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Greve dos professores

Enviado: quarta-feira, 12 junho 2013 17:54
por Pedro
Ministério convoca todos os professores para estarem nas escolas no dia da greve aos exames

Orientação foi enviada para as escolas nesta quarta-feira.

O Júri Nacional de Exames indicou nesta quarta-feira às escolas que os directores devem convocar para o serviço de vigilância ao exame da próxima segunda-feira, dia de greve dos professores, todos os docentes de todos os níveis de ensino pertencentes aos respectivos agrupamentos.

Numa mensagem escrita a que o PÚBLICO teve acesso, o JNE adianta que esta orientação visa assegurar “o normal funcionamento do processo de realização das provas e exames que se inicia no dia 17 de Junho”. O JNE, um organismo que depende do Ministério da Educação, também indica às escolas alguns dos procedimentos que devem adoptar na sequência das greves às reuniões de avaliações que se iniciaram no passado dia 7.

Em reacção ao anúncio de que alguns directores estavam a convocar todos os professores para segunda-feira, antecipando o que foi agora ordenado pelo ministério, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, afirmou ao PÚBLICO que a direcção daquela associação considera que convocar mais do que o número de professores estritamente necessários para a vigilância de exames, na segunda-feira, seria atentar contra o direito à greve. “A não ser que haja orientações superiores e expressas em sentido contrário, os directores não deverão fazer mais do que o que é habitual, em dias de exame”, disse.

Fonte: Público
Como foram recusados os serviços mínimos, parece que o governo decidiu tentar dar a volta de outra maneira. É uma medida algo abusiva, que parece-me ir contra o direito à greve... mas este governo já vai sendo conhecido por tentar contornar a lei em todas as situações. Em todo o caso, duvido que seja possível realizar na mesma os exames, a menos que alterem as condições para algo que não vem definido na legislação.

Re: Greve dos professores

Enviado: quinta-feira, 13 junho 2013 3:05
por |zype|
eu acho uma estupidez o que estes sincatos andam a fazer, parece que andam a brincar com isto..

Re: Greve dos professores

Enviado: quinta-feira, 13 junho 2013 9:52
por Pedro
Eu aí discordo... acho que finalmente estão a acordar. Os sindicatos têm permitido demasiadas coisas, porque geralmente "quebram" assim que vêem correspondidas as exigências do pessoal de topo (o que faz com que, por exemplo, os professores contratados estejam numa situação cada vez pior, a qualidade do ensino esteja a cair, os alunos estejam a ser colocados em turmas gigantescas, etc). Como agora também começaram a ser afectados, parecem ter decidido iniciar uma luta mais séria... mas provavelmente já é tarde demais.

Re: Greve dos professores

Enviado: sexta-feira, 14 junho 2013 0:22
por |zype|
isso não desculpa a parte de estarem a prejudicar alunos que se empenharam o ano inteiro para estes exames, eles não têm culpa ! E a prioridade dos professores devem ser os seus alunos e o seu desempenho. E têm tantos dias para fazerem as suas greves, porque fazerem no dia em que mais irá prejudicar os alunos???

Mas o que é facto, é que a aderencia à greve, irá depender das temperaturas que se verifiquem nesse dia, isso é mais que certo.

Re: Greve dos professores

Enviado: sexta-feira, 14 junho 2013 9:11
por Pedro
Pessoalmente, acho que é precisamente esse o ponto positivo desta greve em relação às anteriores e o motivo pelo qual poderá servir para finalmente ser marcada uma posição. As greves anteriores foram inúteis porque foram marcadas em períodos em que não havia prejuízos. É um pouco como as greves da CP... se as marcassem para uma altura em que não houvesse comboios, seriam ignoradas. O que retiro disto é que finalmente alguém nos sindicatos se apercebeu que brincar às greves não resulta, se querem usar este método de luta têm de o fazer de forma séria e assumir que alguém sairá prejudicado. Mas, como já disse, provavelmente foi tarde demais...

Re: Greve dos professores

Enviado: sexta-feira, 14 junho 2013 9:31
por Pedro
Pais exigem anulação de exames se algum aluno não puder fazer provas

Exame de Português do 12.º ano realiza-se na segunda-feira, em dia de greve dos professores.

