Exames insólitos

Para professores, alunos e funcionários do ensino superior
SilentNoise
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Exames insólitos

Mensagem por SilentNoise »

Eu queria saber a vossa opinião acerca de uma coisa que me aconteceu a mim e a grande parte dos meus colegas.
Aqui vai: na época normal de um dado exame, o professor opta pelo método americano de avaliação, ou seja, escolha múltipla a descontar as erradas. Como resultado, o professor, na correcção, depara-se com um lamentável número de reprovações. Para tentar remediar, decide que as respostas erradas não descontam, em regime excepcional.
O professor dá a conhecer aos alunos aquilo que se passou e avisa que não haverá facilidades na época de recurso.
Chega a época de recurso e o professor assim o faz: respostas erradas a descontar.
Os resultados aparecem e a confusão instala-se.
Os alunos que fizeram em época normal e passaram graças à condescendência do professor defendem que foi justo, visto terem tido menos tempo para estudar e que não foi a exame normal quem não quis, apesar de o professor ter fechado os olhos às respostas erradas e, graças a isso, aumentar em grande quantidade o número de aprovações.
Os alunos que fizeram em recurso queixam-se da dualidade de critérios, visto que não está certo, no mesmo semestre, a mesma cadeira ter em épocas de exame diferentes, grandes diferenças de avaliação.
Digam-me se é justo uma pessoa chegar ao final do semestre e pensar que se tivesse ido ao exame de época normal e tivesse tido a mesma nota que em recurso, neste momento estaria com a cadeira feita.
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Chong Li
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Mensagem por Chong Li »

Pode não ser muito justo isso acontecer no mesmo ano, mas o professor penso que pode fazer isso. Além disso todos os alunos, quer tenham ou não a cadeira feita podiam ter ido aos 2 exames (nem que fosse para subir a nota).
"You break my record. Now I break you. Like I broke your friend!"

CHONG LI! CHONG LI! CHONG LI! CHONG LI!CHONG LI! CHONG LI! CHONG LI! CHONG LI!

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

Eu penso que aconteceu qualquer coisa desse género em LCM este ano (em arquitectura de computadores), se a carlacs passar por aqui e vir isto ela pode acrescentar mais qualquer coisa.

Mudar as regras de avaliação "a meio do jogo" é mau, porque os alunos estão preparados para algo e deparam-se com outra coisa completamente diferente. Pior ainda, no entanto, é estabelecer regras diferentes para as duas épocas de exame após uma delas já ter passado, porque está a acrescentar discriminação entre os alunos.

Esse problema aconteceu porque o professor não ponderou bem os riscos da sua decisão (é óbvio que, numa situação dessas, vai haver uma quantidade elevada de reprovações). Viu que fez uma asneira estúpida e tentou encobrir o erro, mudando subitamente as regras. Ok, não é muito ético, mas aceita-se. E a seguir decide repetir a estupidez inicial? Isso só me faz perguntar com quem é que ele dormiu para conseguir chegar à posição que ocupa, porque não aparenta ter capacidades para ter chegado lá devido à sua inteligência.

Numa situação destas, penso que os alunos têm todos os motivos para contestar a decisão do professor (recomendo mesmo fazer queixa ao conselho pedagógico, caso o professor não mude de ideias). As regras de avaliação devem ser estabelecidas de início, precisamente para evitar estes casos. Se o professor não as ponderou suficientemente bem para não saír asneira, o problema é dele. Agora não pode é prejudicar/discriminar os alunos desta maneira... se deu benefícios aos da primeira chamada, os da segunda também têm de os ter. Protestem a decisão, que ele tem de assumir as suas responsabilidades.

SilentNoise
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Mensagem por SilentNoise »

LCM e LEI, se é que me faço entender. :wink: Eu que tinha em enorme conta o professor, e acaba o ano desta maneira.
Não sei se por descargo de consciência ou por sei lá o quê, o professor, antes do exame de recurso, prometeu uma oral a quem reprovasse. Acho que já previa alguma contestação. Mas se o professor sabia que ía ser injusto com esta dualidade, porque raio optou por seguir o caminho mais tortuoso??

