fumar num voo fretado é tão “normal” como solicitar uma “refeição especial” ou a distribuição de determinados jornais a bordo, garante a TAP (Transportadora Aérea Portuguesa). A companhia não compreende, por isso, a notícia avançada pelo PÚBLICO que dá conta que o primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, e vários membros do gabinete do chefe do Governo fumaram a bordo do Airbus A330, fretado à transportadora portuguesa para uma viagem, realizada ontem, entre Lisboa e Caracas.

De acordo com António Monteiro, porta-voz da companhia, “o cliente que freta um avião pode ter regras diferentes das da companhia”, pelo que pedir autorização para fumar é um serviço especial “tão normal como pedir para se servir outra refeição, distribuir determinados jornais ou ver certos filmes”.

Questionado sobre o filme de segurança passado no início da viagem, que explicava tratar-se um voo de não-fumadores, e sobre as várias luzes que alertavam para a proibição, o porta-voz explica que “muitas vezes não há tempo para alterar as coisas que são padronizadas pelo que pode haver alguma desconformidade”. No entanto, assegura que nos voos comerciais “não se abre qualquer excepção”.

No que diz respeito ao alegado desconforto de alguns funcionários com a situação presenciada, António Monteiro diz não perceber este comportamento, já que “não é normal que os tripulantes façam reparos às regras do voo pedidas pelo cliente”, para as quais estão previamente alertados.

O que diz a lei?

Segundo a nova Lei do Tabaco, que entrou em vigor a 1 de Janeiro, é proibido fumar “nos veículos afectos aos transportes públicos urbanos, suburbanos e interurbanos de passageiros, bem como nos transportes rodoviários, ferroviários, aéreos, marítimos e fluviais, nos serviços expressos, turísticos e de aluguer, nos táxis, ambulâncias veículos de transporte de doentes e teleféricos”.

Além disso, a lei exige que os locais onde é permitido fumar “estejam devidamente sinalizados, com afixação de dísticos em locais visíveis, sejam separados fisicamente das restantes instalações, ou disponham de dispositivo de ventilação, ou qualquer outro, desde que autónomo, que evite que o fumo se espalhe às áreas contíguas”. É ainda essencial que “seja garantida a ventilação directa para o exterior através de sistema de extracção de ar que proteja dos efeitos do fumo os trabalhadores e os clientes não fumadores”.

Por outro lado, “nas áreas de trabalho em permanência”, ou seja, nos locais onde os trabalhadores tenham de permanecer mais de 30 por cento do respectivo tempo diário de trabalho, também não se pode fumar. Entende-se por “local de trabalho todo o lugar onde o trabalhador se encontra e em que esteja, directa ou indirectamente, sujeito ao controlo do empregador”.

Por último, na legislação pode ler-se que a proibição se estende aos “locais onde estejam instalados órgãos de soberania, serviços e organismos da Administração Pública e pessoas colectivas públicas”.

Contactado pelo PÚBLICO, o director-geral da Saúde, Francisco George, recusou-se a responder a quaisquer perguntas sobre a situação, nomeadamente sobre se os tripulantes dos voos fretados têm os direitos consignados na lei portuguesa.

Fonte: Público
E a TAP a mostrar desconhecimento da lei... será que está na altura de a ASAE começar a inspeccionar aviões...?

JulesS
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Mensagem por JulesS »

"Ora vamos cá fiscalizar este avião que vai para as Caraíbas"
“Não existe coisa mais inútil do que fazer com grande eficiência as coisas que não precisam ser feitas”. Peter Drucker

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banjix
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Mensagem por banjix »

Pedro Escreveu:E a TAP a mostrar desconhecimento da lei... será que está na altura de a ASAE começar a inspeccionar aviões...?
Uma vez que a TAP garante que não são abertas excepções para vôos regulares (até porque se isso acontecesse, certamente já teriam vindo a público notícias acerca disso), não me parece que seja necessário haver inspecções por parte da ASAE, pelo menos no que toca ao cumprimento da lei anti-tabaco. Poderá efectuar inspecções no âmbito das condições de higiene das "cozinhas" dos aviões.