O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Jorge Ascenção, defendeu nesta quinta-feira, em declarações ao PÚBLICO, que caso uma parte dos alunos não faça o exame nacional de Português na próxima segunda-feira, devido à greve dos professores, as provas daqueles que as fizerem deverão ser anuladas.

"Não sei qual será a solução que o Governo vai adoptar, mas esta é a única que garante a equidade", sustentou.

Apesar de o Ministério da Educação e Ciência ter indicado aos directores escolares que deverão convocar para a vigilância de exames todos os professores da respectiva escola ou agrupamento (centenas, nalguns casos) Jorge Ascenção considera que nada está garantido. "Saber quantos alunos teriam condições para fazer exame no dia 17 era jogar no totoloto e, com esta convocatória, o MEC limitou-se a preencher mais algumas colunas, aumentando a chance de ganhar, apenas isso", frisou.

Na sua opinião, o adiamento da prova para apenas parte dos alunos ou a abertura da possibilidade de a fazerem na segunda fase não são soluções. "O facto de se tratar de uma prova diferente realizada num dia diferente coloca em causa a equidade, num momento decisivo para o futuro dos alunos", considera Jorge Ascenção.

Esta declaração surge no dia em que o ministro Nuno Crato anunciou que vai reunir-se nesta sexta-feira com os sindicatos e em que a Fenprof prolongou por mais uma semana o pré-aviso de greve às avaliações.

Fonte: Público
Não me parece que haja base legal para esta exigência. Se não me engano, o que está previsto é a realização de um novo exame, diferente do primeiro, em data posterior.

Re: Greve dos professores

Enviado: segunda-feira, 17 junho 2013 9:43
por Pedro
Por esta hora, os alunos já devem estar sentados na sala. Pelo que vem indicado em alguns jornais, há escolas onde todos vão fazer exame e outras onde a maioria não irá fazer, pelo que será mesmo necessário uma "segunda chamada".

Em Coimbra, na Brotero não vai haver exames e na Quinta das Flores só abriram 3 salas em 14.

Re: Greve dos professores

Enviado: segunda-feira, 17 junho 2013 10:12
por Pedro
Na D. Maria, abriram todas as salas previstas para exame.

Re: Greve dos professores

Enviado: segunda-feira, 17 junho 2013 14:36
por Pedro
Novo exame dia 2 de julho

Nuno Crato referiu que mais de 70% dos alunos realizaram o exame, segundo os dados provisórios do Júri Nacional de Exames. O Ministro da Educação anunciou que os estudantes que não fizeram o teste hoje, realizam o exame nacional de português no dia 2 de junho às 9.30.

O Ministro disse que os exames são feitos por equipas profissionais que fazem um certo número de exames que têm como preocupação que estes tenham todos o mesmo grau de dificuldade, referindo-se à questão da equidade em resposta aos jornalistas em conferência de imprensa no Ministério da Educação.

Crato referiu que o Júri Nacional de Exames "está em cima" de todo o processo de exames e detetou "um ou dois casos" de eventuais irregularidades. Decidirá em função das ocorrências reais sobre o que deve ser feito, sendo que o ministro não descartou que estes alunos possam repetir o exame.

A época oficial de exames de Ensino Secundário começou hoje com o exame nacional de Português, para o qual estão inscritos 74.407 alunos, realizando-se também provas de Latim (108 inscritos) e de Português Língua Não Materna (para imigrantes), com 136 alunos.

Os professores, que começaram por fazer uma greve ao serviço de avaliações, agendaram uma paralisação geral para hoje para contestar o regime de requalificação profissional e a mobilidade geográfica proposta pelo Governo, bem como o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais. Os sindicatos temem o despedimento de professores do quadro e a dispensa de contratados, em larga escala.

Face à ausência de acordo entre Governo e sindicatos, um colégio arbitral decidiu pela não realização de serviços mínimos. A greve aos exames sucede-se a uma manifestação, realizada sábado em Lisboa, na qual participaram, segundo os sindicatos, 50 mil professores de todo o país.

Fonte: Diário de Notícias
Já há nova data para o exame. Quanto a eventual repetição do exame por todos os alunos, eu diria que é o que provavelmente irá acontecer. Pelo que ouvi, foram várias as situações que ocorreram que vão contra a legislação dos exames, o que poderá permitir aos alunos pedir a anulação da prova se esta tiver corrido mal.