Tinha que descarregar isto em algum lado. O raio da lista da cadeira não publica os meus mails...
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lily!
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Mensagem por lily! »

SilentNoise Escreveu: Tinha que descarregar isto em algum lado. O raio da lista da cadeira não publica os meus mails...

Deve ser so os teus, que eu ca ja tou farto de apagar mails desses.... :D :D
Bibaaaaaaaaaaa a liiiilyyyyyy!

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

SilentNoise Escreveu:Eu que tinha em enorme conta o professor, e acaba o ano desta maneira.
Vai-te habituando a isso, no DEI fiquei desiludido com bastantes professores (tanto em termos éticos, como de conhecimentos e de personalidade). Se o caso do que falas for o que eu penso que é... estamos a falar de alguém que pensava que as nomenclaturas "Big Endian" e "Little Endian" estavam relacionadas com filas de índios (Indian) e, por isso, chamava-lhes "Big Indian" e "Little Indian". Enough said.

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carlacs
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Mensagem por carlacs »

Factos: ninguém sabia como seriam os exames, já que o docente era diferente este ano, só quando lá chegaram é que os alunos viram como iria ser o exame, por isso ser escolha múltipla a descontar não influenciou em ninguém a decisão de ir ao exame normal ou não.
Já os que foram ao exame de recurso sabiam que tipo de exame seria, tiveram a correcção do exame normal no mail, e ainda a dica do prof que a primeira pergunta seria parecida e o aviso de que desta vez iria descontar **mesmo**....

Depois duma conversa ontem com o Pedro sobre isto percebi que a questão aqui é ética, reflictam comigo nesta história: o dono de um kioske vai para casa mas deixa o kioske mal fechado. Um homem vai a passar e nota, rouba uns maços e vai para casa e conta a um amigo. No dia a seguir , depois do dono fechar o kioske, aparece lá um 2º homem (amigo do 1º) mas desta vez o kioske está bem fechado e ele não pode tirar nada. Agora o 2º homem pode dizer que foi prejudicado e injustiçado, porque o primeiro pode tirar e ele não MAS a ironia aqui é que foi com o 2º homem que houve efectivamente justiça.

Ambos os exames tiveram grau de dificuldade igual e foi no exame de Recurso que houve justiça na avaliação, que se seguiu as regras, e não injustiça. Houve injustiça no exame Normal, mas uma boa injustiça, já que ajudou muitos colegas meus a passarem e seria ridículo ter inveja disso..

E depois deste semestre vi que realmente não me posso queixar dos profs do DEI, e também deves ter visto SilentNoise o esforço do prof durante todo o semestre por não perder os alunos..Todas as correcções de todas as versões de todos os testes (diferentes em cada dia da semana) encontram-se online. Em que outro departamento os docentes se davam a esse trabalho?

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Pedro
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Mensagem por Pedro »

carlacs Escreveu:Depois duma conversa ontem com o Pedro sobre isto percebi que a questão aqui é ética, reflictam comigo nesta história: o dono de um kioske vai para casa mas deixa o kioske mal fechado. Um homem vai a passar e nota, rouba uns maços e vai para casa e conta a um amigo. No dia a seguir , depois do dono fechar o kioske, aparece lá um 2º homem (amigo do 1º) mas desta vez o kioske está bem fechado e ele não pode tirar nada. Agora o 2º homem pode dizer que foi prejudicado e injustiçado, porque o primeiro pode tirar e ele não MAS a ironia aqui é que foi com o 2º homem que houve efectivamente justiça.

Ambos os exames tiveram grau de dificuldade igual e foi no exame de Recurso que houve justiça na avaliação, que se seguiu as regras, e não injustiça. Houve injustiça no exame Normal, mas uma boa injustiça, já que ajudou muitos colegas meus a passarem e seria ridículo ter inveja disso..
Eu não colocaria a questão assim. Colocaria mais como algo do género: um grupo de alunos faz um exame. O professor decide que vai dar 3 pontos a mais às alunas giras (critério de escolha aleatório). Os outros alunos são prejudicados.