Outra questão, referida pela TAP, é que este vôo não é um vôo normal. Trata-se de um vôo num avião fretado por alguém, pago pelo cliente que o fretou. Será algo semelhante a alugar um carro. Quando alugamos um carro, supostamente poderemos fumar lá dentro. Eu, pelo menos, vejo as coisas deste ponto de vista.
Juízo eu tenho, o problema é utilizá-lo poucas vezes.

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gunky
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Mensagem por gunky »

banjix Escreveu:
Pedro Escreveu:E a TAP a mostrar desconhecimento da lei... será que está na altura de a ASAE começar a inspeccionar aviões...?
Outra questão, referida pela TAP, é que este vôo não é um vôo normal. Trata-se de um vôo num avião fretado por alguém, pago pelo cliente que o fretou. Será algo semelhante a alugar um carro. Quando alugamos um carro, supostamente poderemos fumar lá dentro. Eu, pelo menos, vejo as coisas deste ponto de vista.
exactamente mas ta descansado que ha muita gente que nao consegue ver isto. Enfim, já se arranjou aqui paleio para se poder falar na tv durante dias e dias...e as pessoas gostam :roll:

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

banjix Escreveu:Outra questão, referida pela TAP, é que este vôo não é um vôo normal. Trata-se de um vôo num avião fretado por alguém, pago pelo cliente que o fretou. Será algo semelhante a alugar um carro. Quando alugamos um carro, supostamente poderemos fumar lá dentro. Eu, pelo menos, vejo as coisas deste ponto de vista.
Não é bem como alugar um carro, porque num carro não é proibido fumar. Num avião é, seja fretado ou não (a lei não faz distinção, logo a TAP também não deveria nem pode fazer).

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Miguel_Silva
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Mensagem por Miguel_Silva »

no noticiário da RTP o que um director da TAP disse que desde que seja acordado com quem freta o avião que fica à consideração dos ocupantes desse mesmo avião :!:
...Pedro Miguel da Costa e Silva...

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

A TAP pode dizer o que quiser, não altera a lei.

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Miguel_Silva
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Mensagem por Miguel_Silva »

sim, como é óbvio a TAP tem que defender o Primeiro-Ministro neste caso

tudo por questões de interesses próprios
...Pedro Miguel da Costa e Silva...

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Carol
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Mensagem por Carol »

Temos de nos por no lugar do legislador. Com que fim foi feita a lei?
Em princípio, com o fim de não prejudicar as pessoas que frequentam espaços publicos fechados que não querem levar com o fumo.
A partir do momento em que alguém freta um avião (como é o caso), a lei deixa de fazer sentido.. Isto no meu ver..
“I have dreamt in my life, dreams that have stayed with me ever after, and changed my ideas; they have gone through and through me, like wine through water, and altered the color of my mind. And this is one: I'm going to tell it - but take care not to smile at any part of it.”

http://tothinkof.blogspot.pt/ Exposições de uma mente perturbada

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

Carol Escreveu:Temos de nos por no lugar do legislador. Com que fim foi feita a lei?
Em princípio, com o fim de não prejudicar as pessoas que frequentam espaços publicos fechados que não querem levar com o fumo.
A partir do momento em que alguém freta um avião (como é o caso), a lei deixa de fazer sentido.. Isto no meu ver..
E a tripulação do avião, por exemplo?

Isto é como a discussão dos bares... o facto de alguém ser o dono de um bar não implica que ele pode dizer se é possível fumar ou não lá dentro. Tem (ou deveria ter) de cumprir a lei. Aqui é a mesma coisa. A lei especifica transportes aéreos, sem distinção entre ser fretado ou não. Logo, engloba todos.

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