Re: Greve dos professores

Enviado: quarta-feira, 19 junho 2013 20:43
por Pedro
Exames de Matemática do 6.º e 9.º ano antecipados para dia 26

Ministério usa greve geral para justificar antecipação. Associações de pais satisfeitas, embora Confap preferisse adiamento.

As provas de Matemática do 6.º ano e do 9.º ano, que estavam marcadas para 27 de Junho (quinta-feira), dia de greve geral, foram antecipadas para dia 26 (quarta-feira), anunciou nesta quarta-feira o Ministério da Educação e Ciência (MEC).

O MEC justifica a antecipação das provas, que se vão realizar no mesmo horário que estava previsto para o dia 27, com “o prejuízo que a greve geral (…) poderia acarretar”.

“O Ministério responde, assim, ao apelo dos pais e encarregados de educação, e, mais uma vez, toma a decisão que mais protege os alunos, que poderiam ser prejudicados quer pela impossibilidade de chegarem a horas em função dos transportes, quer pela ausência de professores e funcionários”, pode ler-se no comunicado.

O MEC tem vindo a ser criticado por representantes das associações de pais e das de directores de escolas precisamente por não ter alterado a data do exame de Português, que se realizou na segunda-feira e que coincidiu com a greve dos professores de Português. Mais de 18 mil alunos não puderam fazer a prova por falta de professores – uma situação que na perspectiva de pais e directores provocou uma situação de injustiça “insanável”.

As mesmas associações têm vindo a reclamar a alteração da data dos exames do 6º ano e do 9º ano, ao que o ministro correspondeu hoje. No dia 27, a greve atinge todos os trabalhadores dos sectores público e privado, pelo que na área da educação, além de professores, também auxiliares poderão aderir à greve e, sem estes últimos, as escolas não podem abrir. A situação tornaria quase impossível que os 200 mil alunos inscritos nas provas de Matemática do 6º ano e do 9º ano realizassem os exames obrigatórios.

Rui Martins, da Confederação Nacional Independente das Associações de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), disse-se satisfeito com a solução encontrada.

Jorge Ascenção, da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), mostrou-se conformado com o dia escolhido. "Preferíamos o dia 28, porque quando a data de um exame é alterada, normalmente, é no sentido do adiamento, para não prejudicar os planos de estudo. Mas aceita-se, é razoável", disse, quando contactado pelo PÚBLICO.

Fonte: Público
Não puderam alterar o de Português do 12º, mas podem alterar o de Matemática do 6º e 9º? :?

Re: Greve dos professores

Enviado: segunda-feira, 24 junho 2013 1:38
por pedro.slv
|zype| Escreveu:isso não desculpa a parte de estarem a prejudicar alunos que se empenharam o ano inteiro para estes exames, eles não têm culpa !
E têm tantos dias para fazerem as suas greves, porque fazerem no dia em que mais irá prejudicar os alunos???
A greve já estava marcada antes do exame. A data do exame de português podia ter sido alterada de forma a não coincidir com a greve.

Quanto aos alunos serem prejudicados, qual é o problema se alguns alunos não fizeram naquele dia devido à greve, mas sim uns dias mais tarde? Acabam por até ter mais tempo para estudar...
Pedro Escreveu:Não puderam alterar o de Português do 12º, mas podem alterar o de Matemática do 6º e 9º? :?
Por acaso foi chato o de Matemática ser antecipado! (há sempre pessoal que deixa o estudo "para a última" e assim teve menos tempo para estudar)

Re: Greve dos professores

Enviado: segunda-feira, 24 junho 2013 12:01
por Carol
pedro.slv Escreveu:
|zype| Escreveu:isso não desculpa a parte de estarem a prejudicar alunos que se empenharam o ano inteiro para estes exames, eles não têm culpa !
E têm tantos dias para fazerem as suas greves, porque fazerem no dia em que mais irá prejudicar os alunos???
Quanto aos alunos serem prejudicados, qual é o problema se alguns alunos não fizeram naquele dia devido à greve, mas sim uns dias mais tarde? Acabam por até ter mais tempo para estudar...
Discordo completamente do que dizes! Quem anda a estudar para o exame e no dia em que era suposto fazê-lo não o pode fazer é bastante frustrante e injusto. Uma pessoa preparou-se para aquele exame, naquele dia, para além dos nervos e ansiedade que normalmente acompanha estes exames. É horrivel termos de passar pelo mesmo outra vez, perturbando o esquema de estudo para os outros exames. Prejudica claramente os alunos, não me venham com a história de que têm mais tempo para estudar.
Eu vi exames que ia fazer adiados uma semana antes de os fazer para um mês dessa data, para os quais já andava a estudar há 1 mês, e foi horrivel. Nem imagino chegar ao dia do exame e saber que não o poderia fazer.