O que houve aqui foi falta de coerência. Existem duas épocas diferentes, supostamente idênticas (o aluno pode ir a qualquer uma). Com o que esse professor fez, os alunos que foram à primeira tiveram os exames corrigidos com critérios muito mais permissivos. Ou seja, um 15 nesse exame provavelmente vale menos que um 12 no outro. Isto alguma vez é justo? Isto não é uma questão de inveja (até porque não tenho motivos para ter, já acabei o curso há um ano), mas sim de falta de competência e coerência do professor, que acaba por prejudicar os alunos.

O que está aqui em jogo é uma dualidade de critérios. Os alunos do primeiro exame foram largamente beneficiados na correcção, apesar de terem feito o exame nas mesmas condições (afinal, quando começaram todos sabiam que era a descontar). Isso é uma aberração total... estão a ser prejudicados alunos apenas porque não foram à primeira época de exames, quando nada os obriga a tal. Não faz qualquer sentido. Se alterou o critério para uns, devia ter alterado para todos... ou então mantinha o critério inicial. A dualidade de critérios está errada, insere injustiças no sistema de avaliação e discrimina os alunos. Por causa disto, alguns tiveram notas superiores a outros, apesar de terem demonstrado saber menos... só que tiveram o benefício de não serem prejudicados com deduções na correcção.

SilentNoise
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Mensagem por SilentNoise »

Eu sou um admirador confesso do professor por isso mesmo. Consegue incutir vontade de assistir às teóricas, o que é um passo importante para as práticas. Mas mesmo assim, acho que geriu mal o assunto. Vejo colegas meus com notas das práticas bastante inferiores à minha (tive 7 em 10), que não dominavam a matéria e que passaram graças à condescendência do professor.
Agora, além de toda esta época de exames que foi extremamente desgastante para mim, vou submeter-me a uma pressionante oral e arrisco-me a não fazer a cadeira. Se não a fizer, é uma cadeira deitada para o lixo, porque tenho consciência de dever cumprido, mas que não me foi reconhecido.
Mas mais grave que isto tudo, foi a "compreensão" dos meus caros colegas que fizeram a cadeira em época normal e em "regime especial". Voltaram-se contra nós com uma hostilidade tal que mais parecia estarem numa empresa à procura de subir na carreira.
Enfim. Só espero é fazer a cadeira.

Ah, e o professor não é o mesmo do ano passado, Pedro.
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Pedro
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Mensagem por Pedro »

SilentNoise Escreveu:Mas mesmo assim, acho que geriu mal o assunto. Vejo colegas meus com notas das práticas bastante inferiores à minha (tive 7 em 10), que não dominavam a matéria e que passaram graças à condescendência do professor.
É aí que está o verdadeiro problema... em situações normais, já costuma haver casos em que quem não merece passa e quem merece lixa-se. Então neste caso, em que é o próprio professor a criar critérios díspares para beneficiar propositadamente alguns... :?
SilentNoise Escreveu:Mas mais grave que isto tudo, foi a "compreensão" dos meus caros colegas que fizeram a cadeira em época normal e em "regime especial". Voltaram-se contra nós com uma hostilidade tal que mais parecia estarem numa empresa à procura de subir na carreira.
Vai-te habituando. Uma coisa que reparei no DEI nos últimos anos que aí estive é que o ambiente geral caíu bastante em qualidade. Só porque as médias subiram um bocado, houve pessoal a meter na cabeça que são uma elite qualquer e a ter comportamentos estúpidos (competem entre si em vez de trabalhar em equipa, fazem o que podem para prejudicar outros, etc). Aquele departamento está a precisar de uma séria reforma em quase todos os aspectos.
SilentNoise Escreveu:Ah, e o professor não é o mesmo do ano passado, Pedro.
Já agora, quem é? Só para ver se o conheço...

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Mensagem por SilentNoise »

É o professor Mário Zenha Rela.
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Pedro
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Mensagem por Pedro »

Yeah, é precisamente dele que estava a falar. Se calhar tirou uma pausa no ano passado, mas arquitectura de computadores I e II no meu caso foi com ele.

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Mensagem por SilentNoise »

Acho que na oral vou perguntar aos profs se me vão descontar as erradas... :lol:
Caramba, e vão ser logo os 3...

