Queima das Fitas 2009 - 1 a 8 de Maio
- Pedro
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- Lendário
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Ver se não falho desta vez!Mega FM Escreveu:Ah... e não te esqueças que podes ter uma entrada em grande com a MEGA FM, nesta Queima: de MEGA SLIDE! Se fores aventureiro e corajoso o suficiente, só precisas de levar contigo o teu bilhete para atravessares o rio Mondego e entrares no Queimódromo a voar!
Fala-se muito aqui nas últimas páginas de tradição académica e coimbrã. E pergunto se realmente esses termos são ainda actuais ou se fazem sequer sentido nos dias que correm.
O exemplo cultural das guitarras e do Fado de Coimbra é demonstrativo. Algemados à tradição, não se anda para a frente, não se experimenta. Ouvem-se as mesmas baladas da família Paredes e de alguns compositores de Fado do século passado. Coisa que acontece apenas em Coimbra. O Fado português evoluiu, todos os géneros musicais icónicos mundiais avançaram - pelo menos mais que as guitarras de Coimbra.
Referem-se as bebedeiras e festas até às tantas como a nova forma de ser estudante de Coimbra, mas não serão essas experiências da juventude que já os nossos pais faziam? E acho que singir a vida coimbrã a essa parte é estar, no mínimo, mal informado. Ou, por outro lado, querer puxar o tão português "no meu tempo é que era".
Com uma vida cultural que não é extensa, mas não é tão pouco escassa, o estudante de Coimbra pode viver semanalmente com filmes a custos baixos, concertos grátis ou também de preço reduzido, exposições, espaços de convivencia interessantes - nenhum destes com obrigatoriedade de alcool no sangue.
E depois as míticas praxes - confesso que aqui me dirijo às Trupes - onde se pratica o medo, a impunidade e vivência acima da lei, apenas pelo facto de se ter nascidos uns meses antes.
Curioso este Século XXI
O exemplo cultural das guitarras e do Fado de Coimbra é demonstrativo. Algemados à tradição, não se anda para a frente, não se experimenta. Ouvem-se as mesmas baladas da família Paredes e de alguns compositores de Fado do século passado. Coisa que acontece apenas em Coimbra. O Fado português evoluiu, todos os géneros musicais icónicos mundiais avançaram - pelo menos mais que as guitarras de Coimbra.
Referem-se as bebedeiras e festas até às tantas como a nova forma de ser estudante de Coimbra, mas não serão essas experiências da juventude que já os nossos pais faziam? E acho que singir a vida coimbrã a essa parte é estar, no mínimo, mal informado. Ou, por outro lado, querer puxar o tão português "no meu tempo é que era".
Com uma vida cultural que não é extensa, mas não é tão pouco escassa, o estudante de Coimbra pode viver semanalmente com filmes a custos baixos, concertos grátis ou também de preço reduzido, exposições, espaços de convivencia interessantes - nenhum destes com obrigatoriedade de alcool no sangue.
E depois as míticas praxes - confesso que aqui me dirijo às Trupes - onde se pratica o medo, a impunidade e vivência acima da lei, apenas pelo facto de se ter nascidos uns meses antes.
Curioso este Século XXI
- winger
- Experiente
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- Registado: quarta-feira, 08 dezembro 2004 17:56
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Concordo com algumas coisas que referes mas na minha opinião não deves colocar tudo no "mesmo saco". De facto a tradição coimbrã sempre teve algo de boémio, mas o álcool e a bebedeira não eram o objectivo último dessas vivências. Infelizmente é isso o que vejo hoje em dia, o culto da bebedeira, desvalorizando o salutar convívio entre pares, seja em que cenário ou contexto for.Metacarpo Escreveu:Fala-se muito aqui nas últimas páginas de tradição académica e coimbrã. E pergunto se realmente esses termos são ainda actuais ou se fazem sequer sentido nos dias que correm.
O exemplo cultural das guitarras e do Fado de Coimbra é demonstrativo. Algemados à tradição, não se anda para a frente, não se experimenta. Ouvem-se as mesmas baladas da família Paredes e de alguns compositores de Fado do século passado. Coisa que acontece apenas em Coimbra. O Fado português evoluiu, todos os géneros musicais icónicos mundiais avançaram - pelo menos mais que as guitarras de Coimbra.
Referem-se as bebedeiras e festas até às tantas como a nova forma de ser estudante de Coimbra, mas não serão essas experiências da juventude que já os nossos pais faziam? E acho que singir a vida coimbrã a essa parte é estar, no mínimo, mal informado. Ou, por outro lado, querer puxar o tão português "no meu tempo é que era".
Com uma vida cultural que não é extensa, mas não é tão pouco escassa, o estudante de Coimbra pode viver semanalmente com filmes a custos baixos, concertos grátis ou também de preço reduzido, exposições, espaços de convivencia interessantes - nenhum destes com obrigatoriedade de alcool no sangue.
E depois as míticas praxes - confesso que aqui me dirijo às Trupes - onde se pratica o medo, a impunidade e vivência acima da lei, apenas pelo facto de se ter nascidos uns meses antes.