pedro.slv Escreveu:
Pedro Escreveu:Não puderam alterar o de Português do 12º, mas podem alterar o de Matemática do 6º e 9º? :?
Por acaso foi chato o de Matemática ser antecipado! (há sempre pessoal que deixa o estudo "para a última" e assim teve menos tempo para estudar)
Aqui também discordo. Foi antecipado um dia! com aviso de uma semana de antecedência. Não vejo como possa ter prejudicado alguém neste caso, sendo a alternativa não o poderem fazer devido à greve.



Eu acho que esta greve foi muito mal calculada. Todos temos o direito à greve, e este direito deve ser respeitado, mas não pode colidir directamente com outros direitos fundamentais, nomeadamente os dos alunos. Principalmente quando não há razões de fundo que sustentem esta greve nestes dias, pois a insatisfação já não é de agora, e ainda não se sabe em que moldes se vai aplicar o regime da mobilidade. Acho que podiam ter sido mais oportunos nas datas de greve. Para o governo tanto faz, não é isso que os vai afectar, mas para os alunos foi muito prejudicial.

Re: Greve dos professores

Enviado: segunda-feira, 24 junho 2013 16:45
por Chong Li
O que é prejudicial para os alunos é:

- aumento do número de alunos por turma
- GigaMEgaHiper Agrupamentos.
- sobrecarga nos horários dos professores
- contar nos apoios aos alunos
- andar a mudar currículos sem qualquer nexo
- cortar disciplinas
- reduzir funcionários/auxiliares
- mandar os pais dos alunos para o desemprego
- desterrar professores

Etc. Etc. Etc.

Os alunos deviam era agradecer. Afinal, deveriam estar mais preocupados com o que o futuro lhes reserva (emigração ou desemprego) do que propriamente estar contra quem lhes tem tentado ensinar alguma coisa no meio deste lodaçal em que está o ensino público.

Re: Greve dos professores

Enviado: segunda-feira, 24 junho 2013 16:50
por Chong Li
|zype| Escreveu: E a prioridade dos professores devem ser os seus alunos e o seu desempenho.

E é! Tanto é assim que fazem esta greve para ver se o povo abre a pestana do que andam a fazer ao ensino.

|zype| Escreveu:E têm tantos dias para fazerem as suas greves, porque fazerem no dia em que mais irá prejudicar os alunos???
Querias que eles fizessem as greves durante as aulas (é porreiro não ter aulas não é?), nas férias ou ao fim de semana?

Re: Greve dos professores

Enviado: segunda-feira, 24 junho 2013 17:16
por Carol
Chong Li Escreveu:O que é prejudicial para os alunos é:

- aumento do número de alunos por turma
- GigaMEgaHiper Agrupamentos.
- sobrecarga nos horários dos professores
- contar nos apoios aos alunos
- andar a mudar currículos sem qualquer nexo
- cortar disciplinas
- reduzir funcionários/auxiliares
- mandar os pais dos alunos para o desemprego
- desterrar professores

Etc. Etc. Etc.

Os alunos deviam era agradecer. Afinal, deveriam estar mais preocupados com o que o futuro lhes reserva (emigração ou desemprego) do que propriamente estar contra quem lhes tem tentado ensinar alguma coisa no meio deste lodaçal em que está o ensino público.

Os mega agrupamentos não aquecem nem arrefecem aos alunos, sejamos sinceros.
As disciplinas que pretendem cortar não fazem realmente falta, e acho que eles agradecem.
A redução de funcionários também não os afecta directamente. Até porque a maioria das escolas tem excesso de funcionários, mas estão mal distribuídos.
O facto de desterrar professores, isso não é de agora, já há muito que os professores andam pelo país inteiro (incluindo ilhas) para darem aulas.

A única coisa que é realmente prejudicial para os alunos é o aumento de alunos por turma, o desemprego dos pais e o corte nos apoios. Mas estes aspectos são consequência da nossa economia actual, e não um ataque ao ensino público em si.