Já agora, carlacs, também vais a oral?
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Corsario-Negro
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Mensagem por Corsario-Negro »

Antes de mais queria dizer que já fiz AC1 (e 2) e acho o prof um dos melhores do DEI, quer por conseguir tornar as aulas interessantes (que de outra forma seriam enfadonhas) como por demonstrar que se interessa em enriquecer os seus métodos pedagógicos e em pesquisar os mesmos... algo que falta a muitos professores que não sabem nada de como dar de forma eficiente uma aula e minimizar a monotonia.

Posto isto aqui vai o que penso:

A questão é: se os que se acham lesados tivessem passado no exame normal, também iriam achar o mesmo que acham agora?

Dei uma vista de olhos no calendário de exames e verifiquei que nessa semana de AC1 (que foi na segunda-feira) da época normal e não havia nessa semana mais nenhum exame do 1º ano, havia 1 exame no mesmo dia mas de tarde de uma cadeira do 4º ano, 1 exame no dia seguinte de tarde de uma cadeira do 3º ano e outro exame do 4º também de tarde, dois dias depois do 2º ano.

Após olhar para isto posso dizer que: pessoas do 1º ano que se queixam não têm quaisquer razões, se não foram à época normal deviam ter ido (algum de vocês teve um problema de saude grave que vos impossibilitou?), pessoas com a tal cadeira do 4º ano fizeram uma escolha e portanto só se podem culpar a si próprias, pessoas com cadeiras dos restantes anos podiam ter ido ao exame e estudar para as outras, maior esforço é certo mas a culpa também é delas.

Se injustiça houve foi o professor querer facilitar aos alunos que estudaram e foram à epoca normal fazer o exame com todas as incertezas... também poderia dizer que era injusto o professor ter disponibilizado a correcção do exame normal para quem foi à epoca de recurso pois já sabia ao que ia. No final é-se preso por ter cão e por não ter... no entanto diria que os alunos que falharam e terem possibilidade de uma oral vai dar uma outra oportunidade que não teriam se aquele professor não tivesse facilitado na 1ª, portanto não se podem queixar que o professor é tramado.

Já agora, julgo que pode haver outra injustiça, não sei se é válido os professores mudarem os critérios de avaliação "a meio do jogo" (julgo que alguns já foram advertidos), apesar de muitas vezes só "ajudar" os alunos e mesmo assim parece que alguns não gostam, e de um ponto de vista puramente e 'cegamente' justo têm razão... mas então também iriamos chegar ao ponto de dizer que os exame de recurso são mais fáceis/dificeis que os exames normais e que também é injusto blablablabla.

Neste ano não fiz uma cadeira que tenho atrasada por ter 3 exames no mesmo dia (dois sobrepostos) e não ter ido à epoca normal por burrice minha... mandei um mail aos professores das duas cadeiras visadas, um respondeu que colocou a questão à faculdade mas que não havia hipotese de alteração porque as cadeiras são de anos não consecutivos, mesmo havendo possiblidades de meter num dia sem estar sobreposto com nada... comi e calei, até fiquei contente por ver que o professor teve o 'trabalho' de colocar a questão à faculdade, no final eles não têm culpa que eu tenha chumbado mais de 1 ano a uma cadeira.
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SilentNoise
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Mensagem por SilentNoise »

Acredita que, se tivesse feito a cadeira na época normal (coisa que acontecia se tivesse o mesmo número de respostas certas que no de recurso), a minha opinião seria completamente a mesma. Não cabe na cabeça de ninguém haver dualidade de critérios de avaliação quando dois exames têm como finalidade avaliar alunos de uma forma imparcial.
O que é importante é referir que houve mais facilidade em fazer a cadeira na época normal que na de recurso. Não peço, com isto, que descessem as notas dos que beneficiaram com tudo isto. Queria apenas igualdade de critérios.
Além disso, não é apenas o calendário ou uma possível doença que condicionam a escolha entre a época normal e a de recurso. Por muito azar meu, decidi alterar o meu esquema de exames uns dias antes, visto não me sentir preparado para o de Arquitectura. E é isso que nos possibilita a existência de época normal e de recurso. Para muitos, a época de recurso é apenas época de melhorias, logo, a ida a todos os exames é quase uma imposição; para outros é a forma de dar mais tempo de estudo a certas cadeiras. Agora julgar as pessoas porque optaram pela época de recurso, acho que não está certo.
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