Curioso este Século XXI
Quanto ao fado de Coimbra, é uma tradição. Faz-se música bem actual na cidade, basta olhar para as bandas que andam aí, mas não me faz confusão tocar-se as baladas intemporais nas Serenatas. Mas aqui é uma questão de opinião pessoal, não haverá uma "verdade absoluta" .
A Praxe, será também sempre alvo de eterna discussão, sobre o exagerado rigor, por parte de uns, ou a completa falta dele, por parte de outros (cada vez mais, infelizmente). A Praxe tende a ser vista como uma "fantochada", talvez fruto da "globalização nacional" que levou a "Praxe" a quase todas as instituições de Ensino Superior do país que pegam nalguns detalhes da Praxe de Coimbra e os adaptam ou deturpam.
Se é verdade que há alguns abusos (nas trupes, nomeadamente), também é verdade que só adere à Praxe quem o quiser. O problema é que muita gente quer aderir só a certos preceitos da Praxe, e não é assim que deve funcionar. Fazendo uma analogia algo rebuscada é o mesmo que eu estar inserido nesta sociedade mas não concordar com os impostos e, portanto, não os pagar. Ou não concordar com determinadas leis e não as cumprir.
Penso que estes assuntos devem ser alvo de discussão, desde que não se caia em extremismos. É a falar que o povo se entende.
Também é típico de alguns afirmarem que para se ser ou se demonstrar evoluído tem que se cortar com isto ou diminuir a influência das práticas daquilo...
E porquê?
Para provocar e apresentar obrigatoriamente sinais de modernidade?
Sinal de modernidade é conseguir muitas vezes preservar determinados conceitos e contextos, face a um mundo tão globalizado. É conseguir avançar sem se perder.
Nunca me pareceu que a genialidade de alguns, especialmente daqueles que suportam a existência de alguns estilos musicais (deve-se à família Paredes a forma de tocar guitarra portuguesa no estilo que conhecemos como a guitarra de Coimbra) pudesse despoletar tamanho descontentamento de outros.
É um total absurdo dizer-se que não se faz nada de novo, para além de tocar as velhas músicas. Eu pergunto....andarão as pessoas surdas. Agora, se os gostos se afunilam naquilo ouvem e querem ouvir com maior frequência, teremos que deixar de tocar esses temas só porque isso nos faz parecer "atrasados"???
E claro que o Fado de Coimbra não deve perder o seu fio condutor. É isso que lhe confere identidade. Mesmo assim, conheço diferentes nuances, "e bem actuais", da Canção de Coimbra.
Muitas vezes até refiro que dentro do Fado de Coimbra, identificam-se perfeitamente estilos que reúnem maior simpatia por parte do público estudante. Refiro ainda que eu, como pessoa aficcionada do fado de Coimbra, gosto e ouço-o na sua totalidade, na sua forma mais ortodoxa ou ou com uma sonoridade mais actual.
Nas Serenatas, tocam-se não só fados intemporais (se as pessoas gostam e incentivam, há que enterrar para se demonstrar sinal dos tempos modernos?), como também criações actuais.
Não me parece que defender o passado seja encarnar a figura de velho do restelo, mas sim a posição oposta, tal é a euforia com que muitos criticam práticas culturais, o imaginário, o simbolismo, ou seja, a história que confere originalidade a determinadas regiões.
Em todo o mundo, em todos os géneros musicais evolui-se, mas existem as referências imortais. O Fado de Lisboa tem igualmente as suas personalidades de referência, cujo estilo não morre e continua a ser o mais aplaudido, reconhecido e que se associa ao que o Fado de Lisboa é, apesar de novos conceitos ou experimentos.
As músicas diminuem na frequência com que são tocadas quando se tornam praticamente obsoletas, não quando são vividas com intensidade e despertam o tipo de vivências e emoções que estão à vista de todos.
Mas claro, vamos ordenar às pessoas para que deixem de valorizar e sentir como forma de modernidade e evolução dos tempos.
Gostam???...mas....esqueçam, vamos em frente ninguém nos vai parar!!!!
Despe-se o Fado daquilo que ele é, se lhe retirar-mos a guitarra de Coimbra. Ou será que o palpite é acrescentar-mos umas cordas, umas gaitas, uns bombos, uns pianos...e assim já somos gente actual.....e claro, moderna.
Nunca foi por se defender e reproduzir o passado, que as coisas deixaram de evoluir. Deixem que se siga o curso normal, no devido tempo, para que aconteçam de forma natural. Esta postura não contempla lutar activamente contra o que existe como forma de progresso.
O que funciona mal deve ser repensado. Os exageros devem ser corrigidos. As agressões devem-se simplesmente excluir. O que é aceite e aplaudido pelas pessoas deve-se MANTER, abrindo-se espaço para CRIAR COM NATURALIDADE.
O fundamento do que é belo deve ser defendido, e nada impede que, paralelamente, se faça e produza o que quer que seja.
E porquê?
Para provocar e apresentar obrigatoriamente sinais de modernidade?
Sinal de modernidade é conseguir muitas vezes preservar determinados conceitos e contextos, face a um mundo tão globalizado. É conseguir avançar sem se perder.
Nunca me pareceu que a genialidade de alguns, especialmente daqueles que suportam a existência de alguns estilos musicais (deve-se à família Paredes a forma de tocar guitarra portuguesa no estilo que conhecemos como a guitarra de Coimbra) pudesse despoletar tamanho descontentamento de outros.
É um total absurdo dizer-se que não se faz nada de novo, para além de tocar as velhas músicas. Eu pergunto....andarão as pessoas surdas. Agora, se os gostos se afunilam naquilo ouvem e querem ouvir com maior frequência, teremos que deixar de tocar esses temas só porque isso nos faz parecer "atrasados"???
E claro que o Fado de Coimbra não deve perder o seu fio condutor. É isso que lhe confere identidade. Mesmo assim, conheço diferentes nuances, "e bem actuais", da Canção de Coimbra.
Muitas vezes até refiro que dentro do Fado de Coimbra, identificam-se perfeitamente estilos que reúnem maior simpatia por parte do público estudante. Refiro ainda que eu, como pessoa aficcionada do fado de Coimbra, gosto e ouço-o na sua totalidade, na sua forma mais ortodoxa ou ou com uma sonoridade mais actual.
Nas Serenatas, tocam-se não só fados intemporais (se as pessoas gostam e incentivam, há que enterrar para se demonstrar sinal dos tempos modernos?), como também criações actuais.
Não me parece que defender o passado seja encarnar a figura de velho do restelo, mas sim a posição oposta, tal é a euforia com que muitos criticam práticas culturais, o imaginário, o simbolismo, ou seja, a história que confere originalidade a determinadas regiões.
Em todo o mundo, em todos os géneros musicais evolui-se, mas existem as referências imortais. O Fado de Lisboa tem igualmente as suas personalidades de referência, cujo estilo não morre e continua a ser o mais aplaudido, reconhecido e que se associa ao que o Fado de Lisboa é, apesar de novos conceitos ou experimentos.
As músicas diminuem na frequência com que são tocadas quando se tornam praticamente obsoletas, não quando são vividas com intensidade e despertam o tipo de vivências e emoções que estão à vista de todos.
Mas claro, vamos ordenar às pessoas para que deixem de valorizar e sentir como forma de modernidade e evolução dos tempos.
Gostam???...mas....esqueçam, vamos em frente ninguém nos vai parar!!!!
Despe-se o Fado daquilo que ele é, se lhe retirar-mos a guitarra de Coimbra. Ou será que o palpite é acrescentar-mos umas cordas, umas gaitas, uns bombos, uns pianos...e assim já somos gente actual.....e claro, moderna.
Nunca foi por se defender e reproduzir o passado, que as coisas deixaram de evoluir. Deixem que se siga o curso normal, no devido tempo, para que aconteçam de forma natural. Esta postura não contempla lutar activamente contra o que existe como forma de progresso.
O que funciona mal deve ser repensado. Os exageros devem ser corrigidos. As agressões devem-se simplesmente excluir. O que é aceite e aplaudido pelas pessoas deve-se MANTER, abrindo-se espaço para CRIAR COM NATURALIDADE.
O fundamento do que é belo deve ser defendido, e nada impede que, paralelamente, se faça e produza o que quer que seja.
Saudades
- {mineirinha}
- Lendário
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- Registado: segunda-feira, 03 janeiro 2005 20:33
- Localização: Far,Far away
Mas ó Lino,eles podem fazer isso e podem ir às noites do parque.
Não vejo porque ir contra essa atitude deles,sinceramente.
Afinal o cortejo passa no centro da cidade,disponível a quem quiser.
Para isso,idosos,ou jovens do secundário não podiam nem ver nem pedir uma garrafa de água nos carros,por exemplo.
Eu mesma já pensei assim,mas é preciso ter bom senso.
Eles são estudantes à mesma,mas escolheram não ser a favor da praxe.
O que se deve ter em conta é dizerem anti-praxe e trajarem...isso eu concordo.
Mas no entanto,eles como estudantes não menos que nós a favor da praxe têm o direito de tirarem partido das festas da academia.
Muitos deles vão às aulas,são bons alunos,muito melhor que os palermas que andam bêbados no cortejo e a vomitar nas noites do parque e depois dizem cumprir código da praxe.
Não vejo porque ir contra essa atitude deles,sinceramente.
Afinal o cortejo passa no centro da cidade,disponível a quem quiser.
Para isso,idosos,ou jovens do secundário não podiam nem ver nem pedir uma garrafa de água nos carros,por exemplo.
Eu mesma já pensei assim,mas é preciso ter bom senso.
Eles são estudantes à mesma,mas escolheram não ser a favor da praxe.
O que se deve ter em conta é dizerem anti-praxe e trajarem...isso eu concordo.
Mas no entanto,eles como estudantes não menos que nós a favor da praxe têm o direito de tirarem partido das festas da academia.
Muitos deles vão às aulas,são bons alunos,muito melhor que os palermas que andam bêbados no cortejo e a vomitar nas noites do parque e depois dizem cumprir código da praxe.
Love hurts